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Barry

Diretor
Bill Hader
Elenco
Bill Hader, Henry Winkler, Sarah Goldberg
Ano
2018
País
EUA

Comédia Max ml-investigação ml-dramedia ml-relacoes ml-serial-killer ml-crime ml-teatro ml-mk

Barry

Eu não teria me surpreendido se soubesse que "Barry" tivesse sido criado por Vince Gilligan - e se você sabe exatamente do que estou falando, você também já sabe o que vai encontrar nessa série sensacional (e que já foi finalizada) da HBO. Criada por Alec Berg (showrunner de "Silicon Valley") e Bill Hader (que também é o protagonista da série, mas foi redator por muitos anos em "Saturday Night Live"), "Barry" é daquelas séries que surpreendem pela forma única como mistura gêneros, aparentemente opostos, com maestria - aqui temos uma comédia mais ácida (e sombria) com um drama existencial profundo e, em muitos momentos, perturbador. Com um estilo narrativo que lembra (e muito) "Breaking Bad", a série brilha pela sua abordagem honesta perante o anti-herói ao ponto de ser considerada uma das produções mais ousadas e inteligentes da HBO nos últimos anos - não por acaso considerada o "Breaking Bad" da HBO.

A trama, basicamente, gira em torno de Barry Berkman (Bill Hader), um ex-fuzileiro naval que trabalha como assassino profissional, profundamente deprimido e buscando algum sentido para sua existência vazia. Ao ser enviado para Los Angeles em mais uma missão, ele acidentalmente acaba se interessando por um curso de atuação ministrado pelo excêntrico professor Gene Cousineau (Henry Winkler). Fascinado pela possibilidade de recomeçar e talvez até mesmo abandonar sua violenta vida passada, Barry decide se tornar ator, algo que claramente não combina com seu perfil introvertido, rígido e perturbado. Esse conflito entre suas duas vidas, uma brutal e a outra artística, é o coração pulsante da série e a razão que vai te fazer ficar grudado na tela por quatro temporadas. Confira o trailer (em inglês):

"Barry" sabe brincar com nossa percepção e, principalmente, quebrar nossas expectativas - isso é raro e maravilhoso de assistir. A forma como Berg e Hader transitam entre momentos hilários e sequências profundamente inquietantes é primorosa - não por acaso a série já recebeu mais de 50 indicações ao Emmy (ganhando 10). O roteiro é extremamente afiado, daqueles que jamais subestimam a audiência, entregando diálogos inteligentes, cheios de sarcasmo e ironia. Hader, aliás, não apenas co-escreve e protagoniza, como também dirige vários dos episódios mais emblemáticos, destacando-se por sua capacidade notável de equilibrar o tom da narrativa sempre carregado de reflexões em várias camadas.

Um dos maiores trunfos da série é justamente o desempenho de Bill Hader como Barry - ele entrega a atuação mais memorável de sua carreira. Famoso por seu trabalho cômico no "Saturday Night Live", ele surpreende ao revelar uma capacidade dramática poderosa, conferindo a Barry nuances bastante complexas e, claro, provocativas. Através de sua performance minimalista e quase sempre silenciosa, Hader consegue mostrar toda a profundidade de um personagem que tinha tudo para cair no caricato. Repare como ele é capaz de transmitir, constantemente, aquela sensação de perigo iminente, tensão e culpa - bem na linha das que também assombraram o inesquecível Walter White de Bryan Cranston. Outro nome que merece sua atenção é o de Henry Winkler - ele rouba muitas cenas como o professor de atuação narcisista e sem noção. Winkler, que foi indicado ao Emmy em todos os anos que a série esteve no ar (ganhando em 2018), traz carisma e humor ao personagem, proporcionando momentos de leveza tão necessários em meio à densidade emocional que muitas vezes a trama cria. Outro grande destaque, claro, é Anthony Carrigan como NoHo Hank - um mafioso checheno cuja simpatia, ingenuidade e senso de humor absurdo o transformaram em um dos personagens favoritos da audiência, funcionando também como um alívio cômico constante em meio ao caos violento que cerca Barry.

Do ponto de vista técnico, "Barry" é excepcional. A fotografia é precisa, muitas vezes crua, algo que contribui para amplificar a atmosfera emocional e ameaçadora da série - talvez aqui esteja sua grande sacada ao se distanciar do calor contrastado e potente da Albuquerque de "Breaking Bad". A direção dos episódios, por outro lado, repete o ritmo quase cinematográfico, especialmente nas sequências de ação, da série de Gilligan - tudo é filmado com uma elegância surpreendente. É muito interessante como a dinâmica narrativa imposta pela direção e montagem nos deixa em um estado constante de tensão, angustia e expectativa! Mas calma, a série também brilha em suas reflexões mais profundas - Barry não é apenas sobre um assassino tentando mudar de vida: é uma análise muito mais complexa sobre a identidade de um ex-combatente, sobre o trauma do passado, sobre a culpa de algumas escolhas e, principalmente, sobre a possibilidade (ou impossibilidade) de uma redenção. Ao explorar essas camadas morais, "Barry" frequentemente subverte expectativas narrativas, levando a audiência a discutir sobre os limites éticos e as consequências de nossas escolhas.

Enfim, "Barry" é uma das produções mais originais, instigantes e inteligentes disponíveis nos catálogos do streaming - se eu fosse você não deixaria de dar o play!

Assista Agora

Eu não teria me surpreendido se soubesse que "Barry" tivesse sido criado por Vince Gilligan - e se você sabe exatamente do que estou falando, você também já sabe o que vai encontrar nessa série sensacional (e que já foi finalizada) da HBO. Criada por Alec Berg (showrunner de "Silicon Valley") e Bill Hader (que também é o protagonista da série, mas foi redator por muitos anos em "Saturday Night Live"), "Barry" é daquelas séries que surpreendem pela forma única como mistura gêneros, aparentemente opostos, com maestria - aqui temos uma comédia mais ácida (e sombria) com um drama existencial profundo e, em muitos momentos, perturbador. Com um estilo narrativo que lembra (e muito) "Breaking Bad", a série brilha pela sua abordagem honesta perante o anti-herói ao ponto de ser considerada uma das produções mais ousadas e inteligentes da HBO nos últimos anos - não por acaso considerada o "Breaking Bad" da HBO.

A trama, basicamente, gira em torno de Barry Berkman (Bill Hader), um ex-fuzileiro naval que trabalha como assassino profissional, profundamente deprimido e buscando algum sentido para sua existência vazia. Ao ser enviado para Los Angeles em mais uma missão, ele acidentalmente acaba se interessando por um curso de atuação ministrado pelo excêntrico professor Gene Cousineau (Henry Winkler). Fascinado pela possibilidade de recomeçar e talvez até mesmo abandonar sua violenta vida passada, Barry decide se tornar ator, algo que claramente não combina com seu perfil introvertido, rígido e perturbado. Esse conflito entre suas duas vidas, uma brutal e a outra artística, é o coração pulsante da série e a razão que vai te fazer ficar grudado na tela por quatro temporadas. Confira o trailer (em inglês):

"Barry" sabe brincar com nossa percepção e, principalmente, quebrar nossas expectativas - isso é raro e maravilhoso de assistir. A forma como Berg e Hader transitam entre momentos hilários e sequências profundamente inquietantes é primorosa - não por acaso a série já recebeu mais de 50 indicações ao Emmy (ganhando 10). O roteiro é extremamente afiado, daqueles que jamais subestimam a audiência, entregando diálogos inteligentes, cheios de sarcasmo e ironia. Hader, aliás, não apenas co-escreve e protagoniza, como também dirige vários dos episódios mais emblemáticos, destacando-se por sua capacidade notável de equilibrar o tom da narrativa sempre carregado de reflexões em várias camadas.

Um dos maiores trunfos da série é justamente o desempenho de Bill Hader como Barry - ele entrega a atuação mais memorável de sua carreira. Famoso por seu trabalho cômico no "Saturday Night Live", ele surpreende ao revelar uma capacidade dramática poderosa, conferindo a Barry nuances bastante complexas e, claro, provocativas. Através de sua performance minimalista e quase sempre silenciosa, Hader consegue mostrar toda a profundidade de um personagem que tinha tudo para cair no caricato. Repare como ele é capaz de transmitir, constantemente, aquela sensação de perigo iminente, tensão e culpa - bem na linha das que também assombraram o inesquecível Walter White de Bryan Cranston. Outro nome que merece sua atenção é o de Henry Winkler - ele rouba muitas cenas como o professor de atuação narcisista e sem noção. Winkler, que foi indicado ao Emmy em todos os anos que a série esteve no ar (ganhando em 2018), traz carisma e humor ao personagem, proporcionando momentos de leveza tão necessários em meio à densidade emocional que muitas vezes a trama cria. Outro grande destaque, claro, é Anthony Carrigan como NoHo Hank - um mafioso checheno cuja simpatia, ingenuidade e senso de humor absurdo o transformaram em um dos personagens favoritos da audiência, funcionando também como um alívio cômico constante em meio ao caos violento que cerca Barry.

Do ponto de vista técnico, "Barry" é excepcional. A fotografia é precisa, muitas vezes crua, algo que contribui para amplificar a atmosfera emocional e ameaçadora da série - talvez aqui esteja sua grande sacada ao se distanciar do calor contrastado e potente da Albuquerque de "Breaking Bad". A direção dos episódios, por outro lado, repete o ritmo quase cinematográfico, especialmente nas sequências de ação, da série de Gilligan - tudo é filmado com uma elegância surpreendente. É muito interessante como a dinâmica narrativa imposta pela direção e montagem nos deixa em um estado constante de tensão, angustia e expectativa! Mas calma, a série também brilha em suas reflexões mais profundas - Barry não é apenas sobre um assassino tentando mudar de vida: é uma análise muito mais complexa sobre a identidade de um ex-combatente, sobre o trauma do passado, sobre a culpa de algumas escolhas e, principalmente, sobre a possibilidade (ou impossibilidade) de uma redenção. Ao explorar essas camadas morais, "Barry" frequentemente subverte expectativas narrativas, levando a audiência a discutir sobre os limites éticos e as consequências de nossas escolhas.

Enfim, "Barry" é uma das produções mais originais, instigantes e inteligentes disponíveis nos catálogos do streaming - se eu fosse você não deixaria de dar o play!

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