Ao escutar nomes como Christian Dior e Coco Chanel, automaticamente somos remetidos ao universo da alta costura, no entanto, "The New Look" não é uma série sobre moda - ela é uma série sobre o contexto onde essas duas personalidades estiveram inseridas. Talvez tenha sido essa quebra de expectativa a razão pela qual essa belíssima obra não tenha alcançado o reconhecimento que ela merecia. Criada por Todd A. Kessler, um dos nomes responsáveis por "Damages" e "Bloodline", essa série da Apple TV+ é competente ao combinar os bastidores da moda parisiense com as cicatrizes deixadas pela Segunda Guerra Mundial, inevitavelmente dialogando com outras produções mais estilizadas e densas como "The Crown" ou até "Somos os que Tiveram Sorte" - obviamente que com um recorte estético e temático muito próprio, centrado no impacto do nazismo sobre o mundo criativo e na gênese do império Dior como resposta ao colapso moral da Europa.
Ambientada entre os anos finais da ocupação nazista e os primeiros passos da reconstrução da França, "The New Look" acompanha a trajetória de Christian Dior (Ben Mendelsohn) enquanto tenta não apenas sobreviver ao momento opressor da guerra como encontrar uma forma de reagir por meio da sua arte - o que culminaria, anos depois, no famoso lançamento da coleção que redefiniria a silhueta feminina do pós-guerra. Paralelamente, acompanhamos a trajetória de Coco Chanel (Juliette Binoche), mergulhada em um arco muito mais sombrio, que envolve alianças controversas com os nazistas, uma ambição implacável e uma suposta decadência moral. A rivalidade entre os dois, embora não fosse o foco absoluto da narrativa, ganha contornos quase mitológicos quando a série decide confrontar não só seus estilos, mas também suas visões de mundo. Confira o trailer (em inglês):
Tecnicamente,"The New Look" é uma aula de rigor visual. A direção de arte e o figurino são realmente impecáveis - algo essencial numa série que se propõe a retratar o nascimento da alta costura moderna. O trabalho de Anne Seibel (indicada ao Oscar por "Meia-Noite em Paris") no desenho de produção e o de Karen Muller Serreau (de "A Rainha Serpente") no figurino, são dignos de muitos prêmios - o trabalho da dupla não apenas recria com precisão a estética da época, como também consegue capturar as transformações simbólicas do luto, da opressão e da liberdade através da arte. Veja, cada peça usada por Dior ou por Chanel, cada molde ou tecido, tornam-se ferramentas narrativas importantes que, inseridas em um cenário deslumbrante da arquitetura parisiense, acabam colocando a série em outro patamar de elegância estética. E aqui eu preciso citar o trabalho de Kessler na direção e do mexicano Jaime Reynoso na fotografia - reparem na conexão emocional que eles criam com os tons cinzentos e apagados que dominam os momentos de repressão, em contraste com os flashes de cor que surgem quando a arte fashion toma o centro da cena. É como se o ato de criar fosse também um ato de resistência!
A escolha de fazer os personagens franceses falarem inglês (com diferentes sotaques) de fato pode causar estranhamento, principalmente para quem busca um realismo maior. Mas também é preciso dizer que esse "detalhe" rapidamente se dilui com a força das atuações do elenco. Mendelsohn opta por uma abordagem mais contida e melancólica para Dior, sublinhando sua introspecção e seu sofrimento pessoal, enquanto Binoche dá para Chanel uma camada de arrogância e de negação que incomoda (propositalmente) em cada cena. Apesar dessa atmosfera tão envolvente, o roteiro de Kessler tem momentos de hesitação. Em certos episódios, a narrativa se fragmenta em subtramas que não se sustentam com o mesmo vigor do arco principal, ou seja, falta complexidade para alguns coadjuvantes históricos como Pierre Balmain ou Cristóbal Balenciaga - eles surgem mais como acenos do que como personagens que movem a trama.
Quando foca no dilema ético e artístico de seus protagonistas, é inegável que "The New Look" encontra sua melhor forma. O embate íntimo entre a arte como "alívio" e a criação como "arma", sem dúvida, se posiciona como um dos temas mais potentes da série, sobretudo quando colocado sob a sombra de um continente devastado e moralmente fraturado - e sim, você vai ser provocado a fazer julgamentos a cada passo dos protagonistas. Dito isso, mais do que uma cinebiografia luxuosa, "The New Look" nos oferece um retrato emocional de um tempo onde a beleza precisava ser inventada para que a vida voltasse a fazer sentido. A moda, aqui, não é apenas estética: é discurso, é política, é memória. E Dior, ao contrário de Chanel, é apresentado como aquele que entendeu que vestir o corpo feminino também significava restaurar sua dignidade depois da guerra. Não, "The New Look" não é uma série perfeita, mas é inteligente ao ponto de nos envolver - eu diria até que sua própria cadência nos permite perceber como seu conceito é um dos mais elegantes e ambiciosos já criados, especialmente se olharmos pela perspectiva do poder de uma ideia, de um traço no papel, de uma essência criativa que resiste ao tempo e aos horrores de um guerra.
Vale o seu play!
Ao escutar nomes como Christian Dior e Coco Chanel, automaticamente somos remetidos ao universo da alta costura, no entanto, "The New Look" não é uma série sobre moda - ela é uma série sobre o contexto onde essas duas personalidades estiveram inseridas. Talvez tenha sido essa quebra de expectativa a razão pela qual essa belíssima obra não tenha alcançado o reconhecimento que ela merecia. Criada por Todd A. Kessler, um dos nomes responsáveis por "Damages" e "Bloodline", essa série da Apple TV+ é competente ao combinar os bastidores da moda parisiense com as cicatrizes deixadas pela Segunda Guerra Mundial, inevitavelmente dialogando com outras produções mais estilizadas e densas como "The Crown" ou até "Somos os que Tiveram Sorte" - obviamente que com um recorte estético e temático muito próprio, centrado no impacto do nazismo sobre o mundo criativo e na gênese do império Dior como resposta ao colapso moral da Europa.
Ambientada entre os anos finais da ocupação nazista e os primeiros passos da reconstrução da França, "The New Look" acompanha a trajetória de Christian Dior (Ben Mendelsohn) enquanto tenta não apenas sobreviver ao momento opressor da guerra como encontrar uma forma de reagir por meio da sua arte - o que culminaria, anos depois, no famoso lançamento da coleção que redefiniria a silhueta feminina do pós-guerra. Paralelamente, acompanhamos a trajetória de Coco Chanel (Juliette Binoche), mergulhada em um arco muito mais sombrio, que envolve alianças controversas com os nazistas, uma ambição implacável e uma suposta decadência moral. A rivalidade entre os dois, embora não fosse o foco absoluto da narrativa, ganha contornos quase mitológicos quando a série decide confrontar não só seus estilos, mas também suas visões de mundo. Confira o trailer (em inglês):
Tecnicamente,"The New Look" é uma aula de rigor visual. A direção de arte e o figurino são realmente impecáveis - algo essencial numa série que se propõe a retratar o nascimento da alta costura moderna. O trabalho de Anne Seibel (indicada ao Oscar por "Meia-Noite em Paris") no desenho de produção e o de Karen Muller Serreau (de "A Rainha Serpente") no figurino, são dignos de muitos prêmios - o trabalho da dupla não apenas recria com precisão a estética da época, como também consegue capturar as transformações simbólicas do luto, da opressão e da liberdade através da arte. Veja, cada peça usada por Dior ou por Chanel, cada molde ou tecido, tornam-se ferramentas narrativas importantes que, inseridas em um cenário deslumbrante da arquitetura parisiense, acabam colocando a série em outro patamar de elegância estética. E aqui eu preciso citar o trabalho de Kessler na direção e do mexicano Jaime Reynoso na fotografia - reparem na conexão emocional que eles criam com os tons cinzentos e apagados que dominam os momentos de repressão, em contraste com os flashes de cor que surgem quando a arte fashion toma o centro da cena. É como se o ato de criar fosse também um ato de resistência!
A escolha de fazer os personagens franceses falarem inglês (com diferentes sotaques) de fato pode causar estranhamento, principalmente para quem busca um realismo maior. Mas também é preciso dizer que esse "detalhe" rapidamente se dilui com a força das atuações do elenco. Mendelsohn opta por uma abordagem mais contida e melancólica para Dior, sublinhando sua introspecção e seu sofrimento pessoal, enquanto Binoche dá para Chanel uma camada de arrogância e de negação que incomoda (propositalmente) em cada cena. Apesar dessa atmosfera tão envolvente, o roteiro de Kessler tem momentos de hesitação. Em certos episódios, a narrativa se fragmenta em subtramas que não se sustentam com o mesmo vigor do arco principal, ou seja, falta complexidade para alguns coadjuvantes históricos como Pierre Balmain ou Cristóbal Balenciaga - eles surgem mais como acenos do que como personagens que movem a trama.
Quando foca no dilema ético e artístico de seus protagonistas, é inegável que "The New Look" encontra sua melhor forma. O embate íntimo entre a arte como "alívio" e a criação como "arma", sem dúvida, se posiciona como um dos temas mais potentes da série, sobretudo quando colocado sob a sombra de um continente devastado e moralmente fraturado - e sim, você vai ser provocado a fazer julgamentos a cada passo dos protagonistas. Dito isso, mais do que uma cinebiografia luxuosa, "The New Look" nos oferece um retrato emocional de um tempo onde a beleza precisava ser inventada para que a vida voltasse a fazer sentido. A moda, aqui, não é apenas estética: é discurso, é política, é memória. E Dior, ao contrário de Chanel, é apresentado como aquele que entendeu que vestir o corpo feminino também significava restaurar sua dignidade depois da guerra. Não, "The New Look" não é uma série perfeita, mas é inteligente ao ponto de nos envolver - eu diria até que sua própria cadência nos permite perceber como seu conceito é um dos mais elegantes e ambiciosos já criados, especialmente se olharmos pela perspectiva do poder de uma ideia, de um traço no papel, de uma essência criativa que resiste ao tempo e aos horrores de um guerra.
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