Essa série da AppleTV+ é uma graça, mas não vai te conquistar de primeira - minha dica é: dê uma chance! "Amor até o Fim" é uma agradável surpresa entre as produções recentes quando se trata de comédia, graças a sua sensibilidade e ironia. Ela, de fato, lembra outras obras que também unem o humor ácido com questões existenciais profundas, como "After Life" ou "Trying" - talvez sem o mesmo brilhantismo, mas certamente com a mesma honestidade. Criada e dirigida por Dani de la Orden (de "Elite"), "A Muerte", no original, explora temas como amor, amizade e os desafios inesperados da vida, com uma abordagem que escapa ao sentimentalismo tradicional e combina a irreverência com uma dose inesperada e leve de melancolia.
Raúl (Joan Amargós) é um homem metódico e prudente, cuja rotina cuidadosamente planejada é brutalmente interrompida ao receber um diagnóstico raro: um câncer no coração. No meio desse caos particular, ele reencontra Marta (Verónica Echegui), uma conhecida de adolescência com espírito livre que está grávida e também enfrenta um futuro incerto. O acaso os une, e essa nova conexão os leva a repensar suas ideias sobre a vida, sobre o amor e sobre uma segunda chance. Confira o trailer original em espanhol:
Veja, o que poderia ser um melodrama profundo se transforma em um retrato cômico e absurdo da existência. Sim, é assim que "Amor até o Fim" precisa ser analisada. Desde os primeiros minutos, fica claro que a série está longe de ser mais uma daquelas comédias românticas tradicionais. Com uma direção elegante, sem esquecer de uma dinâmica quase independente visualmente e de um bastante ritmo acelerado, Dani de la Orden constrói situações inesperadas, equilibrando drama e leveza com diálogos ágeis e ácidos, explorando o absurdo, sem jamais perder o foco na humanidade dos protagonistas e no tema mais sensível de sua premissa. Joan Amargós interpreta Raúl com uma mistura envolvente de racionalidade e ingenuidade, enquanto Verónica Echegui traz uma energia mais caótica e até fascinante para personagem Marta. A química entre os dois é construída nos detalhes até se tornar intensa e autêntica - e aqui está um dos motivos que faz você precisar assistir uns três episódios para se conectar com a trama.
Outro ponto alto da série é sua estética contemporânea - eu diria que tem aquele ar de cinema independente espanhol. Filmada em Barcelona, repare como a produção capta muito bem o espírito da cidade, com uma direção de fotografia marcante e cheia de identidade - mérito de María Codina (de "Dias Melhores"). As cores vivas e o tom da narrativa menos formal, ajudam a manter a audiência engajada, envolvida e até curiosa pelo que vem pela frente - e aí entra uma trilha sonora belíssima que destaca os altos e baixos emocionais dos personagens e ainda traz um sopro de nostalgia e empolgação para quem assiste.
Mesmo que o episódio inicial leve um pouco mais de tempo para se estabelecer, com uma apresentação um tanto burocrática dos personagens, posso te garantir que a série vai encontrando seu ritmo ideal. A partir do segundo episódio, por exemplo, fica mais claro o real potencial da história, o tom e o tipo de humor afiado do roteiro, além da força de personagens que vão ganhando camadas mais complexas, resultando em uma experiência leve, mas reflexiva sobre temas tão profundos como a morte em um contexto de muito amor. No fim das contas, "Amor até o Fim" acerta justamente por fugir dos clichês, entregando uma história inusitada e cativante que pode conquistar até mesmo quem geralmente passa longe de comédias românticas convencionais.
Divertida e emocionante, a jornada de Raúl e Marta certamente te reserva momentos surpreendentes! Vale insistir!
Essa série da AppleTV+ é uma graça, mas não vai te conquistar de primeira - minha dica é: dê uma chance! "Amor até o Fim" é uma agradável surpresa entre as produções recentes quando se trata de comédia, graças a sua sensibilidade e ironia. Ela, de fato, lembra outras obras que também unem o humor ácido com questões existenciais profundas, como "After Life" ou "Trying" - talvez sem o mesmo brilhantismo, mas certamente com a mesma honestidade. Criada e dirigida por Dani de la Orden (de "Elite"), "A Muerte", no original, explora temas como amor, amizade e os desafios inesperados da vida, com uma abordagem que escapa ao sentimentalismo tradicional e combina a irreverência com uma dose inesperada e leve de melancolia.
Raúl (Joan Amargós) é um homem metódico e prudente, cuja rotina cuidadosamente planejada é brutalmente interrompida ao receber um diagnóstico raro: um câncer no coração. No meio desse caos particular, ele reencontra Marta (Verónica Echegui), uma conhecida de adolescência com espírito livre que está grávida e também enfrenta um futuro incerto. O acaso os une, e essa nova conexão os leva a repensar suas ideias sobre a vida, sobre o amor e sobre uma segunda chance. Confira o trailer original em espanhol:
Veja, o que poderia ser um melodrama profundo se transforma em um retrato cômico e absurdo da existência. Sim, é assim que "Amor até o Fim" precisa ser analisada. Desde os primeiros minutos, fica claro que a série está longe de ser mais uma daquelas comédias românticas tradicionais. Com uma direção elegante, sem esquecer de uma dinâmica quase independente visualmente e de um bastante ritmo acelerado, Dani de la Orden constrói situações inesperadas, equilibrando drama e leveza com diálogos ágeis e ácidos, explorando o absurdo, sem jamais perder o foco na humanidade dos protagonistas e no tema mais sensível de sua premissa. Joan Amargós interpreta Raúl com uma mistura envolvente de racionalidade e ingenuidade, enquanto Verónica Echegui traz uma energia mais caótica e até fascinante para personagem Marta. A química entre os dois é construída nos detalhes até se tornar intensa e autêntica - e aqui está um dos motivos que faz você precisar assistir uns três episódios para se conectar com a trama.
Outro ponto alto da série é sua estética contemporânea - eu diria que tem aquele ar de cinema independente espanhol. Filmada em Barcelona, repare como a produção capta muito bem o espírito da cidade, com uma direção de fotografia marcante e cheia de identidade - mérito de María Codina (de "Dias Melhores"). As cores vivas e o tom da narrativa menos formal, ajudam a manter a audiência engajada, envolvida e até curiosa pelo que vem pela frente - e aí entra uma trilha sonora belíssima que destaca os altos e baixos emocionais dos personagens e ainda traz um sopro de nostalgia e empolgação para quem assiste.
Mesmo que o episódio inicial leve um pouco mais de tempo para se estabelecer, com uma apresentação um tanto burocrática dos personagens, posso te garantir que a série vai encontrando seu ritmo ideal. A partir do segundo episódio, por exemplo, fica mais claro o real potencial da história, o tom e o tipo de humor afiado do roteiro, além da força de personagens que vão ganhando camadas mais complexas, resultando em uma experiência leve, mas reflexiva sobre temas tão profundos como a morte em um contexto de muito amor. No fim das contas, "Amor até o Fim" acerta justamente por fugir dos clichês, entregando uma história inusitada e cativante que pode conquistar até mesmo quem geralmente passa longe de comédias românticas convencionais.
Divertida e emocionante, a jornada de Raúl e Marta certamente te reserva momentos surpreendentes! Vale insistir!
Cookies: a gente guarda estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação, ao continuar navegando você concorda com a nossa Política de Privacidade.