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O Pacto

Diretor
Guy Ritchie
Elenco
Jake Gyllenhaal, Dar Salim, Alexander Ludwig
Ano
2023
País
Reino Unido

Ação Prime Video ml-religião ml-investigação ml-terrorismo ml-politico ml-hoc ml-lcp

O Pacto

"O Pacto" talvez seja o filme de ação menos "Guy Ritchie" do Guy Ritchie. Digo isso com a tranquilidade de quem conhece praticamente todos os projetos do diretor no gênero, que, de alguma forma, impõe sua identidade com a mesma competência com que constrói uma trama normalmente fragmentada, cheia de intervenções gráficas e que fomenta uma certa ironia no tom e na performance dos atores. Aqui, o que temos é sim um filme de ação, que nos faz lembrar os bons tempos de "Homeland", mas a potência da narrativa está mesmo é no drama, na atmosfera de tensão e de angustia pela qual os personagens precisam passar. É uma experiência inesquecível? Certamente não, mas posso te garantir que são 120 minutos de um ótimo e dinâmico entretenimento - eu diria até, imperdível!

Durante a Guerra do Afeganistão, o Sargento John Kinley (Jake Gylenhaal) recruta o intérprete local Ahmed (Dar Salim) para acompanhar a equipe na missão de neutralizar o maior número possível de instalações do Talibã. Porém, no confronto, Kinley acaba sendo atingido e é gravemente ferido. Para salvar o sargento, Ahmed não pensa duas vezes antes de colocar a própria vida em risco e carregar Kinley através de cenários perigosos para escapar dos inimigos. Porém, Kinley volta para casa e descobre que, no Afeganistão, Ahmed está sendo perseguido pelo Talibã por ter salvo sua vida. Com as autoridades se negando a enviar ajuda, John decide retornar para o campo de batalha por conta própria para ajudar o homem. Confira o trailer (em inglês):

Sem a menor dúvida que "The Covenant" (no original) pode ser definido como um drama de guerra dos mais eficientes e empolgantes, no entanto é de se questionar por qual razão que o diretor não se arriscou mais? Isso não é uma critica, mas uma constatação - com exceção de um ou outro plano mais criativo, a sua condução é mais flat. A narrativa também é mais linear, ao ponto de termos a exata sensação de estarmos assistindo um episódio de "Homeland" - no bom e no mal sentido. No bom, é perceptível que Ritchie se apropria dos dramas dos personagens para dimensionar o tamanho do problema que foi a Guerra do Afeganistão - inclusive ao abordar o evento de forma realista, explorando as complexidades morais e éticas enfrentadas pelos soldados americanos, bem como os dilemas enfrentados pelos afegãos que eram contra o sistema talibã. Já pelo lado, digamos, "ruim"; o filme não traz nada de muito novo, ou seja, é mais um filme sobre a jornada do herói que busca sua redenção.

Visualmente, o trabalho do diretor de fotografia Ed Wild (o mesmo de "Invasão a Londres") é impecável. Os planos construídos ao lado Ritchie são incríveis - a forma como Wild interpreta a geografia local soa quase documental (e não é exagero). As montanhas, o silêncio, as estradas vazias, o ar pesado, o calor, enfim, todos esses elementos são brilhantemente explorados e dão o tom claustrofóbico da trama. Reparem que até nas sequências de ação na fábrica e depois na barragem, a câmera pontua o local do embate sem esquecer do cenário em que ele está inserido e ao somar aqueles enquadramentos mais baixos, com as caminhonetes cheias de talibãs chegando, pronto, tudo fica muito alinhado à angústia e ao suspense do momento.

Olhar a Guerra no Oriente Médio sob o contexto dos americanos e suas alianças estratégicas superficiais virou algo comum em Hollywood nesses mais de 20 anos de produção do gênero - algo como os anos 80 fez com o Vietnã. No entanto, "O Pacto" parece ter adicionado algumas camadas que o diferenciam e, de certa forma, insere mais realidade ao filme. O excepcional trabalho de Gyllenhaal ao lado de Salim potencializa essa premissa e nos conecta à jornada sem muito esforço. Até quando o roteiro aponta bem rapidamente para a Síndrome de Estresse Pós-Traumático do personagem, sabemos que aquilo vai funcionar apenas como gatilho para um embate que vem pela frente. Em um filme claramente dividido só em dois atos, cada qual com seu "salvamento" para guiar a narrativa, eu reforço que ambos são dignos de muitos elogios.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

"O Pacto" talvez seja o filme de ação menos "Guy Ritchie" do Guy Ritchie. Digo isso com a tranquilidade de quem conhece praticamente todos os projetos do diretor no gênero, que, de alguma forma, impõe sua identidade com a mesma competência com que constrói uma trama normalmente fragmentada, cheia de intervenções gráficas e que fomenta uma certa ironia no tom e na performance dos atores. Aqui, o que temos é sim um filme de ação, que nos faz lembrar os bons tempos de "Homeland", mas a potência da narrativa está mesmo é no drama, na atmosfera de tensão e de angustia pela qual os personagens precisam passar. É uma experiência inesquecível? Certamente não, mas posso te garantir que são 120 minutos de um ótimo e dinâmico entretenimento - eu diria até, imperdível!

Durante a Guerra do Afeganistão, o Sargento John Kinley (Jake Gylenhaal) recruta o intérprete local Ahmed (Dar Salim) para acompanhar a equipe na missão de neutralizar o maior número possível de instalações do Talibã. Porém, no confronto, Kinley acaba sendo atingido e é gravemente ferido. Para salvar o sargento, Ahmed não pensa duas vezes antes de colocar a própria vida em risco e carregar Kinley através de cenários perigosos para escapar dos inimigos. Porém, Kinley volta para casa e descobre que, no Afeganistão, Ahmed está sendo perseguido pelo Talibã por ter salvo sua vida. Com as autoridades se negando a enviar ajuda, John decide retornar para o campo de batalha por conta própria para ajudar o homem. Confira o trailer (em inglês):

Sem a menor dúvida que "The Covenant" (no original) pode ser definido como um drama de guerra dos mais eficientes e empolgantes, no entanto é de se questionar por qual razão que o diretor não se arriscou mais? Isso não é uma critica, mas uma constatação - com exceção de um ou outro plano mais criativo, a sua condução é mais flat. A narrativa também é mais linear, ao ponto de termos a exata sensação de estarmos assistindo um episódio de "Homeland" - no bom e no mal sentido. No bom, é perceptível que Ritchie se apropria dos dramas dos personagens para dimensionar o tamanho do problema que foi a Guerra do Afeganistão - inclusive ao abordar o evento de forma realista, explorando as complexidades morais e éticas enfrentadas pelos soldados americanos, bem como os dilemas enfrentados pelos afegãos que eram contra o sistema talibã. Já pelo lado, digamos, "ruim"; o filme não traz nada de muito novo, ou seja, é mais um filme sobre a jornada do herói que busca sua redenção.

Visualmente, o trabalho do diretor de fotografia Ed Wild (o mesmo de "Invasão a Londres") é impecável. Os planos construídos ao lado Ritchie são incríveis - a forma como Wild interpreta a geografia local soa quase documental (e não é exagero). As montanhas, o silêncio, as estradas vazias, o ar pesado, o calor, enfim, todos esses elementos são brilhantemente explorados e dão o tom claustrofóbico da trama. Reparem que até nas sequências de ação na fábrica e depois na barragem, a câmera pontua o local do embate sem esquecer do cenário em que ele está inserido e ao somar aqueles enquadramentos mais baixos, com as caminhonetes cheias de talibãs chegando, pronto, tudo fica muito alinhado à angústia e ao suspense do momento.

Olhar a Guerra no Oriente Médio sob o contexto dos americanos e suas alianças estratégicas superficiais virou algo comum em Hollywood nesses mais de 20 anos de produção do gênero - algo como os anos 80 fez com o Vietnã. No entanto, "O Pacto" parece ter adicionado algumas camadas que o diferenciam e, de certa forma, insere mais realidade ao filme. O excepcional trabalho de Gyllenhaal ao lado de Salim potencializa essa premissa e nos conecta à jornada sem muito esforço. Até quando o roteiro aponta bem rapidamente para a Síndrome de Estresse Pós-Traumático do personagem, sabemos que aquilo vai funcionar apenas como gatilho para um embate que vem pela frente. Em um filme claramente dividido só em dois atos, cada qual com seu "salvamento" para guiar a narrativa, eu reforço que ambos são dignos de muitos elogios.

Vale muito o seu play!

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