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Suncoast

Selecionado para o Festival de Sundance em 2024, "Suncoast" é uma verdadeira pancada emocional, mas de uma beleza e sensibilidade admiráveis - ainda mais sabendo que muito do que vemos na tela faz parte de uma dolorida jornada que a própria diretora e sua família precisaram enfrentar. O filme dirigido pela estreante Laura Chinn captura com maestria a complexa dinâmica familiar e os desafios da vida sob a sombra da morte e aqui, sem cair no sentimentalismo piegas. "Suncoast" mostra o peso da iminência da morte, aquela que assombra, atormenta e sufoca, pela perspectiva de uma adolescente que transita entre a culpa, a angústia, a aflição e o desejo de seguir com sua vida e buscar a felicidade que sua mãe insiste em negar. Dói, eu admito, mas adianto que o roteiro transmite um inegável sentimento de aceitação que nos conforta e nos mantém reflexivos (talvez até positivos) durante todo o filme.

Doris (Nico Parker) é uma adolescente que passou os últimos seis anos ao lado da mãe, Kristine (Laura Linney), ajudando a cuidar do irmão que está gravemente doente. É nesse contexto de dor e revolta que ela acaba conhecendo o excêntrico ativista Paul Warren (Woody Harrelson) que está protestando contra um dos casos médicos mais marcantes do EUA e que acontece justamente na clínica onde o irmão de Doris está. Em um período de auto-descoberta e transformações, Doris se apoia nos conselhos de Paul para encontrar um caminho entre ser uma garota comum, aproveitando sua juventude com os colegas de turma da mesma idade, e viver uma jornada importante de amadurecimento, mesmo acompanhada do luto em vida. Confira o trailer:

Existe uma dor tão ou mais dolorosa do que a difícil tarefa de aceitar que o fim da vida de um ente querido está próximo - é a dor de precisar lidar com a verdade antes mesmo dela acontecer. Chinn (que como atriz se apresentava como Laura Kenley) sentiu isso na pele e com uma sabedoria singular foi capaz de transmitir toda essa confusão sentimental através de Doris e Kristine - é impressionante como ela consegue criar uma atmosfera intimista e muito realista, sem perder de vista uma certa beleza e até alguma poesia, em um momento onde em que a vida insiste em trazer dor e sofrimento. Ok, mas onde encontrar beleza e poesia tendo um filho (ou um irmão, dependendo do ponto de vista) com câncer no cérebro? A resposta não é simples e é justamente por isso que a diretora merece tantos elogios já que ela não romantiza o luto, mas nos posiciona como espectadores de um processo de aceitação muito bem desenvolvido. Veja, tanto Doris quanto Kristine têm seus próprios dilemas e frustrações mais íntimos, isso gera um embate constante, mas as possibilidades de entendimento diante da morte, basicamente é o que as mantém esperançosas perante a vida.

Nada em "Suncoast" é fácil de dirigir - existe uma certa dualidade entre esperança e tristeza que praticamente acompanha as protagonistas durante todo o filme. Aliás, que performances excepcionais! Laura Linney transmite com maestria a angústia e a resiliência de uma mãe que olha para a vida com a dificuldade de aceitar a doença do filho ao mesmo tempo que não admite ver sua outra filha amadurecer e buscar seus caminhos - esse, sem dúvida, é o seu melhor trabalho (e merece nossa atenção ao ponto de não me surpreender se for lembrada na temporada de premiações que vem pela frente). Já Nico Parker é o apoio que Linney. precisava - com muito talento, ela sabe equilibrar sentimentos complexos que partem da negação e da incompreensão até o encontro de uma beleza escondida nas relações sociais com pessoas da sua idade. E é aí que entra o outro pilar dessa tríade: Woody Harrelson - ele é a voz da razão, a figura paterna que carrega suas próprias dores, mas que está sempre disposto a ajudar ou, ao menos, consolar com sabedoria e experiência. Brilhante!

Produzido pelo Hulu, "Suncoast" é um filme difícil, cheio de simbolismos e que vai exigir alguma sensibilidade para entender que o que vemos na tela é só um recorte da dor mais profunda que um ser humano pode sentir. A narrativa é tocante no ponto certo, é vibrante ao não criar exageros ou embates desnecessários, é um convite para a reflexão sobre a importância da família, sobre a fragilidade da vida e, principalmente, sobre a força do amor eterno que nos mantém respirando mesmo dilacerados. Sensível, abordando temas tão delicados e sem a pretenção de ser inesquecível, mas cumprindo o seu papel como um ótimo drama  familiar, "Suncoast" é uma adorável (e viceral) surpresa do Star+!

Vale muito o seu play!

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Selecionado para o Festival de Sundance em 2024, "Suncoast" é uma verdadeira pancada emocional, mas de uma beleza e sensibilidade admiráveis - ainda mais sabendo que muito do que vemos na tela faz parte de uma dolorida jornada que a própria diretora e sua família precisaram enfrentar. O filme dirigido pela estreante Laura Chinn captura com maestria a complexa dinâmica familiar e os desafios da vida sob a sombra da morte e aqui, sem cair no sentimentalismo piegas. "Suncoast" mostra o peso da iminência da morte, aquela que assombra, atormenta e sufoca, pela perspectiva de uma adolescente que transita entre a culpa, a angústia, a aflição e o desejo de seguir com sua vida e buscar a felicidade que sua mãe insiste em negar. Dói, eu admito, mas adianto que o roteiro transmite um inegável sentimento de aceitação que nos conforta e nos mantém reflexivos (talvez até positivos) durante todo o filme.

Doris (Nico Parker) é uma adolescente que passou os últimos seis anos ao lado da mãe, Kristine (Laura Linney), ajudando a cuidar do irmão que está gravemente doente. É nesse contexto de dor e revolta que ela acaba conhecendo o excêntrico ativista Paul Warren (Woody Harrelson) que está protestando contra um dos casos médicos mais marcantes do EUA e que acontece justamente na clínica onde o irmão de Doris está. Em um período de auto-descoberta e transformações, Doris se apoia nos conselhos de Paul para encontrar um caminho entre ser uma garota comum, aproveitando sua juventude com os colegas de turma da mesma idade, e viver uma jornada importante de amadurecimento, mesmo acompanhada do luto em vida. Confira o trailer:

Existe uma dor tão ou mais dolorosa do que a difícil tarefa de aceitar que o fim da vida de um ente querido está próximo - é a dor de precisar lidar com a verdade antes mesmo dela acontecer. Chinn (que como atriz se apresentava como Laura Kenley) sentiu isso na pele e com uma sabedoria singular foi capaz de transmitir toda essa confusão sentimental através de Doris e Kristine - é impressionante como ela consegue criar uma atmosfera intimista e muito realista, sem perder de vista uma certa beleza e até alguma poesia, em um momento onde em que a vida insiste em trazer dor e sofrimento. Ok, mas onde encontrar beleza e poesia tendo um filho (ou um irmão, dependendo do ponto de vista) com câncer no cérebro? A resposta não é simples e é justamente por isso que a diretora merece tantos elogios já que ela não romantiza o luto, mas nos posiciona como espectadores de um processo de aceitação muito bem desenvolvido. Veja, tanto Doris quanto Kristine têm seus próprios dilemas e frustrações mais íntimos, isso gera um embate constante, mas as possibilidades de entendimento diante da morte, basicamente é o que as mantém esperançosas perante a vida.

Nada em "Suncoast" é fácil de dirigir - existe uma certa dualidade entre esperança e tristeza que praticamente acompanha as protagonistas durante todo o filme. Aliás, que performances excepcionais! Laura Linney transmite com maestria a angústia e a resiliência de uma mãe que olha para a vida com a dificuldade de aceitar a doença do filho ao mesmo tempo que não admite ver sua outra filha amadurecer e buscar seus caminhos - esse, sem dúvida, é o seu melhor trabalho (e merece nossa atenção ao ponto de não me surpreender se for lembrada na temporada de premiações que vem pela frente). Já Nico Parker é o apoio que Linney. precisava - com muito talento, ela sabe equilibrar sentimentos complexos que partem da negação e da incompreensão até o encontro de uma beleza escondida nas relações sociais com pessoas da sua idade. E é aí que entra o outro pilar dessa tríade: Woody Harrelson - ele é a voz da razão, a figura paterna que carrega suas próprias dores, mas que está sempre disposto a ajudar ou, ao menos, consolar com sabedoria e experiência. Brilhante!

Produzido pelo Hulu, "Suncoast" é um filme difícil, cheio de simbolismos e que vai exigir alguma sensibilidade para entender que o que vemos na tela é só um recorte da dor mais profunda que um ser humano pode sentir. A narrativa é tocante no ponto certo, é vibrante ao não criar exageros ou embates desnecessários, é um convite para a reflexão sobre a importância da família, sobre a fragilidade da vida e, principalmente, sobre a força do amor eterno que nos mantém respirando mesmo dilacerados. Sensível, abordando temas tão delicados e sem a pretenção de ser inesquecível, mas cumprindo o seu papel como um ótimo drama  familiar, "Suncoast" é uma adorável (e viceral) surpresa do Star+!

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The Ashley Madison Affair

Independente das discussões (e serão muitas) sobre Juízo de Valor, eu diria que a minissérie documental do Hulu, "The Ashley Madison Affair", é imperdível. A partir de um roteiro extremamente dinâmico, temos acesso aos bastidores do controverso site de relacionamentos para pessoas casadas, o Ashley Madison, e tudo que envolveu os vazamentos de dados de milhões de usuários em 2005. O filme, dirigido com maestria pela competente Johanna Hamilton (de "Bad Boys e Bilionários: Índia"), não apenas apresenta os escândalos de adultérios que chocaram o mundo, mas também oferece uma visão crítica e envolvente sobre a interseção entre negócio, tecnologia e intimidade. Elogiado pela profundidade de sua abordagem e pela coragem ao discutir verdades incômodas, aqui temos uma obra que transcende a mera exposição de fatos para explorar as complexidades morais e sociais que envolvem a privacidade online, mesmo para quem trai.

"The Ashley Madison Affair" nos conduz por uma jornada fascinante pelos meandros do site conhecido por facilitar encontros extraconjugais. O documentário revela a ascensão e queda do império digital comandado pelo então CEO da companhia, Noel Biderman. Por meio de entrevistas exclusivas com funcionários da empresa, jornalistas e investigadores, além de um rico material de arquivo e encenações de muito bom gosto, a minissérie discute as consequências devastadoras para relacionamentos e reputações depois do vazamento de dados que impactou, além da empresa, milhões de pessoas. Confira o trailer (em inglês):

Vale tudo para fazer um negócio se tornar um enorme sucesso financeiro, mesmo com um produto teoricamente imoral, se existirem milhões de pessoas dispostas a pagar por ele? Talvez tenha partido desse questionamento a construção narrativa que Hamilton brilhantemente explora em três episódios. Em nenhum momento você vai ficar confortável com o que está assistindo, ao mesmo tempo, olhando pela perspectiva do negócio, sua análise ficará ainda mais confusa, pois mesmo que tenhamos a exata sensação de que tudo aquilo faz um grande sentido, do conceito ao produto em si, curiosamente ficamos em dúvida se realmente vale a pena embarcar na jornada.

Ao adentrar os meandros da história, "The Ashley Madison Affair" não se contenta em ser um mero relato sobre eventos polêmicos envolvendo os usuários de um site que estimula o adultério. Muito pelo contrário, a diretora quer mesmo provocar, para só depois expor as motivações por trás do negócio, dando voz para a figura de Noel Biderman que revela uma complexidade humana que transcende os julgamentos mais simplistas - chega ser impressionante como ele se expõe ao mesmo tempo em fazia muita coisa errada nos bastidores da empresa. Veja, o roteiro destaca essa interconexão entre o sucesso do site e os desejos de seus usuários frequentes, dando certo holofote para um mal que acompanha a sociedade americana desde sempre: a hipocrisia.

Na linha de "Sexo Bilionário", o que eleva "The Ashley Madison Affair" é sua capacidade de fundir uma história polêmica com uma qualidade técnica e artística de produção de uma maneira bastante harmoniosa - os depoimentos de usuários na voz de atores e atrizes dão o exato tom do que significa essa exploração intensa sobre os limites da privacidade em um mundo cada vez mais conectado. A fotografia também cria uma atmosfera de sedução que intensifica as emoções, guiando a audiência por esse labirinto de escândalos e fantasia, de fato, envolvente.A pesquisa meticulosa é evidente em cada cena, revelando nuances que escapariam a narrativas superficiais - e isso é um golaço. A edição dinâmica mantém um ritmo que prende a nossa atenção, transformando informações densas em uma experiência cativante que certamente vai te fazer refletir, independente do olhar que você tenha sobre o site ou sobre o caso (e aqui sem trocadilhos)!

Vale muito o seu play!

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Independente das discussões (e serão muitas) sobre Juízo de Valor, eu diria que a minissérie documental do Hulu, "The Ashley Madison Affair", é imperdível. A partir de um roteiro extremamente dinâmico, temos acesso aos bastidores do controverso site de relacionamentos para pessoas casadas, o Ashley Madison, e tudo que envolveu os vazamentos de dados de milhões de usuários em 2005. O filme, dirigido com maestria pela competente Johanna Hamilton (de "Bad Boys e Bilionários: Índia"), não apenas apresenta os escândalos de adultérios que chocaram o mundo, mas também oferece uma visão crítica e envolvente sobre a interseção entre negócio, tecnologia e intimidade. Elogiado pela profundidade de sua abordagem e pela coragem ao discutir verdades incômodas, aqui temos uma obra que transcende a mera exposição de fatos para explorar as complexidades morais e sociais que envolvem a privacidade online, mesmo para quem trai.

"The Ashley Madison Affair" nos conduz por uma jornada fascinante pelos meandros do site conhecido por facilitar encontros extraconjugais. O documentário revela a ascensão e queda do império digital comandado pelo então CEO da companhia, Noel Biderman. Por meio de entrevistas exclusivas com funcionários da empresa, jornalistas e investigadores, além de um rico material de arquivo e encenações de muito bom gosto, a minissérie discute as consequências devastadoras para relacionamentos e reputações depois do vazamento de dados que impactou, além da empresa, milhões de pessoas. Confira o trailer (em inglês):

Vale tudo para fazer um negócio se tornar um enorme sucesso financeiro, mesmo com um produto teoricamente imoral, se existirem milhões de pessoas dispostas a pagar por ele? Talvez tenha partido desse questionamento a construção narrativa que Hamilton brilhantemente explora em três episódios. Em nenhum momento você vai ficar confortável com o que está assistindo, ao mesmo tempo, olhando pela perspectiva do negócio, sua análise ficará ainda mais confusa, pois mesmo que tenhamos a exata sensação de que tudo aquilo faz um grande sentido, do conceito ao produto em si, curiosamente ficamos em dúvida se realmente vale a pena embarcar na jornada.

Ao adentrar os meandros da história, "The Ashley Madison Affair" não se contenta em ser um mero relato sobre eventos polêmicos envolvendo os usuários de um site que estimula o adultério. Muito pelo contrário, a diretora quer mesmo provocar, para só depois expor as motivações por trás do negócio, dando voz para a figura de Noel Biderman que revela uma complexidade humana que transcende os julgamentos mais simplistas - chega ser impressionante como ele se expõe ao mesmo tempo em fazia muita coisa errada nos bastidores da empresa. Veja, o roteiro destaca essa interconexão entre o sucesso do site e os desejos de seus usuários frequentes, dando certo holofote para um mal que acompanha a sociedade americana desde sempre: a hipocrisia.

Na linha de "Sexo Bilionário", o que eleva "The Ashley Madison Affair" é sua capacidade de fundir uma história polêmica com uma qualidade técnica e artística de produção de uma maneira bastante harmoniosa - os depoimentos de usuários na voz de atores e atrizes dão o exato tom do que significa essa exploração intensa sobre os limites da privacidade em um mundo cada vez mais conectado. A fotografia também cria uma atmosfera de sedução que intensifica as emoções, guiando a audiência por esse labirinto de escândalos e fantasia, de fato, envolvente.A pesquisa meticulosa é evidente em cada cena, revelando nuances que escapariam a narrativas superficiais - e isso é um golaço. A edição dinâmica mantém um ritmo que prende a nossa atenção, transformando informações densas em uma experiência cativante que certamente vai te fazer refletir, independente do olhar que você tenha sobre o site ou sobre o caso (e aqui sem trocadilhos)!

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The Book of Manning

"A vida é boa, mas não é fácil" - é com essa frase que o excelente documentário "The Book of Manning", da ESPN Filmes, termina depois de uma jornada cativante que mergulha na vida e no legado de uma das famílias mais influentes e talentosas do futebol americano: os Mannings. Dirigido por Rory Karpf, o documentário é um tributo comovente ao patriarca da família, Archie Manning, e para seus filhos, Cooper, Peyton e Eli Manning, que se tornaram ícones inesquecíveis do esporte.

O filme captura habilmente a trajetória da família Manning, desde as origens modestas de Archie em uma pequena cidade do Mississippi até a ascensão meteórica de seus filhos ao estrelato do futebol americano profissional. Ao longo do filme, somos levados a uma jornada emocional, explorando não apenas as conquistas esportivas dos Mannings, mas também os desafios pessoais e as adversidades que enfrentaram. Confira o trailer (em inglês):

É inegável que uma das maiores forças de "The Book of Manning" é a maneira como Karpf equilibra o contexto histórico com as jornadas pessoais dos Mannings. O filme examina o sul segregado da década de 1960, onde Archie enfrentou obstáculos raciais significativos, e mostra como essas experiências moldaram seu caráter e influenciaram sua abordagem em relação à paternidade e ao futebol americano em si. Além disso, o roteiro lança uma luz sobre o relacionamento íntimo entre pai e filhos, revelando como Archie desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de seus filhos como atletas, e como Peyton e Eli se inspiraram no exemplo e no apoio de seu pai para se tornarem tão vencedores.

Os depoimentos sinceros e comoventes com os membros da família Manning dão ao documentário uma autenticidade notável, permitindo que a audiência se conecte emocionalmente com a história e com as lutas e triunfos dos protagonistas, além , é claro, de oferecer uma visão fascinante sobre os bastidores da NFL, mostrando tanto os desafios enfrentados pelos jogadores no campo quanto a pressão implacável fora dele. É impressionante como a narrativa foi habilmente construída com imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas para tornar a nossa experiência ainda mais envolvente e dinâmica, capaz de nos transportar para os momentos cruciais da carreira dos Mannings.

O fato é que "The Book of Manning" transmite uma mensagem poderosa sobre o valor do trabalho árduo, da dedicação e das referências (e exemplos) familiares. Ao explorar a resiliência dos Mannings diante das adversidades, o documentário nos inspira a perseguirmos nossos sonhos e a valorizarmos nossas relações mais intimas criando assim a base para o sucesso - eu diria, inclusive, que esse é o tipo do filme para você assistir quando você achar que já fez o suficiente para se tornar o melhor naquilo que se propõe. 

Se você é fã de futebol americano ou simplesmente aprecia histórias emocionantes, este documentário é a escolha perfeita!

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"A vida é boa, mas não é fácil" - é com essa frase que o excelente documentário "The Book of Manning", da ESPN Filmes, termina depois de uma jornada cativante que mergulha na vida e no legado de uma das famílias mais influentes e talentosas do futebol americano: os Mannings. Dirigido por Rory Karpf, o documentário é um tributo comovente ao patriarca da família, Archie Manning, e para seus filhos, Cooper, Peyton e Eli Manning, que se tornaram ícones inesquecíveis do esporte.

O filme captura habilmente a trajetória da família Manning, desde as origens modestas de Archie em uma pequena cidade do Mississippi até a ascensão meteórica de seus filhos ao estrelato do futebol americano profissional. Ao longo do filme, somos levados a uma jornada emocional, explorando não apenas as conquistas esportivas dos Mannings, mas também os desafios pessoais e as adversidades que enfrentaram. Confira o trailer (em inglês):

É inegável que uma das maiores forças de "The Book of Manning" é a maneira como Karpf equilibra o contexto histórico com as jornadas pessoais dos Mannings. O filme examina o sul segregado da década de 1960, onde Archie enfrentou obstáculos raciais significativos, e mostra como essas experiências moldaram seu caráter e influenciaram sua abordagem em relação à paternidade e ao futebol americano em si. Além disso, o roteiro lança uma luz sobre o relacionamento íntimo entre pai e filhos, revelando como Archie desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de seus filhos como atletas, e como Peyton e Eli se inspiraram no exemplo e no apoio de seu pai para se tornarem tão vencedores.

Os depoimentos sinceros e comoventes com os membros da família Manning dão ao documentário uma autenticidade notável, permitindo que a audiência se conecte emocionalmente com a história e com as lutas e triunfos dos protagonistas, além , é claro, de oferecer uma visão fascinante sobre os bastidores da NFL, mostrando tanto os desafios enfrentados pelos jogadores no campo quanto a pressão implacável fora dele. É impressionante como a narrativa foi habilmente construída com imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas para tornar a nossa experiência ainda mais envolvente e dinâmica, capaz de nos transportar para os momentos cruciais da carreira dos Mannings.

O fato é que "The Book of Manning" transmite uma mensagem poderosa sobre o valor do trabalho árduo, da dedicação e das referências (e exemplos) familiares. Ao explorar a resiliência dos Mannings diante das adversidades, o documentário nos inspira a perseguirmos nossos sonhos e a valorizarmos nossas relações mais intimas criando assim a base para o sucesso - eu diria, inclusive, que esse é o tipo do filme para você assistir quando você achar que já fez o suficiente para se tornar o melhor naquilo que se propõe. 

Se você é fã de futebol americano ou simplesmente aprecia histórias emocionantes, este documentário é a escolha perfeita!

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The Con

Antes de mais nada é preciso alinhar as expectativas: "The Con" não é uma série documental - pelo menos não como estamos acostumados a encontrar nas plataformas de streaming. "The Con" é um programa de TV que está disponível em um streaming. Dito isso, a série antológica da ABC americana se apoia em um conteúdo que vem fazendo muito sucesso ultimamente: contar histórias de falcatruas pela ótica de quem sofreu a fraude e te garanto: embora cruel, é muito divertido!

Whoopi Goldberg narra esta série que explora histórias perturbadoras de pessoas enganadas por promessas que provaram serem boas demais para, de fato, serem verdadeiras. Confira o trailer do episódio de estreia (em inglês):

Veja, por se tratar de uma série para a TV, você não vai encontrar uma profundidade na narrativa -  a proposta é, propositalmente, contar uma história absurda, mas sem se preocupar em conectar todos os pontos ou criar um perfil mais aprofundado dos criminosos. Muito pelo contrário, a ideia de "The Con" é entreter e para isso ele usa um formato bem estabelecido em outros gêneros (como em realities de gastronomia, transformações ou de empreendedorismo) para criar uma atmosfera de suspense e ser a base de toda uma temporada, não importando a história que está sendo contada no episódio. Do tom da narração à trilha sonora escolhida, tudo tem um certo, digamos, sensacionalismo, mas isso não quer dizer que não tenha qualidade, é só o estilo - até porquê o diretor, Star Price, vem chancelado com 10 indicações ao Emmy no currículo.

Em 8 episódios vemos desde uma fraude de identidade em um romance mentiroso até o escândalo de admissão em faculdades nos EUA, passando pelo inesquecível "Fyre Festival". A dinâmica da narrativa se propõe a revelar como as vítimas foram enganadas e mostrar o custo dessa falsa confiança – seja ela emocional ou financeira. Apresentando entrevistas com as principais pessoas envolvidas nos golpes, incluindo vítimas e testemunhas oculares e, em alguns casos, policiais e os próprios golpistas, "The Con" é aquele típico programa para relaxar, se indignar e, eventualmente, dar até umas boas risadas com nossa terrível mania de sempre julgar os fatos (e as vítimas).

Se você gostou de documentários como"Não confie em ninguém: a caça ao rei das criptomoedas", "O Golpista do Tinder", "Fyre Festval" e "Educação Americana - Fraude e Privilégio" (os dois últimos, inclusive com episódios inteiramente dedicados aos fatos), ou até de séries como "Inventando Anna""Dirty John – O Golpe do Amor", "O Paraíso e a Serpente" e "Má Educação", pode dar o play tranquilamente que sua diversão está garantida. Aliás, reparem na história Anthony Gignac, que apesar de ter nascido no estado de Michigan, usava uma identidade falsa para forjar uma origem saudita e mais do que isso: ele se declarava membro da família real; ou mesmo no caso de Marianne Smyth, uma jovem que alegou ser uma herdeira irlandesa cuja família estava tentando roubar sua enorme herança, mas que no fundo queria mesmo é ganhar muito dinheiro nas custas dos amigos (bem no estilo de Anna Delvey).

Olha, vale muito a pena como aquele entretenimento despretensioso.

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Antes de mais nada é preciso alinhar as expectativas: "The Con" não é uma série documental - pelo menos não como estamos acostumados a encontrar nas plataformas de streaming. "The Con" é um programa de TV que está disponível em um streaming. Dito isso, a série antológica da ABC americana se apoia em um conteúdo que vem fazendo muito sucesso ultimamente: contar histórias de falcatruas pela ótica de quem sofreu a fraude e te garanto: embora cruel, é muito divertido!

Whoopi Goldberg narra esta série que explora histórias perturbadoras de pessoas enganadas por promessas que provaram serem boas demais para, de fato, serem verdadeiras. Confira o trailer do episódio de estreia (em inglês):

Veja, por se tratar de uma série para a TV, você não vai encontrar uma profundidade na narrativa -  a proposta é, propositalmente, contar uma história absurda, mas sem se preocupar em conectar todos os pontos ou criar um perfil mais aprofundado dos criminosos. Muito pelo contrário, a ideia de "The Con" é entreter e para isso ele usa um formato bem estabelecido em outros gêneros (como em realities de gastronomia, transformações ou de empreendedorismo) para criar uma atmosfera de suspense e ser a base de toda uma temporada, não importando a história que está sendo contada no episódio. Do tom da narração à trilha sonora escolhida, tudo tem um certo, digamos, sensacionalismo, mas isso não quer dizer que não tenha qualidade, é só o estilo - até porquê o diretor, Star Price, vem chancelado com 10 indicações ao Emmy no currículo.

Em 8 episódios vemos desde uma fraude de identidade em um romance mentiroso até o escândalo de admissão em faculdades nos EUA, passando pelo inesquecível "Fyre Festival". A dinâmica da narrativa se propõe a revelar como as vítimas foram enganadas e mostrar o custo dessa falsa confiança – seja ela emocional ou financeira. Apresentando entrevistas com as principais pessoas envolvidas nos golpes, incluindo vítimas e testemunhas oculares e, em alguns casos, policiais e os próprios golpistas, "The Con" é aquele típico programa para relaxar, se indignar e, eventualmente, dar até umas boas risadas com nossa terrível mania de sempre julgar os fatos (e as vítimas).

Se você gostou de documentários como"Não confie em ninguém: a caça ao rei das criptomoedas", "O Golpista do Tinder", "Fyre Festval" e "Educação Americana - Fraude e Privilégio" (os dois últimos, inclusive com episódios inteiramente dedicados aos fatos), ou até de séries como "Inventando Anna""Dirty John – O Golpe do Amor", "O Paraíso e a Serpente" e "Má Educação", pode dar o play tranquilamente que sua diversão está garantida. Aliás, reparem na história Anthony Gignac, que apesar de ter nascido no estado de Michigan, usava uma identidade falsa para forjar uma origem saudita e mais do que isso: ele se declarava membro da família real; ou mesmo no caso de Marianne Smyth, uma jovem que alegou ser uma herdeira irlandesa cuja família estava tentando roubar sua enorme herança, mas que no fundo queria mesmo é ganhar muito dinheiro nas custas dos amigos (bem no estilo de Anna Delvey).

Olha, vale muito a pena como aquele entretenimento despretensioso.

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The Dropout

The Dropout

Antes de assistir "The Dropout" eu sugiro que você conheça a história da Theranos, especificamente de sua fundadora Elizabeth Holmes. Não que a minissérie do Hulu (aqui no Brasil distribuída pelo Disney+) baseada no podcast homônimo apresentado por Rebecca Jarvis e produzido pela ABC News, não seja suficiente o bastante para nos mostrar um recorte bem relevante do que foi a jornada dessa staturp que transformou seu valuation  de 10 bilhões em zero "da noite para o dia", mas te garanto: se você assistir o documentário da HBO, "A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício", sua experiência será outra - muito mais completa (e curiosa)! 

Elizabeth Holmes (Amanda Seyfried) é uma jovem empresária que afirmou ter criado uma forma revolucionária de analisar exames de sangue, utilizando apenas uma pequena gota tirada do dedo ela seria capaz de identificar 200 doenças com um custo de apenas dez dólares. Rapidamente, Holmes conquistou o desejo de investidores e se tornou uma das pessoas mais ricas e influentes do Vale do Silício, se apoiando na promessa de "disruptar" o mercado valioso de biotecnologia. A grande questão é que tudo ficou na promessa e mesmo com um propósito real, Elizabeth Holmes se tornou uma pária quando o mundo descobriu que tudo não passou de uma grande fraude. Confira o trailer (em inglês):

Antes de sucessos como "Inventando Anna" ou "Fyre Festival", era  difícil acreditar que uma jovem de 19 anos sem o que chamamos de track record (uma espécie de histórico de sucesso) no universo empreendedor, seria capaz de fazer com que investidores, cientistas e até políticos comprassem uma ideia que sequer havia sido testada e, pior, comprovada. Mas é exatamente o que Elizabeth Holmes, uma ex-aluna de Stanford, fez após largar a faculdade (por isso o nome "dropout" do título) em 2003.

Embora o roteiro da minissérie sofra para retratar todos os anos entre o desejo, a ideia, a construção e a derrocada da Theranos, deixando alguns personagens importantes completamente fora de contexto (e de continuidade) dentro da narrativa, é de se elogiar a forma como a linha temporal é construída. Divida em capítulos, respeitando a minutagem de cada episódio, "The Dropout" não se preocupa com os saltos temporais, nem com a consistência da história para criar um drama envolvente e cercado de muitas curiosidades. Ao estabelecer a relação entre Holmes e o co-CEO Sunny Balwani (Naveen Andrews), embarcamos na intimidade da personagem e como suas conquistas ajudaram a transformar sua personalidade perante todos que a rodeavam. A frase clássica já no último episódio define exatamente essa profundidade e complexidade que Amanda Seyfried conseguiu entregar - ela pergunta para a mãe: “Se você escolhe esquecer de algumas coisas, isso é o mesmo que mentir?”

O tom da minissérie deixa a veracidade das situações um pouco em segundo plano para priorizar conflitos encenados e carregar no drama - o trio de diretores, Michael Showalter (de "Os Olhos de Tammy Faye"), Francesa Gregorini (de "Killing Eve") e Erica Watson (de "Snowpiercer") são muito competentes em encontrar o cerne de tensão de cada cena, de cada interação da protagonista com seus investidores, colaboradores e familiares, sem carregar no didatismo. Com isso  "The Dropout" acaba equilibrando o elemento documental da história com o entretenimento dinâmico da proposta narrativa, impondo uma experiência das mais agradáveis, até para aqueles pouco envolvidos no universo de startups que anda tão em alta.

Vale muito o seu play!

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Antes de assistir "The Dropout" eu sugiro que você conheça a história da Theranos, especificamente de sua fundadora Elizabeth Holmes. Não que a minissérie do Hulu (aqui no Brasil distribuída pelo Disney+) baseada no podcast homônimo apresentado por Rebecca Jarvis e produzido pela ABC News, não seja suficiente o bastante para nos mostrar um recorte bem relevante do que foi a jornada dessa staturp que transformou seu valuation  de 10 bilhões em zero "da noite para o dia", mas te garanto: se você assistir o documentário da HBO, "A Inventora: À Procura de Sangue no Vale do Silício", sua experiência será outra - muito mais completa (e curiosa)! 

Elizabeth Holmes (Amanda Seyfried) é uma jovem empresária que afirmou ter criado uma forma revolucionária de analisar exames de sangue, utilizando apenas uma pequena gota tirada do dedo ela seria capaz de identificar 200 doenças com um custo de apenas dez dólares. Rapidamente, Holmes conquistou o desejo de investidores e se tornou uma das pessoas mais ricas e influentes do Vale do Silício, se apoiando na promessa de "disruptar" o mercado valioso de biotecnologia. A grande questão é que tudo ficou na promessa e mesmo com um propósito real, Elizabeth Holmes se tornou uma pária quando o mundo descobriu que tudo não passou de uma grande fraude. Confira o trailer (em inglês):

Antes de sucessos como "Inventando Anna" ou "Fyre Festival", era  difícil acreditar que uma jovem de 19 anos sem o que chamamos de track record (uma espécie de histórico de sucesso) no universo empreendedor, seria capaz de fazer com que investidores, cientistas e até políticos comprassem uma ideia que sequer havia sido testada e, pior, comprovada. Mas é exatamente o que Elizabeth Holmes, uma ex-aluna de Stanford, fez após largar a faculdade (por isso o nome "dropout" do título) em 2003.

Embora o roteiro da minissérie sofra para retratar todos os anos entre o desejo, a ideia, a construção e a derrocada da Theranos, deixando alguns personagens importantes completamente fora de contexto (e de continuidade) dentro da narrativa, é de se elogiar a forma como a linha temporal é construída. Divida em capítulos, respeitando a minutagem de cada episódio, "The Dropout" não se preocupa com os saltos temporais, nem com a consistência da história para criar um drama envolvente e cercado de muitas curiosidades. Ao estabelecer a relação entre Holmes e o co-CEO Sunny Balwani (Naveen Andrews), embarcamos na intimidade da personagem e como suas conquistas ajudaram a transformar sua personalidade perante todos que a rodeavam. A frase clássica já no último episódio define exatamente essa profundidade e complexidade que Amanda Seyfried conseguiu entregar - ela pergunta para a mãe: “Se você escolhe esquecer de algumas coisas, isso é o mesmo que mentir?”

O tom da minissérie deixa a veracidade das situações um pouco em segundo plano para priorizar conflitos encenados e carregar no drama - o trio de diretores, Michael Showalter (de "Os Olhos de Tammy Faye"), Francesa Gregorini (de "Killing Eve") e Erica Watson (de "Snowpiercer") são muito competentes em encontrar o cerne de tensão de cada cena, de cada interação da protagonista com seus investidores, colaboradores e familiares, sem carregar no didatismo. Com isso  "The Dropout" acaba equilibrando o elemento documental da história com o entretenimento dinâmico da proposta narrativa, impondo uma experiência das mais agradáveis, até para aqueles pouco envolvidos no universo de startups que anda tão em alta.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

The Killing

"The Killing", para mim, é uma das melhores séries de drama policial já produzida - um dos raros casos que a versão americana é melhor ou, no mínimo, tão boa quanto a versão original! A série foi um verdadeiro sucesso em 2011, quando chegou a receber 6 indicações ao Emmy daquele ano. Com uma narrativa muito bem equilibrada e extremamente envolvente, a série mistura elementos de suspense e mistério capaz de prender a nossa atenção desde o primeiro até o último episódio, bem ao estilo das minisséries de crimes da HBO - aliás, talvez aqui caiba minha única crítica à produção, mesmo entendendo que eram outros tempos: ela poderia ter terminado no final da segunda temporada, mas o fato é que seu final só foi na quarta. Com uma trama meticulosamente elaborada e uma direção impecável, a série nos conduz por uma jornada intensa e repleta de reviravoltas que vai te surpreender.

Baseada na dinamarquesa "Forbrydelsen", "The Killing" se passa em Seattle e acompanha a detetive Sarah Linden (Mireille Enos) e seu parceiro Stephen Holder (Joel Kinnaman) enquanto investigam o assassinato da adolescente Rosie Larsen. O que parece ser um caso isolado acaba se tornando uma teia complexa de mistérios e segredos, envolvendo políticos, famílias influentes e até a própria polícia. Confira o trailer (em inglês):

Sem dúvida que o estilo de narrativa de "The Killing" é marcado por uma abordagem bastante cuidadosa, extremamente detalhada, para que as peças apresentadas, encaixadas ou não, nos deixem cheios de dúvidas. Cada episódio, de fato, é repleto de pistas e diálogos bem estruturados para que não tenhamos a sensação de estarmos sendo "enrolados". Soma-se a isso uma atmosfera sombria (brilhantemente fotografado, em sua maioria, pelo Gregory Middleton de "Game of Thrones" e "Watchmen") que contribui demais para a tensão crescente da trama. 

Os personagens também são muito bem construídos - não existe superficialidade. Todos são bem desenvolvidos ao longo das temporadas de forma a percebermos suas complexidades - seja no que existe de melhor e de pior no ser humano. Mireille Enos entrega uma performance cativante como a determinada detetive Linden, cuja dedicação à resolução do caso muitas vezes a coloca em conflito com sua própria vida pessoal. Joel Kinnaman também se destaca como o carismático e perspicaz Stephen Holder, trazendo um equilíbrio perfeito para a dupla de investigadores. Os dois dão um show - nos importamos com eles!

Assim como alguns filmes no estilo "Garota Exemplar" ou até séries como "Sharp Objects" ou "The Night Of""The Killing" desafia as convenções do gênero ao partir de um crime e sua investigação, para explorar temas ainda mais profundos sobre a natureza humana, as consequências de algumas escolhas e o preço da busca pela verdade. Eu diria que essa série é uma das experiências mais intensas e satisfatórias de uma era pré-streaming que vai prender os amantes de suspense e dramas policiais bem elaborados, como poucas - pode me cobrar depois!

Se prepare e dê o play sem medo!

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"The Killing", para mim, é uma das melhores séries de drama policial já produzida - um dos raros casos que a versão americana é melhor ou, no mínimo, tão boa quanto a versão original! A série foi um verdadeiro sucesso em 2011, quando chegou a receber 6 indicações ao Emmy daquele ano. Com uma narrativa muito bem equilibrada e extremamente envolvente, a série mistura elementos de suspense e mistério capaz de prender a nossa atenção desde o primeiro até o último episódio, bem ao estilo das minisséries de crimes da HBO - aliás, talvez aqui caiba minha única crítica à produção, mesmo entendendo que eram outros tempos: ela poderia ter terminado no final da segunda temporada, mas o fato é que seu final só foi na quarta. Com uma trama meticulosamente elaborada e uma direção impecável, a série nos conduz por uma jornada intensa e repleta de reviravoltas que vai te surpreender.

Baseada na dinamarquesa "Forbrydelsen", "The Killing" se passa em Seattle e acompanha a detetive Sarah Linden (Mireille Enos) e seu parceiro Stephen Holder (Joel Kinnaman) enquanto investigam o assassinato da adolescente Rosie Larsen. O que parece ser um caso isolado acaba se tornando uma teia complexa de mistérios e segredos, envolvendo políticos, famílias influentes e até a própria polícia. Confira o trailer (em inglês):

Sem dúvida que o estilo de narrativa de "The Killing" é marcado por uma abordagem bastante cuidadosa, extremamente detalhada, para que as peças apresentadas, encaixadas ou não, nos deixem cheios de dúvidas. Cada episódio, de fato, é repleto de pistas e diálogos bem estruturados para que não tenhamos a sensação de estarmos sendo "enrolados". Soma-se a isso uma atmosfera sombria (brilhantemente fotografado, em sua maioria, pelo Gregory Middleton de "Game of Thrones" e "Watchmen") que contribui demais para a tensão crescente da trama. 

Os personagens também são muito bem construídos - não existe superficialidade. Todos são bem desenvolvidos ao longo das temporadas de forma a percebermos suas complexidades - seja no que existe de melhor e de pior no ser humano. Mireille Enos entrega uma performance cativante como a determinada detetive Linden, cuja dedicação à resolução do caso muitas vezes a coloca em conflito com sua própria vida pessoal. Joel Kinnaman também se destaca como o carismático e perspicaz Stephen Holder, trazendo um equilíbrio perfeito para a dupla de investigadores. Os dois dão um show - nos importamos com eles!

Assim como alguns filmes no estilo "Garota Exemplar" ou até séries como "Sharp Objects" ou "The Night Of""The Killing" desafia as convenções do gênero ao partir de um crime e sua investigação, para explorar temas ainda mais profundos sobre a natureza humana, as consequências de algumas escolhas e o preço da busca pela verdade. Eu diria que essa série é uma das experiências mais intensas e satisfatórias de uma era pré-streaming que vai prender os amantes de suspense e dramas policiais bem elaborados, como poucas - pode me cobrar depois!

Se prepare e dê o play sem medo!

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The Mandalorian

"The Mandalorian" é sem dúvida o maior acerto do Universo "Stars Wars" em muito tempo! A série da Disney+ foi capaz de captar a essência, tanto visual quanto narrativa, que parecia estar perdida em uma sequência de equívocos que colocaram em dúvida a capacidade da própria Disney em perpetuar uma franquia de sucesso e com tantos fãs - e mais uma vez, o streaming parece ter conseguido colocar o conceito criativo do próprio George Lucas nos eixos logo na estreia!

Ambientada na linha do tempo de "Star Wars" entre a "Era da Rebelião" de "Retorno de Jedi", cinco anos após a queda do Império, e a "Era da Resistência", 25 anos antes da ascensão da Primeira Ordem de "O Despertar da Força", "The Mandalorian" mostra a derrocada do Império quando a Galáxia se torna uma terra de ninguém, caótica, repleta de caçadores de recompensas, entre eles, o próprio "Mando" - como é conhecido por onde passa.

Com uma estrutura narrativa bem próxima de um "procedural", com episódios independentes entre si, que focam em uma nova missão do protagonista por semana, a trama traz uma arco maior muito interessante e que funciona como linha condutora para unir, de certa forma, toda temporada: o Mandalorian precisa proteger uma criatura chamada de "The Child", que também ficou conhecida como "Baby Yoda" -  aqui cabe uma observação importante:  ele não é o Mestre Yoda de Star Wars, eles são somente da mesma espécie e pertencem a uma ordem de "feiticeiros" conhecida como Jedi (assim se explica na primeira temporada)! Vamos ao trailer:

É natural uma certa confusão inicial para aqueles que não seguem o Universo Star Wars quase como uma religião - de fato, faltam referências mais óbvias para estabelecer o momento exato na linha do tempo e, vou além, para apresentar as peculiaridades daqueles personagens. Porém, quem tem algum conhecimento dos três primeiros filmes da franquia, ou melhor, os episódios IV, V e VI; facilmente embarca na jornada do personagem justamente pelo alinhamento conceitual que o diretorJon Favreau conseguiu recuperar.  

Claramente inspirado nos filmes de western, "The Mandalorian" equilibra muito bem aquela ficção cientifica raiz com a ação e os tiroteios do "velho oeste", em troca de algumas moedas. Não que os próprios filmes da franquia também não possuam essa inspiração, mas aqui é tudo mais claro - não existe (pelo menos por enquanto) a necessidade do protagonista se tornar algo maior ou importante demais para todo o universo: o foco é sobreviver de pequenos bicos enquanto tenta se livrar do "Baby Yoda".

Como em "WandaVision", a série original do Disney+ também não economiza na produção e muito menos relativiza os aspectos os aspectos técnicos e artistisicos por se tratar de um projeto para o streaming - isso não existe mais e aqui temos outra prova desse posicionamento! Desde os efeitos especiais, passando pela trilha sonora, edição de som, fotografia, desenho de produção, enquadramentos e até as coreografias das cenas de ação que são deslumbrantes, tudo tem nível de blockbuster! Então, se você é fã de Star Wars, claro que a série é imperdível, mas caso você queira iniciar essa jornada eu sugiro: assista os filmes I, II, III, IV, V e VI e depois venha voando para "The Mandalorian"!

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"The Mandalorian" é sem dúvida o maior acerto do Universo "Stars Wars" em muito tempo! A série da Disney+ foi capaz de captar a essência, tanto visual quanto narrativa, que parecia estar perdida em uma sequência de equívocos que colocaram em dúvida a capacidade da própria Disney em perpetuar uma franquia de sucesso e com tantos fãs - e mais uma vez, o streaming parece ter conseguido colocar o conceito criativo do próprio George Lucas nos eixos logo na estreia!

Ambientada na linha do tempo de "Star Wars" entre a "Era da Rebelião" de "Retorno de Jedi", cinco anos após a queda do Império, e a "Era da Resistência", 25 anos antes da ascensão da Primeira Ordem de "O Despertar da Força", "The Mandalorian" mostra a derrocada do Império quando a Galáxia se torna uma terra de ninguém, caótica, repleta de caçadores de recompensas, entre eles, o próprio "Mando" - como é conhecido por onde passa.

Com uma estrutura narrativa bem próxima de um "procedural", com episódios independentes entre si, que focam em uma nova missão do protagonista por semana, a trama traz uma arco maior muito interessante e que funciona como linha condutora para unir, de certa forma, toda temporada: o Mandalorian precisa proteger uma criatura chamada de "The Child", que também ficou conhecida como "Baby Yoda" -  aqui cabe uma observação importante:  ele não é o Mestre Yoda de Star Wars, eles são somente da mesma espécie e pertencem a uma ordem de "feiticeiros" conhecida como Jedi (assim se explica na primeira temporada)! Vamos ao trailer:

É natural uma certa confusão inicial para aqueles que não seguem o Universo Star Wars quase como uma religião - de fato, faltam referências mais óbvias para estabelecer o momento exato na linha do tempo e, vou além, para apresentar as peculiaridades daqueles personagens. Porém, quem tem algum conhecimento dos três primeiros filmes da franquia, ou melhor, os episódios IV, V e VI; facilmente embarca na jornada do personagem justamente pelo alinhamento conceitual que o diretorJon Favreau conseguiu recuperar.  

Claramente inspirado nos filmes de western, "The Mandalorian" equilibra muito bem aquela ficção cientifica raiz com a ação e os tiroteios do "velho oeste", em troca de algumas moedas. Não que os próprios filmes da franquia também não possuam essa inspiração, mas aqui é tudo mais claro - não existe (pelo menos por enquanto) a necessidade do protagonista se tornar algo maior ou importante demais para todo o universo: o foco é sobreviver de pequenos bicos enquanto tenta se livrar do "Baby Yoda".

Como em "WandaVision", a série original do Disney+ também não economiza na produção e muito menos relativiza os aspectos os aspectos técnicos e artistisicos por se tratar de um projeto para o streaming - isso não existe mais e aqui temos outra prova desse posicionamento! Desde os efeitos especiais, passando pela trilha sonora, edição de som, fotografia, desenho de produção, enquadramentos e até as coreografias das cenas de ação que são deslumbrantes, tudo tem nível de blockbuster! Então, se você é fã de Star Wars, claro que a série é imperdível, mas caso você queira iniciar essa jornada eu sugiro: assista os filmes I, II, III, IV, V e VI e depois venha voando para "The Mandalorian"!

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This is Us

"This is Us" talvez tenha sido a melhor série da TV aberta americana (produzida e exibida pela NBC) dos últimos tempos - certamente de 2016 foi, tanto que foi a única série de TV aberta finalista do último Globo de Ouro. "This is Us" é excelente e se você ainda não assistiu, por favor, faça isso por você! Embora o marketing tenha focado na premissa dos personagens principais terem nascido no mesmo dia e isso não ter representado absolutamente nada no desenvolvimento narrativo das temporadas iniciais, sendo apenas o ponto de partida. "This is Us" vai muito além - é uma série sobre sensível sobre as relações familiares, sobre como o passado é importante na construção dos vínculos que temos com o presente, de como nossa personalidade amadurece (ou não) e de como cada fase da nossa vida é essencial para o nosso aprendizado e crescimento.

Criada por Dan Fogelman, a série acompanha o cotidiano da família Pearson durante várias linhas do tempo. Depois da morte de um dos seus trigêmeos no parte, o casal Rebecca (Mandy Moore) e Jack (Milo Ventimiglia) decidem adotar um recém nascido que acabara de ser resgatado pelos bombeiros. Durante os episódios, a série apresenta os problemas e dilemas dos Pearsons enquanto família e também tentando entender a vida particular de seus filhos depois de adultos: Randall (Sterling K. Brown) um advogado lidando com a volta de seu pai biológico, Kevin (Justin Hartley), um ator de televisão buscando novas oportunidades no teatro e Kate (Chrissy Metz), uma mulher tentando lidar com seu peso e superar traumas da infância. Confira o trailer:

O roteiro de "This is Us" trabalha muito bem a falta de linearidade das histórias - vamos do presente para o passado em um piscar de olhos e com isso nos surpreendemos com a forma como os arcos vão sendo desenvolvidos e encaixados! Esse conceito narrativo ajuda a construir a personalidade de cada um dos personagens como se estivéssemos abrindo um enorme álbum de fotos, sem seguir uma cronologia exata, mas sempre se apegando aos assuntos mais relevantes da vida de cada um - e é isso que nos prende aos episódios. O primeiro, que ainda pode ser chamado de piloto, já entrega a genialidade de Fogelman em nos surpreender pouco a pouco. Os atores estão muito bem, destaque para Brown (vencedor o Globo de Ouro), Jones e para Metz.

A verdade é que "This is Us"não traz nada de novo na forma ou no conteúdo, mas tem o mérito de aperfeiçoar a estrutura dramática de histórias pensadas para a TV aberta do começo dos anos 2000, sempre com uma bela trilha sonora de fundo e uma carga dramática bem potente - aquelas de desidratar de chorar, sabe? A série trouxe o melhor de "What about Brian" e de "Reunion" (séries que não funcionaram muito bem na época por estarem um pouco fora do Zeitgeist), mas que tinham qualidade e inovações interessantes e aqui melhor desenvolvidas e com um conceito mais claro para quem estava disposto esperar uma semana para o próximo episódios. 

Mesmo "This is Us" sendo uma obra-prima pré-streaming, pode encarar a jornada que você não vai se arrepender - e melhor: a série tem um final! Dito isso, vale o play com muita segurança, mas tenha sempre um lenço de papel do lado - você vai precisar!

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"This is Us" talvez tenha sido a melhor série da TV aberta americana (produzida e exibida pela NBC) dos últimos tempos - certamente de 2016 foi, tanto que foi a única série de TV aberta finalista do último Globo de Ouro. "This is Us" é excelente e se você ainda não assistiu, por favor, faça isso por você! Embora o marketing tenha focado na premissa dos personagens principais terem nascido no mesmo dia e isso não ter representado absolutamente nada no desenvolvimento narrativo das temporadas iniciais, sendo apenas o ponto de partida. "This is Us" vai muito além - é uma série sobre sensível sobre as relações familiares, sobre como o passado é importante na construção dos vínculos que temos com o presente, de como nossa personalidade amadurece (ou não) e de como cada fase da nossa vida é essencial para o nosso aprendizado e crescimento.

Criada por Dan Fogelman, a série acompanha o cotidiano da família Pearson durante várias linhas do tempo. Depois da morte de um dos seus trigêmeos no parte, o casal Rebecca (Mandy Moore) e Jack (Milo Ventimiglia) decidem adotar um recém nascido que acabara de ser resgatado pelos bombeiros. Durante os episódios, a série apresenta os problemas e dilemas dos Pearsons enquanto família e também tentando entender a vida particular de seus filhos depois de adultos: Randall (Sterling K. Brown) um advogado lidando com a volta de seu pai biológico, Kevin (Justin Hartley), um ator de televisão buscando novas oportunidades no teatro e Kate (Chrissy Metz), uma mulher tentando lidar com seu peso e superar traumas da infância. Confira o trailer:

O roteiro de "This is Us" trabalha muito bem a falta de linearidade das histórias - vamos do presente para o passado em um piscar de olhos e com isso nos surpreendemos com a forma como os arcos vão sendo desenvolvidos e encaixados! Esse conceito narrativo ajuda a construir a personalidade de cada um dos personagens como se estivéssemos abrindo um enorme álbum de fotos, sem seguir uma cronologia exata, mas sempre se apegando aos assuntos mais relevantes da vida de cada um - e é isso que nos prende aos episódios. O primeiro, que ainda pode ser chamado de piloto, já entrega a genialidade de Fogelman em nos surpreender pouco a pouco. Os atores estão muito bem, destaque para Brown (vencedor o Globo de Ouro), Jones e para Metz.

A verdade é que "This is Us"não traz nada de novo na forma ou no conteúdo, mas tem o mérito de aperfeiçoar a estrutura dramática de histórias pensadas para a TV aberta do começo dos anos 2000, sempre com uma bela trilha sonora de fundo e uma carga dramática bem potente - aquelas de desidratar de chorar, sabe? A série trouxe o melhor de "What about Brian" e de "Reunion" (séries que não funcionaram muito bem na época por estarem um pouco fora do Zeitgeist), mas que tinham qualidade e inovações interessantes e aqui melhor desenvolvidas e com um conceito mais claro para quem estava disposto esperar uma semana para o próximo episódios. 

Mesmo "This is Us" sendo uma obra-prima pré-streaming, pode encarar a jornada que você não vai se arrepender - e melhor: a série tem um final! Dito isso, vale o play com muita segurança, mas tenha sempre um lenço de papel do lado - você vai precisar!

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Thor: Amor e Trovão

Embora não seja minha preferência, eu definitivamente entendo as escolhas conceituais de "Thor: Amor e Trovão" e como a escolha do diretor Taika Waititi (de "Jojo Rabbit") potencializou uma construção de um sub-gênero dentro do MCU muito mais próximo do "pastelão" do que de um desenvolvimento de um realismo mais fantástico ou até mitológico dos personagens - não que isso não exista, mas é inegável que a aposta da Marvel em trazer um mood mais leve para alguns de seus heróis, agora ganhou status de "receita de bolo". Em outras palavras, "Thor: Amor e Trovão" é tão divertido quanto bobinho, bem na levada autoral que Waititi imprimiu em “Ragnarok”, de 2017, definido pelo próprio Estúdio como "uma aventura cósmica e cômica".

Aqui, o "Deus do Trovão" embarca em uma jornada diferente de tudo que já viveu: uma jornada de autoconhecimento. Contudo, sua busca é comprometida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que deseja a extinção dessas figuras mitológicas. Para combater essa ameaça, Thor (Chris Hemsworth) pede a ajuda de Rei Valkiria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman). Juntos, eles se lançam em uma terrível aventura cósmica para desvendar o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais. Confira o trailer:

Essa liberdade autoral que a Marvel vem imprimindo cada vez mais em seus títulos, sem dúvida alguma, traz algum frescor para os filmes de herói, mas ao mesmo tempo nos afasta daquela unidade dramática que o próprio Estúdio apresentou em suas primeiras fases (principalmente no inicio da jornada, nas fases 1 e 2). Na prática, os filmes perdem certa coerência e passam a servir muito mais de vitrine para que os diretores deixem sua marca, onde, normalmente, eles se sentem mais confortáveis, ao invés de trabalhar a favor do "todo". Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", por exemplo, Sam Raimi deu o seu tom e funcionou magistralmente; em "Eternos", Chloé Zhao impôs o seu ritmo com status de "super star" ganhadora do Oscar e já não conseguiu o mesmo sucesso, porém em ambos os casos era perceptível uma linha mais, digamos, adulta. 

Em "Thor: Amor e Trovão" pegue isso e jogue fora, pois existe uma certa infantilização da narrativa que vai dividir opiniões - mesmo quando o diretor traz o drama para os holofotes. Ok, mas o filme é ruim? Claro que não - a aventura é muito divertida, temos muitas cenas de ação bem construídas e até várias sacadas inteligentes do roteiro - mas a sensação que fica é que o filme é bobo! Talvez o Gorr de Christian Bale seja o único personagem que traz uma certa profundidade dramática - nem o fato das vitimas serem crianças nos fazem ter empatia pela jornada de Thor. Por outro lado a chegada da "Poderosa Thor" na história é impactante - lembra um pouco a chegada da Capitã Marvel em "Vingadores - Ultimato" e aí sim temos uma conexão mais forte com a personagem.

O fato é que essa produção da Marvel se encaixa muito mais naquela prateleira de "entretenimento despretensioso" do que na de um "grande filme do gênero" - eu diria que "Thor: Amor e Trovão" é o filme que mais se apoia na comédia de todo MCU até aqui. Eu, pessoalmente, não gosto - até porquê eu tenho a referência saudosista da animação clássica de 1966, que no Brasil teve sua exibição nas décadas de 70 e 80. Essa informalidade cinematográfica de Waititi rende sim algumas boas risadas, muita criatividade (destaco a trilha sonora e a homenagem ao "Guns N'Roses" que o diretor faz) e umas ótimas duas horas de diversão em meio a um visual deslumbrante (até quando o "preto e branco" ganha força em seu simbolismo); o que nos facilita muito no momento da indicação: se você gostou de “Thor: Ragnarok” vai gostar de "Thor: Amor e Trovão" (porém o inverso também será verdadeiro).

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Embora não seja minha preferência, eu definitivamente entendo as escolhas conceituais de "Thor: Amor e Trovão" e como a escolha do diretor Taika Waititi (de "Jojo Rabbit") potencializou uma construção de um sub-gênero dentro do MCU muito mais próximo do "pastelão" do que de um desenvolvimento de um realismo mais fantástico ou até mitológico dos personagens - não que isso não exista, mas é inegável que a aposta da Marvel em trazer um mood mais leve para alguns de seus heróis, agora ganhou status de "receita de bolo". Em outras palavras, "Thor: Amor e Trovão" é tão divertido quanto bobinho, bem na levada autoral que Waititi imprimiu em “Ragnarok”, de 2017, definido pelo próprio Estúdio como "uma aventura cósmica e cômica".

Aqui, o "Deus do Trovão" embarca em uma jornada diferente de tudo que já viveu: uma jornada de autoconhecimento. Contudo, sua busca é comprometida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que deseja a extinção dessas figuras mitológicas. Para combater essa ameaça, Thor (Chris Hemsworth) pede a ajuda de Rei Valkiria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman). Juntos, eles se lançam em uma terrível aventura cósmica para desvendar o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais. Confira o trailer:

Essa liberdade autoral que a Marvel vem imprimindo cada vez mais em seus títulos, sem dúvida alguma, traz algum frescor para os filmes de herói, mas ao mesmo tempo nos afasta daquela unidade dramática que o próprio Estúdio apresentou em suas primeiras fases (principalmente no inicio da jornada, nas fases 1 e 2). Na prática, os filmes perdem certa coerência e passam a servir muito mais de vitrine para que os diretores deixem sua marca, onde, normalmente, eles se sentem mais confortáveis, ao invés de trabalhar a favor do "todo". Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", por exemplo, Sam Raimi deu o seu tom e funcionou magistralmente; em "Eternos", Chloé Zhao impôs o seu ritmo com status de "super star" ganhadora do Oscar e já não conseguiu o mesmo sucesso, porém em ambos os casos era perceptível uma linha mais, digamos, adulta. 

Em "Thor: Amor e Trovão" pegue isso e jogue fora, pois existe uma certa infantilização da narrativa que vai dividir opiniões - mesmo quando o diretor traz o drama para os holofotes. Ok, mas o filme é ruim? Claro que não - a aventura é muito divertida, temos muitas cenas de ação bem construídas e até várias sacadas inteligentes do roteiro - mas a sensação que fica é que o filme é bobo! Talvez o Gorr de Christian Bale seja o único personagem que traz uma certa profundidade dramática - nem o fato das vitimas serem crianças nos fazem ter empatia pela jornada de Thor. Por outro lado a chegada da "Poderosa Thor" na história é impactante - lembra um pouco a chegada da Capitã Marvel em "Vingadores - Ultimato" e aí sim temos uma conexão mais forte com a personagem.

O fato é que essa produção da Marvel se encaixa muito mais naquela prateleira de "entretenimento despretensioso" do que na de um "grande filme do gênero" - eu diria que "Thor: Amor e Trovão" é o filme que mais se apoia na comédia de todo MCU até aqui. Eu, pessoalmente, não gosto - até porquê eu tenho a referência saudosista da animação clássica de 1966, que no Brasil teve sua exibição nas décadas de 70 e 80. Essa informalidade cinematográfica de Waititi rende sim algumas boas risadas, muita criatividade (destaco a trilha sonora e a homenagem ao "Guns N'Roses" que o diretor faz) e umas ótimas duas horas de diversão em meio a um visual deslumbrante (até quando o "preto e branco" ganha força em seu simbolismo); o que nos facilita muito no momento da indicação: se você gostou de “Thor: Ragnarok” vai gostar de "Thor: Amor e Trovão" (porém o inverso também será verdadeiro).

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Toy Story 4

Tem franquias que não deveriam ter um fim!

Fiz questão de começar o review dessa forma para deixar bem claro que "Toy Story" vai muito além dos 4 filmes que a Pixar (e agora Disney) produziu! "Toy Story" representa uma mudança de paradigmas na animação (desde 1995), claro, mas talvez seu maior valor esteja na maneira como cada uma das 4 histórias foram criadas, contadas e consumidas por toda uma geração que aprendeu que os "valores" estão inseridos desde as pequenas atitudes até as grandes conquistas... Que esses "valores" não são um "fim" e sim um caminho que vale muito a pena ser percorrido ao lado das pessoas (ou brinquedos) que amaramos na construção do nosso caráter!!!

"Toy Story 4" mais uma vez nos faz refletir sobre a importância dessas pequenas conquistas e o quanto ela pode representar no nosso desenvolvimento como ser humano! "Toy Story 4" apresenta Bonnie, uma simpática e adorável criança (e é incrível como nos entregamos à ela - nem parece que estamos falando de uma animação, dada a qualidade emocional que os animadores e roteiristas aplicaram na personagem) que está a caminho do seu primeiro dia na escola. Todo receio de enfrentar essa nova situação é jogada na nossa cara de uma maneira muito real: toda a relação com seus pais, a vontade de se apegar a algum brinquedo como necessidade de estar ao lado de algo conhecido e seguro nessa jornada de descobertas e até a apresentação da primeira professora e daquele novo mundo que vai acompanha-la por muito tempo durante a vida. Confira o trailer:

É muito bacana que já na primeira atividade na sala de aula, Bonnie cria o simpático e descompensado "Garfinho". Nessa atividade solitária de artesanato, Bonnie estabelece sua identificação com o novo personagem e é inacreditável como passamos a nos importar com eles. Woody que não quis deixar Bonnie ir sozinha para escola, chega a duvidar se aquela "colagem" poderia mesmo representar algo para ela  e quando ele percebe que aquele garfo plástico também tem vida (e sentimento), mesmo não sendo um brinquedo, tudo muda! "Garfinho" representa tudo que foge do padrão, do "status quo", mas que aos olhos de uma criança, não importa, afinal as crianças não se preocupam com isso e sim com a magia de ter algo que represente algo verdadeiro para elas, mesmo que lúdico! A alegria da criança está na simplicidade e na inocência - "Slapt", tapa na cara!

A história mostra a jornada de Woody para provar que o "Garfinho" é realmente importante para Bonnie. Só que as coisas começam a sair do controle quando, em uma viagem, o "Garfinho" resolve fugir por acreditar que o melhor lugar para ele seria o lixo - afinal ele não é um brinquedo de verdade e foi de lá que ele saiu ("Slapt" de novo!). Entendendo a importância do novo "brinquedinho" de Bonnie, Woody enfrenta os mais diferentes desafios dentro de um "Antiquário" repleto de elementos "assustadores" para recuperar o bendito "Garfinho" antes mesmo que Bonnie se dê conta do seu desaparecimento definitivo. Mas "crianças perdem brinquedos a todo momento!" - essa frase é repetida várias vezes durante o filme, mas não justifica ou não conforta o sentimento de Woody perante aquela simpática criaturinha!!! Woody nunca deixa um brinquedo para trás, certo? É incrível como as metáforas são colocadas em todos os momentos durante o filme e isso, por si só, já credencia "Toy Story 4" como um dos grandes filmes do ano! Soma-se a isso uma animação de cair o queixo, principalmente nas cenas dentro do "Antiquário" cheio de teias de aranha e poeira; e das cenas noturnas do parque de diversão!!! A luz desfocada em segundo plano parece de verdade de tão perfeita que está. É realmente lindo!!!!

O fato é que a franquia "Toy Story" foi se reinventando (para nossa surpresa) e nos provocando para olhar o mundo de uma outra forma, sem vacilar um frame no que tem de mais importante, na sua essência: uma boa história, uma história com alma! "Toy Story 4" não foge disso, é uma aula de storyteling e de representatividade, mas sem levantar nenhuma bandeira, apenas tratando seu propósito com verdade e paixão! 

Não deixe de assistir com seu filhos, sozinho, com a namorada... e prepare-se para enxugar aquela lágrima que vai teimar em cair! Vale muito a pena!!!!!

Up-date: "Toy Story 4" ganhou em uma categoria no Oscar 2020: Melhor Animação!

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Tem franquias que não deveriam ter um fim!

Fiz questão de começar o review dessa forma para deixar bem claro que "Toy Story" vai muito além dos 4 filmes que a Pixar (e agora Disney) produziu! "Toy Story" representa uma mudança de paradigmas na animação (desde 1995), claro, mas talvez seu maior valor esteja na maneira como cada uma das 4 histórias foram criadas, contadas e consumidas por toda uma geração que aprendeu que os "valores" estão inseridos desde as pequenas atitudes até as grandes conquistas... Que esses "valores" não são um "fim" e sim um caminho que vale muito a pena ser percorrido ao lado das pessoas (ou brinquedos) que amaramos na construção do nosso caráter!!!

"Toy Story 4" mais uma vez nos faz refletir sobre a importância dessas pequenas conquistas e o quanto ela pode representar no nosso desenvolvimento como ser humano! "Toy Story 4" apresenta Bonnie, uma simpática e adorável criança (e é incrível como nos entregamos à ela - nem parece que estamos falando de uma animação, dada a qualidade emocional que os animadores e roteiristas aplicaram na personagem) que está a caminho do seu primeiro dia na escola. Todo receio de enfrentar essa nova situação é jogada na nossa cara de uma maneira muito real: toda a relação com seus pais, a vontade de se apegar a algum brinquedo como necessidade de estar ao lado de algo conhecido e seguro nessa jornada de descobertas e até a apresentação da primeira professora e daquele novo mundo que vai acompanha-la por muito tempo durante a vida. Confira o trailer:

É muito bacana que já na primeira atividade na sala de aula, Bonnie cria o simpático e descompensado "Garfinho". Nessa atividade solitária de artesanato, Bonnie estabelece sua identificação com o novo personagem e é inacreditável como passamos a nos importar com eles. Woody que não quis deixar Bonnie ir sozinha para escola, chega a duvidar se aquela "colagem" poderia mesmo representar algo para ela  e quando ele percebe que aquele garfo plástico também tem vida (e sentimento), mesmo não sendo um brinquedo, tudo muda! "Garfinho" representa tudo que foge do padrão, do "status quo", mas que aos olhos de uma criança, não importa, afinal as crianças não se preocupam com isso e sim com a magia de ter algo que represente algo verdadeiro para elas, mesmo que lúdico! A alegria da criança está na simplicidade e na inocência - "Slapt", tapa na cara!

A história mostra a jornada de Woody para provar que o "Garfinho" é realmente importante para Bonnie. Só que as coisas começam a sair do controle quando, em uma viagem, o "Garfinho" resolve fugir por acreditar que o melhor lugar para ele seria o lixo - afinal ele não é um brinquedo de verdade e foi de lá que ele saiu ("Slapt" de novo!). Entendendo a importância do novo "brinquedinho" de Bonnie, Woody enfrenta os mais diferentes desafios dentro de um "Antiquário" repleto de elementos "assustadores" para recuperar o bendito "Garfinho" antes mesmo que Bonnie se dê conta do seu desaparecimento definitivo. Mas "crianças perdem brinquedos a todo momento!" - essa frase é repetida várias vezes durante o filme, mas não justifica ou não conforta o sentimento de Woody perante aquela simpática criaturinha!!! Woody nunca deixa um brinquedo para trás, certo? É incrível como as metáforas são colocadas em todos os momentos durante o filme e isso, por si só, já credencia "Toy Story 4" como um dos grandes filmes do ano! Soma-se a isso uma animação de cair o queixo, principalmente nas cenas dentro do "Antiquário" cheio de teias de aranha e poeira; e das cenas noturnas do parque de diversão!!! A luz desfocada em segundo plano parece de verdade de tão perfeita que está. É realmente lindo!!!!

O fato é que a franquia "Toy Story" foi se reinventando (para nossa surpresa) e nos provocando para olhar o mundo de uma outra forma, sem vacilar um frame no que tem de mais importante, na sua essência: uma boa história, uma história com alma! "Toy Story 4" não foge disso, é uma aula de storyteling e de representatividade, mas sem levantar nenhuma bandeira, apenas tratando seu propósito com verdade e paixão! 

Não deixe de assistir com seu filhos, sozinho, com a namorada... e prepare-se para enxugar aquela lágrima que vai teimar em cair! Vale muito a pena!!!!!

Up-date: "Toy Story 4" ganhou em uma categoria no Oscar 2020: Melhor Animação!

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Três Anúncios para um Crime

Depois de meses sem ser encontrado o culpado no terrível caso de homicídio onde sua filha foi estuprada e depois carbonizada, Mildred Hayes (Frances McDormand) faz uma jogada ousada ao alugar três outdoors na entrada da pequena cidade de Ebbing no Missouri, e colocar uma mensagem polêmica dirigida a William Willoughby (Woody Harrelson), o respeitado chefe de polícia da cidade. Quando o seu parceiro Dixon (Sam Rockwell), um menino mimado pela mãe, extremamente imaturo e com uma inclinação para a violência, se envolve, a batalha entre Mildred e a policia, acaba saindo do controle. Confira o trailer:

Olha, "Três Anúncios para um Crime" é muito bom, mas não achei fenomenal! O roteiro é interessante, mas hoje em dia, com o que assistimos nas séries, acaba soando tão superficial no cinema que chega a ser cruel ter que entregar 200 páginas de roteiro para contar uma história como essa. Parece que não dá tempo de desenvolver a trama como ela merecia - foi uma sensação que tive e entendo que se trata de uma outra mídia, mas filmes de crimes (e principalmente quando envolve investigação) sofrem muito com essa limitação de tempo.

Agora, o filme parece que foi feito para Frances McDormand - vai ser difícil tirar o Oscar de "Melhor Atriz" dela. Sam Rockwell também está impecável - é meu favorito em ator coadjuvante. O Diretor foi muito bem, principalmente na direção dos atores, mas não dá pra comparar (ainda) com Del Toro e Nolan - e olha que ele, Martin McDonagh, já ganhou um Oscar em 2006 com seu Curta-Metragem "Six Shooter"- aliás, ele é o tipo de Diretor (e Roteirista) que vale a pena acompanhar!

Resumindo: "Three Billboards Outside Ebbing, Missouri" (título original) é sim um grande filme, teve 7 indicações em 2018, mas não seria minha aposta para maior prêmio da noite!

Up-date: "Três Anúncios para um Crime" ganhou em duas categorias no Oscar 2018: Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante! 

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Depois de meses sem ser encontrado o culpado no terrível caso de homicídio onde sua filha foi estuprada e depois carbonizada, Mildred Hayes (Frances McDormand) faz uma jogada ousada ao alugar três outdoors na entrada da pequena cidade de Ebbing no Missouri, e colocar uma mensagem polêmica dirigida a William Willoughby (Woody Harrelson), o respeitado chefe de polícia da cidade. Quando o seu parceiro Dixon (Sam Rockwell), um menino mimado pela mãe, extremamente imaturo e com uma inclinação para a violência, se envolve, a batalha entre Mildred e a policia, acaba saindo do controle. Confira o trailer:

Olha, "Três Anúncios para um Crime" é muito bom, mas não achei fenomenal! O roteiro é interessante, mas hoje em dia, com o que assistimos nas séries, acaba soando tão superficial no cinema que chega a ser cruel ter que entregar 200 páginas de roteiro para contar uma história como essa. Parece que não dá tempo de desenvolver a trama como ela merecia - foi uma sensação que tive e entendo que se trata de uma outra mídia, mas filmes de crimes (e principalmente quando envolve investigação) sofrem muito com essa limitação de tempo.

Agora, o filme parece que foi feito para Frances McDormand - vai ser difícil tirar o Oscar de "Melhor Atriz" dela. Sam Rockwell também está impecável - é meu favorito em ator coadjuvante. O Diretor foi muito bem, principalmente na direção dos atores, mas não dá pra comparar (ainda) com Del Toro e Nolan - e olha que ele, Martin McDonagh, já ganhou um Oscar em 2006 com seu Curta-Metragem "Six Shooter"- aliás, ele é o tipo de Diretor (e Roteirista) que vale a pena acompanhar!

Resumindo: "Three Billboards Outside Ebbing, Missouri" (título original) é sim um grande filme, teve 7 indicações em 2018, mas não seria minha aposta para maior prêmio da noite!

Up-date: "Três Anúncios para um Crime" ganhou em duas categorias no Oscar 2018: Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante! 

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Trojan War

"Trojan War" é um verdadeiro mergulho no mundo fascinante do futebol americano universitário em uma das histórias mais surpreendentes que você, amante do esporte, vai conhecer. Com um enfoque particular na lendária equipe da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a USC e uma narrativa das mais envolventes, o documentário da ESPN Filmes explora a incrível história (e todos os desafios enfrentados) da USC desde a chegada do Pete Carroll (vencedor coach do Seahawks na NFL) e como ele transformou um time decadente em um dos melhores times de todos os tempos, com 34 vitórias seguidas. O filme ainda mostra toda a polêmica envolvendo o Reggie Bush, astro do time, antes de chegar na NFL.

Quando Pete Carroll assume como treinador do time de futebol da USC após a temporada de 2000, os outrora grandes "Cavalos de Tróia" estavam indo de mal a pior. Mas, graças à experiência de Caroll, além de seu otimismo e de sua excelente habilidade de recrutamento, o "Southern Cal" logo voltou ao topo do mundo do futebol universitário, com a popularidade disparando em uma jornada que entrou para a história, seja pelas inúmeras vitórias, seja pelas polêmicas que envolviam suas estrelas. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pelo Aaron Rahsaan Thomas (famoso por produzir C.S.I.), "Trojan War" oferece uma visão profunda e emocionante sobre o programa de futebol americano da USC.  O interessante é que o documentário vai além do esporte em si - sua capacidade de retratar a tradição e a cultura arraigadas na equipe de futebol americano da USC, é o que impressiona. O filme começa contextualizando as raízes históricas do programa, destacando momentos marcantes e lendas do passado. Através de entrevistas com ex-jogadores, treinadores e figuras-chave dessa história, o documentário faz um recorte dos mais interessantes sobre os desafios que moldaram a identidade da equipe "Trojan".

A estrutura narrativa é habilmente construída a partir de uma mistura de imagens de arquivo, entrevistas atuais e cenas dos jogos da equipe, em uma montagem dinâmica que contribui de uma maneira única para criar um senso de imersão no mundo do futebol americano universitário, mesmo para aqueles pouco familiarizados com o esporte. Veja, aqui não estamos falando apenas de uma jornada de superação e resiliência esportiva, e sim da importância de uma construção de cultura sólida capaz de marcar gerações.

A forma como Aaron Rahsaan Thomas conduz a história permite que a audiência experimente a intensidade dos jogos e a paixão dos torcedores de uma maneira quase visceral. Reparem que o filme não se limita apenas em celebrar os momentos de glória, mas também o de explorar com muita honestidade os desafios enfrentados pelos jogadores, as lesões, as dores, as decepções, a pressão pelo sucesso e, principalmente, a necessidade de equilibrar a vida acadêmica com a esportiva. Eu diria que essa abordagem tão ampla, humaniza os jogadores e cria uma conexão emocional que nos impede de tirar os olhos da tela - como em "Last Chance U"uma aula de roteiro!

Vale muito o seu play!

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"Trojan War" é um verdadeiro mergulho no mundo fascinante do futebol americano universitário em uma das histórias mais surpreendentes que você, amante do esporte, vai conhecer. Com um enfoque particular na lendária equipe da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, a USC e uma narrativa das mais envolventes, o documentário da ESPN Filmes explora a incrível história (e todos os desafios enfrentados) da USC desde a chegada do Pete Carroll (vencedor coach do Seahawks na NFL) e como ele transformou um time decadente em um dos melhores times de todos os tempos, com 34 vitórias seguidas. O filme ainda mostra toda a polêmica envolvendo o Reggie Bush, astro do time, antes de chegar na NFL.

Quando Pete Carroll assume como treinador do time de futebol da USC após a temporada de 2000, os outrora grandes "Cavalos de Tróia" estavam indo de mal a pior. Mas, graças à experiência de Caroll, além de seu otimismo e de sua excelente habilidade de recrutamento, o "Southern Cal" logo voltou ao topo do mundo do futebol universitário, com a popularidade disparando em uma jornada que entrou para a história, seja pelas inúmeras vitórias, seja pelas polêmicas que envolviam suas estrelas. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido pelo Aaron Rahsaan Thomas (famoso por produzir C.S.I.), "Trojan War" oferece uma visão profunda e emocionante sobre o programa de futebol americano da USC.  O interessante é que o documentário vai além do esporte em si - sua capacidade de retratar a tradição e a cultura arraigadas na equipe de futebol americano da USC, é o que impressiona. O filme começa contextualizando as raízes históricas do programa, destacando momentos marcantes e lendas do passado. Através de entrevistas com ex-jogadores, treinadores e figuras-chave dessa história, o documentário faz um recorte dos mais interessantes sobre os desafios que moldaram a identidade da equipe "Trojan".

A estrutura narrativa é habilmente construída a partir de uma mistura de imagens de arquivo, entrevistas atuais e cenas dos jogos da equipe, em uma montagem dinâmica que contribui de uma maneira única para criar um senso de imersão no mundo do futebol americano universitário, mesmo para aqueles pouco familiarizados com o esporte. Veja, aqui não estamos falando apenas de uma jornada de superação e resiliência esportiva, e sim da importância de uma construção de cultura sólida capaz de marcar gerações.

A forma como Aaron Rahsaan Thomas conduz a história permite que a audiência experimente a intensidade dos jogos e a paixão dos torcedores de uma maneira quase visceral. Reparem que o filme não se limita apenas em celebrar os momentos de glória, mas também o de explorar com muita honestidade os desafios enfrentados pelos jogadores, as lesões, as dores, as decepções, a pressão pelo sucesso e, principalmente, a necessidade de equilibrar a vida acadêmica com a esportiva. Eu diria que essa abordagem tão ampla, humaniza os jogadores e cria uma conexão emocional que nos impede de tirar os olhos da tela - como em "Last Chance U"uma aula de roteiro!

Vale muito o seu play!

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Truman

Todos temos a certeza que um dia vamos morrer, faz parte do ciclo natural da vida; porém saber que esse dia se aproxima e que algumas questões precisam ser resolvidas não deve ser o melhor dos sentimentos. "Truman" trata desse assunto delicado de uma forma mais leve - não divertida, mas talvez com uma sensibilidade que nos conecta imediatamente aos personagens e nos convida a acompanhar essa jornada de despedidas. "Truman" é um filme duro, mas muito bonito e, principalmente, honesto com o sentimento de todos os personagens sem aquela obrigação de parecer politicamente correto - esse é apenas um dos muitos elogios que essa premiada co-produção argentina/espanhola merece.

Quando Julián (Ricardo Darín) recebe a visita de seu amigo de infância, Tomás (Javier Cámara), ele sabe que, na verdade, o reencontro não será de todo feliz. Julián tem câncer e decidiu parar o tratamento para aproveitar os últimos meses de vida e colocar as coisas em ordem antes de partir. Para isso, ele precisa da ajuda de Tomás, em especial, para achar um lar adequado para o seu amado cachorro, Truman. Confira o trailer:

Veja, diferente de "O melhor está por vir", belíssimo filme francês, que equilibra perfeitamente a comédia e o drama partindo de uma premissa muito parecida; "Truman" é mais realista, com isso o drama acaba se sobressaindo - obviamente que isso não exclui momentos divertidos e até constrangedores da relação entre Julián e Tomás, mas, de fato, aqui o tom é outro. Dirigido e roteirizado (em parceria com Tomàs Aragay) pelo excelente diretor espanhol, Cesc Gay (de "O Que os Homens Falam"), a trama não tem deslizes, não escolhe o caminho fácil do dramalhão e nos coloca um sorriso no rosto com a mesma tranquilidade com que nos emociona.

Ter o Darín no elenco é a certeza de encontrar um personagem humano, cheio de camadas, com qualidades e defeitos. Mais uma vez ele entrega uma performance exemplar - dessa vez pontuando com a mesma classe uma certa afetuosidade com um dolorido enfrentamento da realidade. A coisa só melhora quando encontramos ao seu lado o ótimo Javier Cámara (um dos atores favoritos de Pedro Almodóvar e que já esteve em três de seus filmes) que embora coadjuvante, tem uma sensibilidade impressionante e mesmo com suas fraquezas como homem, justifica sua dor, seus arrependimentos e sua empatia - o interessante de tudo isso, é que os diálogos não contam essa história, mas o subtexto sim.  

"Truman" tem seu maior valor ao nos provocar olhar para dentro, em revisitar nossa memória afetiva e, claro, fazendo tudo isso sem nos obrigar a carregar o peso de nossas escolhas. Premiado em Festivais renomados como o "Gaudí Awards", "Goya Awards" e "San Sebastián" (só para citar alguns), esse drama com toques de comédia,  é muito mais importante pelo significado que carrega do que pela sequência de ações de cada uma das cenas, ou seja, se algo pode parecer superficial ou cotidiano demais, é justamente no silêncio da alma que essa história ganha força e beleza.

Tipo do filme que ao final, merece um brinde de uma boa taça de vinho ao lado das pessoas que amamos para que assim possamos celebrar a vida!

Vale muito seu play!

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Todos temos a certeza que um dia vamos morrer, faz parte do ciclo natural da vida; porém saber que esse dia se aproxima e que algumas questões precisam ser resolvidas não deve ser o melhor dos sentimentos. "Truman" trata desse assunto delicado de uma forma mais leve - não divertida, mas talvez com uma sensibilidade que nos conecta imediatamente aos personagens e nos convida a acompanhar essa jornada de despedidas. "Truman" é um filme duro, mas muito bonito e, principalmente, honesto com o sentimento de todos os personagens sem aquela obrigação de parecer politicamente correto - esse é apenas um dos muitos elogios que essa premiada co-produção argentina/espanhola merece.

Quando Julián (Ricardo Darín) recebe a visita de seu amigo de infância, Tomás (Javier Cámara), ele sabe que, na verdade, o reencontro não será de todo feliz. Julián tem câncer e decidiu parar o tratamento para aproveitar os últimos meses de vida e colocar as coisas em ordem antes de partir. Para isso, ele precisa da ajuda de Tomás, em especial, para achar um lar adequado para o seu amado cachorro, Truman. Confira o trailer:

Veja, diferente de "O melhor está por vir", belíssimo filme francês, que equilibra perfeitamente a comédia e o drama partindo de uma premissa muito parecida; "Truman" é mais realista, com isso o drama acaba se sobressaindo - obviamente que isso não exclui momentos divertidos e até constrangedores da relação entre Julián e Tomás, mas, de fato, aqui o tom é outro. Dirigido e roteirizado (em parceria com Tomàs Aragay) pelo excelente diretor espanhol, Cesc Gay (de "O Que os Homens Falam"), a trama não tem deslizes, não escolhe o caminho fácil do dramalhão e nos coloca um sorriso no rosto com a mesma tranquilidade com que nos emociona.

Ter o Darín no elenco é a certeza de encontrar um personagem humano, cheio de camadas, com qualidades e defeitos. Mais uma vez ele entrega uma performance exemplar - dessa vez pontuando com a mesma classe uma certa afetuosidade com um dolorido enfrentamento da realidade. A coisa só melhora quando encontramos ao seu lado o ótimo Javier Cámara (um dos atores favoritos de Pedro Almodóvar e que já esteve em três de seus filmes) que embora coadjuvante, tem uma sensibilidade impressionante e mesmo com suas fraquezas como homem, justifica sua dor, seus arrependimentos e sua empatia - o interessante de tudo isso, é que os diálogos não contam essa história, mas o subtexto sim.  

"Truman" tem seu maior valor ao nos provocar olhar para dentro, em revisitar nossa memória afetiva e, claro, fazendo tudo isso sem nos obrigar a carregar o peso de nossas escolhas. Premiado em Festivais renomados como o "Gaudí Awards", "Goya Awards" e "San Sebastián" (só para citar alguns), esse drama com toques de comédia,  é muito mais importante pelo significado que carrega do que pela sequência de ações de cada uma das cenas, ou seja, se algo pode parecer superficial ou cotidiano demais, é justamente no silêncio da alma que essa história ganha força e beleza.

Tipo do filme que ao final, merece um brinde de uma boa taça de vinho ao lado das pessoas que amamos para que assim possamos celebrar a vida!

Vale muito seu play!

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Trust

Se você acompanhou o dia a dia da Família Roy, dona de um dos maiores conglomerados de Mídia e Entretenimento do Mundo na ficção, certamente vai se envolver com a história real da família Getty, que fez fortuna com a indústria do petróleo e foi considerada uma das mais ricas do mundo, mas também uma das mais infelizes. Pelas mão do grande Danny Boyle (de "Steve Jobs") e do roteirista Simon Beaufoy (de "Quem Quer Ser um Milionário?"), a minissérie "Trust" faz um radiografia muito inteligente e provocativa sobre a dinâmica familiar dos Getty, proporcionando uma experiência que não por acaso nos remete aos clássicos como "O Poderoso Chefão" ou "Fargo". Dito isso, é muito fácil entender a razão pela qual não conseguimos tirar os olhos da tela desde o primeiro episódio e como somos cativados por uma narrativa tensa, angustiante e muitas vezes constrangedora, com atuações incríveis e uma direção capaz de nos inserir tanto no glamour quanto na decadência brutal da aristocracia britânica.

Ambientada em 1973, a trama inicia quando o jovem neto de J. Paul Getty (Donald Sutherland) é sequestrado em Roma e um resgate de milhões de dólares é exigido. O problema é que a família não demonstra tanto interesse em conseguir o rapaz de volta: o próprio avô de J. Paul Getty III (Harris Dickinson) se recusa a liberar a quantia e argumenta que se pagasse um centavo para os sequestradores, em breve teria os outros 14 netos sequestrados. Já o pai do sequestrado, envolvido em drogas, não responde os telefonemas dos sequestradores e sobra para mãe do rapaz, Gail Getty (Hilary Swank), com dificuldades financeiras, negociar pela vida do filho. Confira o trailer (em inglês):

O que realmente diferencia "Trust", e que mais uma vez nos faz lembrar de “Succession”, é a maneira como o texto de Beaufoy mergulha na psicologia doentia de seus personagens e na complexidade das relações entre eles. À medida que a história se desenrola, somos levados a questionar o que motiva esses indivíduos, com tanto dinheiro, a agir de uma forma tão extrema para proteger seus interesses. Ao confrontar questões morais profundas, enquanto nos mantém presos em um enredo de fato cativante, a minissérie se apropria da disfuncionalidade absurda da família para criar um palco onde Donald Sutherland brilha e Brendan Fraser, como James Fletcher Chace, entrega uma das melhores performances de sua carreira. Aliás, é inegável a química entre eles - de arrepiar.

Ao olhar sob o aspecto mais técnico de "Trust", posso te garantir: é igualmente impressionante! A direção de arte da Suttirat Anne Larlarb (de "Obi-Wan Kenobi") e a fotografia da dupla Christopher Ross e Monika Lenczewska, ambos sem muito destaque até aquele momento, mas extremamente talentosos, merecem nossa atenção - eles constroem uma atmosfera de ostentação e riqueza em detalhes. Cada cenário, figurino e enquadramento contribuem para uma imersão profunda na década de 1970 onde o luxo da família Getty salta aos olhos, mas também machuca o coração. Aqui cabe o elogio para a trilha sonora do James Lavelle (de "The Man From Mo' Wax") que combina músicas clássicas com contemporâneas que ressaltam, como poucas, as emoções e a tensão da narrativa durante todos os episódios.

O fato é que "Trust" é o tipo de obra-prima que merecia um maior reconhecimento - ser de 2018 e da FX certamente prejudicou seu alcance; e sim, a minissérie também tem alguns momentos mais lentos, escuros, introspectivos, mas repare como tudo é tão bem encaixado com a proposta de Boyle que olha, se você está em busca de uma trama inteligente e com algumas reviravoltas muito bem construídas, pode dar o play sem receio algum. Você certamente vai encontrar atuações soberbas, uma produção meticulosa e uma narrativa que desafia as convenções, entregando uma experiência realmente envolvente e intrigante.

Imperdível!

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Se você acompanhou o dia a dia da Família Roy, dona de um dos maiores conglomerados de Mídia e Entretenimento do Mundo na ficção, certamente vai se envolver com a história real da família Getty, que fez fortuna com a indústria do petróleo e foi considerada uma das mais ricas do mundo, mas também uma das mais infelizes. Pelas mão do grande Danny Boyle (de "Steve Jobs") e do roteirista Simon Beaufoy (de "Quem Quer Ser um Milionário?"), a minissérie "Trust" faz um radiografia muito inteligente e provocativa sobre a dinâmica familiar dos Getty, proporcionando uma experiência que não por acaso nos remete aos clássicos como "O Poderoso Chefão" ou "Fargo". Dito isso, é muito fácil entender a razão pela qual não conseguimos tirar os olhos da tela desde o primeiro episódio e como somos cativados por uma narrativa tensa, angustiante e muitas vezes constrangedora, com atuações incríveis e uma direção capaz de nos inserir tanto no glamour quanto na decadência brutal da aristocracia britânica.

Ambientada em 1973, a trama inicia quando o jovem neto de J. Paul Getty (Donald Sutherland) é sequestrado em Roma e um resgate de milhões de dólares é exigido. O problema é que a família não demonstra tanto interesse em conseguir o rapaz de volta: o próprio avô de J. Paul Getty III (Harris Dickinson) se recusa a liberar a quantia e argumenta que se pagasse um centavo para os sequestradores, em breve teria os outros 14 netos sequestrados. Já o pai do sequestrado, envolvido em drogas, não responde os telefonemas dos sequestradores e sobra para mãe do rapaz, Gail Getty (Hilary Swank), com dificuldades financeiras, negociar pela vida do filho. Confira o trailer (em inglês):

O que realmente diferencia "Trust", e que mais uma vez nos faz lembrar de “Succession”, é a maneira como o texto de Beaufoy mergulha na psicologia doentia de seus personagens e na complexidade das relações entre eles. À medida que a história se desenrola, somos levados a questionar o que motiva esses indivíduos, com tanto dinheiro, a agir de uma forma tão extrema para proteger seus interesses. Ao confrontar questões morais profundas, enquanto nos mantém presos em um enredo de fato cativante, a minissérie se apropria da disfuncionalidade absurda da família para criar um palco onde Donald Sutherland brilha e Brendan Fraser, como James Fletcher Chace, entrega uma das melhores performances de sua carreira. Aliás, é inegável a química entre eles - de arrepiar.

Ao olhar sob o aspecto mais técnico de "Trust", posso te garantir: é igualmente impressionante! A direção de arte da Suttirat Anne Larlarb (de "Obi-Wan Kenobi") e a fotografia da dupla Christopher Ross e Monika Lenczewska, ambos sem muito destaque até aquele momento, mas extremamente talentosos, merecem nossa atenção - eles constroem uma atmosfera de ostentação e riqueza em detalhes. Cada cenário, figurino e enquadramento contribuem para uma imersão profunda na década de 1970 onde o luxo da família Getty salta aos olhos, mas também machuca o coração. Aqui cabe o elogio para a trilha sonora do James Lavelle (de "The Man From Mo' Wax") que combina músicas clássicas com contemporâneas que ressaltam, como poucas, as emoções e a tensão da narrativa durante todos os episódios.

O fato é que "Trust" é o tipo de obra-prima que merecia um maior reconhecimento - ser de 2018 e da FX certamente prejudicou seu alcance; e sim, a minissérie também tem alguns momentos mais lentos, escuros, introspectivos, mas repare como tudo é tão bem encaixado com a proposta de Boyle que olha, se você está em busca de uma trama inteligente e com algumas reviravoltas muito bem construídas, pode dar o play sem receio algum. Você certamente vai encontrar atuações soberbas, uma produção meticulosa e uma narrativa que desafia as convenções, entregando uma experiência realmente envolvente e intrigante.

Imperdível!

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Vidro

Assisti "Vidro" (Glass), filme que "teoricamente" fecha a trilogia de "Corpo Fechado" e "Fragmentado", e "ok"! Na verdade talvez eu tenha me decepcionado mais do que não gostado o filme. Minha expectativa era alta, pois eu tinha a esperança que a trilogia havia sido planejada desde o começo e muito bem desenvolvida para ter um grande final ou até mesmo para fomentar o início de mais uma ótima franquia de heróis! Ilusão!!!!

Conhecendo o negócio, eu tenho absoluta certeza que o M. Night Shyamalan aproveitou a provocação de colocar o David Dunn em uma aparição rápida no filme anterior (e que funcionou para muita gente) para inventar essa trilogia! Eu digo isso tranquilamente porque "Vidro" comete um erro clássico de arco narrativo: tem uma quantidade absurda de diálogos explicativos - o que coloca o roteiro do filme em um nível muito medíocre (principalmente tendo um cara tão criativo como o Shyamalan no comando). Desde do inicio do filme a impressão que fica é a de uma necessidade enorme em unir a história dos outros dois filmes com a trama de "Vidro" - e não funciona, fica forçado, nada surpreende e, na boa, muito superficial!!!!

Eu sou um fã do M. Night Shyamalan, defendo o cara até quando o filme é ruim porque acho ele um excelente cineasta. Ele tem um domínio impressionante da gramatica cinematográfica, principalmente quando o assunto é criar tensão e por isso, me decepcionei. Ele estava irreconhecível, mesmo tendo escolhido a "ação" para vender seu filme e não o "suspense". Teve lapsos de genialidade, uma ou outra sequência bem filmada - como a cena em que a câmera está dentro do furgão enquanto Dunn e a Fera brigam do lado de fora - ali ele nos coloca dentro do filme de verdade, mas não durou muito!!! Ele abusou das câmeras em primeira pessoa e não ficou bacana. Eu sempre digo: se você não é o Spielberg, evite esse plano. Talvez em dois momentos tenha até funcionado, mas não mais que isso!

Outro momento de pouca inspiração foi na escolha de trabalhar com planos fechados demais, normalmente no rosto do ator, em algumas cenas de ação ou quando a câmera acompanhava os movimentos do ator por estar presa a ele - aqui cabe uma observação: juro que só vi essa técnica funcionar nas mãos do Vince Gilligan em Breaking Bad e porque tinha tudo a ver com a escolha conceitual da série. "Vidro" não tem unidade narrativa ou estética que lembre os outros filmes, da mesma forma como Fragmentado não tinha com o Corpo Fechado - são filmes tão diferentes que poderiam se completar tão genialmente, que chega a dar raiva esse terceiro ato!

Talvez quem leia esse Review tenha a certeza que eu odiei o filme. Não foi o caso, de verdade! Eu me diverti em alguns momentos. O filme tem sacadas excelentes como a do plano que antecede o prólogo de Corpo Fechado que o Shyamalan trouxe de volta ou até mesmo as cenas em que James McAvoy vai trocando de personalidade em  sequência - o cara realmente é muito bom! Em compensação a participação dos personagens Casey Cooke (Fragmentado), Joseph Dunn e da Mrs. Price (Corpo Fechado) chega a ser constrangedora!

O fato é que a tentativa de criar uma franquia de heróis não deu certo na minha opinião - a solução que ele encontrou para uma possível sequência lembra os piores anos de "Heroes" - que aliás era tão genial na primeira temporada que se tornou case de como destruir uma idéia com tanto potencial - e acho que "Vidro" deixa o mesmo gosto amargo!!! 

Shyamalan vinha bem, fez dois filmes ótimos, quando trouxe para tela o que mais domina - a tensão e o foco no diálogo! "Vidro" para mim, não funciona porque não tem nenhum desses pilares. A minha torcida é para que ele volte a fazer filme sem muito orçamento onde a sua criatividade realmente aparece e que, no gênero certo, faz toda a diferença! Já para "Vidro", eu sugiro: assista e depois me diga se eu fui duro demais; porque juro que eu queria mesmo era poder fazer um review mais bacana sobre o filme, mas não deu!!

Vale como entretenimento e só!

 Assista Agora

Assisti "Vidro" (Glass), filme que "teoricamente" fecha a trilogia de "Corpo Fechado" e "Fragmentado", e "ok"! Na verdade talvez eu tenha me decepcionado mais do que não gostado o filme. Minha expectativa era alta, pois eu tinha a esperança que a trilogia havia sido planejada desde o começo e muito bem desenvolvida para ter um grande final ou até mesmo para fomentar o início de mais uma ótima franquia de heróis! Ilusão!!!!

Conhecendo o negócio, eu tenho absoluta certeza que o M. Night Shyamalan aproveitou a provocação de colocar o David Dunn em uma aparição rápida no filme anterior (e que funcionou para muita gente) para inventar essa trilogia! Eu digo isso tranquilamente porque "Vidro" comete um erro clássico de arco narrativo: tem uma quantidade absurda de diálogos explicativos - o que coloca o roteiro do filme em um nível muito medíocre (principalmente tendo um cara tão criativo como o Shyamalan no comando). Desde do inicio do filme a impressão que fica é a de uma necessidade enorme em unir a história dos outros dois filmes com a trama de "Vidro" - e não funciona, fica forçado, nada surpreende e, na boa, muito superficial!!!!

Eu sou um fã do M. Night Shyamalan, defendo o cara até quando o filme é ruim porque acho ele um excelente cineasta. Ele tem um domínio impressionante da gramatica cinematográfica, principalmente quando o assunto é criar tensão e por isso, me decepcionei. Ele estava irreconhecível, mesmo tendo escolhido a "ação" para vender seu filme e não o "suspense". Teve lapsos de genialidade, uma ou outra sequência bem filmada - como a cena em que a câmera está dentro do furgão enquanto Dunn e a Fera brigam do lado de fora - ali ele nos coloca dentro do filme de verdade, mas não durou muito!!! Ele abusou das câmeras em primeira pessoa e não ficou bacana. Eu sempre digo: se você não é o Spielberg, evite esse plano. Talvez em dois momentos tenha até funcionado, mas não mais que isso!

Outro momento de pouca inspiração foi na escolha de trabalhar com planos fechados demais, normalmente no rosto do ator, em algumas cenas de ação ou quando a câmera acompanhava os movimentos do ator por estar presa a ele - aqui cabe uma observação: juro que só vi essa técnica funcionar nas mãos do Vince Gilligan em Breaking Bad e porque tinha tudo a ver com a escolha conceitual da série. "Vidro" não tem unidade narrativa ou estética que lembre os outros filmes, da mesma forma como Fragmentado não tinha com o Corpo Fechado - são filmes tão diferentes que poderiam se completar tão genialmente, que chega a dar raiva esse terceiro ato!

Talvez quem leia esse Review tenha a certeza que eu odiei o filme. Não foi o caso, de verdade! Eu me diverti em alguns momentos. O filme tem sacadas excelentes como a do plano que antecede o prólogo de Corpo Fechado que o Shyamalan trouxe de volta ou até mesmo as cenas em que James McAvoy vai trocando de personalidade em  sequência - o cara realmente é muito bom! Em compensação a participação dos personagens Casey Cooke (Fragmentado), Joseph Dunn e da Mrs. Price (Corpo Fechado) chega a ser constrangedora!

O fato é que a tentativa de criar uma franquia de heróis não deu certo na minha opinião - a solução que ele encontrou para uma possível sequência lembra os piores anos de "Heroes" - que aliás era tão genial na primeira temporada que se tornou case de como destruir uma idéia com tanto potencial - e acho que "Vidro" deixa o mesmo gosto amargo!!! 

Shyamalan vinha bem, fez dois filmes ótimos, quando trouxe para tela o que mais domina - a tensão e o foco no diálogo! "Vidro" para mim, não funciona porque não tem nenhum desses pilares. A minha torcida é para que ele volte a fazer filme sem muito orçamento onde a sua criatividade realmente aparece e que, no gênero certo, faz toda a diferença! Já para "Vidro", eu sugiro: assista e depois me diga se eu fui duro demais; porque juro que eu queria mesmo era poder fazer um review mais bacana sobre o filme, mas não deu!!

Vale como entretenimento e só!

 Assista Agora

Vingadores - Ultimato

Olha, se você acompanhou pelo menos 70% desses 11 anos de filmes da Marvel, você PRECISA assistir "Vingadores - Ultimato" de preferência em uma tela enorme e com o melhor sistema de som que você encontrar!!! O filme é realmente grandioso em todos os elementos narrativos, estéticos, técnicos e de produção que você possa imaginar! Sério, é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti no cinema na minha vida!!! Aí você pode me perguntar: "Mas é um filme tão bom assim"? Sim e não! "Não????"....rs

Vamos lá, vou tentar explicar... O Filme tem o grande mérito de ter conseguido amarrar as histórias principais desses 11 anos de construção do Universo - coisa muito rara de acontecer, diga-se de passagem! Embora ele não tenha a dinâmica de "Guerra do Infinito", "Ultimato" trabalha tão bem cada um dos plots que você nem sente as 3 horas de filme passar. Ele resgata elementos de muito filmes anteriores e vai costurando de uma forma tão orgânica que dá a impressão que tudo foi minimamente planejado desde o primeiro "Homem de Ferro" - e não foi, ok? Mas parece! A maneira como eles introduziram a questão da viagem no tempo foi de uma sagacidade  impressionante, principalmente por se tratar de uma solução narrativa muito comum em produções recentes. "Ultimato" fez o que "Lost" tinha que ter feito e não fez - ou melhor, fez muito mal! Em "Utimato" essa escolha narrativa é tão explicita que os roteiristas fizeram questão de citar as referências que os levaram aquelas soluções e como o Universo da Marvel permite "alívios cômicos" como nenhum outro, essas citações se tornaram engraçadas e elegantes - o comunidade NERD deve ter pirado!!!!...rs.

É obvio que em um determinado momento se iniciou um planejamento para que as histórias se fechassem nesse filme e isso ficou claro em cada ação dos personagens. Filmes com personagens menos conhecidos como do "Homem-Formiga" ou da "Capitã Marvel" , por exemplo, acabaram se tornando essenciais para o entendimento, ou melhor, para uma total imersão em "Ultimato". O filme tem cenas espetaculares. A Batalha final é daquelas coisas que você não consegue tirar os olhos da tela! Um excelente exemplo de como os efeitos especiais devem ser usados à favor da história. Ficou lindo! Parecia tão real que comecei a achar que Game of Thrones deveria ter deixado para lançar a Temporada Final só depois que passasse o "hype" do filme! Acho que é a batalha mais intensa e bem feita que eu já assisti ou pelo menos no mesmo nível de "Senhor do Anéis" - desculpem os românticos, mas tenho a impressão que o filme é tão grandioso quanto o "Retorno do Rei"!!!

Por que então eu disse que o filme também não é tão bom?! - E aqui eu preciso deixar claro que é uma opinião muito pessoal: Tem muita piada fora de hora e alguns personagens foram infantilizados de uma forma ofensiva para quem gosta de filmes de herói. O Hulk, por exemplo, já tinha sido uma das minhas maiores críticas quando assisti "Thor: Ragnarok". Poxa, o Hulk é para se ter medo só de olhar!!! Mas entendo que a estratégia do Estúdio que precisava "humanizar" o personagem - tanto é que a aplicação gráfica das reações do Mark Ruffalo ficaram impressionantes nesse filme. Mas, desculpa, o Hulk é um animal incontrolável, não um personagem de roupa e óculos que tira self em restaurante!!!! Atrapalha a história? Não, pelo fato que você aceitar o tom sugerido, mas enfraquece o arco de um herói tão único que já foi muitas vezes classificado como "anti-herói". Agora, por outro lado, o roteiro tem várias sacadas, bem pontuais (e pertinentes), que um bom observador vai se divertir. São muitas referências e easter-eggs durante o filme todo que fica impossível não se envolver!

"Vingadores - Ultimato" foi feito para os fans e entregou um final de fase à altura das expectativas. Ponto para Marvel!!! Acabou??? Duvido!!! A Disney vai lançar seu serviço de streaming e certamente vai produzir histórias paralelas que vão ampliar ainda mais esse Universo. Reboot então? Acho que ainda não, mas uma sensível transformação virá naturalmente - eu não descartaria essa saga de jeito nenhum! Tem muita coisa boa (e algumas nem tanto - Homem de Ferro 3 confirma isso!). A Disney ainda comprou a FOX e com isso X-men, Quarteto Fantástico, Deadpool passam a fazer parte de um mesmo guarda-chuva e que, com inteligência, devem ser inseridos pouco a pouco nas histórias que vem pela frente. O fato é que "Vingadores - Ultimato" fez história e abriu novos caminhos, que, eu diria, são infinitos!!! Ainda bem que eles perceberam que as sagas de heróis poderiam ser bem sucedidos também no cinema, porque à longo prazo (entendeu DC?) se transformam em uma grande franquia, ou melhor, em uma máquina de fazer dinheiro sem fim.

Assista Agora

Olha, se você acompanhou pelo menos 70% desses 11 anos de filmes da Marvel, você PRECISA assistir "Vingadores - Ultimato" de preferência em uma tela enorme e com o melhor sistema de som que você encontrar!!! O filme é realmente grandioso em todos os elementos narrativos, estéticos, técnicos e de produção que você possa imaginar! Sério, é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti no cinema na minha vida!!! Aí você pode me perguntar: "Mas é um filme tão bom assim"? Sim e não! "Não????"....rs

Vamos lá, vou tentar explicar... O Filme tem o grande mérito de ter conseguido amarrar as histórias principais desses 11 anos de construção do Universo - coisa muito rara de acontecer, diga-se de passagem! Embora ele não tenha a dinâmica de "Guerra do Infinito", "Ultimato" trabalha tão bem cada um dos plots que você nem sente as 3 horas de filme passar. Ele resgata elementos de muito filmes anteriores e vai costurando de uma forma tão orgânica que dá a impressão que tudo foi minimamente planejado desde o primeiro "Homem de Ferro" - e não foi, ok? Mas parece! A maneira como eles introduziram a questão da viagem no tempo foi de uma sagacidade  impressionante, principalmente por se tratar de uma solução narrativa muito comum em produções recentes. "Ultimato" fez o que "Lost" tinha que ter feito e não fez - ou melhor, fez muito mal! Em "Utimato" essa escolha narrativa é tão explicita que os roteiristas fizeram questão de citar as referências que os levaram aquelas soluções e como o Universo da Marvel permite "alívios cômicos" como nenhum outro, essas citações se tornaram engraçadas e elegantes - o comunidade NERD deve ter pirado!!!!...rs.

É obvio que em um determinado momento se iniciou um planejamento para que as histórias se fechassem nesse filme e isso ficou claro em cada ação dos personagens. Filmes com personagens menos conhecidos como do "Homem-Formiga" ou da "Capitã Marvel" , por exemplo, acabaram se tornando essenciais para o entendimento, ou melhor, para uma total imersão em "Ultimato". O filme tem cenas espetaculares. A Batalha final é daquelas coisas que você não consegue tirar os olhos da tela! Um excelente exemplo de como os efeitos especiais devem ser usados à favor da história. Ficou lindo! Parecia tão real que comecei a achar que Game of Thrones deveria ter deixado para lançar a Temporada Final só depois que passasse o "hype" do filme! Acho que é a batalha mais intensa e bem feita que eu já assisti ou pelo menos no mesmo nível de "Senhor do Anéis" - desculpem os românticos, mas tenho a impressão que o filme é tão grandioso quanto o "Retorno do Rei"!!!

Por que então eu disse que o filme também não é tão bom?! - E aqui eu preciso deixar claro que é uma opinião muito pessoal: Tem muita piada fora de hora e alguns personagens foram infantilizados de uma forma ofensiva para quem gosta de filmes de herói. O Hulk, por exemplo, já tinha sido uma das minhas maiores críticas quando assisti "Thor: Ragnarok". Poxa, o Hulk é para se ter medo só de olhar!!! Mas entendo que a estratégia do Estúdio que precisava "humanizar" o personagem - tanto é que a aplicação gráfica das reações do Mark Ruffalo ficaram impressionantes nesse filme. Mas, desculpa, o Hulk é um animal incontrolável, não um personagem de roupa e óculos que tira self em restaurante!!!! Atrapalha a história? Não, pelo fato que você aceitar o tom sugerido, mas enfraquece o arco de um herói tão único que já foi muitas vezes classificado como "anti-herói". Agora, por outro lado, o roteiro tem várias sacadas, bem pontuais (e pertinentes), que um bom observador vai se divertir. São muitas referências e easter-eggs durante o filme todo que fica impossível não se envolver!

"Vingadores - Ultimato" foi feito para os fans e entregou um final de fase à altura das expectativas. Ponto para Marvel!!! Acabou??? Duvido!!! A Disney vai lançar seu serviço de streaming e certamente vai produzir histórias paralelas que vão ampliar ainda mais esse Universo. Reboot então? Acho que ainda não, mas uma sensível transformação virá naturalmente - eu não descartaria essa saga de jeito nenhum! Tem muita coisa boa (e algumas nem tanto - Homem de Ferro 3 confirma isso!). A Disney ainda comprou a FOX e com isso X-men, Quarteto Fantástico, Deadpool passam a fazer parte de um mesmo guarda-chuva e que, com inteligência, devem ser inseridos pouco a pouco nas histórias que vem pela frente. O fato é que "Vingadores - Ultimato" fez história e abriu novos caminhos, que, eu diria, são infinitos!!! Ainda bem que eles perceberam que as sagas de heróis poderiam ser bem sucedidos também no cinema, porque à longo prazo (entendeu DC?) se transformam em uma grande franquia, ou melhor, em uma máquina de fazer dinheiro sem fim.

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Viúva Negra

"Viúva Negra" me parece o maior erro estratégico da Marvel até aqui. Não que o filme seja ruim, eu não achei pelo menos, mas não dá para negar que ele está completamente deslocado na linha do tempo - na ficção e na realidade. Antes de mais nada vamos lembrar que estamos falando de um "filme de herói", ou seja, toda suspensão de realidade é praticamente um pré-requisito para embarcar na jornada sem torcer o nariz para cada cena impossível de explicar para aqueles que se apegam ao realismo fantástico só para criticar o gênero! Dito isso, eu afirmo: "Viúva Negra" é entretenimento puro, como suas falhas narrativas, mas com o mérito de ser um filme de ação dinâmico e divertido!

O filme acompanhaa vida de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) após os eventos de "Guerra Civil". Se escondendo do governo norte-americano devido a sua aliança com o time do Capitão América, Natasha ainda precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, ela tem que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores. Confira o trailer:

"Viúva Negra" é uma mistura de muitas histórias e com um visual muito similar a algumas produções recentes do gênero e isso impacta diretamente na sua identidade como obra de um universo cinematográfico que é reconhecido justamente por sua originalidade. A diretora Cate Shortland até procura impor algum conceito narrativo, mas o roteiro de Eric Pearson, baseado na história de Jac Schaeffer e Ned Benson, soa como uma colcha de retalhos que repetem elementos (já pouco originais) de "Bloodshot", "Anna"e "Projeto Gemini".

Natasha Romanoff nunca foi uma personagem de primeira linha, mas Scarlett Johansson acabou transformando a Viúva Negra em queridinha da Marvel - o que sem dúvida fomentou a ideia de lhe entregar um filme solo em uma época onde o Disney+ era apenas um projeto ambicioso. Pois bem, ao posicionar sua história na linha temporal do MCU entre "Capitão América: Guerra Civil" e "Vingadores: Guerra Infinita", a solução do Estúdio acabou criando um problema já que a produção sofreu em seu desenvolvimento e depois em sua distribuição (graças à pandemia). Já na fase 4 do MCU e com o destino da personagem traçado, ficou claro que contar essa história ganhou status de "projeto datado", perdendo uma grande chance de coroar o ótimo trabalho de Johansson e do próprio Estúdio até aqui - é como se o desejo de conhecer a história de Romanoff tenha esfriado ou tenha sido esquecido pelo tempo (e os números de sua estreia só colaboram com essa tese).

"Viúva Negra" não é um filme de origem e não vai influenciar em nada no MCU daqui para frente - mesmo com uma cena pós-crédito completamente desconectada do resto da história, mas que tende a funcionar como gancho (mesmo que improvisado). Eu diria que se o filme fosse uma minissérie de 6 episódios no streaming, tudo faria mais sentido já que os inúmeros (e ótimos) momentos de ação se equilibrariam com uma construção mais honesta de motivação e desenvolvimento de personagens - tanto o vilão "Treinador" quanto o "Guardião Vermelho". O fato é que "Viúva Negra" tem ação para dar e vender, mas poderia ter mais - algo que chamamos de "história"!

Vale o play para os fãs de ação e para quem curte filme de herói, mas você não vai encontrar nada de novo, que saltem aos olhos ou que nos transportem para os melhores momentos (até mesmo dos inusitados como "Guardiões da Galáxia") do MCU.

Assista Agora

"Viúva Negra" me parece o maior erro estratégico da Marvel até aqui. Não que o filme seja ruim, eu não achei pelo menos, mas não dá para negar que ele está completamente deslocado na linha do tempo - na ficção e na realidade. Antes de mais nada vamos lembrar que estamos falando de um "filme de herói", ou seja, toda suspensão de realidade é praticamente um pré-requisito para embarcar na jornada sem torcer o nariz para cada cena impossível de explicar para aqueles que se apegam ao realismo fantástico só para criticar o gênero! Dito isso, eu afirmo: "Viúva Negra" é entretenimento puro, como suas falhas narrativas, mas com o mérito de ser um filme de ação dinâmico e divertido!

O filme acompanhaa vida de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) após os eventos de "Guerra Civil". Se escondendo do governo norte-americano devido a sua aliança com o time do Capitão América, Natasha ainda precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, ela tem que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores. Confira o trailer:

"Viúva Negra" é uma mistura de muitas histórias e com um visual muito similar a algumas produções recentes do gênero e isso impacta diretamente na sua identidade como obra de um universo cinematográfico que é reconhecido justamente por sua originalidade. A diretora Cate Shortland até procura impor algum conceito narrativo, mas o roteiro de Eric Pearson, baseado na história de Jac Schaeffer e Ned Benson, soa como uma colcha de retalhos que repetem elementos (já pouco originais) de "Bloodshot", "Anna"e "Projeto Gemini".

Natasha Romanoff nunca foi uma personagem de primeira linha, mas Scarlett Johansson acabou transformando a Viúva Negra em queridinha da Marvel - o que sem dúvida fomentou a ideia de lhe entregar um filme solo em uma época onde o Disney+ era apenas um projeto ambicioso. Pois bem, ao posicionar sua história na linha temporal do MCU entre "Capitão América: Guerra Civil" e "Vingadores: Guerra Infinita", a solução do Estúdio acabou criando um problema já que a produção sofreu em seu desenvolvimento e depois em sua distribuição (graças à pandemia). Já na fase 4 do MCU e com o destino da personagem traçado, ficou claro que contar essa história ganhou status de "projeto datado", perdendo uma grande chance de coroar o ótimo trabalho de Johansson e do próprio Estúdio até aqui - é como se o desejo de conhecer a história de Romanoff tenha esfriado ou tenha sido esquecido pelo tempo (e os números de sua estreia só colaboram com essa tese).

"Viúva Negra" não é um filme de origem e não vai influenciar em nada no MCU daqui para frente - mesmo com uma cena pós-crédito completamente desconectada do resto da história, mas que tende a funcionar como gancho (mesmo que improvisado). Eu diria que se o filme fosse uma minissérie de 6 episódios no streaming, tudo faria mais sentido já que os inúmeros (e ótimos) momentos de ação se equilibrariam com uma construção mais honesta de motivação e desenvolvimento de personagens - tanto o vilão "Treinador" quanto o "Guardião Vermelho". O fato é que "Viúva Negra" tem ação para dar e vender, mas poderia ter mais - algo que chamamos de "história"!

Vale o play para os fãs de ação e para quem curte filme de herói, mas você não vai encontrar nada de novo, que saltem aos olhos ou que nos transportem para os melhores momentos (até mesmo dos inusitados como "Guardiões da Galáxia") do MCU.

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Viva - A Vida é uma Festa

"Viva - A Vida é uma Festa" é um jornada tão agradável que torcemos (e muito) para o filme nunca acabar - mesmo que tenhamos que lidar com os sentimentos mais escondidos (e muitas vezes doloridos) dentro de nós. Sim, não é um caminho emocionalmente dos mais fáceis, mas eu diria que mesmo assim é uma delicia ter lidar com o sentimento da saudade por uma perspectiva tão acolhedora e humana quanto essa! 

Apesar de a música ter sido banida há algumas gerações em sua família, Miguel (Anthony Gonzalez) sonha em se tornar um grande músico como seu ídolo, Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt). Desesperado para provar o seu talento, Miguel acaba sendo levado para o "Mundo dos Mortos" onde conhece um encantador trapaceiro chamado Hector (Gael García Bernal), e juntos eles partem em uma jornada extraordinária para descobrir a verdade por trás da história da família de Miguel.

De fato, o roteiro não é tão original ou criativo quanto "Divertidamente", mas certamente é uma das mensagens mais bonitas (e generosas) que um filme que Pixar já produziu - além de um visual incrivelmente lindo! Digno de Oscar! Vale dizer que "Viva - A Vida é uma Festa" foi dirigido por uma das mentes mais criativas da Disney/Pixar: Lee Unkrich de "Toy Story 3" e codirigido por Adrian Molina (story artist de “Universidade Monstros”).

"Coco" (título original) é daqueles filmes imperdíveis, para ver e rever quantas vezes nosso coração aguentar!

Up-date: "Viva - A Vida é uma Festa" ganhou em duas categorias no Oscar 2018: Melhor Música e Melhor Animação! 

Assista Agora

"Viva - A Vida é uma Festa" é um jornada tão agradável que torcemos (e muito) para o filme nunca acabar - mesmo que tenhamos que lidar com os sentimentos mais escondidos (e muitas vezes doloridos) dentro de nós. Sim, não é um caminho emocionalmente dos mais fáceis, mas eu diria que mesmo assim é uma delicia ter lidar com o sentimento da saudade por uma perspectiva tão acolhedora e humana quanto essa! 

Apesar de a música ter sido banida há algumas gerações em sua família, Miguel (Anthony Gonzalez) sonha em se tornar um grande músico como seu ídolo, Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt). Desesperado para provar o seu talento, Miguel acaba sendo levado para o "Mundo dos Mortos" onde conhece um encantador trapaceiro chamado Hector (Gael García Bernal), e juntos eles partem em uma jornada extraordinária para descobrir a verdade por trás da história da família de Miguel.

De fato, o roteiro não é tão original ou criativo quanto "Divertidamente", mas certamente é uma das mensagens mais bonitas (e generosas) que um filme que Pixar já produziu - além de um visual incrivelmente lindo! Digno de Oscar! Vale dizer que "Viva - A Vida é uma Festa" foi dirigido por uma das mentes mais criativas da Disney/Pixar: Lee Unkrich de "Toy Story 3" e codirigido por Adrian Molina (story artist de “Universidade Monstros”).

"Coco" (título original) é daqueles filmes imperdíveis, para ver e rever quantas vezes nosso coração aguentar!

Up-date: "Viva - A Vida é uma Festa" ganhou em duas categorias no Oscar 2018: Melhor Música e Melhor Animação! 

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Wakanda para Sempre

Existe um certo tom melancólico em "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" que o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler consegue transformar em homenagem - embora as imagens sejam lindas e as performances dos atores notavelmente sinceras, é no silêncio que a emoção explode quando a lembrança de Chadwick Boseman é invocada. Talvez esse seja o gatilho emocional que Coogler precisava para entregar, mais uma vez, um filme de herói com certo diferencial - o roteiro, de fato, exige mais dos atores e em muitos momentos a própria direção se apoia na câmera mais solta, naquele close-up escolhido cirurgicamente e no bem executado "foco e desfoco" da cena, para que aquela poesia mais intimista seja capaz de colocar o filme em outro patamar. Sim, o "Pantera Negra 2" tem muita ação, muita piadinha "estilo Marvel", mas é inegavelmente mais equilibrado e inteligente do que normalmente encontramos no MCU!

Após a morte de T'Challa (Boseman) e com a nação de Wakanda já fragilizada, Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje precisam lutar contra uma grande pressão internacional para que o país divida suas reservas de Vibranium, material que permitiu grandes avanços tecnológicos no país. Ao mesmo tempo em que uma nova raça, também detentora de reservas de Vibranium, os Talokan, emerge das profundezas do oceano, sob a liderança de seu rei Namor (Tenoch Huerta), para cobrar por séculos e séculos de exploração. Confira o trailer:

Visualmente, um verdadeiro espetáculo - o que justifica três das cinco indicações ao Oscar 2023: cabelo e maquiagem, figurino e, finalmente o favorito, efeitos especiais. O interessante, no entanto, é que especificamente na franquia Pantera Negra, o visual serve muito mais como elemento de apoio ao ator e sua história, do que como bengala para as inúmeras (e muito bem feitas) cenas de ação. Veja, é muito claro o cuidado de Coogler em usar todos esses elementos visuais para potencializar seu propósito de mexer com a emoção da audiência - o que talvez tenha justificado, inclusive, as duas outras indicações: canção original com "Lift Me Up" de Rhianna e Angela Bassett como atriz coadjuvante.

Bassett dá um show - ela é o ponto de conexão entre a dor e o instinto de proteção. Sua Ramonda é a personificação do sentimento materno mais puro e o que para muitos críticos soou piegas demais, para mim funcionou como uma luva. Dizer que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" tende para o sentimentalismo em detrimento ao aspecto transgressor e politico, desculpe, mas me parece superficial demais. É óbvio que a morte de Boseman influenciou em algumas escolhas conceituais e narrativas do filme, mas, embora longa, a história funciona como um excelente entretenimento. Veja, as provocações sobre racismo, colonialismo e representação cultural continuam lá, mesmo que sem aquela enorme bandeira levantada - e isso é mais um ponto para se aplaudir, não para criticar.  

O risco de trazer uma sequência para um personagem que fez tanto sucesso no passado recente e que não pode contar mais com a figura carismática de seu protagonista, era um risco e todos sabiam disso. Porém, independente de qualquer coisa, eu posso te dizer tranquilamente que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" mesmo não sendo tão autoral quando o primeiro, mesmo sem um roteiro tão redondinho e até sem aquela história surpreendente de origem que chamou atenção até do Oscar, ainda sim é muito divertido e muito bem realizado, com muitos momentos tão emocionantes quanto marcantes.

Vale o seu play! 

Up-date: "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" levou o Oscar na categoria "Melhor Figurino" em 2023! 

Assista Agora

Existe um certo tom melancólico em "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" que o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler consegue transformar em homenagem - embora as imagens sejam lindas e as performances dos atores notavelmente sinceras, é no silêncio que a emoção explode quando a lembrança de Chadwick Boseman é invocada. Talvez esse seja o gatilho emocional que Coogler precisava para entregar, mais uma vez, um filme de herói com certo diferencial - o roteiro, de fato, exige mais dos atores e em muitos momentos a própria direção se apoia na câmera mais solta, naquele close-up escolhido cirurgicamente e no bem executado "foco e desfoco" da cena, para que aquela poesia mais intimista seja capaz de colocar o filme em outro patamar. Sim, o "Pantera Negra 2" tem muita ação, muita piadinha "estilo Marvel", mas é inegavelmente mais equilibrado e inteligente do que normalmente encontramos no MCU!

Após a morte de T'Challa (Boseman) e com a nação de Wakanda já fragilizada, Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje precisam lutar contra uma grande pressão internacional para que o país divida suas reservas de Vibranium, material que permitiu grandes avanços tecnológicos no país. Ao mesmo tempo em que uma nova raça, também detentora de reservas de Vibranium, os Talokan, emerge das profundezas do oceano, sob a liderança de seu rei Namor (Tenoch Huerta), para cobrar por séculos e séculos de exploração. Confira o trailer:

Visualmente, um verdadeiro espetáculo - o que justifica três das cinco indicações ao Oscar 2023: cabelo e maquiagem, figurino e, finalmente o favorito, efeitos especiais. O interessante, no entanto, é que especificamente na franquia Pantera Negra, o visual serve muito mais como elemento de apoio ao ator e sua história, do que como bengala para as inúmeras (e muito bem feitas) cenas de ação. Veja, é muito claro o cuidado de Coogler em usar todos esses elementos visuais para potencializar seu propósito de mexer com a emoção da audiência - o que talvez tenha justificado, inclusive, as duas outras indicações: canção original com "Lift Me Up" de Rhianna e Angela Bassett como atriz coadjuvante.

Bassett dá um show - ela é o ponto de conexão entre a dor e o instinto de proteção. Sua Ramonda é a personificação do sentimento materno mais puro e o que para muitos críticos soou piegas demais, para mim funcionou como uma luva. Dizer que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" tende para o sentimentalismo em detrimento ao aspecto transgressor e politico, desculpe, mas me parece superficial demais. É óbvio que a morte de Boseman influenciou em algumas escolhas conceituais e narrativas do filme, mas, embora longa, a história funciona como um excelente entretenimento. Veja, as provocações sobre racismo, colonialismo e representação cultural continuam lá, mesmo que sem aquela enorme bandeira levantada - e isso é mais um ponto para se aplaudir, não para criticar.  

O risco de trazer uma sequência para um personagem que fez tanto sucesso no passado recente e que não pode contar mais com a figura carismática de seu protagonista, era um risco e todos sabiam disso. Porém, independente de qualquer coisa, eu posso te dizer tranquilamente que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" mesmo não sendo tão autoral quando o primeiro, mesmo sem um roteiro tão redondinho e até sem aquela história surpreendente de origem que chamou atenção até do Oscar, ainda sim é muito divertido e muito bem realizado, com muitos momentos tão emocionantes quanto marcantes.

Vale o seu play! 

Up-date: "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" levou o Oscar na categoria "Melhor Figurino" em 2023! 

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WandaVision

"WandaVision" além de ser mais uma aula de storytelling da Marvel, escancara, mais uma vez, a capacidade do Estúdio de se reinventar baseado em um planejamento cuidadosamente construído para que tudo faça sentido independente do canal de distribuição! Dito isso, fica fácil considerar que essa primeira experiência do MCU no streaming da Disney foi mais um acerto nessa construção única de uma grande jornada, principalmente porquê nem Wanda e nem Vision teriam força o suficiente para segurar um filme solo nos cinemas, então por que não em uma série (ou melhor, em uma minissérie pelo que tudo indica)?

Após os eventos de "Vingadores: Ultimato"(2019), Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), misteriosamente, passam a levar uma vida normal em uma cidade do interior dos EUA. Escondendo seus poderes, a dupla logo começa a suspeitar que nem tudo está tão tranquilo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo vai passando, Wanda e Visão começam a perder a noção daquela "realidade", a "ficção" vai mostrando outras camadas e a certeza de que algo realmente está muito errado se torna uma questão de tempo. Confira o trailer:

O que vemos em "WandaVision" é selo da Marvel do cinema agora no streaming. Esquece tudo que você já viu antes: de "Demolidor" (que é incrível) à "Agentes da S.H.I.E.L.D." - estamos em uma outra era! A série (vamos chamar assim até que se prove o contrário) segue a cartilha de outras produções de sucesso em seu "conteúdo", alternando momentos de comédia com suspense e ação com maestria, mas, na minha opinião, o que coloca o projeto em outro patamar é a sua "forma". Construir duas linhas narrativas completamente distintas (realidade e ficção) e depois cruzá-las para entregar um final sensacional, com o surgimento de toda mitologia em cima da Feiticeira Escarlate, foi de uma sabedoria para deixar a DC de boca aberta!

Além de uma qualidade técnica e artística em toda produção, que é indiscutível, reparem como elenco, com Kathryn Hahn (Agnes) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) está sensacional! Paul Bettany e sua versão "atrapalhada" do Visão subverte aquela postura de herói tecnológico, sem emoções, da sua estreia em "A Era de Ultron" - e faz todo o sentido, diferente da versão pastelão do Hulk que, inclusive, já critiquei anteriormente. Elizabeth Olsen com sua Wanda, que até aqui estava limitada ao segundo plano dos Vingadores, dá um show, equilibrando com muita naturalidade a comédia e o drama - digna de prêmios!

Com um uma trama que discute como lidar com o luto, depois de estarem presos em um eterno vai e vem, da Era de Ouro da TV nos EUA, com imagens em preto e branco, até o presente e vice-versa; "WandaVision" vai além do que vemos nessa tela, pois usa de uma estrutura narrativa complexa para guiar com muita inteligência aos novos caminhos que aquele sensacional Universo tem a oferecer. Imperdível!

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"WandaVision" além de ser mais uma aula de storytelling da Marvel, escancara, mais uma vez, a capacidade do Estúdio de se reinventar baseado em um planejamento cuidadosamente construído para que tudo faça sentido independente do canal de distribuição! Dito isso, fica fácil considerar que essa primeira experiência do MCU no streaming da Disney foi mais um acerto nessa construção única de uma grande jornada, principalmente porquê nem Wanda e nem Vision teriam força o suficiente para segurar um filme solo nos cinemas, então por que não em uma série (ou melhor, em uma minissérie pelo que tudo indica)?

Após os eventos de "Vingadores: Ultimato"(2019), Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), misteriosamente, passam a levar uma vida normal em uma cidade do interior dos EUA. Escondendo seus poderes, a dupla logo começa a suspeitar que nem tudo está tão tranquilo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo vai passando, Wanda e Visão começam a perder a noção daquela "realidade", a "ficção" vai mostrando outras camadas e a certeza de que algo realmente está muito errado se torna uma questão de tempo. Confira o trailer:

O que vemos em "WandaVision" é selo da Marvel do cinema agora no streaming. Esquece tudo que você já viu antes: de "Demolidor" (que é incrível) à "Agentes da S.H.I.E.L.D." - estamos em uma outra era! A série (vamos chamar assim até que se prove o contrário) segue a cartilha de outras produções de sucesso em seu "conteúdo", alternando momentos de comédia com suspense e ação com maestria, mas, na minha opinião, o que coloca o projeto em outro patamar é a sua "forma". Construir duas linhas narrativas completamente distintas (realidade e ficção) e depois cruzá-las para entregar um final sensacional, com o surgimento de toda mitologia em cima da Feiticeira Escarlate, foi de uma sabedoria para deixar a DC de boca aberta!

Além de uma qualidade técnica e artística em toda produção, que é indiscutível, reparem como elenco, com Kathryn Hahn (Agnes) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) está sensacional! Paul Bettany e sua versão "atrapalhada" do Visão subverte aquela postura de herói tecnológico, sem emoções, da sua estreia em "A Era de Ultron" - e faz todo o sentido, diferente da versão pastelão do Hulk que, inclusive, já critiquei anteriormente. Elizabeth Olsen com sua Wanda, que até aqui estava limitada ao segundo plano dos Vingadores, dá um show, equilibrando com muita naturalidade a comédia e o drama - digna de prêmios!

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