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A Unidade

Diretor
Dani de la Torre
Elenco
Nathalie Poza, Michel Noher, Marian Álvarez
Ano
2020
País
Espanha

Ação Max ml-religião ml-investigação ml-terrorismo ml-politico ml-espanha ml-espionagem ml-hoc ml-lcp

A Unidade

Mais um ótimo achado para quem gosta de uma série de ação e drama onde o tema predominante é o terrorismo. O surpreendente nesse caso, é o mergulho sobre o tema pela perspectiva europeia, mais precisamente a partir das operações de uma equipe de elite da Polícia Nacional da Espanha - e olha, se prepare porque você vai se surpreender com o tamanho dessa produção da Movistar Plus. Na linha de "Homeland", mas com fortes elementos de "Jack Ryan", "A Unidade" é uma excelente série espanhola, distribuída internacionalmente pela HBO, que transcende as expectativas do gênero ao discutir com mais profundidade o combate antiterrorismo, enquanto expõe o impacto psicológico e pessoal que essa jornada impõe aos seus protagonistas. Criada por Dani de la Torre e Alberto Marini, e dirigida pelo próprio De la Torre, a série se apoia em uma abordagem mais realista e tecnicamente muito sofisticada para narrar, ao longo de três temporadas, as operações de contenção a atentados jihadistas em território europeu.

Repare como sinopse oficial já estabelece a tensão central de "La Unidad", no original: Uma unidade especial da polícia antiterrorismo da Espanha corre contra o tempo para impedir uma série de ataques coordenados enquanto lida com dilemas éticos, riscos políticos e dramas pessoais que ameaçam comprometer sua missão. Confira o trailer:

Desde a primeira temporada, lançada em 2020, "A Unidade" se destaca por equilibrar uma atmosfera de tensão permanente com um recorte sensível sobre os bastidores da inteligência antiterrorismo. O primeiro arco acompanha a operação para desmantelar uma célula jihadista antes que ela consiga executar um atentado em Madri. Com uma narrativa que se esforça (embora nem sempre consiga) evitar os clichês hollywoodianos, a série busca apresentar personagens mais complexos, liderados pela inspetora Carla Torres (Nathalie Poza), e se estrutura como um estudo sobre a responsabilidade de ter que tomar uma sucessão de decisões operacionais e morais que testam a humanidade de todos os envolvidos. Nesse sentido, vale destacar, a direção de De la Torre é precisa - ele opta por uma estética quase documental, uma fotografia marcante, cortes secos e cenas de ação bem cruas, para reforçar essa sensação de urgência e realismo que a série promete desde sua premissa.

Na segunda temporada, lançada em 2022, o escopo da narrativa se expande um pouco mais. Agora, a Unidade precisa lidar com a ameaça de um ataque de vingança após a morte de um líder jihadista, o que coloca os agentes em uma corrida contra o tempo em múltiplas frentes. O roteiro adota uma estrutura mais coral, destacando novos personagens e explorando as consequências emocionais dos eventos anteriores. É nessa temporada que a série aprofunda as relações interpessoais e o desgaste psicológico da equipe - especialmente de Carla, que enfrenta conflitos relacionados à sua filha e à sua própria vocação. Essa temporada foi igualmente elogiada, especialmente por introduzir críticas sutis ao sistema de segurança europeu, aos conflitos entre agências e à tensão constante entre vigilância e liberdade individual.

Já na terceira temporada, lançada em 2023, “A Unidade” decide ousar ao deslocar sua narrativa para fora da Espanha, concentrando boa parte da ação no norte da África e na fronteira síria. Com um arco que remete ao recrutamento infantil, aos campos de refugiados e a radicalização transnacional, a série atinge seu ponto mais maduro, tanto em termos de conteúdo quanto de execução - mas se afasta do seu DNA, o que acabou gerando muitas criticas na época. A construção dos episódios é mais contemplativa e por isso emocionalmente intensa, mesmo sem abrir mão de uma ação pontual. Aqui, De la Torre adota uma abordagem ainda mais cinematográfica, com longos planos-sequência e uso expressivo da luz natural. A performance do elenco se mantém sólida ao oferecer atuações até mais contidas, mas profundamente tocantes, à medida que os personagens confrontam os limites do que é possível suportar - física, emocional e eticamente.

Para finalizar, vale ressaltar como tecnicamente, “A Unidade” é irrepreensível: desde o desenho de som, hiper meticuloso; passando pela trilha que traz um misto de sobriedade e tensão; até o trabalho de câmera que evita o espetáculo gratuito, priorizando a imersão da audiência e as sensações que determinadas passagens provocam. A série também se beneficia de uma consultoria precisa sobre protocolos antiterrorismo e de uma montagem que jamais subestima o fã mais acostumado ao tema  - o uso equilibrado do espanhol, do árabe e do francês, por exemplo, acrescenta uma camada de verossimilhança que torna a jornada ainda mais universal, além, obviamente, de reforçar a complexidade da geopolítica abordada no roteiro. Enfim, ao longo de suas três temporadas, “A Unidade” se consolida como uma das produções espanholas mais consistentes dos últimos anos - é uma série que não apenas entretém, mas que provoca, que levanta questionamentos sobre até onde ir em nome da segurança; que traz discussões sobre as fronteiras entre o bem e o mal, e sobre as cicatrizes invisíveis que o dever impõe àqueles que vivem à sombra do terrorismo.

Dura, contida e envolvente, “A Unidade” merece ser descoberta - e debatida. Vale o seu play!

Assista Agora

Mais um ótimo achado para quem gosta de uma série de ação e drama onde o tema predominante é o terrorismo. O surpreendente nesse caso, é o mergulho sobre o tema pela perspectiva europeia, mais precisamente a partir das operações de uma equipe de elite da Polícia Nacional da Espanha - e olha, se prepare porque você vai se surpreender com o tamanho dessa produção da Movistar Plus. Na linha de "Homeland", mas com fortes elementos de "Jack Ryan", "A Unidade" é uma excelente série espanhola, distribuída internacionalmente pela HBO, que transcende as expectativas do gênero ao discutir com mais profundidade o combate antiterrorismo, enquanto expõe o impacto psicológico e pessoal que essa jornada impõe aos seus protagonistas. Criada por Dani de la Torre e Alberto Marini, e dirigida pelo próprio De la Torre, a série se apoia em uma abordagem mais realista e tecnicamente muito sofisticada para narrar, ao longo de três temporadas, as operações de contenção a atentados jihadistas em território europeu.

Repare como sinopse oficial já estabelece a tensão central de "La Unidad", no original: Uma unidade especial da polícia antiterrorismo da Espanha corre contra o tempo para impedir uma série de ataques coordenados enquanto lida com dilemas éticos, riscos políticos e dramas pessoais que ameaçam comprometer sua missão. Confira o trailer:

Desde a primeira temporada, lançada em 2020, "A Unidade" se destaca por equilibrar uma atmosfera de tensão permanente com um recorte sensível sobre os bastidores da inteligência antiterrorismo. O primeiro arco acompanha a operação para desmantelar uma célula jihadista antes que ela consiga executar um atentado em Madri. Com uma narrativa que se esforça (embora nem sempre consiga) evitar os clichês hollywoodianos, a série busca apresentar personagens mais complexos, liderados pela inspetora Carla Torres (Nathalie Poza), e se estrutura como um estudo sobre a responsabilidade de ter que tomar uma sucessão de decisões operacionais e morais que testam a humanidade de todos os envolvidos. Nesse sentido, vale destacar, a direção de De la Torre é precisa - ele opta por uma estética quase documental, uma fotografia marcante, cortes secos e cenas de ação bem cruas, para reforçar essa sensação de urgência e realismo que a série promete desde sua premissa.

Na segunda temporada, lançada em 2022, o escopo da narrativa se expande um pouco mais. Agora, a Unidade precisa lidar com a ameaça de um ataque de vingança após a morte de um líder jihadista, o que coloca os agentes em uma corrida contra o tempo em múltiplas frentes. O roteiro adota uma estrutura mais coral, destacando novos personagens e explorando as consequências emocionais dos eventos anteriores. É nessa temporada que a série aprofunda as relações interpessoais e o desgaste psicológico da equipe - especialmente de Carla, que enfrenta conflitos relacionados à sua filha e à sua própria vocação. Essa temporada foi igualmente elogiada, especialmente por introduzir críticas sutis ao sistema de segurança europeu, aos conflitos entre agências e à tensão constante entre vigilância e liberdade individual.

Já na terceira temporada, lançada em 2023, “A Unidade” decide ousar ao deslocar sua narrativa para fora da Espanha, concentrando boa parte da ação no norte da África e na fronteira síria. Com um arco que remete ao recrutamento infantil, aos campos de refugiados e a radicalização transnacional, a série atinge seu ponto mais maduro, tanto em termos de conteúdo quanto de execução - mas se afasta do seu DNA, o que acabou gerando muitas criticas na época. A construção dos episódios é mais contemplativa e por isso emocionalmente intensa, mesmo sem abrir mão de uma ação pontual. Aqui, De la Torre adota uma abordagem ainda mais cinematográfica, com longos planos-sequência e uso expressivo da luz natural. A performance do elenco se mantém sólida ao oferecer atuações até mais contidas, mas profundamente tocantes, à medida que os personagens confrontam os limites do que é possível suportar - física, emocional e eticamente.

Para finalizar, vale ressaltar como tecnicamente, “A Unidade” é irrepreensível: desde o desenho de som, hiper meticuloso; passando pela trilha que traz um misto de sobriedade e tensão; até o trabalho de câmera que evita o espetáculo gratuito, priorizando a imersão da audiência e as sensações que determinadas passagens provocam. A série também se beneficia de uma consultoria precisa sobre protocolos antiterrorismo e de uma montagem que jamais subestima o fã mais acostumado ao tema  - o uso equilibrado do espanhol, do árabe e do francês, por exemplo, acrescenta uma camada de verossimilhança que torna a jornada ainda mais universal, além, obviamente, de reforçar a complexidade da geopolítica abordada no roteiro. Enfim, ao longo de suas três temporadas, “A Unidade” se consolida como uma das produções espanholas mais consistentes dos últimos anos - é uma série que não apenas entretém, mas que provoca, que levanta questionamentos sobre até onde ir em nome da segurança; que traz discussões sobre as fronteiras entre o bem e o mal, e sobre as cicatrizes invisíveis que o dever impõe àqueles que vivem à sombra do terrorismo.

Dura, contida e envolvente, “A Unidade” merece ser descoberta - e debatida. Vale o seu play!

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