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Oslo

Diretor
Bartlett Sher
Elenco
Ruth Wilson, Andrew Scott, Salim Dau
Ano
2021
País
EUA

Drama Max ml-real ml-religião ml-investigação ml-terrorismo ml-politico ml-hoc

Oslo

Todo projeto baseado em um espetáculo de teatro tende a sofrer com a limitação cênica - ou seja, muitas cenas acontecem exatamente no mesmo cenário, o que dificulta a criação de uma dinâmica narrativa mais eficiente, mesmo com um roteiro inteligente e chancelado como uma das grandes vencedoras do Prêmio Tony durante as temporadas 2016/17. O fato é que "Oslo" é muito bom, mas não será inesquecível como "Chernobyl", por exemplo. 

O filme mostra as intermináveis negociações secretas que levaram ao Acordo de Paz de Oslo em 1993, entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), liderada por Yasser Arafat e orquestrado por dois funcionários do governo norueguês: Mona Juul (Ruth Wilson) e Terje Rød-Larsen (Andrew Scott). Esse é um momento breve, mas brilhante na história politica mundial - embora o "Acordo de Oslo" não tenha resultado em um processo de paz duradouro, ele continua representando um ponto de esperança diplomático quando pessoas de boa-vontade se reúnem e conversam sem preconceitos em busca de um bem maior. Confira o trailer:

Com um tema bastante sensível, é perceptível o cuidado do roteirista J.T. Rogers e do diretor Bartlett Sher, ambos estreantes, para que não haja nenhum desequilíbrio ideológico muito evidente entre o posicionamento de Israel ou dos palestinos, sobre diversos assuntos discutidos naqueles dias - uma outra produção da HBO sobre as diferenças entre os dois povos e que merece ser assistida é "Our Boys".

Pois bem, alguns pontos diplomáticos entre a Noruega e os dois países, inclusive, foram omitidos, outros, tratados rapidamente, mas nada que impacte na experiência que é acompanhar uma negociação marcada por um rancor histórico. Vale ressaltar que os diálogos podem fugir um pouco do que realmente aconteceu na realidade, mas é de se elogiar a simplicidade como o problema é exposto sem ser didático demais e a forma marcante como os personagens se relacionam entre si ajudam no entendimento - talvez um pouco fora do tom em alguns momentos, pouco esteriotipados como é o caso de Jeff Wilbusch com seu Uri Savir. Aliás, do elenco, Salim Dau como Ahmed Qurei (representante de Yasser Arafat) é o ponto alto do filme.

"Oslo" tem um mérito de deixar bem claro que não existe uma única narrativa dos fatos que os levaram até ali e que nenhuma delas necessariamente é a verdadeira - apenas versões de ambos os lados. O filme não ignora o fato de que o conflito entre Israel e palestinos é o resultado de um emaranhado de histórias que foram inflamadas ao longo do tempo, seja pela guerra, pelo colonialismo, pelo Holocausto ou também pela forma como tudo sempre foi noticiado. Não há heróis e muito menos bandidos. Não se trata de uma jornada de Mona e Terje para alcançar a paz, mas sim de mostrar qual o papel de cada um deles nesse momento relevante da história recente e aí cabe um crítica: talvez "Oslo" merecesse ser uma minissérie - muitas passagens, personagens e discussões poderiam tranquilamente ser melhor explorados. 

"Oslo" não é brilhante como já atestamos, mas é importante, interessante e bem realizado - para quem gosta de teatro, a dinâmica será melhor absorvida. Vale a pena? Claro, ainda mais pelo momento onde o confronto entre Israel e Palestina voltou a ser notícia em uma história marcada por questões territoriais, históricas e religiosas que nós, de muito longe, não somos capazes de entender.

Assista Agora

Todo projeto baseado em um espetáculo de teatro tende a sofrer com a limitação cênica - ou seja, muitas cenas acontecem exatamente no mesmo cenário, o que dificulta a criação de uma dinâmica narrativa mais eficiente, mesmo com um roteiro inteligente e chancelado como uma das grandes vencedoras do Prêmio Tony durante as temporadas 2016/17. O fato é que "Oslo" é muito bom, mas não será inesquecível como "Chernobyl", por exemplo. 

O filme mostra as intermináveis negociações secretas que levaram ao Acordo de Paz de Oslo em 1993, entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), liderada por Yasser Arafat e orquestrado por dois funcionários do governo norueguês: Mona Juul (Ruth Wilson) e Terje Rød-Larsen (Andrew Scott). Esse é um momento breve, mas brilhante na história politica mundial - embora o "Acordo de Oslo" não tenha resultado em um processo de paz duradouro, ele continua representando um ponto de esperança diplomático quando pessoas de boa-vontade se reúnem e conversam sem preconceitos em busca de um bem maior. Confira o trailer:

Com um tema bastante sensível, é perceptível o cuidado do roteirista J.T. Rogers e do diretor Bartlett Sher, ambos estreantes, para que não haja nenhum desequilíbrio ideológico muito evidente entre o posicionamento de Israel ou dos palestinos, sobre diversos assuntos discutidos naqueles dias - uma outra produção da HBO sobre as diferenças entre os dois povos e que merece ser assistida é "Our Boys".

Pois bem, alguns pontos diplomáticos entre a Noruega e os dois países, inclusive, foram omitidos, outros, tratados rapidamente, mas nada que impacte na experiência que é acompanhar uma negociação marcada por um rancor histórico. Vale ressaltar que os diálogos podem fugir um pouco do que realmente aconteceu na realidade, mas é de se elogiar a simplicidade como o problema é exposto sem ser didático demais e a forma marcante como os personagens se relacionam entre si ajudam no entendimento - talvez um pouco fora do tom em alguns momentos, pouco esteriotipados como é o caso de Jeff Wilbusch com seu Uri Savir. Aliás, do elenco, Salim Dau como Ahmed Qurei (representante de Yasser Arafat) é o ponto alto do filme.

"Oslo" tem um mérito de deixar bem claro que não existe uma única narrativa dos fatos que os levaram até ali e que nenhuma delas necessariamente é a verdadeira - apenas versões de ambos os lados. O filme não ignora o fato de que o conflito entre Israel e palestinos é o resultado de um emaranhado de histórias que foram inflamadas ao longo do tempo, seja pela guerra, pelo colonialismo, pelo Holocausto ou também pela forma como tudo sempre foi noticiado. Não há heróis e muito menos bandidos. Não se trata de uma jornada de Mona e Terje para alcançar a paz, mas sim de mostrar qual o papel de cada um deles nesse momento relevante da história recente e aí cabe um crítica: talvez "Oslo" merecesse ser uma minissérie - muitas passagens, personagens e discussões poderiam tranquilamente ser melhor explorados. 

"Oslo" não é brilhante como já atestamos, mas é importante, interessante e bem realizado - para quem gosta de teatro, a dinâmica será melhor absorvida. Vale a pena? Claro, ainda mais pelo momento onde o confronto entre Israel e Palestina voltou a ser notícia em uma história marcada por questões territoriais, históricas e religiosas que nós, de muito longe, não somos capazes de entender.

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