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Proibido por Deus

"Proibido por Deus" é muito bom! Esse documentário produzido pela Hulu (e que aqui no Brasil você encontra no Star+) acompanha mais uma história "cabeluda" que expõe aquela receita explosiva que tem tudo para dar errado: politica, religião, sexo e poder, com um certo toque especial de hipocrisia que a sociedade americana adora fingir que não existe. Mesmo que inicialmente nossa percepção seja baseada em uma única perspectiva sobre o escândalo que derrubou Jerry Fallwell Jr., filho de um dos mais influentes pastores evangélicos do país, diretor da Liberty University e um dos mais importantes apoiadores de Donald Trump durante a campanha que o levou à presidência dos EUA, o filme dirigido pelo premiado Billy Corben (de "Cocaine Cowboys: The Kings of Miami") se esforça para equilibrar inúmeros fatos relevantes sobre o caso com um recorte de como a comunidade evangélica e o culto à personalidade podem, de fato, decidir uma eleição presidencial.

"God Forbid: The Sex Scandal that Brought Down a Dynasty" (no original) nos apresenta Giancarlo Granda, um ex-funcionário do badalado Fontainebleau Hotel em Miami Beach, que compartilha detalhes íntimos sobre seu relacionamento de 7 anos com uma mulher 20 anos mais velha, Becki Falwell, e seu influente marido, Jerry Falwell Jr. Confira o trailer (em inglês):

Com uma pegada que mistura "Jeffrey Epstein: Poder e Perversão" (da Netflix) com "The Vow" (da HBO), "Proibido por Deus" é muito mais do que um olhar ingênuo sobre fantasias e desejos como pode parecer em seu primeiro ato, já que o roteiro não se limita em contar apenas as aventuras sexuais de um complicado e sórdido relacionamento de Granda com o casal de evangélicos, mas em uma camada mais profunda, ele discute a enorme influência que a rica cúpula evangélica americana tem sobre a política dos Estados Unidos e sobre a perigosa ascensão do ultra-nacionalismo cristão. Veja, é muito interessante como Corben vai contextualizando os acontecimentos envolvendo Granda e os Fallwell, e criando pontos de conexão com uma herança histórica, social e politica vergonhosa.

Através de uma narrativa extremamente envolvente e dinâmica que mostra, aí sim, os reflexos da falta de maturidade de um jovem ambicioso, o filme acaba provocando discussões significativas ao levantar questões importantes sobre as lideranças religiosas, sobre os valores mais conservadores, sobre a ética pessoal e, principalmente, sobre moralidade - talvez por isso, esse caso tenha ganhado uma repercussão tão importante ao mostrar a capacidade que os escândalos tem em influenciar a percepção pública e a reputação dos envolvidos em tempos de redes sociais, mesmo que isso vá mudando enquanto as verdades vão aparecendo.

Se apropriando de um tom de denúncia, "Proibido por Deus" funciona muito bem como entretenimento, no entanto não deixa de tocar em pontos sensíveis à condição humana que nos tiram de uma zona de conforto como audiência, e, claro, nos convida ao julgamento - esse conceito funciona tão bem que nem vemos o tempo passar, mesmo quando a história parece não caminhar para uma conclusão. Dito isso, tenho certeza que vale pela diversão então fica impossível não recomendar o play!

Assista Agora

"Proibido por Deus" é muito bom! Esse documentário produzido pela Hulu (e que aqui no Brasil você encontra no Star+) acompanha mais uma história "cabeluda" que expõe aquela receita explosiva que tem tudo para dar errado: politica, religião, sexo e poder, com um certo toque especial de hipocrisia que a sociedade americana adora fingir que não existe. Mesmo que inicialmente nossa percepção seja baseada em uma única perspectiva sobre o escândalo que derrubou Jerry Fallwell Jr., filho de um dos mais influentes pastores evangélicos do país, diretor da Liberty University e um dos mais importantes apoiadores de Donald Trump durante a campanha que o levou à presidência dos EUA, o filme dirigido pelo premiado Billy Corben (de "Cocaine Cowboys: The Kings of Miami") se esforça para equilibrar inúmeros fatos relevantes sobre o caso com um recorte de como a comunidade evangélica e o culto à personalidade podem, de fato, decidir uma eleição presidencial.

"God Forbid: The Sex Scandal that Brought Down a Dynasty" (no original) nos apresenta Giancarlo Granda, um ex-funcionário do badalado Fontainebleau Hotel em Miami Beach, que compartilha detalhes íntimos sobre seu relacionamento de 7 anos com uma mulher 20 anos mais velha, Becki Falwell, e seu influente marido, Jerry Falwell Jr. Confira o trailer (em inglês):

Com uma pegada que mistura "Jeffrey Epstein: Poder e Perversão" (da Netflix) com "The Vow" (da HBO), "Proibido por Deus" é muito mais do que um olhar ingênuo sobre fantasias e desejos como pode parecer em seu primeiro ato, já que o roteiro não se limita em contar apenas as aventuras sexuais de um complicado e sórdido relacionamento de Granda com o casal de evangélicos, mas em uma camada mais profunda, ele discute a enorme influência que a rica cúpula evangélica americana tem sobre a política dos Estados Unidos e sobre a perigosa ascensão do ultra-nacionalismo cristão. Veja, é muito interessante como Corben vai contextualizando os acontecimentos envolvendo Granda e os Fallwell, e criando pontos de conexão com uma herança histórica, social e politica vergonhosa.

Através de uma narrativa extremamente envolvente e dinâmica que mostra, aí sim, os reflexos da falta de maturidade de um jovem ambicioso, o filme acaba provocando discussões significativas ao levantar questões importantes sobre as lideranças religiosas, sobre os valores mais conservadores, sobre a ética pessoal e, principalmente, sobre moralidade - talvez por isso, esse caso tenha ganhado uma repercussão tão importante ao mostrar a capacidade que os escândalos tem em influenciar a percepção pública e a reputação dos envolvidos em tempos de redes sociais, mesmo que isso vá mudando enquanto as verdades vão aparecendo.

Se apropriando de um tom de denúncia, "Proibido por Deus" funciona muito bem como entretenimento, no entanto não deixa de tocar em pontos sensíveis à condição humana que nos tiram de uma zona de conforto como audiência, e, claro, nos convida ao julgamento - esse conceito funciona tão bem que nem vemos o tempo passar, mesmo quando a história parece não caminhar para uma conclusão. Dito isso, tenho certeza que vale pela diversão então fica impossível não recomendar o play!

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Quanto Vale?

Quanto vale uma vida que se foi? Talvez essa seja a pergunta mais difícil de responder independente do motivo pelo qual ela está sendo feita. Em "Worth" (título original) temos a exata noção do quão dolorido é lidar com algum tipo de acordo ou compensação pela vida de alguém que amamos. Ao explorar um lado muito interessante, sensível e difícil do pós 11 de setembro, a jovem e talentosa diretora Sara Colangelo entrega um filme muito mais profundo que seu roteiro e talvez por isso não agrade a todos, mas que sem dúvida merece muito ser visto - mais ou menos como aconteceu com "Oslo".

Após os ataques de 2001 ao World Trade Center e ao Pentágono, o Congresso Americano nomeou o advogado e renomado mediador Kenneth Feinberg (Michael Keaton) para liderar o Fundo de Compensação às Vítimas do 11 de setembro. Encarregados de destinar recursos financeiros para as vítimas da tragédia, Feinberg e sua sócia Camille Biros (Amy Ryan), enfrentam a impossível tarefa de determinar o valor de uma vida, que servirá de auxílio para as famílias que sofreram perdas no atentado. Quando Feinberg conhece Charles Wolf (Stanley Tucci), um organizador comunitário que perdeu sua esposa naquele fatídico dia, ele entende que as coisas não são tão simples e práticas como uma fórmula matemática, e agora precisa encontrar uma maneira de conseguir se aproximar destas famílias que permanecem em luto para cumprir a missão pela qual foi designado. Confira o trailer:

Max Borenstein (Kong: A Ilha da Caveira) teve a difícil tarefa de construir uma linha narrativa interessante e convincente em cima de uma história real que, digamos, não tem uma dinâmica tão claras muito menos empolgante. A relação entre advogado e cliente, no cinema, funciona perfeitamente quando o conflito extrapola a lógica e a busca pela verdade a qualquer preço passa a ser o principal objetivo para alcançar o cálice sagrado da jornada do herói - por isso o fascínio por tantos filmes de tribunal que se tornaram inesquecíveis. Acontece que aqui, o roteiro não consegue seguir essa regra, pois o elemento marcante da história está na busca pelo respeito, pela dor e pelo luto de uma tragédia - e o protagonista não quer isso em nenhum momento.

Veja, o que nos toca em "Quanto vale?" são as histórias que ouvimos dos familiares das vítimas e não o processo de transformação de um personagem prático (como todo advogado) em um ser emocional capaz de se adaptar as circunstâncias para encontrar um solução mais humana e assim ter sucesso na sua missão. Embora Michael Keaton esteja sensacional (mais uma vez), em nenhum momento torcemos por Kenneth Feinberg ou por sua redenção - isso não nos move; por outro lado entender o que sentem as pessoas que tiveram que se relacionar com a perda ou precisam lidar com as marcas do 11 de setembro, isso sim nos toca, mas acaba sendo pouco explorado.

Baseado no livro escrito pelo próprio Feinberg, o protagonista de Keaton passa por uma difícil jornada e sem dúvida transformadora, mas no filme soa atropelada, desequilibrada. Quando Sara Colangelo traz para narrativa a força dos depoimentos doas vítimas, entendemos como a dor verdadeira é muito mais valiosa que os bastidores burocráticos que parece ser o assunto central - o objetivo de proteger a economia americana em um momento de crise para não deixar que companhias aéreas caíssem em longos e custosos processos judiciais. No filme, como "o" filme, quando se trata de uma tragédia como a de 11 de setembro, o burocrático por si só é frágil - o olhar humano vale muito mais do que os diálogos rebuscados que nos afastam da humanidade.

Dito isso, "Quanto vale?" mostra um ponto de vista diferente, curioso e doloroso; é muito bom, mas que não será inesquecível. Vale a pena pela história, pela verdade dos relatos e não pelo luta do protagonista. O play passa a ser essencial por ser mais uma peça importante desse enorme quebra-cabeça, cheio de variáveis que ainda estamos aprendendo a digerir com o passar dor anos. 

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Quanto vale uma vida que se foi? Talvez essa seja a pergunta mais difícil de responder independente do motivo pelo qual ela está sendo feita. Em "Worth" (título original) temos a exata noção do quão dolorido é lidar com algum tipo de acordo ou compensação pela vida de alguém que amamos. Ao explorar um lado muito interessante, sensível e difícil do pós 11 de setembro, a jovem e talentosa diretora Sara Colangelo entrega um filme muito mais profundo que seu roteiro e talvez por isso não agrade a todos, mas que sem dúvida merece muito ser visto - mais ou menos como aconteceu com "Oslo".

Após os ataques de 2001 ao World Trade Center e ao Pentágono, o Congresso Americano nomeou o advogado e renomado mediador Kenneth Feinberg (Michael Keaton) para liderar o Fundo de Compensação às Vítimas do 11 de setembro. Encarregados de destinar recursos financeiros para as vítimas da tragédia, Feinberg e sua sócia Camille Biros (Amy Ryan), enfrentam a impossível tarefa de determinar o valor de uma vida, que servirá de auxílio para as famílias que sofreram perdas no atentado. Quando Feinberg conhece Charles Wolf (Stanley Tucci), um organizador comunitário que perdeu sua esposa naquele fatídico dia, ele entende que as coisas não são tão simples e práticas como uma fórmula matemática, e agora precisa encontrar uma maneira de conseguir se aproximar destas famílias que permanecem em luto para cumprir a missão pela qual foi designado. Confira o trailer:

Max Borenstein (Kong: A Ilha da Caveira) teve a difícil tarefa de construir uma linha narrativa interessante e convincente em cima de uma história real que, digamos, não tem uma dinâmica tão claras muito menos empolgante. A relação entre advogado e cliente, no cinema, funciona perfeitamente quando o conflito extrapola a lógica e a busca pela verdade a qualquer preço passa a ser o principal objetivo para alcançar o cálice sagrado da jornada do herói - por isso o fascínio por tantos filmes de tribunal que se tornaram inesquecíveis. Acontece que aqui, o roteiro não consegue seguir essa regra, pois o elemento marcante da história está na busca pelo respeito, pela dor e pelo luto de uma tragédia - e o protagonista não quer isso em nenhum momento.

Veja, o que nos toca em "Quanto vale?" são as histórias que ouvimos dos familiares das vítimas e não o processo de transformação de um personagem prático (como todo advogado) em um ser emocional capaz de se adaptar as circunstâncias para encontrar um solução mais humana e assim ter sucesso na sua missão. Embora Michael Keaton esteja sensacional (mais uma vez), em nenhum momento torcemos por Kenneth Feinberg ou por sua redenção - isso não nos move; por outro lado entender o que sentem as pessoas que tiveram que se relacionar com a perda ou precisam lidar com as marcas do 11 de setembro, isso sim nos toca, mas acaba sendo pouco explorado.

Baseado no livro escrito pelo próprio Feinberg, o protagonista de Keaton passa por uma difícil jornada e sem dúvida transformadora, mas no filme soa atropelada, desequilibrada. Quando Sara Colangelo traz para narrativa a força dos depoimentos doas vítimas, entendemos como a dor verdadeira é muito mais valiosa que os bastidores burocráticos que parece ser o assunto central - o objetivo de proteger a economia americana em um momento de crise para não deixar que companhias aéreas caíssem em longos e custosos processos judiciais. No filme, como "o" filme, quando se trata de uma tragédia como a de 11 de setembro, o burocrático por si só é frágil - o olhar humano vale muito mais do que os diálogos rebuscados que nos afastam da humanidade.

Dito isso, "Quanto vale?" mostra um ponto de vista diferente, curioso e doloroso; é muito bom, mas que não será inesquecível. Vale a pena pela história, pela verdade dos relatos e não pelo luta do protagonista. O play passa a ser essencial por ser mais uma peça importante desse enorme quebra-cabeça, cheio de variáveis que ainda estamos aprendendo a digerir com o passar dor anos. 

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Quarto 2806

De cara, “Quarto 2806: A Acusação” chama muito a atenção pela qualidade visual do documentário, e que só se fortalece pelos conceitos narrativos muito mais próximos da ficção do que normalmente estamos acostumados a encontrar em uma série como essa. Por outro lado, a história em si é muito indigesta, mas o diretor Jalil Lespert foi muito inteligente ao equilibrar "fatos" com "suposições" a todo momento, o que, naturalmente, nos provoca algumas emoções bem particulares - nem todas tão agradáveis. Veja, é como se estivéssemos assistindo um episódio de "House of Cards", mas da vida real e com consequências muito mais sérias!

A história acompanha as investigações a partir das acusações de assédio sexual de uma camareira (Nafissatou Diallo) de um hotel de luxo em Nova York, contra o ex-diretor do FMI e na época postulante a presidente da França, o político Dominique Strauss-Kahn. Confira o trailer:

Além de nos conduzir por uma narrativa de fácil entendimento, “Quarto 2806: A Acusação” nos mostra tanto a ascensão profissional de Strauss-Kahn, quanto uma verdadeira compulsão sexual que resultou na sua queda. Se a construção de sua carreira se mostrava sólida, suas atitudes pessoais, das mais íntimas às mais descaradas, iam minando seu enorme carisma perante o povo francês e se tornando um prato cheio para seus inimigos - entre eles, seu adversário político, Nicolas Sarkozy. O paralelo entre a maneira como a mídia internacional, particularmente a francesa, e as investigações nos EUA discutem sobre as questõesrelacionadas a DSK (como era conhecido) é apenas um reflexo de como o diretor vai nos colocando na posição de julgamento em todo momento, sem nem mesmo nos apresentar todas as peças do quebra-cabeça e isso é genial!

A acusação de Diallo inicialmente parece forte, consistente, mas depois se mostra insuficiente para batermos o martelo sobre a culpa de DSK, não pela falta de coerência do seu depoimento, mas pela dúvida que o caso vai levantando a cada nova descoberta, o que inclui algumas atitudes da própria vítima - e aqui não estamos nos colocando na posição de senhores da verdade, apenas levantando as versões que o próprio documentário nos apresenta e que a narrativa nos provoca com tanta maestria, como se fizéssemos parte do júri. Reparem como essa isenção de um pré julgamento só vai criando incertezas (mesmo que moralmente pendendo para um dos lados sempre) - a maneira como Anne Sinclair, mulher de Strauss-Kahn e herdeira de uma das maiores fortunas da França, lida com a situação é um grande exemplo dessa dualidade do documentário.

O fato é que “Quarto 2806: A Acusação” não mostra muitas respostas, mas apresenta opiniões e como uma boa conversa entre amigos, vai provocar a discussão e interpretações diferentes! Eu diria que a série de 4 episódios, vale muito a pena pela história, mas talvez tenha ainda mais valor pela forma como ela contada e por tudo que ela nos provoca! 

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De cara, “Quarto 2806: A Acusação” chama muito a atenção pela qualidade visual do documentário, e que só se fortalece pelos conceitos narrativos muito mais próximos da ficção do que normalmente estamos acostumados a encontrar em uma série como essa. Por outro lado, a história em si é muito indigesta, mas o diretor Jalil Lespert foi muito inteligente ao equilibrar "fatos" com "suposições" a todo momento, o que, naturalmente, nos provoca algumas emoções bem particulares - nem todas tão agradáveis. Veja, é como se estivéssemos assistindo um episódio de "House of Cards", mas da vida real e com consequências muito mais sérias!

A história acompanha as investigações a partir das acusações de assédio sexual de uma camareira (Nafissatou Diallo) de um hotel de luxo em Nova York, contra o ex-diretor do FMI e na época postulante a presidente da França, o político Dominique Strauss-Kahn. Confira o trailer:

Além de nos conduzir por uma narrativa de fácil entendimento, “Quarto 2806: A Acusação” nos mostra tanto a ascensão profissional de Strauss-Kahn, quanto uma verdadeira compulsão sexual que resultou na sua queda. Se a construção de sua carreira se mostrava sólida, suas atitudes pessoais, das mais íntimas às mais descaradas, iam minando seu enorme carisma perante o povo francês e se tornando um prato cheio para seus inimigos - entre eles, seu adversário político, Nicolas Sarkozy. O paralelo entre a maneira como a mídia internacional, particularmente a francesa, e as investigações nos EUA discutem sobre as questõesrelacionadas a DSK (como era conhecido) é apenas um reflexo de como o diretor vai nos colocando na posição de julgamento em todo momento, sem nem mesmo nos apresentar todas as peças do quebra-cabeça e isso é genial!

A acusação de Diallo inicialmente parece forte, consistente, mas depois se mostra insuficiente para batermos o martelo sobre a culpa de DSK, não pela falta de coerência do seu depoimento, mas pela dúvida que o caso vai levantando a cada nova descoberta, o que inclui algumas atitudes da própria vítima - e aqui não estamos nos colocando na posição de senhores da verdade, apenas levantando as versões que o próprio documentário nos apresenta e que a narrativa nos provoca com tanta maestria, como se fizéssemos parte do júri. Reparem como essa isenção de um pré julgamento só vai criando incertezas (mesmo que moralmente pendendo para um dos lados sempre) - a maneira como Anne Sinclair, mulher de Strauss-Kahn e herdeira de uma das maiores fortunas da França, lida com a situação é um grande exemplo dessa dualidade do documentário.

O fato é que “Quarto 2806: A Acusação” não mostra muitas respostas, mas apresenta opiniões e como uma boa conversa entre amigos, vai provocar a discussão e interpretações diferentes! Eu diria que a série de 4 episódios, vale muito a pena pela história, mas talvez tenha ainda mais valor pela forma como ela contada e por tudo que ela nos provoca! 

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Reacher

"Reacher" é muito divertida - e para os mais velhos, uma referência narrativa certamente vai emergir da nossa lembrança: "Prison Break". Baseada no aclamado romance "Dinheiro Sujo" de Lee Child, essa produção da Amazon é uma jornada eletrizante através do mundo sombrio e implacável do famoso personagem Jack Reacher - que no cinema foi interpretado por Tom Cruise. Sob o olhar habilidoso de Nick Santora (produtor executivo de "Prison Break" e de "Fubar"), a série é um verdadeiro convite ao entretenimento leve com uma trama cheia de reviravoltas e ação (leia-se pancadaria), que foi capaz capturar a essência de um personagem icônico da literatura com muita maestria, mas sem a pretensão de entregar um estudo complexo da psique humana. Com uma narrativa de fato envolvente e performances cativantes do trio de atores Alan Ritchson, Malcolm Goodwin e Willa Fitzgerald, "Reacher" é a escolha certa para aquele final de semana maratonando algo interessante e divertido com um toque investigativo anos 80.

Após abandonar o Exército dos Estados Unidos, o veterano Jack Reacher (Ritchson) chega em uma pequena cidade chamada Margrave, onde várias mortes começam a ocorrer e ele acaba se tornando o principal suspeito. Depois de provar sua inocência (claro), o xerife local decide pedir sua ajuda para resolver a série de brutais homicídios. Mesmo contrariado, Reacher decide usar suas habilidades para desvendar quem está por trás dos crimes e suas motivações. Para isso, ele não medirá esforços e usará todos os recursos disponíveis, inclusive burlando algumas leis quando necessário. Confira o trailer:

Cheia de piadinhas duvidosas, mas inegavelmente charmosas, "Reacher" sabe exatamente da sua capacidade de equilibrar bons momentos de ação com um desenvolvimento narrativo, no mínimo, perspicaz. Tudo é muito fluído, fácil, e parte disso se dá pela superficialidade fantasiada de complexidade do protagonista - Jack Reacher é uma espécie de super herói, um detetive que transita entre a capacidade de Sherlock Holmes deduzir o impossível e da habilidade de Batman em unir ironia com alguns socos e ponta-pés para alcançar seus objetivos. Embora a série até procure evitar, ela é um apanhado delicioso de clichês do gênero de investigação que opta por explorar temas como corrupção, moralidade e redenção de maneira divertida e muito envolvente.

Veja, comparando "Reacher" com uma outra série de ação da Prime Vídeo que se apoia em um personagem que segue a mesma cartilha narrativa, talvez sem tantos músculos é preciso ressaltar, como Jack Ryan, é possível afirmar que aqui temos uma versão "lite" criada essencialmente para os dias chuvosos - e isso não é um problema, é um enorme trunfo que faz com que a série possa perdurar por inúmeras temporadas. Se levarmos em consideração que a primeira temporada foi baseada no primeiro livro da obra de Child enquanto a segunda encontrou inspiração em "Azar e Contratempo" que é o 11º livro do autor, dá para se ter uma ideia de onde Nick Santora pode nos levar.

Muito bem produzida e dirigida, mas sem muitas inovações narrativas (sejam elas conceituais ou visuais), "Reacher" é um baita de um acerto da Prime Vídeo pela perspectiva da construção de franquia de gênero que a própria Netflix penou para estabelecer até encontrar seu "Resgate". Dito isso, você está prestes a encontrar uma espécie de versão plus size daqueles filmes meio "brucutus" dos anos 80 que tando fizeram sucesso e que trouxeram Steven Seagal, Sylvester Stallone e Bruce Willis para os holofotes, mas claro que com uma certa sensibilidade e requinte das produções atuais. Funciona e muito!

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"Reacher" é muito divertida - e para os mais velhos, uma referência narrativa certamente vai emergir da nossa lembrança: "Prison Break". Baseada no aclamado romance "Dinheiro Sujo" de Lee Child, essa produção da Amazon é uma jornada eletrizante através do mundo sombrio e implacável do famoso personagem Jack Reacher - que no cinema foi interpretado por Tom Cruise. Sob o olhar habilidoso de Nick Santora (produtor executivo de "Prison Break" e de "Fubar"), a série é um verdadeiro convite ao entretenimento leve com uma trama cheia de reviravoltas e ação (leia-se pancadaria), que foi capaz capturar a essência de um personagem icônico da literatura com muita maestria, mas sem a pretensão de entregar um estudo complexo da psique humana. Com uma narrativa de fato envolvente e performances cativantes do trio de atores Alan Ritchson, Malcolm Goodwin e Willa Fitzgerald, "Reacher" é a escolha certa para aquele final de semana maratonando algo interessante e divertido com um toque investigativo anos 80.

Após abandonar o Exército dos Estados Unidos, o veterano Jack Reacher (Ritchson) chega em uma pequena cidade chamada Margrave, onde várias mortes começam a ocorrer e ele acaba se tornando o principal suspeito. Depois de provar sua inocência (claro), o xerife local decide pedir sua ajuda para resolver a série de brutais homicídios. Mesmo contrariado, Reacher decide usar suas habilidades para desvendar quem está por trás dos crimes e suas motivações. Para isso, ele não medirá esforços e usará todos os recursos disponíveis, inclusive burlando algumas leis quando necessário. Confira o trailer:

Cheia de piadinhas duvidosas, mas inegavelmente charmosas, "Reacher" sabe exatamente da sua capacidade de equilibrar bons momentos de ação com um desenvolvimento narrativo, no mínimo, perspicaz. Tudo é muito fluído, fácil, e parte disso se dá pela superficialidade fantasiada de complexidade do protagonista - Jack Reacher é uma espécie de super herói, um detetive que transita entre a capacidade de Sherlock Holmes deduzir o impossível e da habilidade de Batman em unir ironia com alguns socos e ponta-pés para alcançar seus objetivos. Embora a série até procure evitar, ela é um apanhado delicioso de clichês do gênero de investigação que opta por explorar temas como corrupção, moralidade e redenção de maneira divertida e muito envolvente.

Veja, comparando "Reacher" com uma outra série de ação da Prime Vídeo que se apoia em um personagem que segue a mesma cartilha narrativa, talvez sem tantos músculos é preciso ressaltar, como Jack Ryan, é possível afirmar que aqui temos uma versão "lite" criada essencialmente para os dias chuvosos - e isso não é um problema, é um enorme trunfo que faz com que a série possa perdurar por inúmeras temporadas. Se levarmos em consideração que a primeira temporada foi baseada no primeiro livro da obra de Child enquanto a segunda encontrou inspiração em "Azar e Contratempo" que é o 11º livro do autor, dá para se ter uma ideia de onde Nick Santora pode nos levar.

Muito bem produzida e dirigida, mas sem muitas inovações narrativas (sejam elas conceituais ou visuais), "Reacher" é um baita de um acerto da Prime Vídeo pela perspectiva da construção de franquia de gênero que a própria Netflix penou para estabelecer até encontrar seu "Resgate". Dito isso, você está prestes a encontrar uma espécie de versão plus size daqueles filmes meio "brucutus" dos anos 80 que tando fizeram sucesso e que trouxeram Steven Seagal, Sylvester Stallone e Bruce Willis para os holofotes, mas claro que com uma certa sensibilidade e requinte das produções atuais. Funciona e muito!

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Roma

Roma

"Roma" é sensacional!!!! Talvez o melhor trabalho da carreira do Alfonso Cuarón!!! Dito isso, você precisa saber que se trata de um filme longo, P&B (preto e branco), bem lento e que fala de relações humanas!!! Mas você precisa saber também que esse filme já ganhou 83 prêmios em Festivais pelo mundo - e isso não é nada fácil - inclusive o Leão de Ouro em Veneza!!!

Certamente a pergunta que fica é: como um filme p&b, lento, longo e sem uma história tão marcante ganha tantos prêmios? Simples - "Roma" é uma aula de Cinema. Todos, eu disse todos, os planos são muito bem pensados, coreografadas e cirurgicamente bem realizados com enquadramentos que parecem muito mais uma pintura. Movimentos de câmera inovadores (como ele mesmo fez em Gravidade)? Que nada, cinema raiz (rs) - um ou outro travelling nas externas (muito bem feitos, com uma composição de centenas de figurantes e uma direção de arte que poucas vezes vi de tão orgânica), além de muitas, muitas, panorâmicas!!! Panorâmicas bem feitas, que criam a sensação de amplitude, de um vazio dos personagens dentro daquela casa repleta de histórias que ninguém teria coragem de contar porque são simples histórias do dia a dia, de todos nós, de uma ou outra família, mas que o Cuarón transformou em uma obra prima."Roma" é o retrato de um ano tumultuado na vida de uma família de classe média da Cidade do México no início dos anos 70, como vemos no trailer a seguir:

Os sentimentos estavam lá, no silêncio, no diálogo baixinho, quase inseguro; ou no desenho de som perturbador que transformava o vazio daquele ambiente (como a cena do carro raspando na garagem ou nas crianças brigando na sala). Meu amigo, isso é cinema com alma, maravilhosamente bem captado em aspecto "2.35" (mais largado), com grande angulares, e muito mais espaço para compor aqueles planos... lindo de ver!!! É um filme simples, com uma das cenas mais impactantes que eu já assisti (do parto da protagonista), onde o Cuarón não faz nenhum movimento com a câmera, não inventa, só deixa esse maravilhoso instrumento contar aquela dolorida história - sem cortes!!!! Ou a cena na loja de móveis, com um show de atuação da Yaritza Aparicio e do Jorge Antonio Guerrero - sem nenhuma palavra, só no olhar!!!

Cuarón é um cineasta incrível, versátil, mas é humano, gente como a gente - tive a honra de assistir a palestra que ele fez em 2017 durante o Festival de Cannes e posso afirmar com todas as letras: um ser humano talentoso que aceita suas fraquezas, mas que trabalha muito para transforma-las em sua maior virtude!!! Ele escreveu, dirigiu e fotografou (sim, Alfonso Cuarón dá uma aula de fotografia no primeiro longa que ele fotografa e se ele não for, no mínimo, indicado ao Oscar, será uma das maiores injustiças dos últimos tempos). "Roma" não vai agradar a todos, não está bombando nas redes sociais como "Bohemian Rhapsody" ou "Infiltrado na Klan" (que são ótimos diga-se de passagem), mas posso te garantir que esse filme vai te fazer pensar e trazer sentimentos e sensações como nenhum outro, em muito tempo. Eu diria que é outro patamar de cinematografia!!!

Obrigado Netflix pelo presente de Natal. Obrigado Alfonso Cuarón por nos permitir conhecer sua história. É só dar o play e separar a estatueta!!!!

Up-date: "Roma" ganhou em três categorias no Oscar 2019: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia e Melhor Diretor!

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"Roma" é sensacional!!!! Talvez o melhor trabalho da carreira do Alfonso Cuarón!!! Dito isso, você precisa saber que se trata de um filme longo, P&B (preto e branco), bem lento e que fala de relações humanas!!! Mas você precisa saber também que esse filme já ganhou 83 prêmios em Festivais pelo mundo - e isso não é nada fácil - inclusive o Leão de Ouro em Veneza!!!

Certamente a pergunta que fica é: como um filme p&b, lento, longo e sem uma história tão marcante ganha tantos prêmios? Simples - "Roma" é uma aula de Cinema. Todos, eu disse todos, os planos são muito bem pensados, coreografadas e cirurgicamente bem realizados com enquadramentos que parecem muito mais uma pintura. Movimentos de câmera inovadores (como ele mesmo fez em Gravidade)? Que nada, cinema raiz (rs) - um ou outro travelling nas externas (muito bem feitos, com uma composição de centenas de figurantes e uma direção de arte que poucas vezes vi de tão orgânica), além de muitas, muitas, panorâmicas!!! Panorâmicas bem feitas, que criam a sensação de amplitude, de um vazio dos personagens dentro daquela casa repleta de histórias que ninguém teria coragem de contar porque são simples histórias do dia a dia, de todos nós, de uma ou outra família, mas que o Cuarón transformou em uma obra prima."Roma" é o retrato de um ano tumultuado na vida de uma família de classe média da Cidade do México no início dos anos 70, como vemos no trailer a seguir:

Os sentimentos estavam lá, no silêncio, no diálogo baixinho, quase inseguro; ou no desenho de som perturbador que transformava o vazio daquele ambiente (como a cena do carro raspando na garagem ou nas crianças brigando na sala). Meu amigo, isso é cinema com alma, maravilhosamente bem captado em aspecto "2.35" (mais largado), com grande angulares, e muito mais espaço para compor aqueles planos... lindo de ver!!! É um filme simples, com uma das cenas mais impactantes que eu já assisti (do parto da protagonista), onde o Cuarón não faz nenhum movimento com a câmera, não inventa, só deixa esse maravilhoso instrumento contar aquela dolorida história - sem cortes!!!! Ou a cena na loja de móveis, com um show de atuação da Yaritza Aparicio e do Jorge Antonio Guerrero - sem nenhuma palavra, só no olhar!!!

Cuarón é um cineasta incrível, versátil, mas é humano, gente como a gente - tive a honra de assistir a palestra que ele fez em 2017 durante o Festival de Cannes e posso afirmar com todas as letras: um ser humano talentoso que aceita suas fraquezas, mas que trabalha muito para transforma-las em sua maior virtude!!! Ele escreveu, dirigiu e fotografou (sim, Alfonso Cuarón dá uma aula de fotografia no primeiro longa que ele fotografa e se ele não for, no mínimo, indicado ao Oscar, será uma das maiores injustiças dos últimos tempos). "Roma" não vai agradar a todos, não está bombando nas redes sociais como "Bohemian Rhapsody" ou "Infiltrado na Klan" (que são ótimos diga-se de passagem), mas posso te garantir que esse filme vai te fazer pensar e trazer sentimentos e sensações como nenhum outro, em muito tempo. Eu diria que é outro patamar de cinematografia!!!

Obrigado Netflix pelo presente de Natal. Obrigado Alfonso Cuarón por nos permitir conhecer sua história. É só dar o play e separar a estatueta!!!!

Up-date: "Roma" ganhou em três categorias no Oscar 2019: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia e Melhor Diretor!

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Roman J. Israel, Esq.

Um advogado com princípios muito enraizados que, por uma circunstância de vida, faz uma escolha errada. Não é uma história tão original, mas te prende do começo ao fim!

Roman J. Israel (Denzel Washington) é um inteligente advogado que trabalha há muito tempo em uma firma de advocacia que ajudava pessoas de baixa renda. Roman era uma espécie de coadjuvante, não ia aos tribunais, conhecia todos os casos e ajudava na sua resolução, mas sempre atuando nos bastidores. Quando, inesperadamente, seu sócio morre, o protagonista acaba se envolvendo na situação da empresa e acaba tendo que começar a aparecer mais, porém com a projeção vem a responsabilidade e é aí que Roman J. Israel começa a se perder entre seu idealismo e a necessidade de se transformar em algo maior!

"Roman J. Israel" já se define pelo título - É um filme de personagem e embora eu ache o Denzel Washington um péssimo "perdedor" (vide a cara feia no Oscar 2017), ele está impecável no papel. Foi realmente merecida sua indicação como "Melhor Ator" em 2018. Já o filme, olha, é bom, mas tem um "problema" de roteiro que pode incomodar os mais exigentes - o primeiro ato é muito longo, com isso o clímax e o desfecho são pouco desenvolvidos. Quando a história pega, faltam só 40 minutos para acabar o filme e dá a impressão que tudo acaba sendo resolvido com muita pressa. Tinha um potencial de exploração muito maior (e aí não sei se foi o Estúdio que mandou cortar) porque a trama é bem amarradinha no segundo ato, criando uma sensação de angústia muito grande em quem assiste, mas, infelizmente, acaba rápido demais! O ritmo muda tão drasticamente que no final surge aquele: "Já?"!!!

O diretor é o Dan Gilroy, o mesmo do excelente "Nightcrawler" (O Abutre). Ele constrói muito bem essa atmosfera de tensão (inclusive porque é ele que escreve os roteiros que filma), mas em "Roman J. Israel, Esq.", embora competente demais na direção, seguro e sem querer aparecer muito, achei que acabou derrapando no roteiro pelo elementos que citei acima!

Resumindo: é um filme bom; com uma história realmente boa, mas tinha potencial pra ser um filme muito melhor! Vale o play, será um ótimo entretenimento, mas não é um filme inesquecível!

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Um advogado com princípios muito enraizados que, por uma circunstância de vida, faz uma escolha errada. Não é uma história tão original, mas te prende do começo ao fim!

Roman J. Israel (Denzel Washington) é um inteligente advogado que trabalha há muito tempo em uma firma de advocacia que ajudava pessoas de baixa renda. Roman era uma espécie de coadjuvante, não ia aos tribunais, conhecia todos os casos e ajudava na sua resolução, mas sempre atuando nos bastidores. Quando, inesperadamente, seu sócio morre, o protagonista acaba se envolvendo na situação da empresa e acaba tendo que começar a aparecer mais, porém com a projeção vem a responsabilidade e é aí que Roman J. Israel começa a se perder entre seu idealismo e a necessidade de se transformar em algo maior!

"Roman J. Israel" já se define pelo título - É um filme de personagem e embora eu ache o Denzel Washington um péssimo "perdedor" (vide a cara feia no Oscar 2017), ele está impecável no papel. Foi realmente merecida sua indicação como "Melhor Ator" em 2018. Já o filme, olha, é bom, mas tem um "problema" de roteiro que pode incomodar os mais exigentes - o primeiro ato é muito longo, com isso o clímax e o desfecho são pouco desenvolvidos. Quando a história pega, faltam só 40 minutos para acabar o filme e dá a impressão que tudo acaba sendo resolvido com muita pressa. Tinha um potencial de exploração muito maior (e aí não sei se foi o Estúdio que mandou cortar) porque a trama é bem amarradinha no segundo ato, criando uma sensação de angústia muito grande em quem assiste, mas, infelizmente, acaba rápido demais! O ritmo muda tão drasticamente que no final surge aquele: "Já?"!!!

O diretor é o Dan Gilroy, o mesmo do excelente "Nightcrawler" (O Abutre). Ele constrói muito bem essa atmosfera de tensão (inclusive porque é ele que escreve os roteiros que filma), mas em "Roman J. Israel, Esq.", embora competente demais na direção, seguro e sem querer aparecer muito, achei que acabou derrapando no roteiro pelo elementos que citei acima!

Resumindo: é um filme bom; com uma história realmente boa, mas tinha potencial pra ser um filme muito melhor! Vale o play, será um ótimo entretenimento, mas não é um filme inesquecível!

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Seberg

"Seberg", que no Brasil ganhou o subtítulo de "Contra Todos", passou quase despercebido pelos cinemas em 2020 e, sinceramente, merecia mais atenção. Primeiro pela força de uma história real, de fato, surpreendente e segundo pelo excelente trabalho de Kristen Stewart como protagonista.

Para quem não conhece, Seberg foi uma verdadeira estrela de um movimento cinematográfico francês chamado Nouvelle Vague,trabalhando com nomes consagrados como Jean-Luc Godard e François Truffaut. Embora tenha evitado Hollywood ao máximo, Seberg acabou escalada para viverJoana D’Arc de Otto Preminger, porém um acidente durante as filmagens quase matou a atriz queimada. Embora o filme pontue esse fato, é o inicio do romance com Hakim Jamal (Anthony Mackie), integrante dos Panteras Negras, e sua relação com o movimento dos direitos civis, que transformaram uma investigação feita pelo FBI no maior pesadelo da sua vida. Confira o trailer:

O fato do roteiro focar em um breve recorte da vida de Jean Seberg ajuda no desenvolvimento do drama pela qual a atriz passou, mas nos distancia do entendimento sobre o tamanho e a importância que ela tinha como figura pública. Dito isso, demoramos um pouco mais para mergulhar nas aflições da personagem - fato que não aconteceu em "Judy", por exemplo. Porém, assim que nos familiarizamos com o contexto politico e social da época e nos reconhecemos na forma como a atriz reage aos absurdos raciais, claro, tudo passa a fluir melhor. Kristen Stewart tem muito mérito nisso, já que seu trabalho explora todas as camadas de uma estrela, cheia de problemas pessoais, mas incrivelmente a frente do seu tempo. Vince Vaughn como o veterano radical e sem escrúpulos que trabalha no FBI, Carl Kowalski, também merece elogios. Reparem!

O interessante de "Seberg contra Todos", além de apresentar uma personagem forte e uma história que merecia ser contada, é a forma cruel como os fatos vão sendo construídos e como, pouco a pouco, isso vai interferindo na vida (e na sanidade) da protagonista. Saiba que o filme tem um caminho, uma direção clara, que impede maiores distrações, com isso tudo fica engessado e não dá tempo de provocar muitas reflexões como em "Infiltrado na Klan" ou em "Os Sete de Chicago"- para citar produções com eventos de uma mesma época e que trazem muitas referências. Independente disso, a recomendação é das mais tranquilas: trata-se de um ótimo filme, que acabou sendo deixado de lado injustamente e que merece muito o seu play!

Antes de terminar, mais uma observação: Rachel Morrison, jovem indicada ao Oscar na categoria "Melhor Fotografia" por "Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi" de 2017, e que também trabalhou em "Pantera Negra" (2018), mais uma vez dá um show - o trabalho dela em "Seberg" é digno de prêmios!

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"Seberg", que no Brasil ganhou o subtítulo de "Contra Todos", passou quase despercebido pelos cinemas em 2020 e, sinceramente, merecia mais atenção. Primeiro pela força de uma história real, de fato, surpreendente e segundo pelo excelente trabalho de Kristen Stewart como protagonista.

Para quem não conhece, Seberg foi uma verdadeira estrela de um movimento cinematográfico francês chamado Nouvelle Vague,trabalhando com nomes consagrados como Jean-Luc Godard e François Truffaut. Embora tenha evitado Hollywood ao máximo, Seberg acabou escalada para viverJoana D’Arc de Otto Preminger, porém um acidente durante as filmagens quase matou a atriz queimada. Embora o filme pontue esse fato, é o inicio do romance com Hakim Jamal (Anthony Mackie), integrante dos Panteras Negras, e sua relação com o movimento dos direitos civis, que transformaram uma investigação feita pelo FBI no maior pesadelo da sua vida. Confira o trailer:

O fato do roteiro focar em um breve recorte da vida de Jean Seberg ajuda no desenvolvimento do drama pela qual a atriz passou, mas nos distancia do entendimento sobre o tamanho e a importância que ela tinha como figura pública. Dito isso, demoramos um pouco mais para mergulhar nas aflições da personagem - fato que não aconteceu em "Judy", por exemplo. Porém, assim que nos familiarizamos com o contexto politico e social da época e nos reconhecemos na forma como a atriz reage aos absurdos raciais, claro, tudo passa a fluir melhor. Kristen Stewart tem muito mérito nisso, já que seu trabalho explora todas as camadas de uma estrela, cheia de problemas pessoais, mas incrivelmente a frente do seu tempo. Vince Vaughn como o veterano radical e sem escrúpulos que trabalha no FBI, Carl Kowalski, também merece elogios. Reparem!

O interessante de "Seberg contra Todos", além de apresentar uma personagem forte e uma história que merecia ser contada, é a forma cruel como os fatos vão sendo construídos e como, pouco a pouco, isso vai interferindo na vida (e na sanidade) da protagonista. Saiba que o filme tem um caminho, uma direção clara, que impede maiores distrações, com isso tudo fica engessado e não dá tempo de provocar muitas reflexões como em "Infiltrado na Klan" ou em "Os Sete de Chicago"- para citar produções com eventos de uma mesma época e que trazem muitas referências. Independente disso, a recomendação é das mais tranquilas: trata-se de um ótimo filme, que acabou sendo deixado de lado injustamente e que merece muito o seu play!

Antes de terminar, mais uma observação: Rachel Morrison, jovem indicada ao Oscar na categoria "Melhor Fotografia" por "Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi" de 2017, e que também trabalhou em "Pantera Negra" (2018), mais uma vez dá um show - o trabalho dela em "Seberg" é digno de prêmios!

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Segredos Oficiais

"Segredos Oficiais" é um daqueles dramas políticos de revirar o estômago, ainda mais por se tratar de um história real e muito recente. Seguindo a história por trás do excelente "Vice", que mostra o lado americano, ou melhor: os bastidores da decisão que levaram o EUA atacar o Iraque pós 11 de setembro; esse filme do diretor sul-africano Gavin Hood (de X-Men Origens: Wolverine), acompanha a história de Katherine Gun (Keira Knightley), uma agente britânica da GCHQ (ou Government Communications Headquarters) que atuava, basicamente, coletando informações como tradutora de mandarim. Porém, em 2003, ela e seus colegas receberam ordens através de um e-mail para que buscassem informações sobre membros do Conselho de Segurança da ONU que pudessem ser utilizados para chantagear seis países a votarem a favor da Guerra do Iraque. Reconhecendo a ilegalidade daquela ordem e a maneira manipuladora como Tony Blair informava os cidadãos britânicos sobre sua relação com Bush, Katherine resolveu divulgar esse e-mail através do “The Observer”, quebrando assim o "Ato de Segredos Oficiais" - o que resultou em um processo que colocou em risco sua vida, sua carreira e seu casamento! Confira o trailer:

Talvez sem o peso de tantas informações bastante complexas ou até de uma cadeia de intrigas tão bem estruturadas como em "O Relatório""Segredos Oficiais" entrega um filme interessante, dinâmico e muito bem realizado - uma excelente opção para quem gosta do gênero. Talvez o grande mérito do filme seja o de humanizar a protagonista, mostrando suas fraquezas e dúvidas, ao mesmo tempo em que age baseada em seus princípios e se enche de coragem para vazar o documento. Mesmo sem grandes inovações narrativas, temos um roteiro equilibrado e que não se preocupa com alegorias visuais e sim em traçar uma linha temporal coerente com os acontecimentos que marcaram a história e, principalmente, transformaram a vida de Katherine Gun durante pouco mais de um ano! Vale seu play, com a mais absoluta certeza!

Apesar de se tratar de um filme baseado em histórias reais e relativamente recente, "Segredos Oficiais" resiste ao impulso de idealizar seus heróis ou exacerbar um patriotismo unilateral pautado em uma bandeira pacifista. O fato de vermos Katherine insegura em diversos momentos ou de se arrepender de suas decisões, ao mesmo tempo em que acompanhamos as falhas de revisão do próprio “The Observer” ao publicar a matéria do jornalista Martin Bright (Matt Smith) que se delicia com o meteórico sucesso, mas logo depois é questionado sobre a veracidade da sua reportagem ou até quando Ben Emmerson (Ralph Fiennes), advogado que se utiliza de um argumento extremamente arriscado na defesa de Gun na tentativa de desqualificar a procuradoria nos tribunais. Essa humanização dos personagens, mostrando suas falhas e egos ajuda demais na identificação com o público e cria uma tensão quase documental durante a apresentação dos fatos.

Gavin Hood faz o seu arroz com feijão de uma forma muito competente e acredito que sua familiaridade com a atuação tenha contribuído para o excelente trabalho que realizou com todo o elenco. Keira Knightley e Ralph Fiennes chamam atenção por uma performance sem nenhum exagero (acreditem se quiser). O conceito estético que Hood imprimiu também me agradou: misturar ficção com imagens de arquivo da época sempre funciona, mas a forma como ele integrou na narrativa ficou extremamente natural - até quando vem um tom mais crítico sobre meios de comunicação que colocam suas ideologias e interesses acima da própria notícia ou que mudam seus discursos de acordo com a quantidade de dinheiro e exposição que uma matéria pode gerar.

O filme chegou a concorrer ao prêmio de melhor filme no Festival de Hamburgo em 2019, o que chancela a qualidade de "Segredos Oficiais". Vale muito pela história, pela qualidade da produção e do elenco. Um ótimo entretenimento e um material quase complementar ao já citado "Vice" do Adam McKay.

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"Segredos Oficiais" é um daqueles dramas políticos de revirar o estômago, ainda mais por se tratar de um história real e muito recente. Seguindo a história por trás do excelente "Vice", que mostra o lado americano, ou melhor: os bastidores da decisão que levaram o EUA atacar o Iraque pós 11 de setembro; esse filme do diretor sul-africano Gavin Hood (de X-Men Origens: Wolverine), acompanha a história de Katherine Gun (Keira Knightley), uma agente britânica da GCHQ (ou Government Communications Headquarters) que atuava, basicamente, coletando informações como tradutora de mandarim. Porém, em 2003, ela e seus colegas receberam ordens através de um e-mail para que buscassem informações sobre membros do Conselho de Segurança da ONU que pudessem ser utilizados para chantagear seis países a votarem a favor da Guerra do Iraque. Reconhecendo a ilegalidade daquela ordem e a maneira manipuladora como Tony Blair informava os cidadãos britânicos sobre sua relação com Bush, Katherine resolveu divulgar esse e-mail através do “The Observer”, quebrando assim o "Ato de Segredos Oficiais" - o que resultou em um processo que colocou em risco sua vida, sua carreira e seu casamento! Confira o trailer:

Talvez sem o peso de tantas informações bastante complexas ou até de uma cadeia de intrigas tão bem estruturadas como em "O Relatório""Segredos Oficiais" entrega um filme interessante, dinâmico e muito bem realizado - uma excelente opção para quem gosta do gênero. Talvez o grande mérito do filme seja o de humanizar a protagonista, mostrando suas fraquezas e dúvidas, ao mesmo tempo em que age baseada em seus princípios e se enche de coragem para vazar o documento. Mesmo sem grandes inovações narrativas, temos um roteiro equilibrado e que não se preocupa com alegorias visuais e sim em traçar uma linha temporal coerente com os acontecimentos que marcaram a história e, principalmente, transformaram a vida de Katherine Gun durante pouco mais de um ano! Vale seu play, com a mais absoluta certeza!

Apesar de se tratar de um filme baseado em histórias reais e relativamente recente, "Segredos Oficiais" resiste ao impulso de idealizar seus heróis ou exacerbar um patriotismo unilateral pautado em uma bandeira pacifista. O fato de vermos Katherine insegura em diversos momentos ou de se arrepender de suas decisões, ao mesmo tempo em que acompanhamos as falhas de revisão do próprio “The Observer” ao publicar a matéria do jornalista Martin Bright (Matt Smith) que se delicia com o meteórico sucesso, mas logo depois é questionado sobre a veracidade da sua reportagem ou até quando Ben Emmerson (Ralph Fiennes), advogado que se utiliza de um argumento extremamente arriscado na defesa de Gun na tentativa de desqualificar a procuradoria nos tribunais. Essa humanização dos personagens, mostrando suas falhas e egos ajuda demais na identificação com o público e cria uma tensão quase documental durante a apresentação dos fatos.

Gavin Hood faz o seu arroz com feijão de uma forma muito competente e acredito que sua familiaridade com a atuação tenha contribuído para o excelente trabalho que realizou com todo o elenco. Keira Knightley e Ralph Fiennes chamam atenção por uma performance sem nenhum exagero (acreditem se quiser). O conceito estético que Hood imprimiu também me agradou: misturar ficção com imagens de arquivo da época sempre funciona, mas a forma como ele integrou na narrativa ficou extremamente natural - até quando vem um tom mais crítico sobre meios de comunicação que colocam suas ideologias e interesses acima da própria notícia ou que mudam seus discursos de acordo com a quantidade de dinheiro e exposição que uma matéria pode gerar.

O filme chegou a concorrer ao prêmio de melhor filme no Festival de Hamburgo em 2019, o que chancela a qualidade de "Segredos Oficiais". Vale muito pela história, pela qualidade da produção e do elenco. Um ótimo entretenimento e um material quase complementar ao já citado "Vice" do Adam McKay.

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Segurança em Jogo

"Segurança em Jogo" (ou Bodyguard) é daquelas séries que chegam na Netflix e ninguém dá muita bola. Essa produção da BBC (inglesa) foi a mais assistida no Reino Unido nessa década. Seu último episódio teve uma audiência de pelo menos 17 milhões de pessoas e, mesmo assim, não tivemos nenhuma grande campanha de marketing para sua chegada no streaming aqui no Brasil. O cartaz que a Netflix escolheu é muito parecido com o de "Designer Survivor" que, mesmo sendo uma série razoável, não está entre as mais queridas e, certamente, não atrairia um grande público. Até o ator principal, Richard Madden, o finado Robb Stark, está irreconhecível - eu mesmo demorei muito para ligar o nome a pessoa! Ou seja, nada chama pra série - o que é um pecado!!!! Bom, disse tudo isso para afirmar que "Segurança em Jogo" é uma surpresa tão boa quanto "La Casa de Papel" (que também chegou quietinha).

Se você gostou de "Homeland", você já sabe qual série precisa maratonar - e você vai nos agradecer por isso! Veja o trailer:

David Budd (Richard Madden) é um veterano de guerra que agora trabalha para o Serviço de Polícia Metropolitano de Londres. Quando ele é designado para ser o guarda-costas da secretária do Ministério de Administração Interna do Reino Unido, cuja política representa tudo o que despreza, Budd se vê dividido entre seu dever como profissional e suas crenças como pessoa - mais ou menos como colocar o Jack Bauer para proteger o Donald Trump (rs)! Só por esse story line já seria possível imaginar o potencial da história e os conflitos que poderiam gerar, mas depois de você assistir a primeira sequência do piloto, vai ser impossível você não querer ir até o final.

Os primeiros 20 minutos são grandiosos, como poucas vezes eu vi em uma série. O diretor cria um ambiente de tensão digno dos melhores tempos de "24 horas". O interessante é que o ritmo pode até diminuir (o que é natural), mas nunca deixa de ser convidativo para continuar acompanhando a saga do protagonista. Claro que tem alguns elementos de gênero completamente batidos, mas quando você acha que a história entra na zona de conforto, vem uma virada que te tira do eixo - você vai saber do que eu estou falando!

É assim, um drama politico da melhor qualidade, muito bem produzido pela World Productions e, na minha opinião, mesmo com um protagonista parecendo um pouco canastrão em vários momentos, em nada prejudica a ótima experiência que é assistir "Segurança em Jogo". Roteiro bom, excelente direção, super-produção, fotografia linda e um destaque especial para a atuação da Keeley Hawes.

São 6 episódios de 55 minutos em média. Assista, porque é entretenimento de primeira!

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"Segurança em Jogo" (ou Bodyguard) é daquelas séries que chegam na Netflix e ninguém dá muita bola. Essa produção da BBC (inglesa) foi a mais assistida no Reino Unido nessa década. Seu último episódio teve uma audiência de pelo menos 17 milhões de pessoas e, mesmo assim, não tivemos nenhuma grande campanha de marketing para sua chegada no streaming aqui no Brasil. O cartaz que a Netflix escolheu é muito parecido com o de "Designer Survivor" que, mesmo sendo uma série razoável, não está entre as mais queridas e, certamente, não atrairia um grande público. Até o ator principal, Richard Madden, o finado Robb Stark, está irreconhecível - eu mesmo demorei muito para ligar o nome a pessoa! Ou seja, nada chama pra série - o que é um pecado!!!! Bom, disse tudo isso para afirmar que "Segurança em Jogo" é uma surpresa tão boa quanto "La Casa de Papel" (que também chegou quietinha).

Se você gostou de "Homeland", você já sabe qual série precisa maratonar - e você vai nos agradecer por isso! Veja o trailer:

David Budd (Richard Madden) é um veterano de guerra que agora trabalha para o Serviço de Polícia Metropolitano de Londres. Quando ele é designado para ser o guarda-costas da secretária do Ministério de Administração Interna do Reino Unido, cuja política representa tudo o que despreza, Budd se vê dividido entre seu dever como profissional e suas crenças como pessoa - mais ou menos como colocar o Jack Bauer para proteger o Donald Trump (rs)! Só por esse story line já seria possível imaginar o potencial da história e os conflitos que poderiam gerar, mas depois de você assistir a primeira sequência do piloto, vai ser impossível você não querer ir até o final.

Os primeiros 20 minutos são grandiosos, como poucas vezes eu vi em uma série. O diretor cria um ambiente de tensão digno dos melhores tempos de "24 horas". O interessante é que o ritmo pode até diminuir (o que é natural), mas nunca deixa de ser convidativo para continuar acompanhando a saga do protagonista. Claro que tem alguns elementos de gênero completamente batidos, mas quando você acha que a história entra na zona de conforto, vem uma virada que te tira do eixo - você vai saber do que eu estou falando!

É assim, um drama politico da melhor qualidade, muito bem produzido pela World Productions e, na minha opinião, mesmo com um protagonista parecendo um pouco canastrão em vários momentos, em nada prejudica a ótima experiência que é assistir "Segurança em Jogo". Roteiro bom, excelente direção, super-produção, fotografia linda e um destaque especial para a atuação da Keeley Hawes.

São 6 episódios de 55 minutos em média. Assista, porque é entretenimento de primeira!

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Sergio

Estava muito ansioso para assistir "Sergio" - filme sobre o diplomata Sergio Viera de Mello, morto em um ataque terrorista em Bagdá, mas também estava muito receoso com a escolha do diretor Greg Barker, um documentarista com nenhuma experiência em dramaturgia. Pois bem, meu receio se confirmou, mas o maior problema do filme está no seu roteiro e talvez Baker tenha muita culpa disso como com explicar mais a frente.

Baseado no livro "O homem que queria salvar o mundo: Uma biografia de Sergio Vieira de Mello" de Samantha Power, o filme acompanha os momentos mais marcantes do brasileiro Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura) que dedicou a maior parte de sua carreira como diplomata da ONU trabalhando nas regiões mais instáveis do mundo, negociando habilmente com presidentes, revolucionários e criminosos de guerra para proteger a vida de pessoas comuns. Porém, assim que Sergio chega para uma missão em Bagdá, recém-mergulhada no caos após a invasão americana, uma explosão de um carro bomba faz com que as paredes da sede da ONU caiam literalmente sobre ele, desencadeando uma emocionante luta entre vida e morte. Confira o trailer:

De fato "Sergio" não é um filme ruim, mas quando um diretor se propõe a contar a história de uma personalidade tão importante pelas suas ações humanitárias e relacionamentos políticos que interferiram ativamente na história recente desse planeta, é de se esperar muito mais do que um romance água com açúcar como vemos em 1/3 do filme! Aliás, o tempo que o roteiro perde para contar a história de amor entre Sergio e Carolina é completamente desproporcional à quantidade de assuntos políticos (lei-se intrigas) que o filme deixou de explorar. Dito isso, "Sergio" é um filme muito bem realizado, com dois atores acima da média, uma fotografia linda e um roteiro fraco. O resultado final ainda é um filme mediano, que deve ser esquecido em poucas semanas, mas que merece ser assistido pelo tamanho e importância do seu protagonista!

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Estava muito ansioso para assistir "Sergio" - filme sobre o diplomata Sergio Viera de Mello, morto em um ataque terrorista em Bagdá, mas também estava muito receoso com a escolha do diretor Greg Barker, um documentarista com nenhuma experiência em dramaturgia. Pois bem, meu receio se confirmou, mas o maior problema do filme está no seu roteiro e talvez Baker tenha muita culpa disso como com explicar mais a frente.

Baseado no livro "O homem que queria salvar o mundo: Uma biografia de Sergio Vieira de Mello" de Samantha Power, o filme acompanha os momentos mais marcantes do brasileiro Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura) que dedicou a maior parte de sua carreira como diplomata da ONU trabalhando nas regiões mais instáveis do mundo, negociando habilmente com presidentes, revolucionários e criminosos de guerra para proteger a vida de pessoas comuns. Porém, assim que Sergio chega para uma missão em Bagdá, recém-mergulhada no caos após a invasão americana, uma explosão de um carro bomba faz com que as paredes da sede da ONU caiam literalmente sobre ele, desencadeando uma emocionante luta entre vida e morte. Confira o trailer:

De fato "Sergio" não é um filme ruim, mas quando um diretor se propõe a contar a história de uma personalidade tão importante pelas suas ações humanitárias e relacionamentos políticos que interferiram ativamente na história recente desse planeta, é de se esperar muito mais do que um romance água com açúcar como vemos em 1/3 do filme! Aliás, o tempo que o roteiro perde para contar a história de amor entre Sergio e Carolina é completamente desproporcional à quantidade de assuntos políticos (lei-se intrigas) que o filme deixou de explorar. Dito isso, "Sergio" é um filme muito bem realizado, com dois atores acima da média, uma fotografia linda e um roteiro fraco. O resultado final ainda é um filme mediano, que deve ser esquecido em poucas semanas, mas que merece ser assistido pelo tamanho e importância do seu protagonista!

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Sob Suspeita: O Caso Wesphael

A Netflix continua apostando em séries documentais que abordam histórias de crimes reais. Se você gostou de "The Jinx", “The Staircase”, “Cenas de um Homicídio: Uma Família Vizinha” e “Amanda Knox”, não deixe de assistir “Sob Suspeita: O Caso Wesphael”. Em cinco episódios de pouco mais de 30 minutos, o diretor Alain Brunard se aproveita de um ótimo roteiro de Georges Huercano, Yann Le Gal e Pascal Vrebos para mostrar o polêmico caso do político belga Bernard Wesphael, acusado de assassinar a esposa Véronique Pirotton, em 2013.

O crime chamou a atenção da mídia na época pelo fato de que, embora as investigações e todas as evidências o apontassem como culpado, Wesphael sustentou até o fim seu argumento de inocência, apesar de ter sido a única pessoa que esteve com Véronique naquela noite e de haver relatos de testemunhas que afirmaram ter escutado sons suspeitos vindos do quarto deles.

O casal, que estava recém-separado, estaria tentando uma reconciliação num hotel em Ostende, cidade turística belga, quando Véronique foi encontrada morta no banheiro, com um saco plástico na cabeça e vários hematomas pelo corpo. Mesmo que parecendo impossível, a tese sustentada por Wesphael foi a de que ela havia cometido suicídio.

A série, como todos já devem saber, não traz soluções para o crime e isso não é exatamente um problema, já que, como muitas de suas antecessoras, a narrativa acaba focando em um dos personagens, no caso o político, que insiste na versão de um possível comportamento autodestrutivo da ex-mulher, que envolvia desde a infidelidade, tendências suicidas até o consumo excessivo de álcool e medicamentos - os depoimentos Wesphael para o documentário são impressionantes. 

Infelizmente Véronique não tem voz, apenas sua irmã, um primo e alguns jornalistas tentam mostrar um outro lado da personalidade da vitima e sua relação conflituosa com o acusado. O fato é que ficamos sem uma conclusão sobre o que de fato aconteceu, porém a produção tem o mérito de prender a atenção da audiência desde o primeiro minuto da narrativa e a todo momento, provocando cada um de nós a tirar nossas próprias conclusões, independente do veredito ou de todas as evidências apresentadas. 

Vale muito a pena, mas será preciso ter estômago ou, no mínimo, uma boa dose de isenção para traçar mentalmente todas as possibilidades - e posso garantir, não são muitas!

Escrito por Ana Cristina Paixão com Edição de André Siqueira

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A Netflix continua apostando em séries documentais que abordam histórias de crimes reais. Se você gostou de "The Jinx", “The Staircase”, “Cenas de um Homicídio: Uma Família Vizinha” e “Amanda Knox”, não deixe de assistir “Sob Suspeita: O Caso Wesphael”. Em cinco episódios de pouco mais de 30 minutos, o diretor Alain Brunard se aproveita de um ótimo roteiro de Georges Huercano, Yann Le Gal e Pascal Vrebos para mostrar o polêmico caso do político belga Bernard Wesphael, acusado de assassinar a esposa Véronique Pirotton, em 2013.

O crime chamou a atenção da mídia na época pelo fato de que, embora as investigações e todas as evidências o apontassem como culpado, Wesphael sustentou até o fim seu argumento de inocência, apesar de ter sido a única pessoa que esteve com Véronique naquela noite e de haver relatos de testemunhas que afirmaram ter escutado sons suspeitos vindos do quarto deles.

O casal, que estava recém-separado, estaria tentando uma reconciliação num hotel em Ostende, cidade turística belga, quando Véronique foi encontrada morta no banheiro, com um saco plástico na cabeça e vários hematomas pelo corpo. Mesmo que parecendo impossível, a tese sustentada por Wesphael foi a de que ela havia cometido suicídio.

A série, como todos já devem saber, não traz soluções para o crime e isso não é exatamente um problema, já que, como muitas de suas antecessoras, a narrativa acaba focando em um dos personagens, no caso o político, que insiste na versão de um possível comportamento autodestrutivo da ex-mulher, que envolvia desde a infidelidade, tendências suicidas até o consumo excessivo de álcool e medicamentos - os depoimentos Wesphael para o documentário são impressionantes. 

Infelizmente Véronique não tem voz, apenas sua irmã, um primo e alguns jornalistas tentam mostrar um outro lado da personalidade da vitima e sua relação conflituosa com o acusado. O fato é que ficamos sem uma conclusão sobre o que de fato aconteceu, porém a produção tem o mérito de prender a atenção da audiência desde o primeiro minuto da narrativa e a todo momento, provocando cada um de nós a tirar nossas próprias conclusões, independente do veredito ou de todas as evidências apresentadas. 

Vale muito a pena, mas será preciso ter estômago ou, no mínimo, uma boa dose de isenção para traçar mentalmente todas as possibilidades - e posso garantir, não são muitas!

Escrito por Ana Cristina Paixão com Edição de André Siqueira

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Sobrevivendo ao 11/9

"Sobrevivendo ao 11/9" foi um dos últimos documentários a chegar no streaming após os especiais de 20 anos dos atentados terroristas aos EUA. Cercado de muita expectativa, essa produção da BBC foi indicada ao BAFTA de 2022 e certamente é um dos materiais mais humanos sobre o assunto - muito desse mérito é responsabilidade do diretor Arthur Cary (de "The Last Survivors") que foi capaz de encontrar em depoimentos muito particulares, o sentimento real do que aquela experiência representou para cada uma daquelas pessoas. Eu diria que o filme fala, basicamente, sobre o trauma do 11 de setembro!

"Surviving 9/11" (no original) tem pouco mais de 90 minutos de duração e retrata o período de duas horas dos ataques terroristas que mudaram o mundo e a vida de quem presenciou tudo, em uma interação entre passado e presente. Com imagens inéditas e um roteiro muito bem amarrado, o filme encontra em seus personagens, histórias surpreendentes e muito emocionantes. Confira o trailer (em inglês):

É possível que algumas das histórias que você vai encontrar nesse documentário, você já conheça. A forma como ele está envelopado, é que vai colocar a mesma história em outro patamar. O trabalho jornalístico do diretor Arthur Cary é tão importantequanto a qualidade cinematográfica de como ele constrói a narrativa visualmente. Embora o filme não se aprofunde em nenhuma das histórias, ele conecta os fatos de uma maneira muito inteligente, pois se apoia na emoção de quem esteve lá ou perdeu alguém muito próximo naquela manhã enrolada de setembro - existe muita honestidade sentimental nos depoimentos.

Embora as imagens dos ataques ao World Trade Center sejam impactantes - e aqui eu destaco o plano do segundo avião se chocando com uma das torres; é no fator humano que o roteiro se apoia. A história de um bombeiro que se preparava para entrar na Torre Sul e que foi atingido por uma mulher que se jogou, contada por sua esposa, é de cortar o coração. Ou da jovem oficial da aeronáutica de decolou com seu caça para colidir com o United 93 já que não houve tempo de carregar seu avião com mísseis, também é impressionante. Mas os depoimentos não param em Nova York, pela primeira vez uma testumunha ocular conta como o avião se chocou com o Pentágono e outro, em como o United praticamente se desintegrou ao encontrar o solo do condado de Somerset, naPensilvânia.

Com tantos documentários sobre os ataques de 11 de setembro já produzidos, os últimos tendem a requentar algumas histórias - não é o caso de "Sobrevivendo ao 11/9", porém é preciso que se diga que o filme não é o que traz as imagens mais impressionantes ou visualmente impactantes, mas com certeza está entre os melhores se considerarmos a qualidade cinematográfica da obra como um todo. Para quem gosta do assunto e já conferiu a seleção que fizemos para o Blog da Viu Review, o play é obrigatório!

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"Sobrevivendo ao 11/9" foi um dos últimos documentários a chegar no streaming após os especiais de 20 anos dos atentados terroristas aos EUA. Cercado de muita expectativa, essa produção da BBC foi indicada ao BAFTA de 2022 e certamente é um dos materiais mais humanos sobre o assunto - muito desse mérito é responsabilidade do diretor Arthur Cary (de "The Last Survivors") que foi capaz de encontrar em depoimentos muito particulares, o sentimento real do que aquela experiência representou para cada uma daquelas pessoas. Eu diria que o filme fala, basicamente, sobre o trauma do 11 de setembro!

"Surviving 9/11" (no original) tem pouco mais de 90 minutos de duração e retrata o período de duas horas dos ataques terroristas que mudaram o mundo e a vida de quem presenciou tudo, em uma interação entre passado e presente. Com imagens inéditas e um roteiro muito bem amarrado, o filme encontra em seus personagens, histórias surpreendentes e muito emocionantes. Confira o trailer (em inglês):

É possível que algumas das histórias que você vai encontrar nesse documentário, você já conheça. A forma como ele está envelopado, é que vai colocar a mesma história em outro patamar. O trabalho jornalístico do diretor Arthur Cary é tão importantequanto a qualidade cinematográfica de como ele constrói a narrativa visualmente. Embora o filme não se aprofunde em nenhuma das histórias, ele conecta os fatos de uma maneira muito inteligente, pois se apoia na emoção de quem esteve lá ou perdeu alguém muito próximo naquela manhã enrolada de setembro - existe muita honestidade sentimental nos depoimentos.

Embora as imagens dos ataques ao World Trade Center sejam impactantes - e aqui eu destaco o plano do segundo avião se chocando com uma das torres; é no fator humano que o roteiro se apoia. A história de um bombeiro que se preparava para entrar na Torre Sul e que foi atingido por uma mulher que se jogou, contada por sua esposa, é de cortar o coração. Ou da jovem oficial da aeronáutica de decolou com seu caça para colidir com o United 93 já que não houve tempo de carregar seu avião com mísseis, também é impressionante. Mas os depoimentos não param em Nova York, pela primeira vez uma testumunha ocular conta como o avião se chocou com o Pentágono e outro, em como o United praticamente se desintegrou ao encontrar o solo do condado de Somerset, naPensilvânia.

Com tantos documentários sobre os ataques de 11 de setembro já produzidos, os últimos tendem a requentar algumas histórias - não é o caso de "Sobrevivendo ao 11/9", porém é preciso que se diga que o filme não é o que traz as imagens mais impressionantes ou visualmente impactantes, mas com certeza está entre os melhores se considerarmos a qualidade cinematográfica da obra como um todo. Para quem gosta do assunto e já conferiu a seleção que fizemos para o Blog da Viu Review, o play é obrigatório!

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Sobreviventes

"Sobreviventes" (que por aqui ainda ganhou o complemento de "Depois do Terremoto"), por incrível que pareça, não é um "filme-catátrofe" - pelo menos não em sua essência. O que quero dizer é que essa produção coreana dirigida pelo talentoso Tae-hwa Eom (de "Desaparecimento: O Garoto que Retornou") está mais para um drama social ao melhor estilo "Parasita" do que para um thriller de ação e efeitos especiais como "Terremoto: A Falha de San Andreas". Aliás, essa confusão conceitual muito se dá pelo fato de não se ter mantido o título original do filme aqui no Brasil, algo como "Concreto Utópico", em tradução livre - que certamente se conecta muito melhor com o que assistimos na tela! Veja, aqui não se trata de "por que" toda a cidade de Seul foi destruída por um terremoto de proporções inimagináveis, mas sim "como" os seres humanos que sobreviveram, diante desse cenário apocalíptico, se comportam intimamente e perante o seu semelhante!

A trama, basicamente, acompanha os moradores de um prédio de apartamentos que, milagrosamente, permaneceu intacto após o cataclisma. Com o passar do tempo, refugiados em busca de abrigo devido ao frio glacial que assola Seul e sem qualquer tipo de alimentação, começam a invadir o local, obrigando os moradores a tomarem medidas drásticas para garantir sua sobrevivência. Essa dinâmica segregadora, gera um conflito crescente, expondo os lados mais sombrios e altruístas da alma humana em uma luta moral que vai além da sobrevivência. Confira o trailer (dublado):

"Sobreviventes - Depois do Terremoto" de fato se diferencia por sua capacidade imersiva em um ambiente extremamente claustrofóbico e realista, onde cada metro quadrado se torna palco de tensões e conflitos além do óbvio. Se em um primeiro momento nossa preocupação como audiência é entender a razão pela qual apenas um prédio se manteve em pé após a catástrofe, rapidamente percebemos que o evento em si é apenas o pano de fundo para discussões infinitamente mais profundas. É preciso pontuar que o filme ainda sim tem excelentes sequências que mostram o terremoto acontecendo, no entanto é no cenário caótico posterior que o drama realmente ganha força.

O que vale são os conflitos de relacionamento entre os personagens em uma "nova" dinâmica de poder e influência - mais uma vez o cinema coreano mostra, com muita simbologia, como o ser humano pode ser brutal. A direção de Tae-hwa Eom é precisa e visceral nesse sentido já que ele conduz a trama com um ritmo frenético e um suspense constante sem perder aquela atmosfera de tensão permanente. A câmera de Eom explora com maestria os corredores apertados do prédio, os apartamentos precários e os rostos angustiados dos personagens, criando uma sensação sufocante - a montagem equilibra os cortes rápidos com planos bem estruturados dos embates entres os personagens, o que pontua o tom mais melancólico do filme com as complexas emoções daqueles personagens. Olha, é praticamente impossível não se colocar dentro daquela dinâmica social sem refletir sobre qual seria o melhor caminho para sobreviver!

"Sobreviventes - Depois do Terremoto" é um filme imperdível que obviamente te fará questionar seus próprios limites e que vai te provocar discussões interessantes como a própria fragilidade da civilização diante de eventos catastróficos. Com atuações realmente impecáveis, especialmente de Min-sung (o Park Seo-joon, de "Parasita:), uma direção precisa de Eom e uma história instigante e inteligente ao mesmo tempo, eu te garanto que, embarcando na proposta crítica do diretor, você estará diante de muito mais que um simples entretenimento.

Prepare-se para uma jornada perturbadora que te mostrará o lado mais sombrio e por consequência, o mais resiliente, da humanidade em situações impensáveis. Vale seu play!

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"Sobreviventes" (que por aqui ainda ganhou o complemento de "Depois do Terremoto"), por incrível que pareça, não é um "filme-catátrofe" - pelo menos não em sua essência. O que quero dizer é que essa produção coreana dirigida pelo talentoso Tae-hwa Eom (de "Desaparecimento: O Garoto que Retornou") está mais para um drama social ao melhor estilo "Parasita" do que para um thriller de ação e efeitos especiais como "Terremoto: A Falha de San Andreas". Aliás, essa confusão conceitual muito se dá pelo fato de não se ter mantido o título original do filme aqui no Brasil, algo como "Concreto Utópico", em tradução livre - que certamente se conecta muito melhor com o que assistimos na tela! Veja, aqui não se trata de "por que" toda a cidade de Seul foi destruída por um terremoto de proporções inimagináveis, mas sim "como" os seres humanos que sobreviveram, diante desse cenário apocalíptico, se comportam intimamente e perante o seu semelhante!

A trama, basicamente, acompanha os moradores de um prédio de apartamentos que, milagrosamente, permaneceu intacto após o cataclisma. Com o passar do tempo, refugiados em busca de abrigo devido ao frio glacial que assola Seul e sem qualquer tipo de alimentação, começam a invadir o local, obrigando os moradores a tomarem medidas drásticas para garantir sua sobrevivência. Essa dinâmica segregadora, gera um conflito crescente, expondo os lados mais sombrios e altruístas da alma humana em uma luta moral que vai além da sobrevivência. Confira o trailer (dublado):

"Sobreviventes - Depois do Terremoto" de fato se diferencia por sua capacidade imersiva em um ambiente extremamente claustrofóbico e realista, onde cada metro quadrado se torna palco de tensões e conflitos além do óbvio. Se em um primeiro momento nossa preocupação como audiência é entender a razão pela qual apenas um prédio se manteve em pé após a catástrofe, rapidamente percebemos que o evento em si é apenas o pano de fundo para discussões infinitamente mais profundas. É preciso pontuar que o filme ainda sim tem excelentes sequências que mostram o terremoto acontecendo, no entanto é no cenário caótico posterior que o drama realmente ganha força.

O que vale são os conflitos de relacionamento entre os personagens em uma "nova" dinâmica de poder e influência - mais uma vez o cinema coreano mostra, com muita simbologia, como o ser humano pode ser brutal. A direção de Tae-hwa Eom é precisa e visceral nesse sentido já que ele conduz a trama com um ritmo frenético e um suspense constante sem perder aquela atmosfera de tensão permanente. A câmera de Eom explora com maestria os corredores apertados do prédio, os apartamentos precários e os rostos angustiados dos personagens, criando uma sensação sufocante - a montagem equilibra os cortes rápidos com planos bem estruturados dos embates entres os personagens, o que pontua o tom mais melancólico do filme com as complexas emoções daqueles personagens. Olha, é praticamente impossível não se colocar dentro daquela dinâmica social sem refletir sobre qual seria o melhor caminho para sobreviver!

"Sobreviventes - Depois do Terremoto" é um filme imperdível que obviamente te fará questionar seus próprios limites e que vai te provocar discussões interessantes como a própria fragilidade da civilização diante de eventos catastróficos. Com atuações realmente impecáveis, especialmente de Min-sung (o Park Seo-joon, de "Parasita:), uma direção precisa de Eom e uma história instigante e inteligente ao mesmo tempo, eu te garanto que, embarcando na proposta crítica do diretor, você estará diante de muito mais que um simples entretenimento.

Prepare-se para uma jornada perturbadora que te mostrará o lado mais sombrio e por consequência, o mais resiliente, da humanidade em situações impensáveis. Vale seu play!

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Spotlight

"Spotlight" é de fato marcante e vai te provocar inúmeras reflexões! Dirigido pelo Tom McCarthy (de "Ganhar ou Ganhar: A Vida é um Jogo"), o filme retrata uma das maiores investigações jornalísticas da história recente dos Estados Unidos. Lançado em 2015, o roteiro aborda com maestria, detalhes sobre o escândalo de abusos sexuais envolvendo membros da Igreja Católica em Boston, Massachusetts. Olha, é impressionante como filme apresenta uma análise detalhada da investigação ao mesmo tempo em que nos provoca um olhar critico para temas importantes e indigestos, como o abuso de poder e a influência institucional da Igreja.

O drama vencedor do Oscar de "Melhor Filme" em 2016, acompanha a equipe de jornalistas investigativos do jornal The Boston Globe, conhecida como "Spotlight", enquanto eles se aprofundam na denúncia de abusos sexuais cometidos por padres católicos na cidade de Boston. A história se desenrola de forma envolvente e realista, à medida que a equipe luta para desvendar o caso e expor a verdade por trás do abuso de poder dentro da Igreja. Confira o trailer:

O ponto alto de "Spotlight - Segredos Revelados" é, sem dúvida, sua abordagem sóbria e intensamente realista. O diretor Tom McCarthy opta por uma narrativa linear, focando no desenvolvimento meticuloso da investigação e no impacto que ela tem sobre toda equipe de jornalistas. Aliás, o trabalho dos atores só colabora para validar a escolha desse conceito. Michael Keaton, Mark Ruffalo, Rachel McAdams e Stanley Tucci entregam performances poderosas e emocionalmente densas - chega a ser impressionante a entrega do elenco na construção de algumas camadas tão sensíveis que fica impossível não se identificar com toda aquela cruzada. É como se estivéssemos lá, nessa luta!

O roteiro, também vencedor do Oscar, foi escrito pelo próprio McCarthy com a ajuda de Josh Singer - olha, eu diria que é uma verdadeira obra-prima. Ele equilibra tão bem a complexidade da investigação com os dilemas éticos e morais enfrentados pelos personagens que não são raras a vezes que nos pegamos pensando o que faríamos naquelas situações. Outro ponto interessante do roteiro de "Spotlight" é a forma como ele mergulha no tema da responsabilidade da Igreja, questionando a influência e a força da instituição perante uma comunidade inteira - raparem no senso de urgência que acompanha os personagens na tentativa de expor a verdade, independentemente das consequências dessa decisão. A direção de McCarthy é precisa e minimalista, sem recorrer a artifícios visuais desnecessários ou cair em clichês baratos. Ele enfatiza o trabalho dos jornalistas e o peso das informações reveladas, criando uma atmosfera de tensão crescente ao longo do filme onde uma bela trilha sonora, embora sutil, soa extremamente eficaz como complemento para esse estilo de narrativa.

A grande verdade é que "Spotlight" é muito mais do que um simples filme de investigação. Sua complexidade ideológica está nos detalhes, na forma como ele aponta o problema e estimula o debate, a reflexão. Ao construir a sua narrativa em cima de discussões sobre a hipocrisia, a ética e a coragem, somos diretamente impactados e nos sentimos desafiados a sempre questionar o sistema e a lutar pelo que é certo, mesmo que para isso tenhamos que olhar para os nossos próprios fantasmas como sociedade e enfrenta-los.

Vale muito o seu play!

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"Spotlight" é de fato marcante e vai te provocar inúmeras reflexões! Dirigido pelo Tom McCarthy (de "Ganhar ou Ganhar: A Vida é um Jogo"), o filme retrata uma das maiores investigações jornalísticas da história recente dos Estados Unidos. Lançado em 2015, o roteiro aborda com maestria, detalhes sobre o escândalo de abusos sexuais envolvendo membros da Igreja Católica em Boston, Massachusetts. Olha, é impressionante como filme apresenta uma análise detalhada da investigação ao mesmo tempo em que nos provoca um olhar critico para temas importantes e indigestos, como o abuso de poder e a influência institucional da Igreja.

O drama vencedor do Oscar de "Melhor Filme" em 2016, acompanha a equipe de jornalistas investigativos do jornal The Boston Globe, conhecida como "Spotlight", enquanto eles se aprofundam na denúncia de abusos sexuais cometidos por padres católicos na cidade de Boston. A história se desenrola de forma envolvente e realista, à medida que a equipe luta para desvendar o caso e expor a verdade por trás do abuso de poder dentro da Igreja. Confira o trailer:

O ponto alto de "Spotlight - Segredos Revelados" é, sem dúvida, sua abordagem sóbria e intensamente realista. O diretor Tom McCarthy opta por uma narrativa linear, focando no desenvolvimento meticuloso da investigação e no impacto que ela tem sobre toda equipe de jornalistas. Aliás, o trabalho dos atores só colabora para validar a escolha desse conceito. Michael Keaton, Mark Ruffalo, Rachel McAdams e Stanley Tucci entregam performances poderosas e emocionalmente densas - chega a ser impressionante a entrega do elenco na construção de algumas camadas tão sensíveis que fica impossível não se identificar com toda aquela cruzada. É como se estivéssemos lá, nessa luta!

O roteiro, também vencedor do Oscar, foi escrito pelo próprio McCarthy com a ajuda de Josh Singer - olha, eu diria que é uma verdadeira obra-prima. Ele equilibra tão bem a complexidade da investigação com os dilemas éticos e morais enfrentados pelos personagens que não são raras a vezes que nos pegamos pensando o que faríamos naquelas situações. Outro ponto interessante do roteiro de "Spotlight" é a forma como ele mergulha no tema da responsabilidade da Igreja, questionando a influência e a força da instituição perante uma comunidade inteira - raparem no senso de urgência que acompanha os personagens na tentativa de expor a verdade, independentemente das consequências dessa decisão. A direção de McCarthy é precisa e minimalista, sem recorrer a artifícios visuais desnecessários ou cair em clichês baratos. Ele enfatiza o trabalho dos jornalistas e o peso das informações reveladas, criando uma atmosfera de tensão crescente ao longo do filme onde uma bela trilha sonora, embora sutil, soa extremamente eficaz como complemento para esse estilo de narrativa.

A grande verdade é que "Spotlight" é muito mais do que um simples filme de investigação. Sua complexidade ideológica está nos detalhes, na forma como ele aponta o problema e estimula o debate, a reflexão. Ao construir a sua narrativa em cima de discussões sobre a hipocrisia, a ética e a coragem, somos diretamente impactados e nos sentimos desafiados a sempre questionar o sistema e a lutar pelo que é certo, mesmo que para isso tenhamos que olhar para os nossos próprios fantasmas como sociedade e enfrenta-los.

Vale muito o seu play!

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Succession

Se você é um fã de "Billions" e acha que que já assistiu tudo sobre traições e armações em "Game of Thrones", provavelmente você (como eu) não vai conseguir parar de assistir "Succession" da HBO. A série pega o que tem de melhor dessas séries citadas e se aprofunda ainda mais no desenvolvimento de 5 ou 6 personagens bastante complexos e perturbadores. Ok, então como eu ainda não sabia que uma série tão interessante assim existia? Essa é uma boa pergunta, mas pode confiar: não perca mais tempo, assista e depois me agradeça. 

"Succession" acompanha o dia a dia da Família Roy dona de um dos maiores conglomerados de Mídia e Entretenimento do Mundo. Acontece que as relações dentro dos convívio familiar não são, digamos, tão sadias assim. As disputas pelo poder movem os personagens dentro desse universo corporativo, trabalhando como ninguém aquela linha bastante tênue entre o objetivo pessoal (e privado) e a ganância profissional (e pública) - tudo isso regado a muito dinheiro e ostentação capaz de deixar "Suits" no chinelo!

Logan (Brian Cox) comanda o 5º maior conglomerado de mídia de entretenimento do mundo. O patriarca da família Roy conseguiu construir um verdadeiro império e se tronar um dos homens mais poderosos (e odiados) do mundo. Seu estilo pouco popular de administrar o negócio transformou Logan em um profissional muito bem sucedido, ao mesmo tempo em que foi um pai extremamente autoritário e um ser humano rancoroso, misógino e preconceituoso. Em cima desses valores nada nobres é  que conhecemos Kendall (Jeremy Strong), o segundo filho mais velho, um rapaz esforçado e o mais envolvido com o negócio da família, o problema é que suas referências o tornaram um profissional inseguro, sem alto estima e limitado. Recém separado da mulher Rava e depois de um problema crônico com drogas, Kendall sofre para se tornar alguém respeitado dentro da empresa e principalmente para ganhar a aprovação e o apoio do pai - chega a dar dó! Roman (Kieran Culkin - o irmão de Macaulay) é o caçula, um playboy mimado, preguiçoso e sem noção, completamente sem escrúpulos nos negócios e nas relações pessoais - um perfeito idiota! Shiv (Saraha Snook), a única filha mulher, é completamente desequilibrada emocionalmente, provavelmente o reflexo da criação machista que teve durante toda sua infância. Embora seja uma profissional respeitada na carreira política, Shiv vive interferindo nas decisões da empresa da família e se colocando contra as atitudes egoístas e vaidosas dos irmãos (e muitas vezes do próprio pai). Para finalizar, o filho mais velho, Connor (Alan Ruck), não quer nenhuma ligação com a empresa desde que continue sendo financiado pelo dinheiro "que lhe é de direito"! Completamente fora da realidade, Connor mora em uma fazenda (de luxo) e namora uma jovem atriz de teatro que a família insiste em dizer que é uma prostituta! Outros três personagens coadjuvantes também chamam a atenção por sua importância nas tramas e pela complexidade com que se envolvem nas relações: Greg (Nicholas Braun) um sobrinho distante que quer vencer na vida custe o que custar, Tom (Matthew Macfadyen), noivo de Shiv e um executivo medíocre em busca de ascensão profissional / social e Marcia (Hiam Abbass), a companheira misteriosa de Logan.

A partir do trailer e da descrição dos personagens já dá para se ter uma idéia de como podem ser constrangedoras as situações envolvendo esses pares. Sério, a sensação é que somos colocados em um ambiente fechado, claustrofóbico até, com uma bomba prestes a explodir, só não sabemos exatamente "quando" e nem "como" - isso gera uma espécie de tensão como poucas vezes senti ao assistir uma série (talvez minha única lembrança imediata seja "Breaking Bad"). A relação entre eles é tão superficial e egocêntrica que chega a embrulhar o estômago e essa sensação é muito mérito do conceito estético que o showrunner aplicou na série. Com uma câmera mais solta, os diretores usam muito do "zoom" para nos aproximar da tensão de cada diálogo, trazendo um toque documental para a ficção - mais ou menos como foi feito em "The Office". A fotografia também merece destaque, os planos abertos, além de mostrar uma arquitetura moderna e luxuosa, trás uma Nova Yorke charmosa e agitada como nas já citadas "Billions" e "Suits".

É fato que "Succession" surfa na onda do hype corporativo e da tendência de dramas do mercado financeiro - como citamos recentemente no Blog da Viu Review, porém a série não deixa de ser uma grande (e agradável) surpresa, pois mesmo chegando quietinha, sem muito marketing, acabou levando o Emmy2019 de Melhor Roteiro para Série Dramática com "Nobody is ever missing" - do excelente episódio final da primeira temporada! Ah, a série ainda levou o prêmio de Melhor Música de Abertura! Olha, vale muito a pena, mas é preciso ter estômago, porque os roteiros escancaram, uma cena atrás da outra, aquele famoso ditado de que "dinheiro não traz felicidade" e vai além, trazendo para discussão uma outra pergunta: então, o que é preciso para feliz?

Dê o play sem medo!

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Se você é um fã de "Billions" e acha que que já assistiu tudo sobre traições e armações em "Game of Thrones", provavelmente você (como eu) não vai conseguir parar de assistir "Succession" da HBO. A série pega o que tem de melhor dessas séries citadas e se aprofunda ainda mais no desenvolvimento de 5 ou 6 personagens bastante complexos e perturbadores. Ok, então como eu ainda não sabia que uma série tão interessante assim existia? Essa é uma boa pergunta, mas pode confiar: não perca mais tempo, assista e depois me agradeça. 

"Succession" acompanha o dia a dia da Família Roy dona de um dos maiores conglomerados de Mídia e Entretenimento do Mundo. Acontece que as relações dentro dos convívio familiar não são, digamos, tão sadias assim. As disputas pelo poder movem os personagens dentro desse universo corporativo, trabalhando como ninguém aquela linha bastante tênue entre o objetivo pessoal (e privado) e a ganância profissional (e pública) - tudo isso regado a muito dinheiro e ostentação capaz de deixar "Suits" no chinelo!

Logan (Brian Cox) comanda o 5º maior conglomerado de mídia de entretenimento do mundo. O patriarca da família Roy conseguiu construir um verdadeiro império e se tronar um dos homens mais poderosos (e odiados) do mundo. Seu estilo pouco popular de administrar o negócio transformou Logan em um profissional muito bem sucedido, ao mesmo tempo em que foi um pai extremamente autoritário e um ser humano rancoroso, misógino e preconceituoso. Em cima desses valores nada nobres é  que conhecemos Kendall (Jeremy Strong), o segundo filho mais velho, um rapaz esforçado e o mais envolvido com o negócio da família, o problema é que suas referências o tornaram um profissional inseguro, sem alto estima e limitado. Recém separado da mulher Rava e depois de um problema crônico com drogas, Kendall sofre para se tornar alguém respeitado dentro da empresa e principalmente para ganhar a aprovação e o apoio do pai - chega a dar dó! Roman (Kieran Culkin - o irmão de Macaulay) é o caçula, um playboy mimado, preguiçoso e sem noção, completamente sem escrúpulos nos negócios e nas relações pessoais - um perfeito idiota! Shiv (Saraha Snook), a única filha mulher, é completamente desequilibrada emocionalmente, provavelmente o reflexo da criação machista que teve durante toda sua infância. Embora seja uma profissional respeitada na carreira política, Shiv vive interferindo nas decisões da empresa da família e se colocando contra as atitudes egoístas e vaidosas dos irmãos (e muitas vezes do próprio pai). Para finalizar, o filho mais velho, Connor (Alan Ruck), não quer nenhuma ligação com a empresa desde que continue sendo financiado pelo dinheiro "que lhe é de direito"! Completamente fora da realidade, Connor mora em uma fazenda (de luxo) e namora uma jovem atriz de teatro que a família insiste em dizer que é uma prostituta! Outros três personagens coadjuvantes também chamam a atenção por sua importância nas tramas e pela complexidade com que se envolvem nas relações: Greg (Nicholas Braun) um sobrinho distante que quer vencer na vida custe o que custar, Tom (Matthew Macfadyen), noivo de Shiv e um executivo medíocre em busca de ascensão profissional / social e Marcia (Hiam Abbass), a companheira misteriosa de Logan.

A partir do trailer e da descrição dos personagens já dá para se ter uma idéia de como podem ser constrangedoras as situações envolvendo esses pares. Sério, a sensação é que somos colocados em um ambiente fechado, claustrofóbico até, com uma bomba prestes a explodir, só não sabemos exatamente "quando" e nem "como" - isso gera uma espécie de tensão como poucas vezes senti ao assistir uma série (talvez minha única lembrança imediata seja "Breaking Bad"). A relação entre eles é tão superficial e egocêntrica que chega a embrulhar o estômago e essa sensação é muito mérito do conceito estético que o showrunner aplicou na série. Com uma câmera mais solta, os diretores usam muito do "zoom" para nos aproximar da tensão de cada diálogo, trazendo um toque documental para a ficção - mais ou menos como foi feito em "The Office". A fotografia também merece destaque, os planos abertos, além de mostrar uma arquitetura moderna e luxuosa, trás uma Nova Yorke charmosa e agitada como nas já citadas "Billions" e "Suits".

É fato que "Succession" surfa na onda do hype corporativo e da tendência de dramas do mercado financeiro - como citamos recentemente no Blog da Viu Review, porém a série não deixa de ser uma grande (e agradável) surpresa, pois mesmo chegando quietinha, sem muito marketing, acabou levando o Emmy2019 de Melhor Roteiro para Série Dramática com "Nobody is ever missing" - do excelente episódio final da primeira temporada! Ah, a série ainda levou o prêmio de Melhor Música de Abertura! Olha, vale muito a pena, mas é preciso ter estômago, porque os roteiros escancaram, uma cena atrás da outra, aquele famoso ditado de que "dinheiro não traz felicidade" e vai além, trazendo para discussão uma outra pergunta: então, o que é preciso para feliz?

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The Handmaid's Tale

"The Handmaid's Tale" (ou "O Conto da Aia") é o tipo da série que nos faz assinar um serviço de streaming só para poder assistir todas as temporadas - mais ou menos como foi "House of Cards" nos primórdios da Netflix. Impecável na forma, sensacional no conteúdo - não existe outra forma de definir a série da Hulu que aqui no Brasil está na Globoplay!

Baseado no livro homônimo escrito pela canadense Margaret Atwood, a série conta a história da queda do governo democrático dos EUA e consequentemente a ascensão de uma nova forma de autoridade, a República de Gilead, uma espécie de administração cristã fundamentalista totalitária na qual o respeito às leis sagradas deve ser seguido acima de tudo e onde a mulher passa a ser massacrada como indivíduo, sendo obrigada a servir aos Comandantes para, simplesmente, parir seus filhos - tudo isso pelos olhos de June/Offred (Elisabeth Moss). Confira o trailer:

Impactante visualmente e narrativamente, "The Handmaid's Tale" é uma pérola - mas nem por isso será uma jornada das mais tranquilas. Muito dessa qualidade se dá pelo fato de que a própria autora do livro tenha trabalhado ao lado de Bruce Miller (de "The 4400") na adaptação para a tela desse futuro não tão distópico que toca em elementos muito presentes em nossa sociedade atual que vai do feminismo radical ao fundamentalismo religioso. E não é só isso, a dualidade das questões também impressiona, veja: com a queda abrupta da taxa de natalidade, segundo os fundamentalistas causado pelos elevados níveis de poluição e pelo comportamento permissivo da comunidade que vivia em um universo de drogas e de desrespeito aos valores tradicionais, o sexo feminino se torna um bem valioso ao mesmo tempo em que é necessário o uso da força para conquista-lo.

Entende como as "boas intenções" escondem camadas muito mais profundas e perigosas?

O roteiro foi muito feliz em dividir a trama em duas linhas temporais que se misturam sem muito aviso, mas que ao perceber essa dinâmica da montagem, nos trazem uma enorme sensação de insegurança e de angústia. As peças são apresentadas aos poucos, mas a potência com que isso acontece é muito marcante. De um lado temos o dia-a-dia das aias, as poucas mulheres férteis que ainda restaram nos Estados Unidos que foram capturadas, torturadas, mutiladas e tendo passado por uma verdadeira lavagem cerebral, coação e castigos físicos, para que os Comandantes as estuprem como se fosse a coisa mais normal do mundo - esse é o status atual das mulheres neste Universo. Já do outro lado, conhecemos o passado, extremamente fragmentado e sem respeitar uma linearidade, onde os personagens são construídos e as situações são explicadas ponto a ponto - é aqui que entendemos o valor da complexa performance de Elisabeth Moss que lhe rendeu um Emmy em 2017.

Com um elenco muito bom, uma direção de arte de se aplaudir de pé e uma fotografia belíssima, "The Handmaid's Tale" justifica o prêmio de melhor série dramática de 2017. Uma série que nos mostra o que uma sociedade pode se tornar quando uma camada extremista assume o controle e passa a dizer o que deve ou o que não deve ser feito. Em um cenário com muitas interferências, um ódio gratuito contra a sexualidade do outro, inúmeras tentativas de suprimir os direitos individuais, fica impossível não refletir sobre nossa realidade (e as redes sociais estão estão aí para provar como isso tudo é perigoso). Com inteligência e aproveitando o poder do entretenimento, eu diria que "The Handmaid's Tale" é uma série tão necessária quanto imperdível!

E que vale muito o seu play!

Assista Agora

"The Handmaid's Tale" (ou "O Conto da Aia") é o tipo da série que nos faz assinar um serviço de streaming só para poder assistir todas as temporadas - mais ou menos como foi "House of Cards" nos primórdios da Netflix. Impecável na forma, sensacional no conteúdo - não existe outra forma de definir a série da Hulu que aqui no Brasil está na Globoplay!

Baseado no livro homônimo escrito pela canadense Margaret Atwood, a série conta a história da queda do governo democrático dos EUA e consequentemente a ascensão de uma nova forma de autoridade, a República de Gilead, uma espécie de administração cristã fundamentalista totalitária na qual o respeito às leis sagradas deve ser seguido acima de tudo e onde a mulher passa a ser massacrada como indivíduo, sendo obrigada a servir aos Comandantes para, simplesmente, parir seus filhos - tudo isso pelos olhos de June/Offred (Elisabeth Moss). Confira o trailer:

Impactante visualmente e narrativamente, "The Handmaid's Tale" é uma pérola - mas nem por isso será uma jornada das mais tranquilas. Muito dessa qualidade se dá pelo fato de que a própria autora do livro tenha trabalhado ao lado de Bruce Miller (de "The 4400") na adaptação para a tela desse futuro não tão distópico que toca em elementos muito presentes em nossa sociedade atual que vai do feminismo radical ao fundamentalismo religioso. E não é só isso, a dualidade das questões também impressiona, veja: com a queda abrupta da taxa de natalidade, segundo os fundamentalistas causado pelos elevados níveis de poluição e pelo comportamento permissivo da comunidade que vivia em um universo de drogas e de desrespeito aos valores tradicionais, o sexo feminino se torna um bem valioso ao mesmo tempo em que é necessário o uso da força para conquista-lo.

Entende como as "boas intenções" escondem camadas muito mais profundas e perigosas?

O roteiro foi muito feliz em dividir a trama em duas linhas temporais que se misturam sem muito aviso, mas que ao perceber essa dinâmica da montagem, nos trazem uma enorme sensação de insegurança e de angústia. As peças são apresentadas aos poucos, mas a potência com que isso acontece é muito marcante. De um lado temos o dia-a-dia das aias, as poucas mulheres férteis que ainda restaram nos Estados Unidos que foram capturadas, torturadas, mutiladas e tendo passado por uma verdadeira lavagem cerebral, coação e castigos físicos, para que os Comandantes as estuprem como se fosse a coisa mais normal do mundo - esse é o status atual das mulheres neste Universo. Já do outro lado, conhecemos o passado, extremamente fragmentado e sem respeitar uma linearidade, onde os personagens são construídos e as situações são explicadas ponto a ponto - é aqui que entendemos o valor da complexa performance de Elisabeth Moss que lhe rendeu um Emmy em 2017.

Com um elenco muito bom, uma direção de arte de se aplaudir de pé e uma fotografia belíssima, "The Handmaid's Tale" justifica o prêmio de melhor série dramática de 2017. Uma série que nos mostra o que uma sociedade pode se tornar quando uma camada extremista assume o controle e passa a dizer o que deve ou o que não deve ser feito. Em um cenário com muitas interferências, um ódio gratuito contra a sexualidade do outro, inúmeras tentativas de suprimir os direitos individuais, fica impossível não refletir sobre nossa realidade (e as redes sociais estão estão aí para provar como isso tudo é perigoso). Com inteligência e aproveitando o poder do entretenimento, eu diria que "The Handmaid's Tale" é uma série tão necessária quanto imperdível!

E que vale muito o seu play!

Assista Agora

The Looming Tower

"The Looming Tower" é uma das melhores minisséries que assisti ultimamente. Se você gosta da "tríade": investigação x terrorismo x política, você não vai conseguir parar de assistir esse projeto da Hulu que aqui no Brasil é distribuído pela Amazon Prime Vídeo! Confira o trailer:

Baseada no livro de Lawrence Wright, lançado em 2006 e ganhador do Prêmio Pulitzer, a história acompanha o crescimento da ameaça de terrorismo que os EUA viviam no inicio dos anos 2000, representada pela Al-Qaeda de Osama bin Laden. O roteiro expõe de maneira muito inteligente, a tensão, a desconfiança  e a rivalidade entre a CIA e o FBI, além das falhas (reais) que essa disputa representou na luta para impedir a tragédia de 11 de setembro. É realmente um absurdo!

O roteiro tem como foco a jornada de dois personagens: John O'Neill (Jeff Daniels), chefe do esquadrão antiterrorista do FBI, e seu braço direito Ali Soufan (Tahar Rahim), libanês naturalizado americano. Juntos eles trabalhavam para impedir os avanços da Al-Qaeda, tanto no ocidente como no oriente. Porém, além das naturais dificuldades nas investigações, existia uma disputa de ego e poder, que dificultava o fluxo de informações entre a burocrata CIA e os agentes de campo do FBI. O triste é perceber que a individualidade do ser humano não foi capaz impedir o maior ataque terrorista da história - e isso fica muito claro nas cenas reais do interrogatório feito pelo Congresso Americano após os acontecimentos! É preciso dizer, porém, que o roteirista e criador da série Dan Futterman (de "Gracepoint" e "Foxcatcher") demoniza apenas um lado da história - uma dinâmica que ajuda a estabelecer quem é o bandido e quem é o mocinho, mas que na vida real sabemos não ser assim que acontece e isso enfraquece a credibilidade da discussão principal da série: a incapacidade que as agências do FBI e da CIA tiveram de trabalhar em conjunto!

Sempre ancorado em eventos reais, a linha do tempo de "The Looming Tower" nos ajuda a entender a lógica de muitos personagens: da ideologia à ação. Vemos (ou ouvimos) comentários sobre o caso de Monica Lewinsky e o então presidente Bill Clinton no exato período onde alguns ataques aéreos ao Afeganistão matavam centenas de inocentes - a cena do menino olhando o míssil se aproximando é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti e depois toda sua explicação sobre o fato deixa claro que o problema é muito maior do que podemos imaginar (e os EUA é parte dele). Os ataques a embaixada no Quênia, ao destroyer USS Cole no porto de Áden, no Iêmen, e até a liderança desastrosa de George W. Bush e Condeleeza Rice já mais próximos ao "9/11", tudo está lá, muito bem pontuado! Jeff Daniels talvez tenha feito seu melhor trabalho da carreira - o que lhe rendeu uma indicação ao Emmy de 2018. Peter Sarsgaard está intragável como Martin Schmidt e, claro, Bill Camp sempre impecável!

Muito bem dirigida e extremamente bem produzida (a recriação das Torres Gêmeas chega a dar um certo mal estar pela perfeição da fotografia), "The Looming Tower" é daquelas minisséries inesquecíveis, tipo "Chernobyl" - sem o menor medo de errar! Não espere cenas de terroristas dentro dos aviões ou até dos aviões batendo nas Torres - embora esse exato momento tenha sido uma das soluções mais inteligentes que já acompanhei e muito, mas muito, impactante! A série é sobre os bastidores, com uma ou outra cena de ação, mas seu forte está no diálogo e na construção do quebra-cabeça para impedir atos terroristas!

Vale muito a pena, são 10 episódio de 50 minutos que vão te prender, mesmo todos já sabendo o final!

Assista Agora

"The Looming Tower" é uma das melhores minisséries que assisti ultimamente. Se você gosta da "tríade": investigação x terrorismo x política, você não vai conseguir parar de assistir esse projeto da Hulu que aqui no Brasil é distribuído pela Amazon Prime Vídeo! Confira o trailer:

Baseada no livro de Lawrence Wright, lançado em 2006 e ganhador do Prêmio Pulitzer, a história acompanha o crescimento da ameaça de terrorismo que os EUA viviam no inicio dos anos 2000, representada pela Al-Qaeda de Osama bin Laden. O roteiro expõe de maneira muito inteligente, a tensão, a desconfiança  e a rivalidade entre a CIA e o FBI, além das falhas (reais) que essa disputa representou na luta para impedir a tragédia de 11 de setembro. É realmente um absurdo!

O roteiro tem como foco a jornada de dois personagens: John O'Neill (Jeff Daniels), chefe do esquadrão antiterrorista do FBI, e seu braço direito Ali Soufan (Tahar Rahim), libanês naturalizado americano. Juntos eles trabalhavam para impedir os avanços da Al-Qaeda, tanto no ocidente como no oriente. Porém, além das naturais dificuldades nas investigações, existia uma disputa de ego e poder, que dificultava o fluxo de informações entre a burocrata CIA e os agentes de campo do FBI. O triste é perceber que a individualidade do ser humano não foi capaz impedir o maior ataque terrorista da história - e isso fica muito claro nas cenas reais do interrogatório feito pelo Congresso Americano após os acontecimentos! É preciso dizer, porém, que o roteirista e criador da série Dan Futterman (de "Gracepoint" e "Foxcatcher") demoniza apenas um lado da história - uma dinâmica que ajuda a estabelecer quem é o bandido e quem é o mocinho, mas que na vida real sabemos não ser assim que acontece e isso enfraquece a credibilidade da discussão principal da série: a incapacidade que as agências do FBI e da CIA tiveram de trabalhar em conjunto!

Sempre ancorado em eventos reais, a linha do tempo de "The Looming Tower" nos ajuda a entender a lógica de muitos personagens: da ideologia à ação. Vemos (ou ouvimos) comentários sobre o caso de Monica Lewinsky e o então presidente Bill Clinton no exato período onde alguns ataques aéreos ao Afeganistão matavam centenas de inocentes - a cena do menino olhando o míssil se aproximando é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti e depois toda sua explicação sobre o fato deixa claro que o problema é muito maior do que podemos imaginar (e os EUA é parte dele). Os ataques a embaixada no Quênia, ao destroyer USS Cole no porto de Áden, no Iêmen, e até a liderança desastrosa de George W. Bush e Condeleeza Rice já mais próximos ao "9/11", tudo está lá, muito bem pontuado! Jeff Daniels talvez tenha feito seu melhor trabalho da carreira - o que lhe rendeu uma indicação ao Emmy de 2018. Peter Sarsgaard está intragável como Martin Schmidt e, claro, Bill Camp sempre impecável!

Muito bem dirigida e extremamente bem produzida (a recriação das Torres Gêmeas chega a dar um certo mal estar pela perfeição da fotografia), "The Looming Tower" é daquelas minisséries inesquecíveis, tipo "Chernobyl" - sem o menor medo de errar! Não espere cenas de terroristas dentro dos aviões ou até dos aviões batendo nas Torres - embora esse exato momento tenha sido uma das soluções mais inteligentes que já acompanhei e muito, mas muito, impactante! A série é sobre os bastidores, com uma ou outra cena de ação, mas seu forte está no diálogo e na construção do quebra-cabeça para impedir atos terroristas!

Vale muito a pena, são 10 episódio de 50 minutos que vão te prender, mesmo todos já sabendo o final!

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The Morning Show

Quando "The Morning Show" foi apresentado, rapidamente associei sua importância como uma espécie de "House of Cards" da AppleTV+! Não só por na época ser o cartão de visitas do novo serviço de streaming da Apple, mas também por trabalhar elementos muito próximos ao sucesso da Netflix. Focado nos dramas e intrigas nos bastidores do programa jornalístico matinal de maior sucesso dos EUA, "The Morning Show" escancara a incansável necessidade do ser humano na busca pelo poder e pelo sucesso a qualquer preço!

Baseada no livro "Top of the Morning: Inside the Cutthroat World of Morning TV", de Brian Stelter e com roteiro de Kerry Ehrin ("Bates Motel"), "The Morning Show" retrata os reflexos de um escândalo sexual envolvendo seu principal âncora, Mitch Kessler (Steve Carell). Após 15 anos de parceria, agora sozinha na bancada, a experiente e respeitada jornalista Alex Levy (Jennifer Aniston) se vê pressionada a reformular o programa a fim de aumentar a audiência e manter seu emprego - já que para os executivos da emissora, uma transformação seria necessária para se adequar a um estilo de jornalismo mais moderno. É nesse turbilhão que surge Bradley Jackson (Reese Witherspoon), uma repórter vinda do interior que ganhou notoriedade nacional após um vídeo, onde confrontava um manifestante, viralizar na internet. Convidada a dividir a bancada com Alex Levy, Bradley Jackson "cai de para-quedas" em um ambiente cheio de egos, traições e mentiras onde o desafio diário não é a busca pela verdade e sim a manutenção do emprego!

Depois de alguns episódios fica claro que "The Morning Show" tem força, mas que precisa de alguns ajustes - e isso acontece. A necessidade de criar uma dinâmica que prendesse um potencial novo assinante, mais atrapalha do que ajuda. No começo você vai perceber uma necessidade enorme de criar subtramas que surgem sem o menor sentido, mas depois elas vão perdendo força porque não se sustentam como deveriam e o que interessa passa a fluir melhor.

Jennifer Aniston começa muito bem, mas com o decorrer dos episódios vai cansando (é incrível como ainda vemos a Rachel em determinadas atitudes da personagem - aliás, eu diria até que Alex Levy é o que poderia ter se tornado a personagem de "Friends" mais velha - mimada e fria). Reese Witherspoon por outro lado mostra que continua em ótima forma depois de "Big Little Lies" - ela funciona bem como uma desbocada jornalista caipira idealista. É perceptível que o elenco cheio de atores conhecidos como Nestor Carbonell, Billy Crudup, Mark Duplass, Bel Powley e Joe Marinelli, podem entregar ótimas histórias, com personagens bem complexos e interessantes, mas depois da primeira temporada, será vital para a série que o roteiro de Kerry Ehrin encontre um maior equilíbrio e uma certa identidade!

Os assuntos são ótimos e aí eu destaco a maneira como a história do assédio envolvendo Mitch é contada - além de mostrar a famosa "caça as bruxas", tão comum nos dias de hoje, ela nos provoca a pensar sobre o princípio da dúvida, isso instiga e valoriza a discussão - o último episódio, inclusive, coloca o assunto em outro patamar, com cenas chocantes e diálogos bem pesados! Outro ponto interessante é a relação familiar de Alex e a sensação de vazio que a personagem passa, mesmo quando está ao lado do ex-marido e da filha adolescente - é uma pena que vá perdendo força durante a temporada até sumir nos 3 ou 4 últimos episódios!

A produção não poderia ser melhor - são 15 milhões de dólares por episódio (números nível GoT). Muito bem dirigida e fotografada (aqui a referência de House of Cards é até mais clara). Vários planos sequência, trocando o foco do protagonismo naturalmente, tudo realizado com inteligência, técnica e propósito - muito bom! A trilha sonora também está excelente. 

Indico com a maior tranquilidade. Vale seu play!

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Quando "The Morning Show" foi apresentado, rapidamente associei sua importância como uma espécie de "House of Cards" da AppleTV+! Não só por na época ser o cartão de visitas do novo serviço de streaming da Apple, mas também por trabalhar elementos muito próximos ao sucesso da Netflix. Focado nos dramas e intrigas nos bastidores do programa jornalístico matinal de maior sucesso dos EUA, "The Morning Show" escancara a incansável necessidade do ser humano na busca pelo poder e pelo sucesso a qualquer preço!

Baseada no livro "Top of the Morning: Inside the Cutthroat World of Morning TV", de Brian Stelter e com roteiro de Kerry Ehrin ("Bates Motel"), "The Morning Show" retrata os reflexos de um escândalo sexual envolvendo seu principal âncora, Mitch Kessler (Steve Carell). Após 15 anos de parceria, agora sozinha na bancada, a experiente e respeitada jornalista Alex Levy (Jennifer Aniston) se vê pressionada a reformular o programa a fim de aumentar a audiência e manter seu emprego - já que para os executivos da emissora, uma transformação seria necessária para se adequar a um estilo de jornalismo mais moderno. É nesse turbilhão que surge Bradley Jackson (Reese Witherspoon), uma repórter vinda do interior que ganhou notoriedade nacional após um vídeo, onde confrontava um manifestante, viralizar na internet. Convidada a dividir a bancada com Alex Levy, Bradley Jackson "cai de para-quedas" em um ambiente cheio de egos, traições e mentiras onde o desafio diário não é a busca pela verdade e sim a manutenção do emprego!

Depois de alguns episódios fica claro que "The Morning Show" tem força, mas que precisa de alguns ajustes - e isso acontece. A necessidade de criar uma dinâmica que prendesse um potencial novo assinante, mais atrapalha do que ajuda. No começo você vai perceber uma necessidade enorme de criar subtramas que surgem sem o menor sentido, mas depois elas vão perdendo força porque não se sustentam como deveriam e o que interessa passa a fluir melhor.

Jennifer Aniston começa muito bem, mas com o decorrer dos episódios vai cansando (é incrível como ainda vemos a Rachel em determinadas atitudes da personagem - aliás, eu diria até que Alex Levy é o que poderia ter se tornado a personagem de "Friends" mais velha - mimada e fria). Reese Witherspoon por outro lado mostra que continua em ótima forma depois de "Big Little Lies" - ela funciona bem como uma desbocada jornalista caipira idealista. É perceptível que o elenco cheio de atores conhecidos como Nestor Carbonell, Billy Crudup, Mark Duplass, Bel Powley e Joe Marinelli, podem entregar ótimas histórias, com personagens bem complexos e interessantes, mas depois da primeira temporada, será vital para a série que o roteiro de Kerry Ehrin encontre um maior equilíbrio e uma certa identidade!

Os assuntos são ótimos e aí eu destaco a maneira como a história do assédio envolvendo Mitch é contada - além de mostrar a famosa "caça as bruxas", tão comum nos dias de hoje, ela nos provoca a pensar sobre o princípio da dúvida, isso instiga e valoriza a discussão - o último episódio, inclusive, coloca o assunto em outro patamar, com cenas chocantes e diálogos bem pesados! Outro ponto interessante é a relação familiar de Alex e a sensação de vazio que a personagem passa, mesmo quando está ao lado do ex-marido e da filha adolescente - é uma pena que vá perdendo força durante a temporada até sumir nos 3 ou 4 últimos episódios!

A produção não poderia ser melhor - são 15 milhões de dólares por episódio (números nível GoT). Muito bem dirigida e fotografada (aqui a referência de House of Cards é até mais clara). Vários planos sequência, trocando o foco do protagonismo naturalmente, tudo realizado com inteligência, técnica e propósito - muito bom! A trilha sonora também está excelente. 

Indico com a maior tranquilidade. Vale seu play!

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The Newsroom

"The Newsroom" é daquelas pérolas que nem acreditamos que deixamos passar na época de seu lançamento - no caso, em 2012. Aqui temos um drama verdadeiramente imperdível, dinâmico, inteligente e viciante, que acompanha os bastidores de um telejornal americano, liderado pelo ácido e talentoso Will McAvoy (um Jeff Daniels no melhor de sua forma). Criada pelo premiado Aaron Sorkin (de "A Rede Social"), a série se destaca pelas tramas fluídas de seus episódios, com aqueles diálogos rápidos e envolventes (tão característicos de Sorkin), personagens extremamente complexos e temas bastante relevantes ainda hoje. Ao levantar discussões sobre a ética jornalística, o patriotismo como pauta e os desafios da mídia na era digital, "The Newsroom"pode até soar datado para alguns, mas ao olhar em retrospectiva, certamente será um entretenimento de altíssima qualidade que deixará saudades após sua terceira temporada - pode acreditar!

A trama em si gira em torno da equipe do "News Night", que busca apresentar notícias de qualidade em um mundo dominado pela busca por audiência. Will, um jornalista veterano e idealista, se choca com a nova produtora executiva, MacKenzie McHale (Emily Mortimer), sua ex-namorada, que deseja modernizar o programa. Juntos, eles e a equipe enfrentam dilemas éticos, conflitos pessoais e, claro, a pressão constante pela conquista do público. Confira o trailer:

"The Newsroom", pode acreditar, é mais do que um drama sobre jornalismo. A série é uma reflexão sobre o papel da mídia na sociedade americana e como os desafios da profissão em tempos de fake news são tão delicados. O roteiro de Sorkin é muito feliz ao apresentar um retrato idealizado do jornalismo, onde a verdade e a ética são prioridades absolutas, e apesar de algumas críticas por ser fantasioso demais, é impossível não reconhecer sua força como entretenimento. Veja, a série consegue ser emocionante e inspiradora, mostrando a importância de um jornalismo sério e comprometido com a verdade - e isso é de fato empolgante para quem gosta dos bastidores da TV.

Visualmente rica, a fotografia belíssima do Todd McMullen (de "The Leftovers") e a direção precisa de Alan Poul (de "Tokyo Vice) capturam todo aquele clima de tensão e ansiedade, além daquela energia tão particular de uma redação - sim, existe um certo tom de romance aqui, mas eu diria completamente perdoável dada a experiência maravilhosa que essa imersão proporciona. As performances, claro, são memoráveis - e como não poderia deixar de ser, o destaque fica para Jeff Daniels, que entrega um Will McAvoy complexo e convincente. Personagem esse que lhe rendeu um Emmy em 2013.  Emily Mortimer, John Gallagher Jr., Alison Pill e Sam Waterston, é preciso dizer, também brilham com seus personagens - aliás, o elenco secundário de "The Newsroom" é uma aula de casting bem produzido! .

"The Newsroom"é uma série que nos faz pensar sobre o papel da mídia na sociedade ao longo da história. É uma provocação das mais interessantes sobre a importância da verdade e os desafios do jornalismo no mundo atual.  Não por acaso que seu roteiro busca fazer uma espécie de raio-x sobre a produção de notícias no mundo contemporâneo e apesar do olhar americano, passagens como a reeleição de Barack Obama, o movimento Ocuppy Wall Street, a Primavera Árabe e o acidente nuclear de Fukushima, ganham outra dimensão, menos dramática talvez, mas certamente  muito divertida de assistir.

Imperdível!

Assista Agora

"The Newsroom" é daquelas pérolas que nem acreditamos que deixamos passar na época de seu lançamento - no caso, em 2012. Aqui temos um drama verdadeiramente imperdível, dinâmico, inteligente e viciante, que acompanha os bastidores de um telejornal americano, liderado pelo ácido e talentoso Will McAvoy (um Jeff Daniels no melhor de sua forma). Criada pelo premiado Aaron Sorkin (de "A Rede Social"), a série se destaca pelas tramas fluídas de seus episódios, com aqueles diálogos rápidos e envolventes (tão característicos de Sorkin), personagens extremamente complexos e temas bastante relevantes ainda hoje. Ao levantar discussões sobre a ética jornalística, o patriotismo como pauta e os desafios da mídia na era digital, "The Newsroom"pode até soar datado para alguns, mas ao olhar em retrospectiva, certamente será um entretenimento de altíssima qualidade que deixará saudades após sua terceira temporada - pode acreditar!

A trama em si gira em torno da equipe do "News Night", que busca apresentar notícias de qualidade em um mundo dominado pela busca por audiência. Will, um jornalista veterano e idealista, se choca com a nova produtora executiva, MacKenzie McHale (Emily Mortimer), sua ex-namorada, que deseja modernizar o programa. Juntos, eles e a equipe enfrentam dilemas éticos, conflitos pessoais e, claro, a pressão constante pela conquista do público. Confira o trailer:

"The Newsroom", pode acreditar, é mais do que um drama sobre jornalismo. A série é uma reflexão sobre o papel da mídia na sociedade americana e como os desafios da profissão em tempos de fake news são tão delicados. O roteiro de Sorkin é muito feliz ao apresentar um retrato idealizado do jornalismo, onde a verdade e a ética são prioridades absolutas, e apesar de algumas críticas por ser fantasioso demais, é impossível não reconhecer sua força como entretenimento. Veja, a série consegue ser emocionante e inspiradora, mostrando a importância de um jornalismo sério e comprometido com a verdade - e isso é de fato empolgante para quem gosta dos bastidores da TV.

Visualmente rica, a fotografia belíssima do Todd McMullen (de "The Leftovers") e a direção precisa de Alan Poul (de "Tokyo Vice) capturam todo aquele clima de tensão e ansiedade, além daquela energia tão particular de uma redação - sim, existe um certo tom de romance aqui, mas eu diria completamente perdoável dada a experiência maravilhosa que essa imersão proporciona. As performances, claro, são memoráveis - e como não poderia deixar de ser, o destaque fica para Jeff Daniels, que entrega um Will McAvoy complexo e convincente. Personagem esse que lhe rendeu um Emmy em 2013.  Emily Mortimer, John Gallagher Jr., Alison Pill e Sam Waterston, é preciso dizer, também brilham com seus personagens - aliás, o elenco secundário de "The Newsroom" é uma aula de casting bem produzido! .

"The Newsroom"é uma série que nos faz pensar sobre o papel da mídia na sociedade ao longo da história. É uma provocação das mais interessantes sobre a importância da verdade e os desafios do jornalismo no mundo atual.  Não por acaso que seu roteiro busca fazer uma espécie de raio-x sobre a produção de notícias no mundo contemporâneo e apesar do olhar americano, passagens como a reeleição de Barack Obama, o movimento Ocuppy Wall Street, a Primavera Árabe e o acidente nuclear de Fukushima, ganham outra dimensão, menos dramática talvez, mas certamente  muito divertida de assistir.

Imperdível!

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The Night Manager

Você até pode não ter assistido "The Night Manager", mas certamente vai se arrepender de não ter feito isso antes assim que os créditos do sexto episódio subirem. Sim, essa minissérie que agora virou série (e comento sobre isso no final dessa análise) é simplesmente imperdível e talvez não tenha se tornado um grande hit como "House of Cards", por exemplo, por ter sido lançada em um momento onde os serviços de streaming ainda se consolidavam entre os assinantes. Essa produção de 2016, dirigida pela Susanne Bier (de "The Undoing"), é uma mistura irresistível de espionagem, intriga e drama político onde, basicamente, os segredos revelados e a lealdade do ser humano são colocados à prova a cada episódio - bem na linha "Homeland" ou "Califado", eu diria.

Baseada no romance de John Le Carré, "The Night Manager" nos mergulha em um mundo de intrigas internacionais, corrupção e jogos de poder com uma trama que segue Jonathan Pine (Tom Hiddleston), um ex-soldado que se torna gerente noturno de um luxuoso hotel no Egito. No entanto, sua vida dá uma reviravolta quando ele é recrutado para uma missão perigosa em que precisa se infiltrar e ganhar a confiança do traficante de armas Richard Roper (Hugh Laurie) e assim impedir uma transação capaz de iniciar uma nova guerra. Confira o trailer:

Co-produzindo pela AMC e pela BBC,  "The Night Manager" foi uma das minisséries mais premiadas na temporada de seu lançamento, vencendo, inclusive, 2 Emmys depois de ter recebido 12 indicações (isso mesmo, doze!) - Bier venceu como melhor diretora de séries limitadas e Víctor Reyes venceu com sua incrível trilha sonora. Sem dúvida que essa carreira vitoriosa se deu pela qualidade absurda de seu roteiro, mas essencialmente o que chama muito a atenção é a grandiosidade da sua produção muito bem alinhada com uma fotografia deslumbrante do Michael Snyman (de "See") que nos transporta para cenários exóticos e elegantes que vão de Palma de Mallorca na Espanha até um luxuoso hotel no Cairo, ainda passando por locações na Suíça, na Inglaterra, na Turquia e no Marrocos.  A direção habilidosa de Susanne Bier aproveita dessa linda moldura para criar uma atmosfera tensa de contrastes, extremamente envolvente e lindamente pontuada por uma trilha sonora que intensifica cada momento de angustia e emoção - pode ter certeza que sensações não faltarão na sua jornada como audiência.

O interessante, no entanto, é que a minissérie não se limita ao enorme quebra-cabeça politico e diplomático da trama, ela também traz para tela muita ação e suspense, sempre explorando as relações complexas e emocionais entre os personagens. Existe uma profundidade a cada reação do personagens, brilhantemente potencializadas pela câmera de Bier, que dá o tom do drama que cada um está vivendo, revelando suas motivações e dilemas internos de uma maneira muito orgânica e impactante. Destaque para ela, Olivia Colman como a incansável agente Angela Burr e para a química entre Hiddleston e Laurie em seus jogos de ironia, desconfiança e até de afeto.

Antes de finalizar, é importante ressaltar que desde seu lançamento, "The Night Manager" foi conquistando uma base de fãs muito fiel graças a essa combinação de um roteiro dos mais inteligentes e dinâmicos, com performances impressionantes, esse toque de espionagem, de ação e, claro, com aquela constante tensão emocional que nos acompanha por todos os episódios. Uma obra-prima esquecida na Prime-Vídeo que, mais de sete anos depois, deve voltar a receber atenção, pois já foi confirmada a produção de mais duas temporadas com o retorno de Tom Hiddleston como protagonista. Ainda bem!

Olha, vale muito o seu play!

Assista Agora

Você até pode não ter assistido "The Night Manager", mas certamente vai se arrepender de não ter feito isso antes assim que os créditos do sexto episódio subirem. Sim, essa minissérie que agora virou série (e comento sobre isso no final dessa análise) é simplesmente imperdível e talvez não tenha se tornado um grande hit como "House of Cards", por exemplo, por ter sido lançada em um momento onde os serviços de streaming ainda se consolidavam entre os assinantes. Essa produção de 2016, dirigida pela Susanne Bier (de "The Undoing"), é uma mistura irresistível de espionagem, intriga e drama político onde, basicamente, os segredos revelados e a lealdade do ser humano são colocados à prova a cada episódio - bem na linha "Homeland" ou "Califado", eu diria.

Baseada no romance de John Le Carré, "The Night Manager" nos mergulha em um mundo de intrigas internacionais, corrupção e jogos de poder com uma trama que segue Jonathan Pine (Tom Hiddleston), um ex-soldado que se torna gerente noturno de um luxuoso hotel no Egito. No entanto, sua vida dá uma reviravolta quando ele é recrutado para uma missão perigosa em que precisa se infiltrar e ganhar a confiança do traficante de armas Richard Roper (Hugh Laurie) e assim impedir uma transação capaz de iniciar uma nova guerra. Confira o trailer:

Co-produzindo pela AMC e pela BBC,  "The Night Manager" foi uma das minisséries mais premiadas na temporada de seu lançamento, vencendo, inclusive, 2 Emmys depois de ter recebido 12 indicações (isso mesmo, doze!) - Bier venceu como melhor diretora de séries limitadas e Víctor Reyes venceu com sua incrível trilha sonora. Sem dúvida que essa carreira vitoriosa se deu pela qualidade absurda de seu roteiro, mas essencialmente o que chama muito a atenção é a grandiosidade da sua produção muito bem alinhada com uma fotografia deslumbrante do Michael Snyman (de "See") que nos transporta para cenários exóticos e elegantes que vão de Palma de Mallorca na Espanha até um luxuoso hotel no Cairo, ainda passando por locações na Suíça, na Inglaterra, na Turquia e no Marrocos.  A direção habilidosa de Susanne Bier aproveita dessa linda moldura para criar uma atmosfera tensa de contrastes, extremamente envolvente e lindamente pontuada por uma trilha sonora que intensifica cada momento de angustia e emoção - pode ter certeza que sensações não faltarão na sua jornada como audiência.

O interessante, no entanto, é que a minissérie não se limita ao enorme quebra-cabeça politico e diplomático da trama, ela também traz para tela muita ação e suspense, sempre explorando as relações complexas e emocionais entre os personagens. Existe uma profundidade a cada reação do personagens, brilhantemente potencializadas pela câmera de Bier, que dá o tom do drama que cada um está vivendo, revelando suas motivações e dilemas internos de uma maneira muito orgânica e impactante. Destaque para ela, Olivia Colman como a incansável agente Angela Burr e para a química entre Hiddleston e Laurie em seus jogos de ironia, desconfiança e até de afeto.

Antes de finalizar, é importante ressaltar que desde seu lançamento, "The Night Manager" foi conquistando uma base de fãs muito fiel graças a essa combinação de um roteiro dos mais inteligentes e dinâmicos, com performances impressionantes, esse toque de espionagem, de ação e, claro, com aquela constante tensão emocional que nos acompanha por todos os episódios. Uma obra-prima esquecida na Prime-Vídeo que, mais de sete anos depois, deve voltar a receber atenção, pois já foi confirmada a produção de mais duas temporadas com o retorno de Tom Hiddleston como protagonista. Ainda bem!

Olha, vale muito o seu play!

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