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Terça, 03 Maio 2022 13:56

O Rio2C foi bom, mas ainda não como era Rio Content Market

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De 26 de abril até 1º de maio, no Espaço da Cidade da Artes, no Rio de Janeiro, aconteceu o maior Evento de Criatividade da América Latina - o Rio2C. Após dois anos de castigo devido a pandemia da Covid-19, o clima foi de celebração pelo reencontro com mais de 37 mil pessoas transitando em cerca de 450 painéis distribuídos em 10 palcos com os mais diversos temas. Nós estivemos por lá e vamos listar os nossos destaques: 

Já são 5 edições de Rio Content Market e mais 3 de Rio2C no currículo, então me coloco em posição de falar com propriedade sobre o evento - Esse Rio2C foi bom, mas quem chega com a expectativa de encontrar a atmosfera do Rio Content Market, normalmente se decepciona.

O Rio2C cresceu e sofreu nos dois primeiros anos com a dor desse crescimento. Com inúmeras falhas na organização, o evento cambaleou. Era nítido o desconforto entre as pessoas que frequentavam o evento. Mas chegou a pandemia e, por incrível que pareça, foi bom para a organização. Esse ano as coisas pareciam mais ajustadas, organizadas, fluindo bem.

O que incomoda os mais "antigos", é que antes estávamos em um Hotel, o evento era menor, focado no entretenimento. Encontrávamos as pessoas nas escadas rolantes toda hora, no café ou tomando água em algum "bebedouro", pegando um sorvete de tapioca ou até um coco geladinho (de graça). Tinha o mar na nossa frente e um quiosque para depois do evento. Hoje tem muito vento, sala com ar condicionado que não dá conta, pouco ou nenhum encontro, e até a pipoca custa caro. Faz parte!

Lá atrás o evento começou com uma pegada de Cinema, focado na narrativa e sem muita identidade, até que veio a TV com força, as novas possibilidades com a lei de cotas para a TV por assinatura e depois, no apagar das luzes, um pouco de streaming. No começo não se falava em Formatos, depois começou alguma discussão e hoje já temos um grande espaço na grade de painéis sobre o assunto. Ponto para o Rio2C.

A Ficção sempre imperou e pelo que vi esse ano, vai continuar assim, mas já com aquele "incômodo" das séries documentais e dos realities.

Mas o Rio2C cresceu, agora tem publicidade (ou branded content, como preferir), inovação, música e games. É legal demais, mas não é mais o Rio Content Market. O foco se perdeu, mas ganhamos em diversidade criativa por outro lado. A grade se já não é mais tão grandiosa, as filas são! E aqui um desabafo: eu não entendo, de verdade, por qual razão as portas não ficam mais "abertas" entre um painel e outro como antes - parece que para crescer precisa ficar ranzinza!

Antes a gente encontrava o Dan Weiss de "Game of Thrones", o Cary Fukunaga de "True Detective", o M. Night Shyamalan, o Howard Gordon de "Homeland" e até o John Singleton de "People x O.J. Simpson". Agora, se você conseguir entrar do auditório, depois de uma hora de fila, você encontra alguém da HBO, da Prime Vídeo ou da Netflix. Até o painel da Globo, agora é do Globoplay. É ruim? Claro que não, mas é diferente. 

O evento não é mais inesquecível, mas continua interessante. Calma, me desculpe, eu escutei o Galvão Bueno narrar a conquista do Hexa ao vivo. De arrepiar! Isso foi inesquecível sim!

Os painéis desse ano foram bons, alguns excelentes: "Showrunner ou Head Writer: Que posição é essa, afinal?", "O Futuro do Streaming", "Inovação e transformação no audiovisual" e o "Criatividade & Conteúdo uma conversa entre Sérgio Gordilho e Boninho" valeram o ingresso, ou a credencial.

Os painéis da Globo (ou do Globoplay, como preferir) e da Prime Vídeo também foram bacanas, mas muita coisa para pouco tempo. E nesse sentido o "Porta dos Fundos" deu um show - eu, se fosse você, prestaria mais atenção no que esses caras estão se tornando!

As apresentações no "Pitching Square" foram a grande e agradável surpresa do evento desse ano. Quanta coisa legal e quanta gente inteligente querendo mudar o mundo com suas soluções. Uma pena que o programa foi menos divulgado do que poderia e menos respeitado do que deveria. Digo isso pois algumas Startups que passaram para a segunda fase, simplesmente não pareceram no dia seguinte e outras que deixaram de se classificar por um ou dois votos, perderam a chance de se apresentar novamente porque a organização não pensou nessa possibilidade. Uma pena!

Ah, esse ano tinham mais opções de alimentação e acabaram com aquela besteira de fichas e créditos que até hoje não recebi de volta. Tudo bem, eram 3 ou 4 reais.

Antes de finalizar, talvez o grande elogio fique para toda equipe de produção e apoio do evento - todos muito atenciosos e dispostos a resolver os problemas. O mal humor de outros anos, não se repetiu em 2022.

Senti falta de players como SBT, Record e Bandeirantes. De painéis com serviços de streaming menores. 

Já que o assunto inovação entrou na pauta, também senti falta de grandes nomes do "empreendedorismo startupeiro". Caras como Tallis Gomes, Gustavo Caetano, Rony Meisler.

Executivos "Pesos-Pesados" palestrando e não fazendo marketing da empresa ou de seus produtos, também virou artigo de luxo.

Enfim, pode até não parecer, mas eu gostei muito do evento desse ano. Sem dúvida, desde a mudança do formato, foi o melhor organizado. A grande questão é que o Rio Content Market me deixou mal acostumado e quando a coisa muda, leva um tempo para digerir. Só não podemos esquecer que mesmo diferente, maior ou mais velho, é no passado que construimos nossa base e tem coisa que não vale a pena mexer; não sem dar algo melhor em troca - e aqui eu estou falando do ar condicionado mesmo!

Que venha o Rio2C 2023 e vai por mim: vale a pena! 

Read 1569 times Last modified on Terça, 10 Maio 2022 09:52

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