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Nada Ortodoxa

Diretor
Maria Schrader
Elenco
Shira Haas, Amit Rahav, Jeff Wilbusch
Ano
2020
País
Alemanha

Drama netflix ml-real ml-religião ml-relacoes ml-alemanha ml-europa ml-casal ml-hc

Nada Ortodoxa

Dois países europeus vem me chamando ainda mais atenção ultimamente devido suas produções de altíssima qualidade e, principalmente, pela qualidade dos roteiros, são eles: Espanha e Alemanha. "Nada Ortodoxa" é mais um achado da Netflix - uma minissérie alemã com apenas 4 episódios de 50 minutos que nos tira completamente da zona de conforto enquanto assistimos. Baseada no no best-seller “Unorthodox: The Scandalous Rejection of My Hasidic Roots” (de Deborah Feldman), acompanhamos a jornada de libertação de Esther Shapiro (Shira Haas) uma judia hassídica que vivia em Williamsburg, Brooklyn, sob os rígidos costumes de numa comunidade fundamentada na crença de que os judeus devem viver à parte da sociedade, obedecendo regras religiosas ultra-conservadoras, onde as mulheres têm a única função de ter muitos filhos para substituir os 6 milhões de mortos no Holocausto. Confira o trailer:

"Nada Ortodoxa" tem muitas qualidades, mas sem dúvida nenhuma a construção de um linha narrativa que nos convida a lidar com o conflito da protagonista dividida entre a obrigação de uma vida enraizada nos costumes e hábitos de uma das células ultra-ortodoxas do judaísmo contra a oportunidade de viver sua juventude, ir atrás dos seus sonhos e, claro, experimentar tudo que uma cidade moderna e pulsante como Berlin pode oferecer. O choque de culturas visto pelos olhos de uma excelente atriz como a israelense Shira Haas (guardem esse nome) transforma uma história que pode parecer simples e batida em uma ótima opção de entretenimento e reflexão! Vale muito a pena mesmo! Golaço da Netflix!

Antes de mais nada é preciso dizer que "Nada Ortodoxa" não tem a intenção de discutir religião, muito pelo contrário, é perceptível a preocupação da ótima diretora alemã Maria Schrader em expor uma realidade sem a necessidade de pré-julgamentos. Ela mostra, com muito cuidado, hábitos e costumes de uma comunidade patriarcal, extremamente machista, que tem castrado as mulheres durante séculos em nome de uma ideologia religiosa - por mais que isso possa nos incomodar (e incomoda!), a relação dentro dessa comunidade não parece aflitiva para outros personagens femininos. A própria Esther assume ser diferente para o marido, Yakov Shapiro (Amit Rahav) - outra vitima de sua descendência! O roteiro ainda acerta ao expôr a imaturidade de Yakov em momentos chave da história: da sua insegurança ao se relacionar sexualmente com a esposa até a incapacidade de entender que existe um mundo além Williamsburg - inclusive com internet!

A relação emocional que Esther tem com a música nos move durante os episódios, mas não se apeguem a isso - não por ser desinteressante, mas por existir um conflito muito maior dentro da protagonista. A montagem intercala sua jornada atual com flashbacks que constroem a motivação de Esther até sua decisão de fugir dos EUA! A fotografia do Wolfgang Thaler está tão alinhada com os sentimentos dela, que chega emocionar - reparem na cena em que ela entra no lago e tira a peruca - lido de ver e sentir! Se as cenas em Williamsbur são mais claustrofóbicas, os planos em Berlin são mais abertos, amplos, coloridos! O elenco está sensacional - e aqui eu faço um convite: assistam os 20 minutos de "making-of" que a Netflix sugere ao final do último episódio da minissérie - todo o esforço do Design de Produção, da Maquiagem, Cabelo, Fotografia e do próprio Elenco são bem documentados e fica fácil entender porque a minissérie deve ir bem na temporada de premiação em 2020. Shira Haas, por exemplo, deve aparecer como uma grande descoberta do ano - que trabalho magnífico que ela fez. O próprio Amit Rahav e Jeff Wilbusch (Moische Lefkovitch) também dão um show!

Olha, "Nada Ortodoxa" é uma minissérie que vai sofrer uma enorme pressão para se tornar série - seria um erro, mesmo tendo deixado alguns ganhos abertos! O que vemos em 4 episódios justificam os elogios que a produção vem recebendo da crítica. É uma história mais parada, de fato, mas nem por isso é chata ou daquelas que dão sono. O ponto de tensão está na expectativa do que vai acontecer com a protagonista quando seu marido encontrar ela em Berlin - essa angústia nos acompanha durante toda a jornada. Dito isso, eu sugiro "Nada Ortodoxa" para aqueles que se identificam com dramas de relação ao estilo "História de um Casamento"  - não pela similaridade da história, mas pela cadência narrativa e pelos conflitos emocionais.

Vale muito a pena!!!!!

Assista Agora

Dois países europeus vem me chamando ainda mais atenção ultimamente devido suas produções de altíssima qualidade e, principalmente, pela qualidade dos roteiros, são eles: Espanha e Alemanha. "Nada Ortodoxa" é mais um achado da Netflix - uma minissérie alemã com apenas 4 episódios de 50 minutos que nos tira completamente da zona de conforto enquanto assistimos. Baseada no no best-seller “Unorthodox: The Scandalous Rejection of My Hasidic Roots” (de Deborah Feldman), acompanhamos a jornada de libertação de Esther Shapiro (Shira Haas) uma judia hassídica que vivia em Williamsburg, Brooklyn, sob os rígidos costumes de numa comunidade fundamentada na crença de que os judeus devem viver à parte da sociedade, obedecendo regras religiosas ultra-conservadoras, onde as mulheres têm a única função de ter muitos filhos para substituir os 6 milhões de mortos no Holocausto. Confira o trailer:

"Nada Ortodoxa" tem muitas qualidades, mas sem dúvida nenhuma a construção de um linha narrativa que nos convida a lidar com o conflito da protagonista dividida entre a obrigação de uma vida enraizada nos costumes e hábitos de uma das células ultra-ortodoxas do judaísmo contra a oportunidade de viver sua juventude, ir atrás dos seus sonhos e, claro, experimentar tudo que uma cidade moderna e pulsante como Berlin pode oferecer. O choque de culturas visto pelos olhos de uma excelente atriz como a israelense Shira Haas (guardem esse nome) transforma uma história que pode parecer simples e batida em uma ótima opção de entretenimento e reflexão! Vale muito a pena mesmo! Golaço da Netflix!

Antes de mais nada é preciso dizer que "Nada Ortodoxa" não tem a intenção de discutir religião, muito pelo contrário, é perceptível a preocupação da ótima diretora alemã Maria Schrader em expor uma realidade sem a necessidade de pré-julgamentos. Ela mostra, com muito cuidado, hábitos e costumes de uma comunidade patriarcal, extremamente machista, que tem castrado as mulheres durante séculos em nome de uma ideologia religiosa - por mais que isso possa nos incomodar (e incomoda!), a relação dentro dessa comunidade não parece aflitiva para outros personagens femininos. A própria Esther assume ser diferente para o marido, Yakov Shapiro (Amit Rahav) - outra vitima de sua descendência! O roteiro ainda acerta ao expôr a imaturidade de Yakov em momentos chave da história: da sua insegurança ao se relacionar sexualmente com a esposa até a incapacidade de entender que existe um mundo além Williamsburg - inclusive com internet!

A relação emocional que Esther tem com a música nos move durante os episódios, mas não se apeguem a isso - não por ser desinteressante, mas por existir um conflito muito maior dentro da protagonista. A montagem intercala sua jornada atual com flashbacks que constroem a motivação de Esther até sua decisão de fugir dos EUA! A fotografia do Wolfgang Thaler está tão alinhada com os sentimentos dela, que chega emocionar - reparem na cena em que ela entra no lago e tira a peruca - lido de ver e sentir! Se as cenas em Williamsbur são mais claustrofóbicas, os planos em Berlin são mais abertos, amplos, coloridos! O elenco está sensacional - e aqui eu faço um convite: assistam os 20 minutos de "making-of" que a Netflix sugere ao final do último episódio da minissérie - todo o esforço do Design de Produção, da Maquiagem, Cabelo, Fotografia e do próprio Elenco são bem documentados e fica fácil entender porque a minissérie deve ir bem na temporada de premiação em 2020. Shira Haas, por exemplo, deve aparecer como uma grande descoberta do ano - que trabalho magnífico que ela fez. O próprio Amit Rahav e Jeff Wilbusch (Moische Lefkovitch) também dão um show!

Olha, "Nada Ortodoxa" é uma minissérie que vai sofrer uma enorme pressão para se tornar série - seria um erro, mesmo tendo deixado alguns ganhos abertos! O que vemos em 4 episódios justificam os elogios que a produção vem recebendo da crítica. É uma história mais parada, de fato, mas nem por isso é chata ou daquelas que dão sono. O ponto de tensão está na expectativa do que vai acontecer com a protagonista quando seu marido encontrar ela em Berlin - essa angústia nos acompanha durante toda a jornada. Dito isso, eu sugiro "Nada Ortodoxa" para aqueles que se identificam com dramas de relação ao estilo "História de um Casamento"  - não pela similaridade da história, mas pela cadência narrativa e pelos conflitos emocionais.

Vale muito a pena!!!!!

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