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Stan Lee

Se o ótimo documentário francês "Marvel Stories" (que infelizmente saiu do catálogo da Globoplay) dava uma visão mais corporativa sobre a história da Marvel Comics, a produção da Disney, "Stan Lee", basicamente humaniza essa jornada e faz um retrato mais, digamos, "inspirador" sobre a vida de um dos maiores ícones da indústria do entretenimento em todos os tempos. Dirigido com maestria pelo David Gelb (o mesmo de "Wolfgang"), o filme faz um recorte bastante interessante sobre a vida e carreira desse lendário escritor e editor, bem como seu impacto duradouro no universo dos super-heróis e, claro, na cultura pop mundial. Mesmo que em alguns momentos o roteiro pareça um pouco atropelado, te garanto: o documentário é uma aula sobre inovação e resiliência!

Narrado pelo próprio Stan Lee, o documentário fornece um contexto histórico importante ao explorar a participação de Lee no surgimento da indústria de quadrinhos nos Estados Unidos, as mudanças culturais que foram repercutindo na sua arte e, claro, todo o impacto que representou a criação de super-heróis perante a sociedade ao longo de décadas. Essa contextualização nos permite justamente entender melhor como Lee conseguiu captar as oportunidades, inovar em um mercado, para muitos, sem o menor futuro e mesmo assim moldar suas HQs, transformando histórias e personagens em uma forma de arte tão influente quanto rentável. Confira o trailer:

"Stan Lee", em um primeiro olhar, se destaca por dois elementos narrativos que dão um tom todo especial ao projeto. O primeiro, sem dúvida, é o fato de que toda a narrativa é feita a partir de uma série de entrevistas do próprio Lee explanando sobre diversos temas - escutar sua voz, mesmo depois de sua morte, cria um elo emocional tão forte que mesmo quando somos colocados diante de assuntos mais espinhosos, como o seu relacionamento com o ilustrador Steve Ditko (ou de como seu ego praticamente excluiu todos os outros artistas que ajudaram no processo criativo da Marvel), ainda assim enxergamos um senhorzinho simpático que venceu graças apenas aos seus esforços.

O segundo, é como a Gelb resolve com muita criatividade a falta de imagens de arquivo da vida pessoal e profissional de Lee. O diretor usa de maquetes e bonecos em massinha para recriar a infância, a juventude e até o estúdio Marvel que Lee ajudou a consolidar. Reparem como essas escolhas estéticas evocam carinho e afeto, além de nos dar um visão lúdica de momentos e lugares que ele viveu - tudo com detalhes tão delicados que fica impossível não se envolver ainda mais com a história. Já o roteiro traz muitas curiosidades e mesmo que o tom pareça até mais cadenciado (muito pela narração morosa de Lee), é muito bacana entender por uma perspectiva de bastidores, como ele criou personagens imperfeitos, com problemas do mundo real, e como isso ajudou na conexão com o público de uma maneira avassaladora - a passagem sobre o homem-aranha é um ótimo exemplo dessa abordagem criativa.

Lee sempre acreditou que a ideia era muito mais importante que sua materialização, dando assim mais valor para aquele que sonhava e criava, e não para aquele que realizava. Concordem ou não, seu ponto de vista diz muito sobre sua postura perante a vida e, principalmente, perante sua equipe no processo criativo. No entanto é de se exaltar como ele também foi um realizador - sua visão sobre o mercado, sobre as oportunidades que se abriam de acordo com os movimentos políticos em diferentes épocas que marcaram sua trajetória de uma maneira muito criativa e, inegavelmente, de como ele capitalizou suas criações, mesmo entendendo que vacilou quando o assunto era "propriedade intelectual". Enfim, "Stan Lee", o documentário, é muito mais uma peça, a princípio feita para canonizar Stan Lee como o grande pai da Marvel, do que um recorte definitivo sobre o homem imperfeito e artista genial que foi.

Vale seu play!

Assista Agora

Se o ótimo documentário francês "Marvel Stories" (que infelizmente saiu do catálogo da Globoplay) dava uma visão mais corporativa sobre a história da Marvel Comics, a produção da Disney, "Stan Lee", basicamente humaniza essa jornada e faz um retrato mais, digamos, "inspirador" sobre a vida de um dos maiores ícones da indústria do entretenimento em todos os tempos. Dirigido com maestria pelo David Gelb (o mesmo de "Wolfgang"), o filme faz um recorte bastante interessante sobre a vida e carreira desse lendário escritor e editor, bem como seu impacto duradouro no universo dos super-heróis e, claro, na cultura pop mundial. Mesmo que em alguns momentos o roteiro pareça um pouco atropelado, te garanto: o documentário é uma aula sobre inovação e resiliência!

Narrado pelo próprio Stan Lee, o documentário fornece um contexto histórico importante ao explorar a participação de Lee no surgimento da indústria de quadrinhos nos Estados Unidos, as mudanças culturais que foram repercutindo na sua arte e, claro, todo o impacto que representou a criação de super-heróis perante a sociedade ao longo de décadas. Essa contextualização nos permite justamente entender melhor como Lee conseguiu captar as oportunidades, inovar em um mercado, para muitos, sem o menor futuro e mesmo assim moldar suas HQs, transformando histórias e personagens em uma forma de arte tão influente quanto rentável. Confira o trailer:

"Stan Lee", em um primeiro olhar, se destaca por dois elementos narrativos que dão um tom todo especial ao projeto. O primeiro, sem dúvida, é o fato de que toda a narrativa é feita a partir de uma série de entrevistas do próprio Lee explanando sobre diversos temas - escutar sua voz, mesmo depois de sua morte, cria um elo emocional tão forte que mesmo quando somos colocados diante de assuntos mais espinhosos, como o seu relacionamento com o ilustrador Steve Ditko (ou de como seu ego praticamente excluiu todos os outros artistas que ajudaram no processo criativo da Marvel), ainda assim enxergamos um senhorzinho simpático que venceu graças apenas aos seus esforços.

O segundo, é como a Gelb resolve com muita criatividade a falta de imagens de arquivo da vida pessoal e profissional de Lee. O diretor usa de maquetes e bonecos em massinha para recriar a infância, a juventude e até o estúdio Marvel que Lee ajudou a consolidar. Reparem como essas escolhas estéticas evocam carinho e afeto, além de nos dar um visão lúdica de momentos e lugares que ele viveu - tudo com detalhes tão delicados que fica impossível não se envolver ainda mais com a história. Já o roteiro traz muitas curiosidades e mesmo que o tom pareça até mais cadenciado (muito pela narração morosa de Lee), é muito bacana entender por uma perspectiva de bastidores, como ele criou personagens imperfeitos, com problemas do mundo real, e como isso ajudou na conexão com o público de uma maneira avassaladora - a passagem sobre o homem-aranha é um ótimo exemplo dessa abordagem criativa.

Lee sempre acreditou que a ideia era muito mais importante que sua materialização, dando assim mais valor para aquele que sonhava e criava, e não para aquele que realizava. Concordem ou não, seu ponto de vista diz muito sobre sua postura perante a vida e, principalmente, perante sua equipe no processo criativo. No entanto é de se exaltar como ele também foi um realizador - sua visão sobre o mercado, sobre as oportunidades que se abriam de acordo com os movimentos políticos em diferentes épocas que marcaram sua trajetória de uma maneira muito criativa e, inegavelmente, de como ele capitalizou suas criações, mesmo entendendo que vacilou quando o assunto era "propriedade intelectual". Enfim, "Stan Lee", o documentário, é muito mais uma peça, a princípio feita para canonizar Stan Lee como o grande pai da Marvel, do que um recorte definitivo sobre o homem imperfeito e artista genial que foi.

Vale seu play!

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Superman

Essa recomendação faz parte do nosso projeto "Semana dos Clássicos", onde convidamos você a revisitar filmes que mudaram os rumos da narrativa cinematográfica e que merecem um olhar mais critico sem esquecer, claro, do que pode ter representado emocionalmente na nossa vida!

"Superman", lançado em 1978 e dirigido pelo inesquecível Richard Donner, é um marco no cinema de heróis e uma das produções que mais influenciou o gênero ao longo dos anos. A obra introduziu o icônico personagem da DC Comics ao público em uma nova era cinematográfica, com um tom épico e uma escala visual impressionante para a época. O filme não apenas deu início à franquia do Superman no cinema, como também estabeleceu padrões de narrativa e produção que seriam seguidos por décadas.

A trama acompanha a origem de Kal-El, um bebê alienígena enviado à Terra momentos antes da destruição de seu planeta natal, Krypton. Criado por pais adotivos no interior dos Estados Unidos, ele cresce como Clark Kent (Christopher Reeve), desenvolvendo habilidades extraordinárias. Quando adulto, ele assume o papel de Superman, um herói dedicado à proteção da humanidade, enquanto trabalha disfarçado como o repórter tímido do Planeta Diário. O vilão Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio criminoso, se torna seu principal antagonista nesse episódio ao arquitetar um plano que coloca milhões de vidas em risco, inclusive de Lois Lane (Margot Kidder). Confira o trailer (em inglês):

Delicioso de assistir, "Superman" se destaca não apenas por uma história clássica de origem, mas também pela habilidade de Donner em equilibrar fantasia e realidade sem a pretensão de parecer ranzinza demais. O primeiro ato do filme é brilhante - a narrativa se concentra na origem de Kal-El em Krypton e na sua criação na Terra. Repare como a jornada é cuidadosamente construída, sem se alongar demais, trazendo uma sensação de grandeza, mesmo que pontuada por uma certa melancolia. A transição de um jovem confuso para o icônico herói é tratada com delicadeza pelo diretor, o que humaniza o personagem e cria uma conexão emocional com o público. O roteiro, escrito por Mario Puzo (O Poderoso Chefão), David Newman, Leslie Newman e Robert Benton (Kramer vs. Kramer), equilibra bem a ação e o humor, sem desrespeitar a seriedade do personagem mítico. Veja, a narrativa é simples e direta, uma aula de roteiro, pois funciona bem para introduzir o herói e seus valores, tem aventura e diversão, mas também oferece profundidade suficiente para explorar as lutas íntimas de Clark com sua identidade e responsabilidade.

A direção de Richard Donner é impecável nesse sentido - ela mistura ótimas cenas de ação com momentos de desenvolvimento emocional relevantes. Ele consegue dar ao filme uma escala grandiosa, sem perder de vista a humanidade de Clark Kent/Superman. A utilização dos efeitos especiais que Donner usou, revolucionou o cinema - a partir da famosa campanha de marketing “Você acreditará que um homem pode voar”, as cenas de voo, apesar de simples pelos padrões atuais, foram impressionantes para o público dos anos 70 e se tornaram um dos elementos mais icônicos do filme. Outro ponto que merece destaque são as cenas em Krypton - embora soem datadas, elas foram visualmente impactantes, com uma estética futurista que refletia o alto nível de design de produção para a época.

Obviamente que interpretação de Christopher Reeve é um dos pilares que sustentam o filme. Ele conseguiu capturar perfeitamente a dualidade de Clark Kent e Superman - como Kent, ele é desajeitado e inseguro, uma fachada bem diferente do herói confiante e poderoso que o público vê como Superman. A performance de Reeve é marcada por sua naturalidade em ambos os papéis, o que lhe rendeu reconhecimento como uma das personificações definitivas do personagem. Basta um óculos e um bom ator para mergulharmos na proposta fantástica da DC. Gene Hackman, como Lex Luthor, traz uma interpretação carismática e um toque cômico ao vilão. Embora o tom leve de sua atuação contraste com a seriedade de Superman, Hackman oferece uma performance que equilibra malícia e humor, fazendo de Luthor um personagem inesquecível - a química entre Hackman e seus aliados de cena, como Otis (Ned Beatty) e Senhorita Teschmacher (Valerie Perrine), também adiciona leveza a um filme que, em muitos momentos, soa como um simples entretenimento de gênero.

A trilha sonora de John Williams é outro aspecto que define a grandiosidade de Superman. A tocada heróica de Williams, que acompanha as cenas de voo e ação, se tornou um dos temas mais reconhecíveis da história do cinema. Sua música captura a essência do personagem, uma mistura de esperança, nobreza e poder, e eleva cada cena em que é utilizada, reforçando o impacto épico da jornada. O fato é que "Superman" é um filme essencial para entender a evolução do gênero de heróis. Ele não apenas apresentou o herói de forma digna e fiel às suas raízes nas HQs, como também estabeleceu o tom para futuras adaptações no cinema. Com uma mistura de grandiosidade, performances memoráveis e um personagem que continua a inspirar gerações, o filme de 1978 permanece como um clássico atemporal que merece o seu play (novamente)!

Assista essa versão remasterizada e estendida do diretor!

Assista Agora

Essa recomendação faz parte do nosso projeto "Semana dos Clássicos", onde convidamos você a revisitar filmes que mudaram os rumos da narrativa cinematográfica e que merecem um olhar mais critico sem esquecer, claro, do que pode ter representado emocionalmente na nossa vida!

"Superman", lançado em 1978 e dirigido pelo inesquecível Richard Donner, é um marco no cinema de heróis e uma das produções que mais influenciou o gênero ao longo dos anos. A obra introduziu o icônico personagem da DC Comics ao público em uma nova era cinematográfica, com um tom épico e uma escala visual impressionante para a época. O filme não apenas deu início à franquia do Superman no cinema, como também estabeleceu padrões de narrativa e produção que seriam seguidos por décadas.

A trama acompanha a origem de Kal-El, um bebê alienígena enviado à Terra momentos antes da destruição de seu planeta natal, Krypton. Criado por pais adotivos no interior dos Estados Unidos, ele cresce como Clark Kent (Christopher Reeve), desenvolvendo habilidades extraordinárias. Quando adulto, ele assume o papel de Superman, um herói dedicado à proteção da humanidade, enquanto trabalha disfarçado como o repórter tímido do Planeta Diário. O vilão Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio criminoso, se torna seu principal antagonista nesse episódio ao arquitetar um plano que coloca milhões de vidas em risco, inclusive de Lois Lane (Margot Kidder). Confira o trailer (em inglês):

Delicioso de assistir, "Superman" se destaca não apenas por uma história clássica de origem, mas também pela habilidade de Donner em equilibrar fantasia e realidade sem a pretensão de parecer ranzinza demais. O primeiro ato do filme é brilhante - a narrativa se concentra na origem de Kal-El em Krypton e na sua criação na Terra. Repare como a jornada é cuidadosamente construída, sem se alongar demais, trazendo uma sensação de grandeza, mesmo que pontuada por uma certa melancolia. A transição de um jovem confuso para o icônico herói é tratada com delicadeza pelo diretor, o que humaniza o personagem e cria uma conexão emocional com o público. O roteiro, escrito por Mario Puzo (O Poderoso Chefão), David Newman, Leslie Newman e Robert Benton (Kramer vs. Kramer), equilibra bem a ação e o humor, sem desrespeitar a seriedade do personagem mítico. Veja, a narrativa é simples e direta, uma aula de roteiro, pois funciona bem para introduzir o herói e seus valores, tem aventura e diversão, mas também oferece profundidade suficiente para explorar as lutas íntimas de Clark com sua identidade e responsabilidade.

A direção de Richard Donner é impecável nesse sentido - ela mistura ótimas cenas de ação com momentos de desenvolvimento emocional relevantes. Ele consegue dar ao filme uma escala grandiosa, sem perder de vista a humanidade de Clark Kent/Superman. A utilização dos efeitos especiais que Donner usou, revolucionou o cinema - a partir da famosa campanha de marketing “Você acreditará que um homem pode voar”, as cenas de voo, apesar de simples pelos padrões atuais, foram impressionantes para o público dos anos 70 e se tornaram um dos elementos mais icônicos do filme. Outro ponto que merece destaque são as cenas em Krypton - embora soem datadas, elas foram visualmente impactantes, com uma estética futurista que refletia o alto nível de design de produção para a época.

Obviamente que interpretação de Christopher Reeve é um dos pilares que sustentam o filme. Ele conseguiu capturar perfeitamente a dualidade de Clark Kent e Superman - como Kent, ele é desajeitado e inseguro, uma fachada bem diferente do herói confiante e poderoso que o público vê como Superman. A performance de Reeve é marcada por sua naturalidade em ambos os papéis, o que lhe rendeu reconhecimento como uma das personificações definitivas do personagem. Basta um óculos e um bom ator para mergulharmos na proposta fantástica da DC. Gene Hackman, como Lex Luthor, traz uma interpretação carismática e um toque cômico ao vilão. Embora o tom leve de sua atuação contraste com a seriedade de Superman, Hackman oferece uma performance que equilibra malícia e humor, fazendo de Luthor um personagem inesquecível - a química entre Hackman e seus aliados de cena, como Otis (Ned Beatty) e Senhorita Teschmacher (Valerie Perrine), também adiciona leveza a um filme que, em muitos momentos, soa como um simples entretenimento de gênero.

A trilha sonora de John Williams é outro aspecto que define a grandiosidade de Superman. A tocada heróica de Williams, que acompanha as cenas de voo e ação, se tornou um dos temas mais reconhecíveis da história do cinema. Sua música captura a essência do personagem, uma mistura de esperança, nobreza e poder, e eleva cada cena em que é utilizada, reforçando o impacto épico da jornada. O fato é que "Superman" é um filme essencial para entender a evolução do gênero de heróis. Ele não apenas apresentou o herói de forma digna e fiel às suas raízes nas HQs, como também estabeleceu o tom para futuras adaptações no cinema. Com uma mistura de grandiosidade, performances memoráveis e um personagem que continua a inspirar gerações, o filme de 1978 permanece como um clássico atemporal que merece o seu play (novamente)!

Assista essa versão remasterizada e estendida do diretor!

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Superpoderosos

Bem na linha dos documentários "Stan Lee" e "Marvel Stories", "Superpoderosos - A História da DC" traça um coerente e interessante paralelo entre o mercado editorial de HQs nos EUA, a força de sua propriedade intelectual e a jornada da DC em todas as mídias sob o enfoque social, cultural e também corporativo. Embora em alguns momentos, a minissérie em três partes possa parecer um amontoado de "extras" dos filmes da própria DC ao longo de décadas, é de se elogiar como o roteiro é capaz de conectar os pontos, criando uma linha temporal bastante dinâmica para contar essa história que soa como um fio de esperança para os fãs, mais ou menos como: "nós já erramos antes, mas encontramos um caminho. Acredite mais uma vez"! 

"Superpoderosos - A História da DC" é um mergulho no legado duradouro e influente da DC que permite aos fãs redescobrirem o universo de personagens, as origens da icônica empresa de quadrinhos, seu desenvolvimento e o impacto de quase nove décadas da DC em todas as formas de arte. Confira o trailer:

Sem dúvida que o ponto alto dessa produção da HBO está na forma como a narrativa consegue expor a complexidade que é lidar com uma marca como a DC. O recorte histórico é riquíssimo, embora soe apressado e nem tão atual - já que nada se comenta sobre o novo DCU ou a chegada de Gunn para comandar o reboot do universo. No entanto, é possível perceber um tom de esperança quando o documentário analisa os desafios enfrentados pela empresa ao longo dos anos, incluindo momentos delicados, de controvérsia, como as polêmicas mudanças de continuidade, crises e reformulações editoriais. Esses momentos, enaltece a narrativa, se mostram fundamentais para moldar valor da DC que conhecemos hoje - e de fato, a empresa parece ter uma habilidade fora do comum tanto para se reinventar como para tomar decisões bem duvidosas.

A minissérie dirigida pela talentosa Leslie Iwerks (de "A História do Imagineering") começa por traçar as origens humildes da DC nas páginas de quadrinhos na década de 1930 (muito, mas muito antes da Marvel existir), destacando a criação de personagens lendários como Superman, Batman, Flash e Mulher-Maravilha. Ao longo dos episódios, o roteiro aborda temas interessantes como a DC criou e expandiu seu multiverso, disruptando um mercado marcado pela linearidade de seus arcos. Repare como o conceito aplicado nas HQs parece se repetir agora no cinema - é quase como se a empresa fomentasse uma espécie de liberdade editorial para que todos os heróis e vilões de seu catálogo se modernizassem para que os autores e diretores pudessem explorar várias realidades.

Sempre com depoimentos de autores, diretores e produtores, "The DC Story" (no original), explora a influência da DC no cinema, com o clássico "Superman: O Filme" de 1978, que trouxe a aura dos super-heróis para a tela grande, até as recentes produções como "Cavaleiro da Trevas", "Liga da Justiça", "Aquaman" e "Mulher-Maravilha". A jornada na TV com suas populares séries do Arrowverse, como "Arrow", "The Flash e "Supergirl", também foram lembradas e explicam como essas produções abraçaram a mitologia dos HQs e criaram histórias envolventes que vieram cativando os fãs de todas as idades desde as animações clássicas como "Superamigos".

Para quem gosta do assunto, realmente "Superpoderosos - A História da DC" é imperdível. Eu diria que esse overview nos dá a exata noção do tamanho e da importância da DC para a cultura pop mundial, sem se abster dos seus erros estratégicos e da sua capacidade de se adaptar aos tempos, o documentário celebra com muita honestidade a riqueza de seu universo, que continua a inspirar gerações de fãs em todo o mundo.

Vale seu play!

Assista Agora

Bem na linha dos documentários "Stan Lee" e "Marvel Stories", "Superpoderosos - A História da DC" traça um coerente e interessante paralelo entre o mercado editorial de HQs nos EUA, a força de sua propriedade intelectual e a jornada da DC em todas as mídias sob o enfoque social, cultural e também corporativo. Embora em alguns momentos, a minissérie em três partes possa parecer um amontoado de "extras" dos filmes da própria DC ao longo de décadas, é de se elogiar como o roteiro é capaz de conectar os pontos, criando uma linha temporal bastante dinâmica para contar essa história que soa como um fio de esperança para os fãs, mais ou menos como: "nós já erramos antes, mas encontramos um caminho. Acredite mais uma vez"! 

"Superpoderosos - A História da DC" é um mergulho no legado duradouro e influente da DC que permite aos fãs redescobrirem o universo de personagens, as origens da icônica empresa de quadrinhos, seu desenvolvimento e o impacto de quase nove décadas da DC em todas as formas de arte. Confira o trailer:

Sem dúvida que o ponto alto dessa produção da HBO está na forma como a narrativa consegue expor a complexidade que é lidar com uma marca como a DC. O recorte histórico é riquíssimo, embora soe apressado e nem tão atual - já que nada se comenta sobre o novo DCU ou a chegada de Gunn para comandar o reboot do universo. No entanto, é possível perceber um tom de esperança quando o documentário analisa os desafios enfrentados pela empresa ao longo dos anos, incluindo momentos delicados, de controvérsia, como as polêmicas mudanças de continuidade, crises e reformulações editoriais. Esses momentos, enaltece a narrativa, se mostram fundamentais para moldar valor da DC que conhecemos hoje - e de fato, a empresa parece ter uma habilidade fora do comum tanto para se reinventar como para tomar decisões bem duvidosas.

A minissérie dirigida pela talentosa Leslie Iwerks (de "A História do Imagineering") começa por traçar as origens humildes da DC nas páginas de quadrinhos na década de 1930 (muito, mas muito antes da Marvel existir), destacando a criação de personagens lendários como Superman, Batman, Flash e Mulher-Maravilha. Ao longo dos episódios, o roteiro aborda temas interessantes como a DC criou e expandiu seu multiverso, disruptando um mercado marcado pela linearidade de seus arcos. Repare como o conceito aplicado nas HQs parece se repetir agora no cinema - é quase como se a empresa fomentasse uma espécie de liberdade editorial para que todos os heróis e vilões de seu catálogo se modernizassem para que os autores e diretores pudessem explorar várias realidades.

Sempre com depoimentos de autores, diretores e produtores, "The DC Story" (no original), explora a influência da DC no cinema, com o clássico "Superman: O Filme" de 1978, que trouxe a aura dos super-heróis para a tela grande, até as recentes produções como "Cavaleiro da Trevas", "Liga da Justiça", "Aquaman" e "Mulher-Maravilha". A jornada na TV com suas populares séries do Arrowverse, como "Arrow", "The Flash e "Supergirl", também foram lembradas e explicam como essas produções abraçaram a mitologia dos HQs e criaram histórias envolventes que vieram cativando os fãs de todas as idades desde as animações clássicas como "Superamigos".

Para quem gosta do assunto, realmente "Superpoderosos - A História da DC" é imperdível. Eu diria que esse overview nos dá a exata noção do tamanho e da importância da DC para a cultura pop mundial, sem se abster dos seus erros estratégicos e da sua capacidade de se adaptar aos tempos, o documentário celebra com muita honestidade a riqueza de seu universo, que continua a inspirar gerações de fãs em todo o mundo.

Vale seu play!

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The Boys

Antes de mais nada é preciso dizer: a série, embora traga muito do humor negro do seu criador Garth Ennis, não é uma adaptação fiel dos quadrinhos, mas nem por isso deve ser renegada ou subestimada. "The Boys" é, sem dúvida, uma das séries mais originais lançadas em 2019 - um prato cheio para a Prime Vídeo mostrar o seu cartão de visita e definitivamente entrar na briga pela aquisição de assinantes em um mercado que está se transformando em uma verdadeira batalha.

"The Boys" narra alguns eventos ocorridos entre 2006 e 2008, em uma Nova York ficcional, onde super-heróis existem, mas que, em sua grande maioria, tiveram seus valores morais corrompidos pela fama, sucesso e exposição. Ao se comportar de forma irresponsável, muitos desses heróis mascaram sua verdadeira personalidade se escondendo atrás do controle (e do marketing) de uma grande Corporação - o que representa uma crítica direta ao mundo das celebridades de hoje, diga-se de passagem. Continuando: após ver sua noiva ser morta por um desses heróis, Hughie Campbell (Jack Quaid) percebe que existe uma verdadeira indústria de influência para encobrir as falhas de caráter desses poderosos agentes de mídia. É preciso dar um fim nessa situação, então Hughie se une ao misterioso Billy Butcher (Karl Urban) e inicia sua bizarra jornada para desmascarar essa enorme mentira.

 

Uma das coisas mais interessantes que percebi nessa primeira temporada, foram alguns elementos narrativos muito parecidos com aqueles que encontrávamos em Breaking Bad. Está certo que são elementos pontuais, mas que foram essenciais para que a série de Vince Gilligan se tornasse um grande sucesso, pela inovação narrativa e inventividade visual. O primeiro deles é a jornada de transformação de um personagem pacato em um potencial assassino - e se inicio vemos muito de Walter White em Hughie, com o passar dos episódios temos a impressão que seu personagem é muito mais próximo do Jessie, afinal ele está sempre se questionando e sua aproximação com a Annie January (Erin Moriarty), a Starlight, só aumenta sua dúvida sobre estar no caminho certo e es caminho deve ser percorrido com um ressentido   Billy Butcher! Outro elemento bastante perceptível está na quebra das barreiras que separavamm os heróis dos bandidos, o certo do errado e até os motivos que justificavam (para quem assiste) algumas ações extremas - é preciso lembrar que em Breaking Bad torcíamos para os bandidos, nos identificávamos com suas motivações e parecia tudo "normal". Mas em "The Boys", quem são os bandidos? E por fim, e não menos importante, é o tom que série trás para seus episódios, é aquele mood quase escrachado, mas que serve para mascarar todos os dramas mais íntimos e pesados de personagens muito bem desenvolvidos, toda a ação (e reação) entre eles e, principalmente, que diminui a importância daqueles momentos mais sanguinários e impactantes da trama (ao melhor estilo Tarantino), quase como uma pintura que choca, mas que já será esquecida ou digerida ao se trocar o foco. Olha, que fique claro que não é uma comparação (é até muito cedo para isso), mas todos esses elementos tiram "The Boys" do lugar comum, basta reparar!

Resumindo: com um roteiro inteligente (cheio de detalhes e referências), uma direção muito competente, uma fotografia bem interessante e um tratamento de cor de muita personalidade - que já criou uma identidade muito particular, um look único e lindo para a série - "The Boys" mostra, para quem assiste, que nada está na tela por acaso e que se mantiver esse mesmo nível em algumas temporadas, pode realmente fazer muito barulho! Com o final da primeira temporada é fácil afirmar que a série está irrepreensível! Vale muito a pena!!!!

Assista Agora

Antes de mais nada é preciso dizer: a série, embora traga muito do humor negro do seu criador Garth Ennis, não é uma adaptação fiel dos quadrinhos, mas nem por isso deve ser renegada ou subestimada. "The Boys" é, sem dúvida, uma das séries mais originais lançadas em 2019 - um prato cheio para a Prime Vídeo mostrar o seu cartão de visita e definitivamente entrar na briga pela aquisição de assinantes em um mercado que está se transformando em uma verdadeira batalha.

"The Boys" narra alguns eventos ocorridos entre 2006 e 2008, em uma Nova York ficcional, onde super-heróis existem, mas que, em sua grande maioria, tiveram seus valores morais corrompidos pela fama, sucesso e exposição. Ao se comportar de forma irresponsável, muitos desses heróis mascaram sua verdadeira personalidade se escondendo atrás do controle (e do marketing) de uma grande Corporação - o que representa uma crítica direta ao mundo das celebridades de hoje, diga-se de passagem. Continuando: após ver sua noiva ser morta por um desses heróis, Hughie Campbell (Jack Quaid) percebe que existe uma verdadeira indústria de influência para encobrir as falhas de caráter desses poderosos agentes de mídia. É preciso dar um fim nessa situação, então Hughie se une ao misterioso Billy Butcher (Karl Urban) e inicia sua bizarra jornada para desmascarar essa enorme mentira.

 

Uma das coisas mais interessantes que percebi nessa primeira temporada, foram alguns elementos narrativos muito parecidos com aqueles que encontrávamos em Breaking Bad. Está certo que são elementos pontuais, mas que foram essenciais para que a série de Vince Gilligan se tornasse um grande sucesso, pela inovação narrativa e inventividade visual. O primeiro deles é a jornada de transformação de um personagem pacato em um potencial assassino - e se inicio vemos muito de Walter White em Hughie, com o passar dos episódios temos a impressão que seu personagem é muito mais próximo do Jessie, afinal ele está sempre se questionando e sua aproximação com a Annie January (Erin Moriarty), a Starlight, só aumenta sua dúvida sobre estar no caminho certo e es caminho deve ser percorrido com um ressentido   Billy Butcher! Outro elemento bastante perceptível está na quebra das barreiras que separavamm os heróis dos bandidos, o certo do errado e até os motivos que justificavam (para quem assiste) algumas ações extremas - é preciso lembrar que em Breaking Bad torcíamos para os bandidos, nos identificávamos com suas motivações e parecia tudo "normal". Mas em "The Boys", quem são os bandidos? E por fim, e não menos importante, é o tom que série trás para seus episódios, é aquele mood quase escrachado, mas que serve para mascarar todos os dramas mais íntimos e pesados de personagens muito bem desenvolvidos, toda a ação (e reação) entre eles e, principalmente, que diminui a importância daqueles momentos mais sanguinários e impactantes da trama (ao melhor estilo Tarantino), quase como uma pintura que choca, mas que já será esquecida ou digerida ao se trocar o foco. Olha, que fique claro que não é uma comparação (é até muito cedo para isso), mas todos esses elementos tiram "The Boys" do lugar comum, basta reparar!

Resumindo: com um roteiro inteligente (cheio de detalhes e referências), uma direção muito competente, uma fotografia bem interessante e um tratamento de cor de muita personalidade - que já criou uma identidade muito particular, um look único e lindo para a série - "The Boys" mostra, para quem assiste, que nada está na tela por acaso e que se mantiver esse mesmo nível em algumas temporadas, pode realmente fazer muito barulho! Com o final da primeira temporada é fácil afirmar que a série está irrepreensível! Vale muito a pena!!!!

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The Equalizer

The Equalizer

Sabe aquele tipo de série "se dormir, dormiu", mas que não deixa de ser um ótimo entretenimento - bem no estilo procedural de ""CSI" ou "The Law & Order", com alguma ação mais empolgante, investigações razoavelmente inteligentes e uma narrativa bem amarrada? Pois bem, "The Equalizer" é a bola da vez - lançada em 2021 pela CBS, é um verdadeiro sucesso nos EUA, rendendo várias temporadas com uma dinâmica de ação e crime que reinventa a clássica série dos anos 80, mas agora com uma nova protagonista e uma abordagem mais contemporânea. Estrelada por Queen Latifah, a série oferece um novo conceito sobre os dilemas de um herói urbano, trazendo uma forte protagonista feminina para o centro de missões muito divertidas para quem quer passar o tempo sem ter que pensar muito.

Basicamente, a trama segue Robyn McCall (Queen Latifah), uma ex-agente da CIA que, após se afastar do mundo da espionagem, dedica-se a ajudar aqueles que não têm mais para onde recorrer. Usando suas habilidades de combate, investigação e inteligência, McCall se torna uma figura misteriosa conhecida como "The Equalizer", protegendo os oprimidos e punindo aqueles que se aproveitam dos mais fracos. Ao mesmo tempo, no entanto, ela precisa lidar com os desafios de ser mãe solteira de uma adolescente e de manter sua vida dupla em segredo para quem sabe encontrar um caminho menos traumático como mulher. Confira o trailer:

"The Equalizer" é dirigida por uma equipe talentosa que inclui nomes como Liz Friedlander (de "Jessica Jones") e Solvan "Slick" Naim (de "Black List") - eles conseguem manter um ritmo dinâmico e envolvente ao longo dos mais de 50 episódios, durante todas as temporadas. Com roteiro escrito por Andrew W. Marlowe (do clássico "Força Aérea Um") e Terri Edda Miller (de "Castle"), a série equilibra uma ótima atmosfera de ação com histórias que exploram questões sociais mais atuais, como corrupção, violência doméstica e até injustiça racial. Pautada nos clássicos da TV aberta americana, cada episódio funciona como uma narrativa fechada, com McCall resolvendo um caso por vez ao mesmo tempo em que outros arcos dos personagens vão, pouco a pouco, se ampliando e se desenvolvendo ao ponto de não conseguirmos mais parar de assistir. Veja, embora o formato "caso da semana" seja familiar e possa até parecer previsível para alguns, eu diria que aqui a série consegue manter nosso interesse especialmente por se aprofundar na vida pessoal de McCall. 

Queen Latifah traz uma presença carismática e poderosa para a série. Ela transita muito bem entre a dureza necessária de uma vigilante implacável com a sensibilidade de uma mãe que está tentando proteger sua família. Latifah é convincente nas cenas de ação da mesma forma que entrega ótimos momentos emocionais, tornando McCall uma personagem cheio de camadas e fácil de se conectar - tudo isso sem maiores neuroses para não complicar demais! Sua performance, é preciso que se diga, é o coração da série, proporcionando uma ancoragem dramática que eleva o básico para um patamar que entrega uma ótima jornada de entretenimento. Já no elenco de apoio, é preciso citar Tory Kittles como o honrado Marcus Dante; Adam Goldberg como o hacker/nerd/moderninho, Harry Keshegian; e Liza Lapira como a ex-soldado sempre parceira, Melody. É muito bacana ver como cada "estereótipo" contribui significativamente para que a narrativa funcione de uma maneira tão orgânica e que nos traz certo conforto ao dar o play.

Antes de embarcar em "The Equalizer", saiba que, em sua tentativa de combinar ação e drama, a narrativa se apoia demais em clichês do gênero - o que pode diminuir sensivelmente a sua originalidade, mas ao mesmo tempo traz ótimas lembranças de uma época onde o divertido era só assistir Jack Bauer em "24 Horas". Esse é objetivo do projeto: soar familiar para os mais velhos e divertir uma nova geração sem exigir muito ou ter que fazer a audiência quebrar a cabeça. Não espere arcos mais longos e complexos, isso não faz parte do DNA da série - e funciona!

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Sabe aquele tipo de série "se dormir, dormiu", mas que não deixa de ser um ótimo entretenimento - bem no estilo procedural de ""CSI" ou "The Law & Order", com alguma ação mais empolgante, investigações razoavelmente inteligentes e uma narrativa bem amarrada? Pois bem, "The Equalizer" é a bola da vez - lançada em 2021 pela CBS, é um verdadeiro sucesso nos EUA, rendendo várias temporadas com uma dinâmica de ação e crime que reinventa a clássica série dos anos 80, mas agora com uma nova protagonista e uma abordagem mais contemporânea. Estrelada por Queen Latifah, a série oferece um novo conceito sobre os dilemas de um herói urbano, trazendo uma forte protagonista feminina para o centro de missões muito divertidas para quem quer passar o tempo sem ter que pensar muito.

Basicamente, a trama segue Robyn McCall (Queen Latifah), uma ex-agente da CIA que, após se afastar do mundo da espionagem, dedica-se a ajudar aqueles que não têm mais para onde recorrer. Usando suas habilidades de combate, investigação e inteligência, McCall se torna uma figura misteriosa conhecida como "The Equalizer", protegendo os oprimidos e punindo aqueles que se aproveitam dos mais fracos. Ao mesmo tempo, no entanto, ela precisa lidar com os desafios de ser mãe solteira de uma adolescente e de manter sua vida dupla em segredo para quem sabe encontrar um caminho menos traumático como mulher. Confira o trailer:

"The Equalizer" é dirigida por uma equipe talentosa que inclui nomes como Liz Friedlander (de "Jessica Jones") e Solvan "Slick" Naim (de "Black List") - eles conseguem manter um ritmo dinâmico e envolvente ao longo dos mais de 50 episódios, durante todas as temporadas. Com roteiro escrito por Andrew W. Marlowe (do clássico "Força Aérea Um") e Terri Edda Miller (de "Castle"), a série equilibra uma ótima atmosfera de ação com histórias que exploram questões sociais mais atuais, como corrupção, violência doméstica e até injustiça racial. Pautada nos clássicos da TV aberta americana, cada episódio funciona como uma narrativa fechada, com McCall resolvendo um caso por vez ao mesmo tempo em que outros arcos dos personagens vão, pouco a pouco, se ampliando e se desenvolvendo ao ponto de não conseguirmos mais parar de assistir. Veja, embora o formato "caso da semana" seja familiar e possa até parecer previsível para alguns, eu diria que aqui a série consegue manter nosso interesse especialmente por se aprofundar na vida pessoal de McCall. 

Queen Latifah traz uma presença carismática e poderosa para a série. Ela transita muito bem entre a dureza necessária de uma vigilante implacável com a sensibilidade de uma mãe que está tentando proteger sua família. Latifah é convincente nas cenas de ação da mesma forma que entrega ótimos momentos emocionais, tornando McCall uma personagem cheio de camadas e fácil de se conectar - tudo isso sem maiores neuroses para não complicar demais! Sua performance, é preciso que se diga, é o coração da série, proporcionando uma ancoragem dramática que eleva o básico para um patamar que entrega uma ótima jornada de entretenimento. Já no elenco de apoio, é preciso citar Tory Kittles como o honrado Marcus Dante; Adam Goldberg como o hacker/nerd/moderninho, Harry Keshegian; e Liza Lapira como a ex-soldado sempre parceira, Melody. É muito bacana ver como cada "estereótipo" contribui significativamente para que a narrativa funcione de uma maneira tão orgânica e que nos traz certo conforto ao dar o play.

Antes de embarcar em "The Equalizer", saiba que, em sua tentativa de combinar ação e drama, a narrativa se apoia demais em clichês do gênero - o que pode diminuir sensivelmente a sua originalidade, mas ao mesmo tempo traz ótimas lembranças de uma época onde o divertido era só assistir Jack Bauer em "24 Horas". Esse é objetivo do projeto: soar familiar para os mais velhos e divertir uma nova geração sem exigir muito ou ter que fazer a audiência quebrar a cabeça. Não espere arcos mais longos e complexos, isso não faz parte do DNA da série - e funciona!

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The Mandalorian

"The Mandalorian" é sem dúvida o maior acerto do Universo "Stars Wars" em muito tempo! A série da Disney+ foi capaz de captar a essência, tanto visual quanto narrativa, que parecia estar perdida em uma sequência de equívocos que colocaram em dúvida a capacidade da própria Disney em perpetuar uma franquia de sucesso e com tantos fãs - e mais uma vez, o streaming parece ter conseguido colocar o conceito criativo do próprio George Lucas nos eixos logo na estreia!

Ambientada na linha do tempo de "Star Wars" entre a "Era da Rebelião" de "Retorno de Jedi", cinco anos após a queda do Império, e a "Era da Resistência", 25 anos antes da ascensão da Primeira Ordem de "O Despertar da Força", "The Mandalorian" mostra a derrocada do Império quando a Galáxia se torna uma terra de ninguém, caótica, repleta de caçadores de recompensas, entre eles, o próprio "Mando" - como é conhecido por onde passa.

Com uma estrutura narrativa bem próxima de um "procedural", com episódios independentes entre si, que focam em uma nova missão do protagonista por semana, a trama traz uma arco maior muito interessante e que funciona como linha condutora para unir, de certa forma, toda temporada: o Mandalorian precisa proteger uma criatura chamada de "The Child", que também ficou conhecida como "Baby Yoda" -  aqui cabe uma observação importante:  ele não é o Mestre Yoda de Star Wars, eles são somente da mesma espécie e pertencem a uma ordem de "feiticeiros" conhecida como Jedi (assim se explica na primeira temporada)! Vamos ao trailer:

É natural uma certa confusão inicial para aqueles que não seguem o Universo Star Wars quase como uma religião - de fato, faltam referências mais óbvias para estabelecer o momento exato na linha do tempo e, vou além, para apresentar as peculiaridades daqueles personagens. Porém, quem tem algum conhecimento dos três primeiros filmes da franquia, ou melhor, os episódios IV, V e VI; facilmente embarca na jornada do personagem justamente pelo alinhamento conceitual que o diretorJon Favreau conseguiu recuperar.  

Claramente inspirado nos filmes de western, "The Mandalorian" equilibra muito bem aquela ficção cientifica raiz com a ação e os tiroteios do "velho oeste", em troca de algumas moedas. Não que os próprios filmes da franquia também não possuam essa inspiração, mas aqui é tudo mais claro - não existe (pelo menos por enquanto) a necessidade do protagonista se tornar algo maior ou importante demais para todo o universo: o foco é sobreviver de pequenos bicos enquanto tenta se livrar do "Baby Yoda".

Como em "WandaVision", a série original do Disney+ também não economiza na produção e muito menos relativiza os aspectos os aspectos técnicos e artistisicos por se tratar de um projeto para o streaming - isso não existe mais e aqui temos outra prova desse posicionamento! Desde os efeitos especiais, passando pela trilha sonora, edição de som, fotografia, desenho de produção, enquadramentos e até as coreografias das cenas de ação que são deslumbrantes, tudo tem nível de blockbuster! Então, se você é fã de Star Wars, claro que a série é imperdível, mas caso você queira iniciar essa jornada eu sugiro: assista os filmes I, II, III, IV, V e VI e depois venha voando para "The Mandalorian"!

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"The Mandalorian" é sem dúvida o maior acerto do Universo "Stars Wars" em muito tempo! A série da Disney+ foi capaz de captar a essência, tanto visual quanto narrativa, que parecia estar perdida em uma sequência de equívocos que colocaram em dúvida a capacidade da própria Disney em perpetuar uma franquia de sucesso e com tantos fãs - e mais uma vez, o streaming parece ter conseguido colocar o conceito criativo do próprio George Lucas nos eixos logo na estreia!

Ambientada na linha do tempo de "Star Wars" entre a "Era da Rebelião" de "Retorno de Jedi", cinco anos após a queda do Império, e a "Era da Resistência", 25 anos antes da ascensão da Primeira Ordem de "O Despertar da Força", "The Mandalorian" mostra a derrocada do Império quando a Galáxia se torna uma terra de ninguém, caótica, repleta de caçadores de recompensas, entre eles, o próprio "Mando" - como é conhecido por onde passa.

Com uma estrutura narrativa bem próxima de um "procedural", com episódios independentes entre si, que focam em uma nova missão do protagonista por semana, a trama traz uma arco maior muito interessante e que funciona como linha condutora para unir, de certa forma, toda temporada: o Mandalorian precisa proteger uma criatura chamada de "The Child", que também ficou conhecida como "Baby Yoda" -  aqui cabe uma observação importante:  ele não é o Mestre Yoda de Star Wars, eles são somente da mesma espécie e pertencem a uma ordem de "feiticeiros" conhecida como Jedi (assim se explica na primeira temporada)! Vamos ao trailer:

É natural uma certa confusão inicial para aqueles que não seguem o Universo Star Wars quase como uma religião - de fato, faltam referências mais óbvias para estabelecer o momento exato na linha do tempo e, vou além, para apresentar as peculiaridades daqueles personagens. Porém, quem tem algum conhecimento dos três primeiros filmes da franquia, ou melhor, os episódios IV, V e VI; facilmente embarca na jornada do personagem justamente pelo alinhamento conceitual que o diretorJon Favreau conseguiu recuperar.  

Claramente inspirado nos filmes de western, "The Mandalorian" equilibra muito bem aquela ficção cientifica raiz com a ação e os tiroteios do "velho oeste", em troca de algumas moedas. Não que os próprios filmes da franquia também não possuam essa inspiração, mas aqui é tudo mais claro - não existe (pelo menos por enquanto) a necessidade do protagonista se tornar algo maior ou importante demais para todo o universo: o foco é sobreviver de pequenos bicos enquanto tenta se livrar do "Baby Yoda".

Como em "WandaVision", a série original do Disney+ também não economiza na produção e muito menos relativiza os aspectos os aspectos técnicos e artistisicos por se tratar de um projeto para o streaming - isso não existe mais e aqui temos outra prova desse posicionamento! Desde os efeitos especiais, passando pela trilha sonora, edição de som, fotografia, desenho de produção, enquadramentos e até as coreografias das cenas de ação que são deslumbrantes, tudo tem nível de blockbuster! Então, se você é fã de Star Wars, claro que a série é imperdível, mas caso você queira iniciar essa jornada eu sugiro: assista os filmes I, II, III, IV, V e VI e depois venha voando para "The Mandalorian"!

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The Old Guard

"The Old Guard" é claramente a tentativa da Netflix de emplacar uma franquia de herói consistente com seu selo "Originals" e de quebra ainda fidelizar um público que pode migrar de plataforma com a chegada do Disney+. Dito isso, é preciso analisar o filme sob dois aspectos: o primeiro, mercadológico - baseado na HQ daImage Comics, escrita pelo Greg Rucka e desenhada pelo Leandro Fernández, "The Old Guard" caiu como uma luva dentro da estratégia da Netflix desde o momento em que ela trás para o time criativo o próprio Rucka para escrever o roteiro. Outro golaço foi escolher Charlize Theron como protagonista, já acostumada com a dinâmica de heroína em filmes de ação/ficção como em "Prometheus", "Mad Max: Estrada da Fúria" e até mesmo em "Atômica". O segundo aspecto relevante, sem dúvida, diz respeito à história escolhida - ao trazer a memória afetiva de "Highlander – O Guerreiro Imortal", o filme usa e abusa de uma narrativa atual (bem no estilo Marvel) ao mesmo tempo em que tenta construir uma mitologia própria (em flashbacks) que possibilita inúmeras ramificações dramáticas que podem resultar em várias sequências - a "cena pós crédito" (que na verdade nem é pós crédito, mas serve como uma espécie de "gancho") é um exemplo descarado desse planejamento. Bom, vamos ao trailer e depois voltamos para a discussão:

"The Old Guard" acompanha Andrômaca ou Andy (Charlize Theron) uma espécie de guerreira imortal que lidera uma equipe com outros três imortais, Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicki (Luca Marinelli), que se encontraram ao longo dos séculos para lutar, como o próprio Booker diz, "por aquilo que eles acreditam ser o certo". Porém eles passam a ser perseguidos por um bilionário, Merrick (Harry Melling), CEO de uma gigante da industria farmacêutica, que pretende captura-los e assim descobrir os segredos dessa longevidade. É aí que entra Nile Freeman (KiKi Layne), uma soldada americana que depois de muitos séculos surge como uma nova imortal e precisa do auxílio de Andy para entender essa nova condição até se tornar mais um membro da equipe.

De fato, "The Old Guard" tem potencial para ser uma franquia de sucesso. Nesse primeiro filme encontramos a ação que o gênero sugere, a discussão filosófica e íntima que os personagens precisam e ainda uma série elementos fantásticos que nos acompanham e nos instigam até o final. Se tem algo que não funciona, certamente é o vilão de Harry Melling - sua motivação é fraca e a performance completamente estereotipada, mas sobre isso falaremos mais adiante. No geral achei o filme divertido, dinâmico (nem sentimos as duas horas de duração) e interessante por tudo que é contado, mas mais ainda por um background que ainda vai ser explorado. Se você gosta de filme de herói, com uma pegada bem de fantasia, pode dar o play sem medo! 

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"The Old Guard" é claramente a tentativa da Netflix de emplacar uma franquia de herói consistente com seu selo "Originals" e de quebra ainda fidelizar um público que pode migrar de plataforma com a chegada do Disney+. Dito isso, é preciso analisar o filme sob dois aspectos: o primeiro, mercadológico - baseado na HQ daImage Comics, escrita pelo Greg Rucka e desenhada pelo Leandro Fernández, "The Old Guard" caiu como uma luva dentro da estratégia da Netflix desde o momento em que ela trás para o time criativo o próprio Rucka para escrever o roteiro. Outro golaço foi escolher Charlize Theron como protagonista, já acostumada com a dinâmica de heroína em filmes de ação/ficção como em "Prometheus", "Mad Max: Estrada da Fúria" e até mesmo em "Atômica". O segundo aspecto relevante, sem dúvida, diz respeito à história escolhida - ao trazer a memória afetiva de "Highlander – O Guerreiro Imortal", o filme usa e abusa de uma narrativa atual (bem no estilo Marvel) ao mesmo tempo em que tenta construir uma mitologia própria (em flashbacks) que possibilita inúmeras ramificações dramáticas que podem resultar em várias sequências - a "cena pós crédito" (que na verdade nem é pós crédito, mas serve como uma espécie de "gancho") é um exemplo descarado desse planejamento. Bom, vamos ao trailer e depois voltamos para a discussão:

"The Old Guard" acompanha Andrômaca ou Andy (Charlize Theron) uma espécie de guerreira imortal que lidera uma equipe com outros três imortais, Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicki (Luca Marinelli), que se encontraram ao longo dos séculos para lutar, como o próprio Booker diz, "por aquilo que eles acreditam ser o certo". Porém eles passam a ser perseguidos por um bilionário, Merrick (Harry Melling), CEO de uma gigante da industria farmacêutica, que pretende captura-los e assim descobrir os segredos dessa longevidade. É aí que entra Nile Freeman (KiKi Layne), uma soldada americana que depois de muitos séculos surge como uma nova imortal e precisa do auxílio de Andy para entender essa nova condição até se tornar mais um membro da equipe.

De fato, "The Old Guard" tem potencial para ser uma franquia de sucesso. Nesse primeiro filme encontramos a ação que o gênero sugere, a discussão filosófica e íntima que os personagens precisam e ainda uma série elementos fantásticos que nos acompanham e nos instigam até o final. Se tem algo que não funciona, certamente é o vilão de Harry Melling - sua motivação é fraca e a performance completamente estereotipada, mas sobre isso falaremos mais adiante. No geral achei o filme divertido, dinâmico (nem sentimos as duas horas de duração) e interessante por tudo que é contado, mas mais ainda por um background que ainda vai ser explorado. Se você gosta de filme de herói, com uma pegada bem de fantasia, pode dar o play sem medo! 

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Thor: Amor e Trovão

Embora não seja minha preferência, eu definitivamente entendo as escolhas conceituais de "Thor: Amor e Trovão" e como a escolha do diretor Taika Waititi (de "Jojo Rabbit") potencializou uma construção de um sub-gênero dentro do MCU muito mais próximo do "pastelão" do que de um desenvolvimento de um realismo mais fantástico ou até mitológico dos personagens - não que isso não exista, mas é inegável que a aposta da Marvel em trazer um mood mais leve para alguns de seus heróis, agora ganhou status de "receita de bolo". Em outras palavras, "Thor: Amor e Trovão" é tão divertido quanto bobinho, bem na levada autoral que Waititi imprimiu em “Ragnarok”, de 2017, definido pelo próprio Estúdio como "uma aventura cósmica e cômica".

Aqui, o "Deus do Trovão" embarca em uma jornada diferente de tudo que já viveu: uma jornada de autoconhecimento. Contudo, sua busca é comprometida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que deseja a extinção dessas figuras mitológicas. Para combater essa ameaça, Thor (Chris Hemsworth) pede a ajuda de Rei Valkiria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman). Juntos, eles se lançam em uma terrível aventura cósmica para desvendar o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais. Confira o trailer:

Essa liberdade autoral que a Marvel vem imprimindo cada vez mais em seus títulos, sem dúvida alguma, traz algum frescor para os filmes de herói, mas ao mesmo tempo nos afasta daquela unidade dramática que o próprio Estúdio apresentou em suas primeiras fases (principalmente no inicio da jornada, nas fases 1 e 2). Na prática, os filmes perdem certa coerência e passam a servir muito mais de vitrine para que os diretores deixem sua marca, onde, normalmente, eles se sentem mais confortáveis, ao invés de trabalhar a favor do "todo". Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", por exemplo, Sam Raimi deu o seu tom e funcionou magistralmente; em "Eternos", Chloé Zhao impôs o seu ritmo com status de "super star" ganhadora do Oscar e já não conseguiu o mesmo sucesso, porém em ambos os casos era perceptível uma linha mais, digamos, adulta. 

Em "Thor: Amor e Trovão" pegue isso e jogue fora, pois existe uma certa infantilização da narrativa que vai dividir opiniões - mesmo quando o diretor traz o drama para os holofotes. Ok, mas o filme é ruim? Claro que não - a aventura é muito divertida, temos muitas cenas de ação bem construídas e até várias sacadas inteligentes do roteiro - mas a sensação que fica é que o filme é bobo! Talvez o Gorr de Christian Bale seja o único personagem que traz uma certa profundidade dramática - nem o fato das vitimas serem crianças nos fazem ter empatia pela jornada de Thor. Por outro lado a chegada da "Poderosa Thor" na história é impactante - lembra um pouco a chegada da Capitã Marvel em "Vingadores - Ultimato" e aí sim temos uma conexão mais forte com a personagem.

O fato é que essa produção da Marvel se encaixa muito mais naquela prateleira de "entretenimento despretensioso" do que na de um "grande filme do gênero" - eu diria que "Thor: Amor e Trovão" é o filme que mais se apoia na comédia de todo MCU até aqui. Eu, pessoalmente, não gosto - até porquê eu tenho a referência saudosista da animação clássica de 1966, que no Brasil teve sua exibição nas décadas de 70 e 80. Essa informalidade cinematográfica de Waititi rende sim algumas boas risadas, muita criatividade (destaco a trilha sonora e a homenagem ao "Guns N'Roses" que o diretor faz) e umas ótimas duas horas de diversão em meio a um visual deslumbrante (até quando o "preto e branco" ganha força em seu simbolismo); o que nos facilita muito no momento da indicação: se você gostou de “Thor: Ragnarok” vai gostar de "Thor: Amor e Trovão" (porém o inverso também será verdadeiro).

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Embora não seja minha preferência, eu definitivamente entendo as escolhas conceituais de "Thor: Amor e Trovão" e como a escolha do diretor Taika Waititi (de "Jojo Rabbit") potencializou uma construção de um sub-gênero dentro do MCU muito mais próximo do "pastelão" do que de um desenvolvimento de um realismo mais fantástico ou até mitológico dos personagens - não que isso não exista, mas é inegável que a aposta da Marvel em trazer um mood mais leve para alguns de seus heróis, agora ganhou status de "receita de bolo". Em outras palavras, "Thor: Amor e Trovão" é tão divertido quanto bobinho, bem na levada autoral que Waititi imprimiu em “Ragnarok”, de 2017, definido pelo próprio Estúdio como "uma aventura cósmica e cômica".

Aqui, o "Deus do Trovão" embarca em uma jornada diferente de tudo que já viveu: uma jornada de autoconhecimento. Contudo, sua busca é comprometida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que deseja a extinção dessas figuras mitológicas. Para combater essa ameaça, Thor (Chris Hemsworth) pede a ajuda de Rei Valkiria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman). Juntos, eles se lançam em uma terrível aventura cósmica para desvendar o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais. Confira o trailer:

Essa liberdade autoral que a Marvel vem imprimindo cada vez mais em seus títulos, sem dúvida alguma, traz algum frescor para os filmes de herói, mas ao mesmo tempo nos afasta daquela unidade dramática que o próprio Estúdio apresentou em suas primeiras fases (principalmente no inicio da jornada, nas fases 1 e 2). Na prática, os filmes perdem certa coerência e passam a servir muito mais de vitrine para que os diretores deixem sua marca, onde, normalmente, eles se sentem mais confortáveis, ao invés de trabalhar a favor do "todo". Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", por exemplo, Sam Raimi deu o seu tom e funcionou magistralmente; em "Eternos", Chloé Zhao impôs o seu ritmo com status de "super star" ganhadora do Oscar e já não conseguiu o mesmo sucesso, porém em ambos os casos era perceptível uma linha mais, digamos, adulta. 

Em "Thor: Amor e Trovão" pegue isso e jogue fora, pois existe uma certa infantilização da narrativa que vai dividir opiniões - mesmo quando o diretor traz o drama para os holofotes. Ok, mas o filme é ruim? Claro que não - a aventura é muito divertida, temos muitas cenas de ação bem construídas e até várias sacadas inteligentes do roteiro - mas a sensação que fica é que o filme é bobo! Talvez o Gorr de Christian Bale seja o único personagem que traz uma certa profundidade dramática - nem o fato das vitimas serem crianças nos fazem ter empatia pela jornada de Thor. Por outro lado a chegada da "Poderosa Thor" na história é impactante - lembra um pouco a chegada da Capitã Marvel em "Vingadores - Ultimato" e aí sim temos uma conexão mais forte com a personagem.

O fato é que essa produção da Marvel se encaixa muito mais naquela prateleira de "entretenimento despretensioso" do que na de um "grande filme do gênero" - eu diria que "Thor: Amor e Trovão" é o filme que mais se apoia na comédia de todo MCU até aqui. Eu, pessoalmente, não gosto - até porquê eu tenho a referência saudosista da animação clássica de 1966, que no Brasil teve sua exibição nas décadas de 70 e 80. Essa informalidade cinematográfica de Waititi rende sim algumas boas risadas, muita criatividade (destaco a trilha sonora e a homenagem ao "Guns N'Roses" que o diretor faz) e umas ótimas duas horas de diversão em meio a um visual deslumbrante (até quando o "preto e branco" ganha força em seu simbolismo); o que nos facilita muito no momento da indicação: se você gostou de “Thor: Ragnarok” vai gostar de "Thor: Amor e Trovão" (porém o inverso também será verdadeiro).

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Three Pines

"Three Pines" merecia mais do que seus 8 episódios da primeira temporada, especialmente pelo seu confortável formato, antológico na sua essência, onde a cada dois episódios você tem uma uma nova trama de investigação para acompanhar ao lado do perspicaz Inspetor-Chefe Armand Gamache. Pois bem, Lançada em 2022 pela Amazon Prime Vídeo, mas aqui no Brasil disponível na Max, a série criada por Emilia di Girolamo (uma das roteiristas-chefe de "The Tunnel") é na verdade uma adaptação das famosas histórias de mistério policial da autora canadense Louise Penny, ambientadas na fictícia vila de Three Pines. A série mescla investigações de crimes complexos com uma atmosfera peculiar e misteriosa, combinando elementos de drama e suspense em uma narrativa bastante envolvente que explora temas sociais e psicológicos profundos. Assim como a saudosa série finlandesa "Bordertown" (quem souber do que eu estou falando, pode dar o play sem ao menos terminar essa análise), "Three Pines" vai além do enredo criminal americano que estamos acostumados, focando nas relações e histórias das pessoas envolvidas, se aproximando assim, muito mais do conceito nórdico de séries investigativas.

Aqui, acompanhamos Gamache (Alfred Molina) enquanto ele investiga uma série de assassinatos aparentemente desconexos em Three Pines. A vila, com seu charme bucólico e uma comunidade repleta de personagens excêntricos, serve de cenário para a descoberta de segredos e traumas enterrados pela sociedade local. À medida que Gamache se aprofunda em cada um dos casos, ele também enfrenta os desafios emocionais e morais envolvidos em suas investigações, o que o leva a questionar as camadas ocultas de humanidade que cercam cada crime. Confira o trailer (em inglês):

Logo de cara percebemos que "Three Pines" é habilmente dirigida por Samuel Donovan (de "The Crow"), pois ele cria, com muita elegância estética, uma ambientação visual que ao mesmo tempo que captura a beleza fria e melancólica das paisagens canadenses também reflete o mistério e a sensação de isolamento. Donovan aproveita do cenário quase nórdico do Canadá para intensificar o suspense de cada caso e nos remeter até uma gramática bem familiar para quem gosta de tramas investigativas. Ele retrata o vilarejo de Three Pines como um personagem (talvez aí a importância de seu título), ou seja, um lugar vivo que, embora aparentemente pacífico, abriga sombras e segredos que vão muito além do que é mostrado em sua superfície. Aliás, nesse sentido, o roteiro de Emilia di Girolamo é muito fiel ao espírito dos romances de Louise Penny, já que ela soube decodificar tanto o mistério dos casos quanto as nuances das relações pessoais dessa vila tão particular - algo como vimos uma ano antes em "Mare of Easttown".

É muito importante pontuar que série entende a importância de Three Pines em seu contexto narrativo da mesma forma como se apoia em Armand Gamache, não apenas nos plots de investigação, mas também ao abordar questões contemporâneas e sensíveis que inclui temas como desigualdade e preconceito, proporcionando um subtexto crítico que enriquece as reflexões perante os casos investigados. Alfred Molina, mais uma vez, entrega uma performance cativante. Com uma presença imponente, mas carregada de sensibilidade, Molina consegue transmitir a profundidade do personagem, um homem de moral irretocável e compassivo que está em constante confronto com as realidades sombrias que encontra em suas investigações. Gamache, nas mãos de Molina, é mais do que um simples detetive; ele é uma figura quase paternal, alguém que busca não apenas resolver crimes, mas entender o impacto deles sobre as pessoas ao seu redor - esse aspecto torna o personagem único e humaniza o enredo, oferecendo uma camada de emoção e introspecção das mais interessantes.

Veja, mesmo com uma narrativa que combina histórias episódicas com uma trama contínua que investiga temas mais amplos, como o valor da justiça e os impactos do trauma em uma comunidade, "Three Pines"pode parecer lenta para aqueles que esperam alguma ação ou reviravoltas frequentes. A proposta aqui, de fato, é adotar um ritmo mais pausado e introspectivo, o que permite uma construção detalhada da atmosfera e dos personagens. Talvez tenha sido esse estilo mais cadenciado o motivo que distanciou a série de um sucesso maior - para nós, diga-se de passagem, é justamente esse elemento, condizente com o tom literário da obra de Louise Penny, que faz dela um entretenimento dos mais agradáveis.

Vale muito o seu play, mas será preciso um pouco de paciência até entender a proposta dramática da série.

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"Three Pines" merecia mais do que seus 8 episódios da primeira temporada, especialmente pelo seu confortável formato, antológico na sua essência, onde a cada dois episódios você tem uma uma nova trama de investigação para acompanhar ao lado do perspicaz Inspetor-Chefe Armand Gamache. Pois bem, Lançada em 2022 pela Amazon Prime Vídeo, mas aqui no Brasil disponível na Max, a série criada por Emilia di Girolamo (uma das roteiristas-chefe de "The Tunnel") é na verdade uma adaptação das famosas histórias de mistério policial da autora canadense Louise Penny, ambientadas na fictícia vila de Three Pines. A série mescla investigações de crimes complexos com uma atmosfera peculiar e misteriosa, combinando elementos de drama e suspense em uma narrativa bastante envolvente que explora temas sociais e psicológicos profundos. Assim como a saudosa série finlandesa "Bordertown" (quem souber do que eu estou falando, pode dar o play sem ao menos terminar essa análise), "Three Pines" vai além do enredo criminal americano que estamos acostumados, focando nas relações e histórias das pessoas envolvidas, se aproximando assim, muito mais do conceito nórdico de séries investigativas.

Aqui, acompanhamos Gamache (Alfred Molina) enquanto ele investiga uma série de assassinatos aparentemente desconexos em Three Pines. A vila, com seu charme bucólico e uma comunidade repleta de personagens excêntricos, serve de cenário para a descoberta de segredos e traumas enterrados pela sociedade local. À medida que Gamache se aprofunda em cada um dos casos, ele também enfrenta os desafios emocionais e morais envolvidos em suas investigações, o que o leva a questionar as camadas ocultas de humanidade que cercam cada crime. Confira o trailer (em inglês):

Logo de cara percebemos que "Three Pines" é habilmente dirigida por Samuel Donovan (de "The Crow"), pois ele cria, com muita elegância estética, uma ambientação visual que ao mesmo tempo que captura a beleza fria e melancólica das paisagens canadenses também reflete o mistério e a sensação de isolamento. Donovan aproveita do cenário quase nórdico do Canadá para intensificar o suspense de cada caso e nos remeter até uma gramática bem familiar para quem gosta de tramas investigativas. Ele retrata o vilarejo de Three Pines como um personagem (talvez aí a importância de seu título), ou seja, um lugar vivo que, embora aparentemente pacífico, abriga sombras e segredos que vão muito além do que é mostrado em sua superfície. Aliás, nesse sentido, o roteiro de Emilia di Girolamo é muito fiel ao espírito dos romances de Louise Penny, já que ela soube decodificar tanto o mistério dos casos quanto as nuances das relações pessoais dessa vila tão particular - algo como vimos uma ano antes em "Mare of Easttown".

É muito importante pontuar que série entende a importância de Three Pines em seu contexto narrativo da mesma forma como se apoia em Armand Gamache, não apenas nos plots de investigação, mas também ao abordar questões contemporâneas e sensíveis que inclui temas como desigualdade e preconceito, proporcionando um subtexto crítico que enriquece as reflexões perante os casos investigados. Alfred Molina, mais uma vez, entrega uma performance cativante. Com uma presença imponente, mas carregada de sensibilidade, Molina consegue transmitir a profundidade do personagem, um homem de moral irretocável e compassivo que está em constante confronto com as realidades sombrias que encontra em suas investigações. Gamache, nas mãos de Molina, é mais do que um simples detetive; ele é uma figura quase paternal, alguém que busca não apenas resolver crimes, mas entender o impacto deles sobre as pessoas ao seu redor - esse aspecto torna o personagem único e humaniza o enredo, oferecendo uma camada de emoção e introspecção das mais interessantes.

Veja, mesmo com uma narrativa que combina histórias episódicas com uma trama contínua que investiga temas mais amplos, como o valor da justiça e os impactos do trauma em uma comunidade, "Three Pines"pode parecer lenta para aqueles que esperam alguma ação ou reviravoltas frequentes. A proposta aqui, de fato, é adotar um ritmo mais pausado e introspectivo, o que permite uma construção detalhada da atmosfera e dos personagens. Talvez tenha sido esse estilo mais cadenciado o motivo que distanciou a série de um sucesso maior - para nós, diga-se de passagem, é justamente esse elemento, condizente com o tom literário da obra de Louise Penny, que faz dela um entretenimento dos mais agradáveis.

Vale muito o seu play, mas será preciso um pouco de paciência até entender a proposta dramática da série.

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Top Gun: Maverick

Se você tem mais de 45 anos, teve uma fita cassete da "melhor trilha sonora de todos os tempos" e ainda usou uma jaqueta aviador de pele de carneiro, pode ter certeza que você vai assistir "Top Gun: Maverick" com um leve sorriso no rosto graças a uma experiência altamente nostálgica e muito divertida! Sim, "Top Gun: Maverick," a aguardada sequência do clássico dos anos 80, é, de fato, imperdível! Dirigido pelo excelente Joseph Kosinski (de "Spiderhead"), o filme não só honra o legado do original, mas também resgata aquela saudosa receita "Jerry Bruckheimer" do gênero de ação, que vai de "Dias de Trovão" até "Con Air". Obviamente que não foi uma surpresa que essa sequência tenha recebido tantos elogios, no entanto as 6 indicações ao Oscar de 2022, inclusive como Melhor Filme do Ano, surpreendeu - mas fez jus ao que o cinema americano sabe fazer de melhor: entreter! 

Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise) é um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos nos últimos 30 anos. Entretanto, nada disso foi suficiente para sua carreira decolar, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um mero instrutor de novos talentos. A explicação para esse declínio é simples: ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não hesita em romper os limites e desafiar a morte. Até que Maverick é convocado para uma nova missão, onde precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, mesmo que para isso tenha que lidar com o maior fantasma de seu passado: a perda de seu inesquecível parceiro, Goose (Anthony Edwards). Confira o trailer:

Mesmo que em um primeiro olhar "Maverick" soe como uma versão moderninha de "Ases Indomáveis", especialmente pelas novas versões de cenas clássicas como a que Rooster (Miles Teller), filho de Goose, aparece de bigode, camisa havaiana e tocando “Great Balls of Fire” no piano de um bar ou quando conhecemos Hangman (Glen Powell), o cadete loiro sem escrúpulos que antagoniza com o herói, como fazia Val Kilmer em 1986, e até pela aquela cena do vôlei de praia que agora é substituída por uma de futebol americano na areia; eu diria que o filme consegue ir além, especialmente na sua proposta de nos oferecer uma nova história sem perder sua essência - mesmo que para isso assuma o risco de parecer maniqueísta demais ao ter um herói ao melhor estilo "lobo solitário americano" enfrentando os inimigos "vestidos de preto" em condições quase impossíveis de vence-los.

No âmbito, digamos, mais técnico, "Top Gun: Maverick" é um espetáculo visual - um verdadeiro upgrade cinematográfico do que já foi surpreendente em 1986. E aqui vai uma curiosidade: todas as cenas de voo foram filmadas em jatos da Marinha dos EUA, onde o próprio elenco precisou passar por um processo árduo de treinamento. Ao lado do fotógrafo chileno Claudio Miranda (vencedor do Oscar por "As Aventuras de Pi"), Kosinski cria emocionantes sequências aéreas com câmeras onboard  bastante imersivas que mostram desde o real impacto da gravidade durante as manobras dos pilotos até a adrenalina de estar a um detalhe de perder a vida durante os combates - além de grandiosas, essas cenas são visceralmente impactantes.  

Com uma direção que equilibra momentos de ação intensa com passagens carregadas de emoção, como no reencontro de Maverick com o Ice Man (Val Kilmer), "Top Gun: Maverick" estabelece uma conexão nostálgica bem ao estilo de "Creed 2" (no caso com a franquia "Rocky"). Pontuado isso, fica impossível não considerar que esse não é apenas um novo capítulo de um clássico que marcou toda uma geração, mas uma celebração do que o cinema de entretenimento representa - talvez até um tributo aos filmes de ação dos anos 80 e 90, modernizado para uma parte da audiência contemporânea disposta a se divertir sem ter que filosofar!

Vale muito o seu play!

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Se você tem mais de 45 anos, teve uma fita cassete da "melhor trilha sonora de todos os tempos" e ainda usou uma jaqueta aviador de pele de carneiro, pode ter certeza que você vai assistir "Top Gun: Maverick" com um leve sorriso no rosto graças a uma experiência altamente nostálgica e muito divertida! Sim, "Top Gun: Maverick," a aguardada sequência do clássico dos anos 80, é, de fato, imperdível! Dirigido pelo excelente Joseph Kosinski (de "Spiderhead"), o filme não só honra o legado do original, mas também resgata aquela saudosa receita "Jerry Bruckheimer" do gênero de ação, que vai de "Dias de Trovão" até "Con Air". Obviamente que não foi uma surpresa que essa sequência tenha recebido tantos elogios, no entanto as 6 indicações ao Oscar de 2022, inclusive como Melhor Filme do Ano, surpreendeu - mas fez jus ao que o cinema americano sabe fazer de melhor: entreter! 

Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise) é um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos nos últimos 30 anos. Entretanto, nada disso foi suficiente para sua carreira decolar, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um mero instrutor de novos talentos. A explicação para esse declínio é simples: ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não hesita em romper os limites e desafiar a morte. Até que Maverick é convocado para uma nova missão, onde precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas, mesmo que para isso tenha que lidar com o maior fantasma de seu passado: a perda de seu inesquecível parceiro, Goose (Anthony Edwards). Confira o trailer:

Mesmo que em um primeiro olhar "Maverick" soe como uma versão moderninha de "Ases Indomáveis", especialmente pelas novas versões de cenas clássicas como a que Rooster (Miles Teller), filho de Goose, aparece de bigode, camisa havaiana e tocando “Great Balls of Fire” no piano de um bar ou quando conhecemos Hangman (Glen Powell), o cadete loiro sem escrúpulos que antagoniza com o herói, como fazia Val Kilmer em 1986, e até pela aquela cena do vôlei de praia que agora é substituída por uma de futebol americano na areia; eu diria que o filme consegue ir além, especialmente na sua proposta de nos oferecer uma nova história sem perder sua essência - mesmo que para isso assuma o risco de parecer maniqueísta demais ao ter um herói ao melhor estilo "lobo solitário americano" enfrentando os inimigos "vestidos de preto" em condições quase impossíveis de vence-los.

No âmbito, digamos, mais técnico, "Top Gun: Maverick" é um espetáculo visual - um verdadeiro upgrade cinematográfico do que já foi surpreendente em 1986. E aqui vai uma curiosidade: todas as cenas de voo foram filmadas em jatos da Marinha dos EUA, onde o próprio elenco precisou passar por um processo árduo de treinamento. Ao lado do fotógrafo chileno Claudio Miranda (vencedor do Oscar por "As Aventuras de Pi"), Kosinski cria emocionantes sequências aéreas com câmeras onboard  bastante imersivas que mostram desde o real impacto da gravidade durante as manobras dos pilotos até a adrenalina de estar a um detalhe de perder a vida durante os combates - além de grandiosas, essas cenas são visceralmente impactantes.  

Com uma direção que equilibra momentos de ação intensa com passagens carregadas de emoção, como no reencontro de Maverick com o Ice Man (Val Kilmer), "Top Gun: Maverick" estabelece uma conexão nostálgica bem ao estilo de "Creed 2" (no caso com a franquia "Rocky"). Pontuado isso, fica impossível não considerar que esse não é apenas um novo capítulo de um clássico que marcou toda uma geração, mas uma celebração do que o cinema de entretenimento representa - talvez até um tributo aos filmes de ação dos anos 80 e 90, modernizado para uma parte da audiência contemporânea disposta a se divertir sem ter que filosofar!

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Vidro

Assisti "Vidro" (Glass), filme que "teoricamente" fecha a trilogia de "Corpo Fechado" e "Fragmentado", e "ok"! Na verdade talvez eu tenha me decepcionado mais do que não gostado o filme. Minha expectativa era alta, pois eu tinha a esperança que a trilogia havia sido planejada desde o começo e muito bem desenvolvida para ter um grande final ou até mesmo para fomentar o início de mais uma ótima franquia de heróis! Ilusão!!!!

Conhecendo o negócio, eu tenho absoluta certeza que o M. Night Shyamalan aproveitou a provocação de colocar o David Dunn em uma aparição rápida no filme anterior (e que funcionou para muita gente) para inventar essa trilogia! Eu digo isso tranquilamente porque "Vidro" comete um erro clássico de arco narrativo: tem uma quantidade absurda de diálogos explicativos - o que coloca o roteiro do filme em um nível muito medíocre (principalmente tendo um cara tão criativo como o Shyamalan no comando). Desde do inicio do filme a impressão que fica é a de uma necessidade enorme em unir a história dos outros dois filmes com a trama de "Vidro" - e não funciona, fica forçado, nada surpreende e, na boa, muito superficial!!!!

Eu sou um fã do M. Night Shyamalan, defendo o cara até quando o filme é ruim porque acho ele um excelente cineasta. Ele tem um domínio impressionante da gramatica cinematográfica, principalmente quando o assunto é criar tensão e por isso, me decepcionei. Ele estava irreconhecível, mesmo tendo escolhido a "ação" para vender seu filme e não o "suspense". Teve lapsos de genialidade, uma ou outra sequência bem filmada - como a cena em que a câmera está dentro do furgão enquanto Dunn e a Fera brigam do lado de fora - ali ele nos coloca dentro do filme de verdade, mas não durou muito!!! Ele abusou das câmeras em primeira pessoa e não ficou bacana. Eu sempre digo: se você não é o Spielberg, evite esse plano. Talvez em dois momentos tenha até funcionado, mas não mais que isso!

Outro momento de pouca inspiração foi na escolha de trabalhar com planos fechados demais, normalmente no rosto do ator, em algumas cenas de ação ou quando a câmera acompanhava os movimentos do ator por estar presa a ele - aqui cabe uma observação: juro que só vi essa técnica funcionar nas mãos do Vince Gilligan em Breaking Bad e porque tinha tudo a ver com a escolha conceitual da série. "Vidro" não tem unidade narrativa ou estética que lembre os outros filmes, da mesma forma como Fragmentado não tinha com o Corpo Fechado - são filmes tão diferentes que poderiam se completar tão genialmente, que chega a dar raiva esse terceiro ato!

Talvez quem leia esse Review tenha a certeza que eu odiei o filme. Não foi o caso, de verdade! Eu me diverti em alguns momentos. O filme tem sacadas excelentes como a do plano que antecede o prólogo de Corpo Fechado que o Shyamalan trouxe de volta ou até mesmo as cenas em que James McAvoy vai trocando de personalidade em  sequência - o cara realmente é muito bom! Em compensação a participação dos personagens Casey Cooke (Fragmentado), Joseph Dunn e da Mrs. Price (Corpo Fechado) chega a ser constrangedora!

O fato é que a tentativa de criar uma franquia de heróis não deu certo na minha opinião - a solução que ele encontrou para uma possível sequência lembra os piores anos de "Heroes" - que aliás era tão genial na primeira temporada que se tornou case de como destruir uma idéia com tanto potencial - e acho que "Vidro" deixa o mesmo gosto amargo!!! 

Shyamalan vinha bem, fez dois filmes ótimos, quando trouxe para tela o que mais domina - a tensão e o foco no diálogo! "Vidro" para mim, não funciona porque não tem nenhum desses pilares. A minha torcida é para que ele volte a fazer filme sem muito orçamento onde a sua criatividade realmente aparece e que, no gênero certo, faz toda a diferença! Já para "Vidro", eu sugiro: assista e depois me diga se eu fui duro demais; porque juro que eu queria mesmo era poder fazer um review mais bacana sobre o filme, mas não deu!!

Vale como entretenimento e só!

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Assisti "Vidro" (Glass), filme que "teoricamente" fecha a trilogia de "Corpo Fechado" e "Fragmentado", e "ok"! Na verdade talvez eu tenha me decepcionado mais do que não gostado o filme. Minha expectativa era alta, pois eu tinha a esperança que a trilogia havia sido planejada desde o começo e muito bem desenvolvida para ter um grande final ou até mesmo para fomentar o início de mais uma ótima franquia de heróis! Ilusão!!!!

Conhecendo o negócio, eu tenho absoluta certeza que o M. Night Shyamalan aproveitou a provocação de colocar o David Dunn em uma aparição rápida no filme anterior (e que funcionou para muita gente) para inventar essa trilogia! Eu digo isso tranquilamente porque "Vidro" comete um erro clássico de arco narrativo: tem uma quantidade absurda de diálogos explicativos - o que coloca o roteiro do filme em um nível muito medíocre (principalmente tendo um cara tão criativo como o Shyamalan no comando). Desde do inicio do filme a impressão que fica é a de uma necessidade enorme em unir a história dos outros dois filmes com a trama de "Vidro" - e não funciona, fica forçado, nada surpreende e, na boa, muito superficial!!!!

Eu sou um fã do M. Night Shyamalan, defendo o cara até quando o filme é ruim porque acho ele um excelente cineasta. Ele tem um domínio impressionante da gramatica cinematográfica, principalmente quando o assunto é criar tensão e por isso, me decepcionei. Ele estava irreconhecível, mesmo tendo escolhido a "ação" para vender seu filme e não o "suspense". Teve lapsos de genialidade, uma ou outra sequência bem filmada - como a cena em que a câmera está dentro do furgão enquanto Dunn e a Fera brigam do lado de fora - ali ele nos coloca dentro do filme de verdade, mas não durou muito!!! Ele abusou das câmeras em primeira pessoa e não ficou bacana. Eu sempre digo: se você não é o Spielberg, evite esse plano. Talvez em dois momentos tenha até funcionado, mas não mais que isso!

Outro momento de pouca inspiração foi na escolha de trabalhar com planos fechados demais, normalmente no rosto do ator, em algumas cenas de ação ou quando a câmera acompanhava os movimentos do ator por estar presa a ele - aqui cabe uma observação: juro que só vi essa técnica funcionar nas mãos do Vince Gilligan em Breaking Bad e porque tinha tudo a ver com a escolha conceitual da série. "Vidro" não tem unidade narrativa ou estética que lembre os outros filmes, da mesma forma como Fragmentado não tinha com o Corpo Fechado - são filmes tão diferentes que poderiam se completar tão genialmente, que chega a dar raiva esse terceiro ato!

Talvez quem leia esse Review tenha a certeza que eu odiei o filme. Não foi o caso, de verdade! Eu me diverti em alguns momentos. O filme tem sacadas excelentes como a do plano que antecede o prólogo de Corpo Fechado que o Shyamalan trouxe de volta ou até mesmo as cenas em que James McAvoy vai trocando de personalidade em  sequência - o cara realmente é muito bom! Em compensação a participação dos personagens Casey Cooke (Fragmentado), Joseph Dunn e da Mrs. Price (Corpo Fechado) chega a ser constrangedora!

O fato é que a tentativa de criar uma franquia de heróis não deu certo na minha opinião - a solução que ele encontrou para uma possível sequência lembra os piores anos de "Heroes" - que aliás era tão genial na primeira temporada que se tornou case de como destruir uma idéia com tanto potencial - e acho que "Vidro" deixa o mesmo gosto amargo!!! 

Shyamalan vinha bem, fez dois filmes ótimos, quando trouxe para tela o que mais domina - a tensão e o foco no diálogo! "Vidro" para mim, não funciona porque não tem nenhum desses pilares. A minha torcida é para que ele volte a fazer filme sem muito orçamento onde a sua criatividade realmente aparece e que, no gênero certo, faz toda a diferença! Já para "Vidro", eu sugiro: assista e depois me diga se eu fui duro demais; porque juro que eu queria mesmo era poder fazer um review mais bacana sobre o filme, mas não deu!!

Vale como entretenimento e só!

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Vingadores - Ultimato

Olha, se você acompanhou pelo menos 70% desses 11 anos de filmes da Marvel, você PRECISA assistir "Vingadores - Ultimato" de preferência em uma tela enorme e com o melhor sistema de som que você encontrar!!! O filme é realmente grandioso em todos os elementos narrativos, estéticos, técnicos e de produção que você possa imaginar! Sério, é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti no cinema na minha vida!!! Aí você pode me perguntar: "Mas é um filme tão bom assim"? Sim e não! "Não????"....rs

Vamos lá, vou tentar explicar... O Filme tem o grande mérito de ter conseguido amarrar as histórias principais desses 11 anos de construção do Universo - coisa muito rara de acontecer, diga-se de passagem! Embora ele não tenha a dinâmica de "Guerra do Infinito", "Ultimato" trabalha tão bem cada um dos plots que você nem sente as 3 horas de filme passar. Ele resgata elementos de muito filmes anteriores e vai costurando de uma forma tão orgânica que dá a impressão que tudo foi minimamente planejado desde o primeiro "Homem de Ferro" - e não foi, ok? Mas parece! A maneira como eles introduziram a questão da viagem no tempo foi de uma sagacidade  impressionante, principalmente por se tratar de uma solução narrativa muito comum em produções recentes. "Ultimato" fez o que "Lost" tinha que ter feito e não fez - ou melhor, fez muito mal! Em "Utimato" essa escolha narrativa é tão explicita que os roteiristas fizeram questão de citar as referências que os levaram aquelas soluções e como o Universo da Marvel permite "alívios cômicos" como nenhum outro, essas citações se tornaram engraçadas e elegantes - o comunidade NERD deve ter pirado!!!!...rs.

É obvio que em um determinado momento se iniciou um planejamento para que as histórias se fechassem nesse filme e isso ficou claro em cada ação dos personagens. Filmes com personagens menos conhecidos como do "Homem-Formiga" ou da "Capitã Marvel" , por exemplo, acabaram se tornando essenciais para o entendimento, ou melhor, para uma total imersão em "Ultimato". O filme tem cenas espetaculares. A Batalha final é daquelas coisas que você não consegue tirar os olhos da tela! Um excelente exemplo de como os efeitos especiais devem ser usados à favor da história. Ficou lindo! Parecia tão real que comecei a achar que Game of Thrones deveria ter deixado para lançar a Temporada Final só depois que passasse o "hype" do filme! Acho que é a batalha mais intensa e bem feita que eu já assisti ou pelo menos no mesmo nível de "Senhor do Anéis" - desculpem os românticos, mas tenho a impressão que o filme é tão grandioso quanto o "Retorno do Rei"!!!

Por que então eu disse que o filme também não é tão bom?! - E aqui eu preciso deixar claro que é uma opinião muito pessoal: Tem muita piada fora de hora e alguns personagens foram infantilizados de uma forma ofensiva para quem gosta de filmes de herói. O Hulk, por exemplo, já tinha sido uma das minhas maiores críticas quando assisti "Thor: Ragnarok". Poxa, o Hulk é para se ter medo só de olhar!!! Mas entendo que a estratégia do Estúdio que precisava "humanizar" o personagem - tanto é que a aplicação gráfica das reações do Mark Ruffalo ficaram impressionantes nesse filme. Mas, desculpa, o Hulk é um animal incontrolável, não um personagem de roupa e óculos que tira self em restaurante!!!! Atrapalha a história? Não, pelo fato que você aceitar o tom sugerido, mas enfraquece o arco de um herói tão único que já foi muitas vezes classificado como "anti-herói". Agora, por outro lado, o roteiro tem várias sacadas, bem pontuais (e pertinentes), que um bom observador vai se divertir. São muitas referências e easter-eggs durante o filme todo que fica impossível não se envolver!

"Vingadores - Ultimato" foi feito para os fans e entregou um final de fase à altura das expectativas. Ponto para Marvel!!! Acabou??? Duvido!!! A Disney vai lançar seu serviço de streaming e certamente vai produzir histórias paralelas que vão ampliar ainda mais esse Universo. Reboot então? Acho que ainda não, mas uma sensível transformação virá naturalmente - eu não descartaria essa saga de jeito nenhum! Tem muita coisa boa (e algumas nem tanto - Homem de Ferro 3 confirma isso!). A Disney ainda comprou a FOX e com isso X-men, Quarteto Fantástico, Deadpool passam a fazer parte de um mesmo guarda-chuva e que, com inteligência, devem ser inseridos pouco a pouco nas histórias que vem pela frente. O fato é que "Vingadores - Ultimato" fez história e abriu novos caminhos, que, eu diria, são infinitos!!! Ainda bem que eles perceberam que as sagas de heróis poderiam ser bem sucedidos também no cinema, porque à longo prazo (entendeu DC?) se transformam em uma grande franquia, ou melhor, em uma máquina de fazer dinheiro sem fim.

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Olha, se você acompanhou pelo menos 70% desses 11 anos de filmes da Marvel, você PRECISA assistir "Vingadores - Ultimato" de preferência em uma tela enorme e com o melhor sistema de som que você encontrar!!! O filme é realmente grandioso em todos os elementos narrativos, estéticos, técnicos e de produção que você possa imaginar! Sério, é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti no cinema na minha vida!!! Aí você pode me perguntar: "Mas é um filme tão bom assim"? Sim e não! "Não????"....rs

Vamos lá, vou tentar explicar... O Filme tem o grande mérito de ter conseguido amarrar as histórias principais desses 11 anos de construção do Universo - coisa muito rara de acontecer, diga-se de passagem! Embora ele não tenha a dinâmica de "Guerra do Infinito", "Ultimato" trabalha tão bem cada um dos plots que você nem sente as 3 horas de filme passar. Ele resgata elementos de muito filmes anteriores e vai costurando de uma forma tão orgânica que dá a impressão que tudo foi minimamente planejado desde o primeiro "Homem de Ferro" - e não foi, ok? Mas parece! A maneira como eles introduziram a questão da viagem no tempo foi de uma sagacidade  impressionante, principalmente por se tratar de uma solução narrativa muito comum em produções recentes. "Ultimato" fez o que "Lost" tinha que ter feito e não fez - ou melhor, fez muito mal! Em "Utimato" essa escolha narrativa é tão explicita que os roteiristas fizeram questão de citar as referências que os levaram aquelas soluções e como o Universo da Marvel permite "alívios cômicos" como nenhum outro, essas citações se tornaram engraçadas e elegantes - o comunidade NERD deve ter pirado!!!!...rs.

É obvio que em um determinado momento se iniciou um planejamento para que as histórias se fechassem nesse filme e isso ficou claro em cada ação dos personagens. Filmes com personagens menos conhecidos como do "Homem-Formiga" ou da "Capitã Marvel" , por exemplo, acabaram se tornando essenciais para o entendimento, ou melhor, para uma total imersão em "Ultimato". O filme tem cenas espetaculares. A Batalha final é daquelas coisas que você não consegue tirar os olhos da tela! Um excelente exemplo de como os efeitos especiais devem ser usados à favor da história. Ficou lindo! Parecia tão real que comecei a achar que Game of Thrones deveria ter deixado para lançar a Temporada Final só depois que passasse o "hype" do filme! Acho que é a batalha mais intensa e bem feita que eu já assisti ou pelo menos no mesmo nível de "Senhor do Anéis" - desculpem os românticos, mas tenho a impressão que o filme é tão grandioso quanto o "Retorno do Rei"!!!

Por que então eu disse que o filme também não é tão bom?! - E aqui eu preciso deixar claro que é uma opinião muito pessoal: Tem muita piada fora de hora e alguns personagens foram infantilizados de uma forma ofensiva para quem gosta de filmes de herói. O Hulk, por exemplo, já tinha sido uma das minhas maiores críticas quando assisti "Thor: Ragnarok". Poxa, o Hulk é para se ter medo só de olhar!!! Mas entendo que a estratégia do Estúdio que precisava "humanizar" o personagem - tanto é que a aplicação gráfica das reações do Mark Ruffalo ficaram impressionantes nesse filme. Mas, desculpa, o Hulk é um animal incontrolável, não um personagem de roupa e óculos que tira self em restaurante!!!! Atrapalha a história? Não, pelo fato que você aceitar o tom sugerido, mas enfraquece o arco de um herói tão único que já foi muitas vezes classificado como "anti-herói". Agora, por outro lado, o roteiro tem várias sacadas, bem pontuais (e pertinentes), que um bom observador vai se divertir. São muitas referências e easter-eggs durante o filme todo que fica impossível não se envolver!

"Vingadores - Ultimato" foi feito para os fans e entregou um final de fase à altura das expectativas. Ponto para Marvel!!! Acabou??? Duvido!!! A Disney vai lançar seu serviço de streaming e certamente vai produzir histórias paralelas que vão ampliar ainda mais esse Universo. Reboot então? Acho que ainda não, mas uma sensível transformação virá naturalmente - eu não descartaria essa saga de jeito nenhum! Tem muita coisa boa (e algumas nem tanto - Homem de Ferro 3 confirma isso!). A Disney ainda comprou a FOX e com isso X-men, Quarteto Fantástico, Deadpool passam a fazer parte de um mesmo guarda-chuva e que, com inteligência, devem ser inseridos pouco a pouco nas histórias que vem pela frente. O fato é que "Vingadores - Ultimato" fez história e abriu novos caminhos, que, eu diria, são infinitos!!! Ainda bem que eles perceberam que as sagas de heróis poderiam ser bem sucedidos também no cinema, porque à longo prazo (entendeu DC?) se transformam em uma grande franquia, ou melhor, em uma máquina de fazer dinheiro sem fim.

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Wakanda para Sempre

Existe um certo tom melancólico em "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" que o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler consegue transformar em homenagem - embora as imagens sejam lindas e as performances dos atores notavelmente sinceras, é no silêncio que a emoção explode quando a lembrança de Chadwick Boseman é invocada. Talvez esse seja o gatilho emocional que Coogler precisava para entregar, mais uma vez, um filme de herói com certo diferencial - o roteiro, de fato, exige mais dos atores e em muitos momentos a própria direção se apoia na câmera mais solta, naquele close-up escolhido cirurgicamente e no bem executado "foco e desfoco" da cena, para que aquela poesia mais intimista seja capaz de colocar o filme em outro patamar. Sim, o "Pantera Negra 2" tem muita ação, muita piadinha "estilo Marvel", mas é inegavelmente mais equilibrado e inteligente do que normalmente encontramos no MCU!

Após a morte de T'Challa (Boseman) e com a nação de Wakanda já fragilizada, Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje precisam lutar contra uma grande pressão internacional para que o país divida suas reservas de Vibranium, material que permitiu grandes avanços tecnológicos no país. Ao mesmo tempo em que uma nova raça, também detentora de reservas de Vibranium, os Talokan, emerge das profundezas do oceano, sob a liderança de seu rei Namor (Tenoch Huerta), para cobrar por séculos e séculos de exploração. Confira o trailer:

Visualmente, um verdadeiro espetáculo - o que justifica três das cinco indicações ao Oscar 2023: cabelo e maquiagem, figurino e, finalmente o favorito, efeitos especiais. O interessante, no entanto, é que especificamente na franquia Pantera Negra, o visual serve muito mais como elemento de apoio ao ator e sua história, do que como bengala para as inúmeras (e muito bem feitas) cenas de ação. Veja, é muito claro o cuidado de Coogler em usar todos esses elementos visuais para potencializar seu propósito de mexer com a emoção da audiência - o que talvez tenha justificado, inclusive, as duas outras indicações: canção original com "Lift Me Up" de Rhianna e Angela Bassett como atriz coadjuvante.

Bassett dá um show - ela é o ponto de conexão entre a dor e o instinto de proteção. Sua Ramonda é a personificação do sentimento materno mais puro e o que para muitos críticos soou piegas demais, para mim funcionou como uma luva. Dizer que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" tende para o sentimentalismo em detrimento ao aspecto transgressor e politico, desculpe, mas me parece superficial demais. É óbvio que a morte de Boseman influenciou em algumas escolhas conceituais e narrativas do filme, mas, embora longa, a história funciona como um excelente entretenimento. Veja, as provocações sobre racismo, colonialismo e representação cultural continuam lá, mesmo que sem aquela enorme bandeira levantada - e isso é mais um ponto para se aplaudir, não para criticar.  

O risco de trazer uma sequência para um personagem que fez tanto sucesso no passado recente e que não pode contar mais com a figura carismática de seu protagonista, era um risco e todos sabiam disso. Porém, independente de qualquer coisa, eu posso te dizer tranquilamente que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" mesmo não sendo tão autoral quando o primeiro, mesmo sem um roteiro tão redondinho e até sem aquela história surpreendente de origem que chamou atenção até do Oscar, ainda sim é muito divertido e muito bem realizado, com muitos momentos tão emocionantes quanto marcantes.

Vale o seu play! 

Up-date: "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" levou o Oscar na categoria "Melhor Figurino" em 2023! 

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Existe um certo tom melancólico em "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" que o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler consegue transformar em homenagem - embora as imagens sejam lindas e as performances dos atores notavelmente sinceras, é no silêncio que a emoção explode quando a lembrança de Chadwick Boseman é invocada. Talvez esse seja o gatilho emocional que Coogler precisava para entregar, mais uma vez, um filme de herói com certo diferencial - o roteiro, de fato, exige mais dos atores e em muitos momentos a própria direção se apoia na câmera mais solta, naquele close-up escolhido cirurgicamente e no bem executado "foco e desfoco" da cena, para que aquela poesia mais intimista seja capaz de colocar o filme em outro patamar. Sim, o "Pantera Negra 2" tem muita ação, muita piadinha "estilo Marvel", mas é inegavelmente mais equilibrado e inteligente do que normalmente encontramos no MCU!

Após a morte de T'Challa (Boseman) e com a nação de Wakanda já fragilizada, Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje precisam lutar contra uma grande pressão internacional para que o país divida suas reservas de Vibranium, material que permitiu grandes avanços tecnológicos no país. Ao mesmo tempo em que uma nova raça, também detentora de reservas de Vibranium, os Talokan, emerge das profundezas do oceano, sob a liderança de seu rei Namor (Tenoch Huerta), para cobrar por séculos e séculos de exploração. Confira o trailer:

Visualmente, um verdadeiro espetáculo - o que justifica três das cinco indicações ao Oscar 2023: cabelo e maquiagem, figurino e, finalmente o favorito, efeitos especiais. O interessante, no entanto, é que especificamente na franquia Pantera Negra, o visual serve muito mais como elemento de apoio ao ator e sua história, do que como bengala para as inúmeras (e muito bem feitas) cenas de ação. Veja, é muito claro o cuidado de Coogler em usar todos esses elementos visuais para potencializar seu propósito de mexer com a emoção da audiência - o que talvez tenha justificado, inclusive, as duas outras indicações: canção original com "Lift Me Up" de Rhianna e Angela Bassett como atriz coadjuvante.

Bassett dá um show - ela é o ponto de conexão entre a dor e o instinto de proteção. Sua Ramonda é a personificação do sentimento materno mais puro e o que para muitos críticos soou piegas demais, para mim funcionou como uma luva. Dizer que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" tende para o sentimentalismo em detrimento ao aspecto transgressor e politico, desculpe, mas me parece superficial demais. É óbvio que a morte de Boseman influenciou em algumas escolhas conceituais e narrativas do filme, mas, embora longa, a história funciona como um excelente entretenimento. Veja, as provocações sobre racismo, colonialismo e representação cultural continuam lá, mesmo que sem aquela enorme bandeira levantada - e isso é mais um ponto para se aplaudir, não para criticar.  

O risco de trazer uma sequência para um personagem que fez tanto sucesso no passado recente e que não pode contar mais com a figura carismática de seu protagonista, era um risco e todos sabiam disso. Porém, independente de qualquer coisa, eu posso te dizer tranquilamente que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" mesmo não sendo tão autoral quando o primeiro, mesmo sem um roteiro tão redondinho e até sem aquela história surpreendente de origem que chamou atenção até do Oscar, ainda sim é muito divertido e muito bem realizado, com muitos momentos tão emocionantes quanto marcantes.

Vale o seu play! 

Up-date: "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" levou o Oscar na categoria "Melhor Figurino" em 2023! 

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WandaVision

"WandaVision" além de ser mais uma aula de storytelling da Marvel, escancara, mais uma vez, a capacidade do Estúdio de se reinventar baseado em um planejamento cuidadosamente construído para que tudo faça sentido independente do canal de distribuição! Dito isso, fica fácil considerar que essa primeira experiência do MCU no streaming da Disney foi mais um acerto nessa construção única de uma grande jornada, principalmente porquê nem Wanda e nem Vision teriam força o suficiente para segurar um filme solo nos cinemas, então por que não em uma série (ou melhor, em uma minissérie pelo que tudo indica)?

Após os eventos de "Vingadores: Ultimato"(2019), Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), misteriosamente, passam a levar uma vida normal em uma cidade do interior dos EUA. Escondendo seus poderes, a dupla logo começa a suspeitar que nem tudo está tão tranquilo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo vai passando, Wanda e Visão começam a perder a noção daquela "realidade", a "ficção" vai mostrando outras camadas e a certeza de que algo realmente está muito errado se torna uma questão de tempo. Confira o trailer:

O que vemos em "WandaVision" é selo da Marvel do cinema agora no streaming. Esquece tudo que você já viu antes: de "Demolidor" (que é incrível) à "Agentes da S.H.I.E.L.D." - estamos em uma outra era! A série (vamos chamar assim até que se prove o contrário) segue a cartilha de outras produções de sucesso em seu "conteúdo", alternando momentos de comédia com suspense e ação com maestria, mas, na minha opinião, o que coloca o projeto em outro patamar é a sua "forma". Construir duas linhas narrativas completamente distintas (realidade e ficção) e depois cruzá-las para entregar um final sensacional, com o surgimento de toda mitologia em cima da Feiticeira Escarlate, foi de uma sabedoria para deixar a DC de boca aberta!

Além de uma qualidade técnica e artística em toda produção, que é indiscutível, reparem como elenco, com Kathryn Hahn (Agnes) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) está sensacional! Paul Bettany e sua versão "atrapalhada" do Visão subverte aquela postura de herói tecnológico, sem emoções, da sua estreia em "A Era de Ultron" - e faz todo o sentido, diferente da versão pastelão do Hulk que, inclusive, já critiquei anteriormente. Elizabeth Olsen com sua Wanda, que até aqui estava limitada ao segundo plano dos Vingadores, dá um show, equilibrando com muita naturalidade a comédia e o drama - digna de prêmios!

Com um uma trama que discute como lidar com o luto, depois de estarem presos em um eterno vai e vem, da Era de Ouro da TV nos EUA, com imagens em preto e branco, até o presente e vice-versa; "WandaVision" vai além do que vemos nessa tela, pois usa de uma estrutura narrativa complexa para guiar com muita inteligência aos novos caminhos que aquele sensacional Universo tem a oferecer. Imperdível!

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"WandaVision" além de ser mais uma aula de storytelling da Marvel, escancara, mais uma vez, a capacidade do Estúdio de se reinventar baseado em um planejamento cuidadosamente construído para que tudo faça sentido independente do canal de distribuição! Dito isso, fica fácil considerar que essa primeira experiência do MCU no streaming da Disney foi mais um acerto nessa construção única de uma grande jornada, principalmente porquê nem Wanda e nem Vision teriam força o suficiente para segurar um filme solo nos cinemas, então por que não em uma série (ou melhor, em uma minissérie pelo que tudo indica)?

Após os eventos de "Vingadores: Ultimato"(2019), Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), misteriosamente, passam a levar uma vida normal em uma cidade do interior dos EUA. Escondendo seus poderes, a dupla logo começa a suspeitar que nem tudo está tão tranquilo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo vai passando, Wanda e Visão começam a perder a noção daquela "realidade", a "ficção" vai mostrando outras camadas e a certeza de que algo realmente está muito errado se torna uma questão de tempo. Confira o trailer:

O que vemos em "WandaVision" é selo da Marvel do cinema agora no streaming. Esquece tudo que você já viu antes: de "Demolidor" (que é incrível) à "Agentes da S.H.I.E.L.D." - estamos em uma outra era! A série (vamos chamar assim até que se prove o contrário) segue a cartilha de outras produções de sucesso em seu "conteúdo", alternando momentos de comédia com suspense e ação com maestria, mas, na minha opinião, o que coloca o projeto em outro patamar é a sua "forma". Construir duas linhas narrativas completamente distintas (realidade e ficção) e depois cruzá-las para entregar um final sensacional, com o surgimento de toda mitologia em cima da Feiticeira Escarlate, foi de uma sabedoria para deixar a DC de boca aberta!

Além de uma qualidade técnica e artística em toda produção, que é indiscutível, reparem como elenco, com Kathryn Hahn (Agnes) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) está sensacional! Paul Bettany e sua versão "atrapalhada" do Visão subverte aquela postura de herói tecnológico, sem emoções, da sua estreia em "A Era de Ultron" - e faz todo o sentido, diferente da versão pastelão do Hulk que, inclusive, já critiquei anteriormente. Elizabeth Olsen com sua Wanda, que até aqui estava limitada ao segundo plano dos Vingadores, dá um show, equilibrando com muita naturalidade a comédia e o drama - digna de prêmios!

Com um uma trama que discute como lidar com o luto, depois de estarem presos em um eterno vai e vem, da Era de Ouro da TV nos EUA, com imagens em preto e branco, até o presente e vice-versa; "WandaVision" vai além do que vemos nessa tela, pois usa de uma estrutura narrativa complexa para guiar com muita inteligência aos novos caminhos que aquele sensacional Universo tem a oferecer. Imperdível!

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What If...?

Analisar "What If...?" sob o contexto pontual de uma série de animação que subverte o Universo da Marvel sem a menor preocupação de ser imparcial é um erro tão claro quanto imaginar que esse mesmo produto é uma espécie de alivio narrativo sem a pretensão de se conectar com tudo que foi construído até aqui. Se você está lendo esse review, você já deveria saber: a Marvel não entrega uma produção que não possa fazer parte do seu enorme quebra-cabeça - mesmo que isso gere criticas como: "What If…? termina como uma oportunidade perdida". Não meu caro critico, provavelmente você ainda não entendeu a diferença entre planejamento e criatividade!

"What If...?" parte de um conceito genial vindo das HQs: "E se..." a história de determinado personagem fosse outra, baseada em algumas decisões específicas de uma jornada, transformando certos momentos-chave em outros acontecimentos que mudam seu destino? Confira o trailer para ficar um pouco mais claro:

Tecnicamente os episódios de "What…If?" tem uma estética sensacional - muito próximo do princípio cinematográfico de que uma ação é o resultado de uma sobreposição de 24 desenhos por segundo. Ou seja, é como se estivéssemos lendo uma página com 24 quadros de uma HQ com cenários belíssimos, uma fotografia repleta de luzes e sombras e uma colorização que parece uma pintura.  Em muitos momentos você terá a exata sensação de estar assistindo alguns dos filmes em live-action da Marvel, só que em animação 2D. Soma-se a isso um conceito narrativo poético embarcada no off do brilhante Jeffrey Wright, que me fez lembrar os bons tempos da primeira temporada de "Heroes" de 2006. É lindo!

Durante os episódios de "What If…?", a montagem cria uma dinâmica sem atropelos, que apresenta uma situação, um personagem e, imediatamente, a sua nova versão, para aí sim desenrolar a trama - é preciso dizer, porém, que muitos episódios deixam pontas abertas e nem todas são fechadas durante o episódio final que tem a clara intenção de conectar essa experiência ao MCU, servindo como uma espécie de prólogo, ambientando a audiência para as novas propostas narrativas que estão sendo criadas para a nova fase e fortalecendo o entendimento do que já foi feito, principalmente sobre o propósito de alguns personagens (mesmo sob o olhar de um novo contexto).

Eu diria que essa primeira temporada de "What…If?" tem um elemento nostálgico que coloca suas histórias além do entretenimento superficial - é como se cada um dos detalhes (e são muitos) funcionassem como um primeiro esboço de um novo universo cheio de possibilidades, mas igualmente divertido. Você não será o único a refletir sobre o potencial escondido atrás de personagens incríveis que podem ganhar muito com a liberdade criativa de mentes como A.C. Bradley e Matthew Chauncey (os roteiristas da série).

Se você gosta do gênero, sua diversão está garantida e, provavelmente, muito das criticas que a série recebeu nessa temporada se transformarão em um pedido de desculpas no futuro quando outras peças começarem a se encaixar.

Veremos!

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Analisar "What If...?" sob o contexto pontual de uma série de animação que subverte o Universo da Marvel sem a menor preocupação de ser imparcial é um erro tão claro quanto imaginar que esse mesmo produto é uma espécie de alivio narrativo sem a pretensão de se conectar com tudo que foi construído até aqui. Se você está lendo esse review, você já deveria saber: a Marvel não entrega uma produção que não possa fazer parte do seu enorme quebra-cabeça - mesmo que isso gere criticas como: "What If…? termina como uma oportunidade perdida". Não meu caro critico, provavelmente você ainda não entendeu a diferença entre planejamento e criatividade!

"What If...?" parte de um conceito genial vindo das HQs: "E se..." a história de determinado personagem fosse outra, baseada em algumas decisões específicas de uma jornada, transformando certos momentos-chave em outros acontecimentos que mudam seu destino? Confira o trailer para ficar um pouco mais claro:

Tecnicamente os episódios de "What…If?" tem uma estética sensacional - muito próximo do princípio cinematográfico de que uma ação é o resultado de uma sobreposição de 24 desenhos por segundo. Ou seja, é como se estivéssemos lendo uma página com 24 quadros de uma HQ com cenários belíssimos, uma fotografia repleta de luzes e sombras e uma colorização que parece uma pintura.  Em muitos momentos você terá a exata sensação de estar assistindo alguns dos filmes em live-action da Marvel, só que em animação 2D. Soma-se a isso um conceito narrativo poético embarcada no off do brilhante Jeffrey Wright, que me fez lembrar os bons tempos da primeira temporada de "Heroes" de 2006. É lindo!

Durante os episódios de "What If…?", a montagem cria uma dinâmica sem atropelos, que apresenta uma situação, um personagem e, imediatamente, a sua nova versão, para aí sim desenrolar a trama - é preciso dizer, porém, que muitos episódios deixam pontas abertas e nem todas são fechadas durante o episódio final que tem a clara intenção de conectar essa experiência ao MCU, servindo como uma espécie de prólogo, ambientando a audiência para as novas propostas narrativas que estão sendo criadas para a nova fase e fortalecendo o entendimento do que já foi feito, principalmente sobre o propósito de alguns personagens (mesmo sob o olhar de um novo contexto).

Eu diria que essa primeira temporada de "What…If?" tem um elemento nostálgico que coloca suas histórias além do entretenimento superficial - é como se cada um dos detalhes (e são muitos) funcionassem como um primeiro esboço de um novo universo cheio de possibilidades, mas igualmente divertido. Você não será o único a refletir sobre o potencial escondido atrás de personagens incríveis que podem ganhar muito com a liberdade criativa de mentes como A.C. Bradley e Matthew Chauncey (os roteiristas da série).

Se você gosta do gênero, sua diversão está garantida e, provavelmente, muito das criticas que a série recebeu nessa temporada se transformarão em um pedido de desculpas no futuro quando outras peças começarem a se encaixar.

Veremos!

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