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Stan Lee

Diretor
David Gelb
Elenco
Stan Lee
Ano
2023
País
EUA

Documentário ml-real ml-empreendedorismo ml-heroi ml-biografia ml-marvel ml-celebridade ml-disney ml-cinema ml-ff Disney+

Stan Lee

Se o ótimo documentário francês "Marvel Stories" (que infelizmente saiu do catálogo da Globoplay) dava uma visão mais corporativa sobre a história da Marvel Comics, a produção da Disney, "Stan Lee", basicamente humaniza essa jornada e faz um retrato mais, digamos, "inspirador" sobre a vida de um dos maiores ícones da indústria do entretenimento em todos os tempos. Dirigido com maestria pelo David Gelb (o mesmo de "Wolfgang"), o filme faz um recorte bastante interessante sobre a vida e carreira desse lendário escritor e editor, bem como seu impacto duradouro no universo dos super-heróis e, claro, na cultura pop mundial. Mesmo que em alguns momentos o roteiro pareça um pouco atropelado, te garanto: o documentário é uma aula sobre inovação e resiliência!

Narrado pelo próprio Stan Lee, o documentário fornece um contexto histórico importante ao explorar a participação de Lee no surgimento da indústria de quadrinhos nos Estados Unidos, as mudanças culturais que foram repercutindo na sua arte e, claro, todo o impacto que representou a criação de super-heróis perante a sociedade ao longo de décadas. Essa contextualização nos permite justamente entender melhor como Lee conseguiu captar as oportunidades, inovar em um mercado, para muitos, sem o menor futuro e mesmo assim moldar suas HQs, transformando histórias e personagens em uma forma de arte tão influente quanto rentável. Confira o trailer:

"Stan Lee", em um primeiro olhar, se destaca por dois elementos narrativos que dão um tom todo especial ao projeto. O primeiro, sem dúvida, é o fato de que toda a narrativa é feita a partir de uma série de entrevistas do próprio Lee explanando sobre diversos temas - escutar sua voz, mesmo depois de sua morte, cria um elo emocional tão forte que mesmo quando somos colocados diante de assuntos mais espinhosos, como o seu relacionamento com o ilustrador Steve Ditko (ou de como seu ego praticamente excluiu todos os outros artistas que ajudaram no processo criativo da Marvel), ainda assim enxergamos um senhorzinho simpático que venceu graças apenas aos seus esforços.

O segundo, é como a Gelb resolve com muita criatividade a falta de imagens de arquivo da vida pessoal e profissional de Lee. O diretor usa de maquetes e bonecos em massinha para recriar a infância, a juventude e até o estúdio Marvel que Lee ajudou a consolidar. Reparem como essas escolhas estéticas evocam carinho e afeto, além de nos dar um visão lúdica de momentos e lugares que ele viveu - tudo com detalhes tão delicados que fica impossível não se envolver ainda mais com a história. Já o roteiro traz muitas curiosidades e mesmo que o tom pareça até mais cadenciado (muito pela narração morosa de Lee), é muito bacana entender por uma perspectiva de bastidores, como ele criou personagens imperfeitos, com problemas do mundo real, e como isso ajudou na conexão com o público de uma maneira avassaladora - a passagem sobre o homem-aranha é um ótimo exemplo dessa abordagem criativa.

Lee sempre acreditou que a ideia era muito mais importante que sua materialização, dando assim mais valor para aquele que sonhava e criava, e não para aquele que realizava. Concordem ou não, seu ponto de vista diz muito sobre sua postura perante a vida e, principalmente, perante sua equipe no processo criativo. No entanto é de se exaltar como ele também foi um realizador - sua visão sobre o mercado, sobre as oportunidades que se abriam de acordo com os movimentos políticos em diferentes épocas que marcaram sua trajetória de uma maneira muito criativa e, inegavelmente, de como ele capitalizou suas criações, mesmo entendendo que vacilou quando o assunto era "propriedade intelectual". Enfim, "Stan Lee", o documentário, é muito mais uma peça, a princípio feita para canonizar Stan Lee como o grande pai da Marvel, do que um recorte definitivo sobre o homem imperfeito e artista genial que foi.

Vale seu play!

Assista Agora

Se o ótimo documentário francês "Marvel Stories" (que infelizmente saiu do catálogo da Globoplay) dava uma visão mais corporativa sobre a história da Marvel Comics, a produção da Disney, "Stan Lee", basicamente humaniza essa jornada e faz um retrato mais, digamos, "inspirador" sobre a vida de um dos maiores ícones da indústria do entretenimento em todos os tempos. Dirigido com maestria pelo David Gelb (o mesmo de "Wolfgang"), o filme faz um recorte bastante interessante sobre a vida e carreira desse lendário escritor e editor, bem como seu impacto duradouro no universo dos super-heróis e, claro, na cultura pop mundial. Mesmo que em alguns momentos o roteiro pareça um pouco atropelado, te garanto: o documentário é uma aula sobre inovação e resiliência!

Narrado pelo próprio Stan Lee, o documentário fornece um contexto histórico importante ao explorar a participação de Lee no surgimento da indústria de quadrinhos nos Estados Unidos, as mudanças culturais que foram repercutindo na sua arte e, claro, todo o impacto que representou a criação de super-heróis perante a sociedade ao longo de décadas. Essa contextualização nos permite justamente entender melhor como Lee conseguiu captar as oportunidades, inovar em um mercado, para muitos, sem o menor futuro e mesmo assim moldar suas HQs, transformando histórias e personagens em uma forma de arte tão influente quanto rentável. Confira o trailer:

"Stan Lee", em um primeiro olhar, se destaca por dois elementos narrativos que dão um tom todo especial ao projeto. O primeiro, sem dúvida, é o fato de que toda a narrativa é feita a partir de uma série de entrevistas do próprio Lee explanando sobre diversos temas - escutar sua voz, mesmo depois de sua morte, cria um elo emocional tão forte que mesmo quando somos colocados diante de assuntos mais espinhosos, como o seu relacionamento com o ilustrador Steve Ditko (ou de como seu ego praticamente excluiu todos os outros artistas que ajudaram no processo criativo da Marvel), ainda assim enxergamos um senhorzinho simpático que venceu graças apenas aos seus esforços.

O segundo, é como a Gelb resolve com muita criatividade a falta de imagens de arquivo da vida pessoal e profissional de Lee. O diretor usa de maquetes e bonecos em massinha para recriar a infância, a juventude e até o estúdio Marvel que Lee ajudou a consolidar. Reparem como essas escolhas estéticas evocam carinho e afeto, além de nos dar um visão lúdica de momentos e lugares que ele viveu - tudo com detalhes tão delicados que fica impossível não se envolver ainda mais com a história. Já o roteiro traz muitas curiosidades e mesmo que o tom pareça até mais cadenciado (muito pela narração morosa de Lee), é muito bacana entender por uma perspectiva de bastidores, como ele criou personagens imperfeitos, com problemas do mundo real, e como isso ajudou na conexão com o público de uma maneira avassaladora - a passagem sobre o homem-aranha é um ótimo exemplo dessa abordagem criativa.

Lee sempre acreditou que a ideia era muito mais importante que sua materialização, dando assim mais valor para aquele que sonhava e criava, e não para aquele que realizava. Concordem ou não, seu ponto de vista diz muito sobre sua postura perante a vida e, principalmente, perante sua equipe no processo criativo. No entanto é de se exaltar como ele também foi um realizador - sua visão sobre o mercado, sobre as oportunidades que se abriam de acordo com os movimentos políticos em diferentes épocas que marcaram sua trajetória de uma maneira muito criativa e, inegavelmente, de como ele capitalizou suas criações, mesmo entendendo que vacilou quando o assunto era "propriedade intelectual". Enfim, "Stan Lee", o documentário, é muito mais uma peça, a princípio feita para canonizar Stan Lee como o grande pai da Marvel, do que um recorte definitivo sobre o homem imperfeito e artista genial que foi.

Vale seu play!

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