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Pam & Tommy

Elenco
Lily James, Sebastian Stan, Seth Rogen
Ano
2022
País
EUA

Drama ml-real ml-relacoes ml-assedio ml-casal ml-celebridade ml-gb Disney+ ml-pam

Pam & Tommy

"Pam & Tommy" é um retrato do que viria a ser o mundo das subcelebridades alguns anos depois, embora a sua própria história já seja o suficiente para entender o tamanho da hipocrisia que a sociedade custa em esconder ao mesmo tempo em que a exposição é seu maior ativo - e aqui é impossível não julgar alguns dos personagens da minissérie pelo simples fato de que sabemos exatamente o que aconteceu depois. Claro que é preciso colocar na balança o contexto da época, alguma ingenuidade (será?) e o impacto que aquele sex-tape teve devido o inicio da internet, mas também não se pode esquecer que do outro lado da tela estavam personagens controversos, com seus defeitos e qualidades - e é isso que a trama tenta nos mostrar: a história que não conhecemos!

Baseada em uma história real, "Pam & Tommy" segue o turbulento relacionamento de Pamela Anderson (Lily James), atriz conhecida por seu trabalho na série Baywatch e já um sex-symbol, com Tommy Lee (Sebastian Stan), baterista da decadente banda Mötley Crüe. Em 1996, o casal estampou tablóides do mundo inteiro com um vídeo de sua lua de mel que acabou roubada e distribuída para o público pelo ex-ator pornô Michael Morrison (Nick Offerman) e seu amigo Rand Gauthier (Seth Rogen). Confira o trailer:

Inicialmente "Pam & Tommy" usa de um tom mais descontraído, para não dizer pastelão, para estabelecer a personalidade de todos os personagens masculinos da história - essa escolha conceitual impacta diretamente na performance dos atores e mesmo com o over-acting muito presente, tanto Seth Rogen quanto Sebastian Stan vão bem. Quando as dores e fantasmas de Pamela Anderson começam a ganhar mais destaque após o terceiro episódio, o tom muda um pouquinho e Lily James brilha demais - o problema é que de um lado temos o espalhafatoso e do outro um mergulho profundo na alma feminina. Em muitos momentos o choque dessas duas linhas não se conversam e parece que a minissérie perde sua identidade ou, pior, busca o caminho mais fácil para tentar alcançar seus objetivos.

Veja, "Pam & Tommy" é, narrativamente, muito eficiente e tem uma produção com estilo, cuidadosa e muito bem concebida. O ótimo elenco e boas direções justificam os elogios que recebeu, minha critica é que falta unidade conceitual - um problema quando se tem vários diretores em um mesmo projeto. Os episódios funcionam perfeitamente quando pensado individualmente, mas como conjunto da obra, oscila. Essa dinâmica acaba tornando a narrativa maniqueísta demais com Tommy representando o inferno e Pam o angelical, quando na verdade eles são muito mais do que isso. Essa unidimensionalidade não deixa irmos além na experiência - a audiência que Pamela Anderson precisou passar em seu processo contra a Penthouse é um bom exemplo: poxa, ela sofre, escuta o que pior uma mulher pode escutar e logo depois diz para a senhora que vai limpar a sala de reunião "Desculpe pela bagunça que fizemos”"; não dá!

Após 8 episódios, o sentimento é que "Pam & Tommy" é um ótimo entretenimento, muito bacana de assistir, mas poderia ter sido um pouco mais corajosa e menos preocupada em estereotipar seus personagens - é nesse momento que conceitos narrativos interferem na nossa experiência. Vai funcionar mais para alguns do que para outros e acho que, sinceramente, vale muito o seu play; só não dá para carimbar a obra como algo excepcional.

Boa para maratonar, para reviver uma época especial para muitos e para curtir uma trilha sonora sensacional!

Assista Agora

"Pam & Tommy" é um retrato do que viria a ser o mundo das subcelebridades alguns anos depois, embora a sua própria história já seja o suficiente para entender o tamanho da hipocrisia que a sociedade custa em esconder ao mesmo tempo em que a exposição é seu maior ativo - e aqui é impossível não julgar alguns dos personagens da minissérie pelo simples fato de que sabemos exatamente o que aconteceu depois. Claro que é preciso colocar na balança o contexto da época, alguma ingenuidade (será?) e o impacto que aquele sex-tape teve devido o inicio da internet, mas também não se pode esquecer que do outro lado da tela estavam personagens controversos, com seus defeitos e qualidades - e é isso que a trama tenta nos mostrar: a história que não conhecemos!

Baseada em uma história real, "Pam & Tommy" segue o turbulento relacionamento de Pamela Anderson (Lily James), atriz conhecida por seu trabalho na série Baywatch e já um sex-symbol, com Tommy Lee (Sebastian Stan), baterista da decadente banda Mötley Crüe. Em 1996, o casal estampou tablóides do mundo inteiro com um vídeo de sua lua de mel que acabou roubada e distribuída para o público pelo ex-ator pornô Michael Morrison (Nick Offerman) e seu amigo Rand Gauthier (Seth Rogen). Confira o trailer:

Inicialmente "Pam & Tommy" usa de um tom mais descontraído, para não dizer pastelão, para estabelecer a personalidade de todos os personagens masculinos da história - essa escolha conceitual impacta diretamente na performance dos atores e mesmo com o over-acting muito presente, tanto Seth Rogen quanto Sebastian Stan vão bem. Quando as dores e fantasmas de Pamela Anderson começam a ganhar mais destaque após o terceiro episódio, o tom muda um pouquinho e Lily James brilha demais - o problema é que de um lado temos o espalhafatoso e do outro um mergulho profundo na alma feminina. Em muitos momentos o choque dessas duas linhas não se conversam e parece que a minissérie perde sua identidade ou, pior, busca o caminho mais fácil para tentar alcançar seus objetivos.

Veja, "Pam & Tommy" é, narrativamente, muito eficiente e tem uma produção com estilo, cuidadosa e muito bem concebida. O ótimo elenco e boas direções justificam os elogios que recebeu, minha critica é que falta unidade conceitual - um problema quando se tem vários diretores em um mesmo projeto. Os episódios funcionam perfeitamente quando pensado individualmente, mas como conjunto da obra, oscila. Essa dinâmica acaba tornando a narrativa maniqueísta demais com Tommy representando o inferno e Pam o angelical, quando na verdade eles são muito mais do que isso. Essa unidimensionalidade não deixa irmos além na experiência - a audiência que Pamela Anderson precisou passar em seu processo contra a Penthouse é um bom exemplo: poxa, ela sofre, escuta o que pior uma mulher pode escutar e logo depois diz para a senhora que vai limpar a sala de reunião "Desculpe pela bagunça que fizemos”"; não dá!

Após 8 episódios, o sentimento é que "Pam & Tommy" é um ótimo entretenimento, muito bacana de assistir, mas poderia ter sido um pouco mais corajosa e menos preocupada em estereotipar seus personagens - é nesse momento que conceitos narrativos interferem na nossa experiência. Vai funcionar mais para alguns do que para outros e acho que, sinceramente, vale muito o seu play; só não dá para carimbar a obra como algo excepcional.

Boa para maratonar, para reviver uma época especial para muitos e para curtir uma trilha sonora sensacional!

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