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Normandia Nua

Diretor
Philippe Le Guay
Elenco
François Cluzet, Toby Jones, François-Xavier Demaison
Ano
2018
País
França

Comédia AppleTV+ ml-dramedia ml-relacoes ml-frança ml-europa ml-cannes ml-wood-allen ml-mk

Normandia Nua

"Normandia Nua" é daqueles filmes leves e divertidos com um leve toque de crítica social - nada que torne a narrativa reflexiva demais, mas que dá o seu recado. Essa produção francesa de 2018 dirigida pelo veterano e talentoso Philippe Le Guay (de "As Mulheres do Sexto Andar") traz um cinema francês diferente, com um tom mais próximo das dramédias argentinas como "Minha Obra-Prima" ou "O Cidadão Ilustre", ou seja, se você sabe do que eu estou falando, já deu para perceber que esse "play" vale a pena, né?

O filme acompanha Georges Balbuzard (François Cluzet), o prefeito da pequena cidade de Mêle sur Sarthe, na Normandia, onde os agricultores vêm sofrendo cada vez mais por conta de uma grave crise econômica. Quando o fotógrafo Blake Newman (Toby Jones), conhecido por deixar multidões nuas em suas obras, está passando pela região, Balbuzard enxerga nisso uma oportunidade perfeita para chamar atenção da grande mídia e salvar seu povo. Só falta convencer os cidadãos, digamos tradicionais, a tirarem a roupa. Confira o trailer:

Como já possível imaginar, "Normandia Nua" não se encaixa naquela prateleira de filmes profundos, com roteiros bem estruturados e mensagens impactantes - e isso tem o seu lado bom, e outro nem tanto. O fato de existir diversas narrativas correndo em paralelo faz com que muito do arco principal, a aceitação de ter um americano querendo deixar uma cidade inteira sem roupa, perca um pouco sua força - o que é um pecado, pois esse choque cultural poderia ter sido melhor aproveitado: vimos isso na série "Famoso na França", por exemplo. Por outro lado, toda a discussão sócio-político-econômica que pontua temas como o esvaziamento dos campos, a desestruturação da agricultura familiar e a destruição dos produtores nacionais em detrimento da concorrência estrangeira, é cirurgicamente inserida de maneira inteligente e sem pesar na mão - em nenhum momento somos mais impactados do que deveríamos sobre o assunto.

As outras tramas paralelas ajudam a compor a dinâmica da cidade pequena, portanto, propositalmente, elas são mais superficiais, mesmo que reflita no cotidiano daquele universo: temos o publicitário que se muda com a família de Paris para o vilarejo e mente insistentemente para si mesmo que agora é um homem feliz e realizado, o rapaz que retorna da capital para vender a antiga loja de fotografias herdada do pai e se apaixona por uma amiga da sua ex-namorada, temos também a história de um homem falido que se culpa por não ter mais os documentos de uma área que sempre foi a paixão da sua família e até a do açougueiro que casou com uma ex-miss da cidade e morre de ciúmes dela, ainda mais agora com a possibilidade de toda cidade ve-la "pelada".

"Normandia Nua" tem François Cluzet (uma espécie de Darin da França) mais uma vez dando um show, mas também tem um Toby Jones tão tímido quanto excêntrico em uma clara homenagem ao fotógrafo Spencer Tunick, conhecido como o “fotógrafo das multidões nuas”. Sem pretensão alguma de ser um filme inesquecível, "Normandie nue" (no original) é a escolha perfeita para um dia onde você só quer relaxar, assistir uma história agradável e ainda dar algumas boas risadas.

Vale a pena!

Assista Agora

"Normandia Nua" é daqueles filmes leves e divertidos com um leve toque de crítica social - nada que torne a narrativa reflexiva demais, mas que dá o seu recado. Essa produção francesa de 2018 dirigida pelo veterano e talentoso Philippe Le Guay (de "As Mulheres do Sexto Andar") traz um cinema francês diferente, com um tom mais próximo das dramédias argentinas como "Minha Obra-Prima" ou "O Cidadão Ilustre", ou seja, se você sabe do que eu estou falando, já deu para perceber que esse "play" vale a pena, né?

O filme acompanha Georges Balbuzard (François Cluzet), o prefeito da pequena cidade de Mêle sur Sarthe, na Normandia, onde os agricultores vêm sofrendo cada vez mais por conta de uma grave crise econômica. Quando o fotógrafo Blake Newman (Toby Jones), conhecido por deixar multidões nuas em suas obras, está passando pela região, Balbuzard enxerga nisso uma oportunidade perfeita para chamar atenção da grande mídia e salvar seu povo. Só falta convencer os cidadãos, digamos tradicionais, a tirarem a roupa. Confira o trailer:

Como já possível imaginar, "Normandia Nua" não se encaixa naquela prateleira de filmes profundos, com roteiros bem estruturados e mensagens impactantes - e isso tem o seu lado bom, e outro nem tanto. O fato de existir diversas narrativas correndo em paralelo faz com que muito do arco principal, a aceitação de ter um americano querendo deixar uma cidade inteira sem roupa, perca um pouco sua força - o que é um pecado, pois esse choque cultural poderia ter sido melhor aproveitado: vimos isso na série "Famoso na França", por exemplo. Por outro lado, toda a discussão sócio-político-econômica que pontua temas como o esvaziamento dos campos, a desestruturação da agricultura familiar e a destruição dos produtores nacionais em detrimento da concorrência estrangeira, é cirurgicamente inserida de maneira inteligente e sem pesar na mão - em nenhum momento somos mais impactados do que deveríamos sobre o assunto.

As outras tramas paralelas ajudam a compor a dinâmica da cidade pequena, portanto, propositalmente, elas são mais superficiais, mesmo que reflita no cotidiano daquele universo: temos o publicitário que se muda com a família de Paris para o vilarejo e mente insistentemente para si mesmo que agora é um homem feliz e realizado, o rapaz que retorna da capital para vender a antiga loja de fotografias herdada do pai e se apaixona por uma amiga da sua ex-namorada, temos também a história de um homem falido que se culpa por não ter mais os documentos de uma área que sempre foi a paixão da sua família e até a do açougueiro que casou com uma ex-miss da cidade e morre de ciúmes dela, ainda mais agora com a possibilidade de toda cidade ve-la "pelada".

"Normandia Nua" tem François Cluzet (uma espécie de Darin da França) mais uma vez dando um show, mas também tem um Toby Jones tão tímido quanto excêntrico em uma clara homenagem ao fotógrafo Spencer Tunick, conhecido como o “fotógrafo das multidões nuas”. Sem pretensão alguma de ser um filme inesquecível, "Normandie nue" (no original) é a escolha perfeita para um dia onde você só quer relaxar, assistir uma história agradável e ainda dar algumas boas risadas.

Vale a pena!

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