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Além do Tempo

Diretor
Theu Boermans
Elenco
Sallie Harmsen, Reinout Scholten van Aschat, Elsie de Brauw
Ano
2022
País
Holanda

Drama Prime Video ml-real ml-relacoes ml-independente ml-europa ml-oscar ml-familia ml-casal ml-hc

Além do Tempo

Esse filme é simplesmente sensacional, mas vai mexer com você e já te aviso: não vai ser uma jornada emocionalmente tranquila! "Além do Tempo" ou "Zee van tijd", no original, é um filme holandês profundamente tocante que explora com sutileza as complexidades do luto e da reconstrução emocional após uma perda irreparável. Inserido numa tradição cinematográfica europeia que se dedica a mergulhar fundo no íntimo de seus personagens, semelhante a obras como "Manchester à Beira-Mar" e "Amor", de Michael Haneke, esse drama dirigido com muita sensibilidade por Theu Boermans se destaca por sua abordagem mais poética e introspectiva, e pela precisão cirúrgica com que investiga os limites do amor diante de uma tragédia familiar.

A trama, basicamente, gira em torno do jovem casal Lucas (Reinout Scholten van Aschat) e Johanna (Sallie Harmsen), que embarcam em uma viagem marítima com seu filho pequeno, Kai (River Oosterink). O que deveria ser um momento idílico de conexão familiar se transforma em um pesadelo quando, no meio ao Atlântico, a criança misteriosamente some. Esse evento devastador não só quebra a estrutura familiar, como molda e redefine completamente suas vidas pelos próximos 30 e poucos anos. Confira o trailer:

Baseado em uma história real, o roteiro, escrito por Marieke van der Pol, opta por uma narrativa que intercala diferentes linhas do tempo da vida do casal, apresentando não apenas os acontecimentos imediatos após a tragédia, mas também como as consequências ecoam décadas depois, trazendo temas sensíveis para a discussão como as dores inerentes da memória e da culpa, além dos diferentes caminhos de superação que cada um escolhe trilhar após uma situação limite. A direção de Boermans, vale dizer, é particularmente impressionante - a forma como ele lida com a cronologia não linear da história é primorosa. Boermans conduz o filme como um quebra-cabeças emocional, montando com cuidado as peças do passado e presente de maneira fluída e natural, permitindo que a audiência acompanhe o desenvolvimento dos personagens de forma gradual, envolvente e visceral. Boermans usa de uma montagem excelente de Herman P. Koerts e Job ter Burg para criar transições que enfatizam o impacto emocional das lembranças e o peso das decisões tomadas pelos protagonistas, evitando assim que a narrativa caia em um melodrama fácil. Veja, aqui tudo é retratado com muita (mas, muita) sensibilidade.

Tecnicamente, "Além do Tempo" é primoroso. A fotografia do Myrthe Mosterman merece destaque especial pela forma como capta as nuances emocionais da história, variando entre a claridade vibrante das cenas iniciais, representando a plenitude, e os tons mais sóbrios e cinzentos que predominam nos períodos posteriores, refletindo o estado emocional dos personagens. Veja, a escolha visual de retratar o mar tanto como símbolo de liberdade quanto de dor insuperável é especialmente poderosa, ao ponto de transformar o oceano em um personagem próprio dentro da narrativa. Como todo filme de relação, impossível não citar as atuações extraordinárias do elenco. Reinout Scholten van Aschat e Sallie Harmsen entregam performances extremamente convincentes e emocionantes, construindo personagens cheio de camadas e realmente humanos. Aschat consegue, com poucos gestos e olhares, transmitir a profunda angústia e o isolamento emocional de Lucas, enquanto Harmsen impressiona pela forma como Johanna internaliza sua dor, exibindo uma marca silenciosa que se manifesta em pequenas nuances. Já Gijs Scholten van Aschat e Elsie de Brauw, que interpretam o casal 30 anos depois, adicionam elementos de complexidade ao filme, refletindo o desgaste e a resiliência acumulados ao longo dos anos, cada qual com seus fantasmas.

Se há algo que pode incomodar em "Além do Tempo" certamente é o seu ritmo. Até pela própria proposta do diretor, o filme exige uma dose significativa de paciência e entrega emocional, podendo soar contemplativo demais para alguns, mas é justamente esse ritmo mais lento que permite um mergulho mais profundo na psicologia dos personagens e na exploração detalhada das consequências da perda e, claro, do seu luto. Em última análise, "Além do Tempo" é uma experiência intensa, que usa uma linguagem artística sofisticada para investigar questões universais sobre o amor, e os caminhos de cura que o tempo pode ou não proporcionar. Com uma direção precisa, atuações de se aplaudir de pé e uma abordagem visual de estremo bom gosto, Theu Boermans entrega um filme emocionalmente maduro e reflexivo, que certamente irá permanecer na sua mente muito depois que os créditos finais rolarem na tela.

Olha, um filme indispensável para quem aprecia o cinema de qualidade e saber tocar profundamente na alma humana. Vale demais!

Assista Agora

Esse filme é simplesmente sensacional, mas vai mexer com você e já te aviso: não vai ser uma jornada emocionalmente tranquila! "Além do Tempo" ou "Zee van tijd", no original, é um filme holandês profundamente tocante que explora com sutileza as complexidades do luto e da reconstrução emocional após uma perda irreparável. Inserido numa tradição cinematográfica europeia que se dedica a mergulhar fundo no íntimo de seus personagens, semelhante a obras como "Manchester à Beira-Mar" e "Amor", de Michael Haneke, esse drama dirigido com muita sensibilidade por Theu Boermans se destaca por sua abordagem mais poética e introspectiva, e pela precisão cirúrgica com que investiga os limites do amor diante de uma tragédia familiar.

A trama, basicamente, gira em torno do jovem casal Lucas (Reinout Scholten van Aschat) e Johanna (Sallie Harmsen), que embarcam em uma viagem marítima com seu filho pequeno, Kai (River Oosterink). O que deveria ser um momento idílico de conexão familiar se transforma em um pesadelo quando, no meio ao Atlântico, a criança misteriosamente some. Esse evento devastador não só quebra a estrutura familiar, como molda e redefine completamente suas vidas pelos próximos 30 e poucos anos. Confira o trailer:

Baseado em uma história real, o roteiro, escrito por Marieke van der Pol, opta por uma narrativa que intercala diferentes linhas do tempo da vida do casal, apresentando não apenas os acontecimentos imediatos após a tragédia, mas também como as consequências ecoam décadas depois, trazendo temas sensíveis para a discussão como as dores inerentes da memória e da culpa, além dos diferentes caminhos de superação que cada um escolhe trilhar após uma situação limite. A direção de Boermans, vale dizer, é particularmente impressionante - a forma como ele lida com a cronologia não linear da história é primorosa. Boermans conduz o filme como um quebra-cabeças emocional, montando com cuidado as peças do passado e presente de maneira fluída e natural, permitindo que a audiência acompanhe o desenvolvimento dos personagens de forma gradual, envolvente e visceral. Boermans usa de uma montagem excelente de Herman P. Koerts e Job ter Burg para criar transições que enfatizam o impacto emocional das lembranças e o peso das decisões tomadas pelos protagonistas, evitando assim que a narrativa caia em um melodrama fácil. Veja, aqui tudo é retratado com muita (mas, muita) sensibilidade.

Tecnicamente, "Além do Tempo" é primoroso. A fotografia do Myrthe Mosterman merece destaque especial pela forma como capta as nuances emocionais da história, variando entre a claridade vibrante das cenas iniciais, representando a plenitude, e os tons mais sóbrios e cinzentos que predominam nos períodos posteriores, refletindo o estado emocional dos personagens. Veja, a escolha visual de retratar o mar tanto como símbolo de liberdade quanto de dor insuperável é especialmente poderosa, ao ponto de transformar o oceano em um personagem próprio dentro da narrativa. Como todo filme de relação, impossível não citar as atuações extraordinárias do elenco. Reinout Scholten van Aschat e Sallie Harmsen entregam performances extremamente convincentes e emocionantes, construindo personagens cheio de camadas e realmente humanos. Aschat consegue, com poucos gestos e olhares, transmitir a profunda angústia e o isolamento emocional de Lucas, enquanto Harmsen impressiona pela forma como Johanna internaliza sua dor, exibindo uma marca silenciosa que se manifesta em pequenas nuances. Já Gijs Scholten van Aschat e Elsie de Brauw, que interpretam o casal 30 anos depois, adicionam elementos de complexidade ao filme, refletindo o desgaste e a resiliência acumulados ao longo dos anos, cada qual com seus fantasmas.

Se há algo que pode incomodar em "Além do Tempo" certamente é o seu ritmo. Até pela própria proposta do diretor, o filme exige uma dose significativa de paciência e entrega emocional, podendo soar contemplativo demais para alguns, mas é justamente esse ritmo mais lento que permite um mergulho mais profundo na psicologia dos personagens e na exploração detalhada das consequências da perda e, claro, do seu luto. Em última análise, "Além do Tempo" é uma experiência intensa, que usa uma linguagem artística sofisticada para investigar questões universais sobre o amor, e os caminhos de cura que o tempo pode ou não proporcionar. Com uma direção precisa, atuações de se aplaudir de pé e uma abordagem visual de estremo bom gosto, Theu Boermans entrega um filme emocionalmente maduro e reflexivo, que certamente irá permanecer na sua mente muito depois que os créditos finais rolarem na tela.

Olha, um filme indispensável para quem aprecia o cinema de qualidade e saber tocar profundamente na alma humana. Vale demais!

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