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Nós

Diretor
Jordan Peele
Elenco
Lupita Nyong'o, Winston Duke, Shahadi Wright Joseph
Ano
2019
País
EUA

Suspense netflix ml-psicologico ml-shyamalan ml-relacoes ml-violencia ml-sobrenatural ml-racismo ml-familia ml-vc

Nós

Antes mesmo de "Parasita", "Nós" já tinha instalado um triplex na cabeça de muita gente e te garanto: o impacto (e a crítica) é bem semelhante - especialmente pelo "toque Jordan Peele" que o filme traz em seu DNA. O fato é que "Us", no original, é um daqueles filmes que transcendem o gênero do horror clássico para se tornar uma inquietante e poderosa reflexão sobre desigualdade social e sobre a dualidade da natureza humana. Seguindo a fórmula que o diretor apresentou em seu aclamado “Corra!” (ou "Get Out"), o filme entrega uma trama assustadora na sua essência, repleta de simbolismos e com um humor ácido que amplifica o desconforto sem nunca abandonar o valor do entretenimento. Eu diria, inclusive, que "Nós" é uma daquelas experiências fascinantes tanto para os amantes do suspense psicológico quanto para quem busca uma obra com camadas mais profundas de discussão - que normalmente divide opiniões, é verdade, mas que também coloca a obra em outra prateleira!

A história acompanha Adelaide Wilson (Lupita Nyong'o), que retorna com seu marido Gabe (Winston Duke) e seus filhos Zora (Shahadi Wright Joseph) e Jason (Evan Alex) para uma casa de veraneio onde cresceu, perto de Santa Cruz, na Califórnia. Após um traumático evento de sua infância na praia local, Adelaide vive com a constante sensação de que algo sinistro a persegue. A paranoia se concretiza quando a família é subitamente atacada por estranhas figuras que, aterrorizantemente, revelam-se como seus próprios doppelgängers, ou seja, versões sombrias de si mesmos, iniciando uma luta por sobrevivência e respostas diante do inimaginável. Confira o trailer:

Jordan Peele, mais uma vez, confirma sua genialidade ao brincar com o suspense e a tensão de forma magistral. Como de costume, sua direção é precisa e cheia de identidade, alternando habilmente momentos de alta tensão com ótimas sequências de ação e uma violência realmente visceral. Peele trabalha cuidadosamente a atmosfera que ele cria com muita competência, explorando cenários claustrofóbicos, silêncios perturbadores e o uso marcante das cores para criar um sentimento constante de insegurança e apreensão. A fotografia de Mike Gioulakis (não por acaso também fotógrafo de "Tempo" do Shyamalan) contribui diretamente para essa ambientação, usando contrastes fortes entre luz e sombra, especialmente no jogo quase mítico entre o mundo "real" e o "subterrâneo". O roteiro, nesse sentido, usa e abusa dessa riqueza de simbolismos - a metáfora central, com os doppelgängers como versões reprimidas e esquecidas da sociedade, serve como uma poderosa crítica às disparidades sociais e ao lado obscuro do sonho americano. Essa provocante dualidade presente no filme é explorada de forma genial, mostrando não apenas o confronto externo, mas também um conflito interno, existencial, sobre o quanto estamos dispostos a reconhecer nossas próprias "sombras". Reparem como Peele brinca com referências cinematográficas, desde clássicos como “O Iluminado” até “Os Pássaros” de Hitchcock, fortalecendo ainda mais essa narrativa que dialoga com ícones do gênero como poucos.

Outro ponto a se observar é como a performance de Lupita Nyong'o rouba completamente a cena. Sua atuação como Adelaide e sua perturbadora versão "Red" é simplesmente impressionante. A atriz entrega duas personalidades distintas, cada uma cheia de detalhes próprios - enquanto uma é protetora, vulnerável e assustada, a outra é uma presença ameaçadora, com movimentos rígidos e aterrorizante. Seu trabalho demonstra uma versatilidade extraordinária, em uma das melhores interpretações dos últimos anos dentro do gênero. Winston Duke oferece o contraponto perfeito, com um humor pontual, quase constrangedor, que alivia brevemente a tensão sem prejudicar o mood do filme. Outro grande destaque de "Nós" é a sua trilha sonora - Michael Abels (parceiro fundamental de Peele ao longo dos anos) utiliza desde temas clássicos até versões mais perturbadoras de músicas populares, como "I Got 5 On It" - música que se torna praticamente um personagem no filme. Enquanto Abels cria uma atmosfera sonora inesquecível, é a montagem de Nicholas Monsour (de "O Reformatório Nickel") que mantém o ritmo tão acelerado, principalmente nos momentos de revelação, onde cortes rápidos e sincronizados amplificam o impacto das imagens.

Veja, “Nós”, em certos momentos, escolhe abrir mão do mistério para oferecer explicações literais sobre a origem dos doppelgängers. Isso pode diminuir a força simbólica da história para alguns mais exigentes, porém, a habilidade narrativa de Peele e sua preocupação com as questões sociais garantem que o filme permaneça envolvente e impactante até o fim, se tornando uma prova definitiva do seu talento, colocando ele como um dos cineastas mais importantes e criativos de sua geração!

Vale muito o seu play (e se prepare para alguns sustos)!

Assista Agora

Antes mesmo de "Parasita", "Nós" já tinha instalado um triplex na cabeça de muita gente e te garanto: o impacto (e a crítica) é bem semelhante - especialmente pelo "toque Jordan Peele" que o filme traz em seu DNA. O fato é que "Us", no original, é um daqueles filmes que transcendem o gênero do horror clássico para se tornar uma inquietante e poderosa reflexão sobre desigualdade social e sobre a dualidade da natureza humana. Seguindo a fórmula que o diretor apresentou em seu aclamado “Corra!” (ou "Get Out"), o filme entrega uma trama assustadora na sua essência, repleta de simbolismos e com um humor ácido que amplifica o desconforto sem nunca abandonar o valor do entretenimento. Eu diria, inclusive, que "Nós" é uma daquelas experiências fascinantes tanto para os amantes do suspense psicológico quanto para quem busca uma obra com camadas mais profundas de discussão - que normalmente divide opiniões, é verdade, mas que também coloca a obra em outra prateleira!

A história acompanha Adelaide Wilson (Lupita Nyong'o), que retorna com seu marido Gabe (Winston Duke) e seus filhos Zora (Shahadi Wright Joseph) e Jason (Evan Alex) para uma casa de veraneio onde cresceu, perto de Santa Cruz, na Califórnia. Após um traumático evento de sua infância na praia local, Adelaide vive com a constante sensação de que algo sinistro a persegue. A paranoia se concretiza quando a família é subitamente atacada por estranhas figuras que, aterrorizantemente, revelam-se como seus próprios doppelgängers, ou seja, versões sombrias de si mesmos, iniciando uma luta por sobrevivência e respostas diante do inimaginável. Confira o trailer:

Jordan Peele, mais uma vez, confirma sua genialidade ao brincar com o suspense e a tensão de forma magistral. Como de costume, sua direção é precisa e cheia de identidade, alternando habilmente momentos de alta tensão com ótimas sequências de ação e uma violência realmente visceral. Peele trabalha cuidadosamente a atmosfera que ele cria com muita competência, explorando cenários claustrofóbicos, silêncios perturbadores e o uso marcante das cores para criar um sentimento constante de insegurança e apreensão. A fotografia de Mike Gioulakis (não por acaso também fotógrafo de "Tempo" do Shyamalan) contribui diretamente para essa ambientação, usando contrastes fortes entre luz e sombra, especialmente no jogo quase mítico entre o mundo "real" e o "subterrâneo". O roteiro, nesse sentido, usa e abusa dessa riqueza de simbolismos - a metáfora central, com os doppelgängers como versões reprimidas e esquecidas da sociedade, serve como uma poderosa crítica às disparidades sociais e ao lado obscuro do sonho americano. Essa provocante dualidade presente no filme é explorada de forma genial, mostrando não apenas o confronto externo, mas também um conflito interno, existencial, sobre o quanto estamos dispostos a reconhecer nossas próprias "sombras". Reparem como Peele brinca com referências cinematográficas, desde clássicos como “O Iluminado” até “Os Pássaros” de Hitchcock, fortalecendo ainda mais essa narrativa que dialoga com ícones do gênero como poucos.

Outro ponto a se observar é como a performance de Lupita Nyong'o rouba completamente a cena. Sua atuação como Adelaide e sua perturbadora versão "Red" é simplesmente impressionante. A atriz entrega duas personalidades distintas, cada uma cheia de detalhes próprios - enquanto uma é protetora, vulnerável e assustada, a outra é uma presença ameaçadora, com movimentos rígidos e aterrorizante. Seu trabalho demonstra uma versatilidade extraordinária, em uma das melhores interpretações dos últimos anos dentro do gênero. Winston Duke oferece o contraponto perfeito, com um humor pontual, quase constrangedor, que alivia brevemente a tensão sem prejudicar o mood do filme. Outro grande destaque de "Nós" é a sua trilha sonora - Michael Abels (parceiro fundamental de Peele ao longo dos anos) utiliza desde temas clássicos até versões mais perturbadoras de músicas populares, como "I Got 5 On It" - música que se torna praticamente um personagem no filme. Enquanto Abels cria uma atmosfera sonora inesquecível, é a montagem de Nicholas Monsour (de "O Reformatório Nickel") que mantém o ritmo tão acelerado, principalmente nos momentos de revelação, onde cortes rápidos e sincronizados amplificam o impacto das imagens.

Veja, “Nós”, em certos momentos, escolhe abrir mão do mistério para oferecer explicações literais sobre a origem dos doppelgängers. Isso pode diminuir a força simbólica da história para alguns mais exigentes, porém, a habilidade narrativa de Peele e sua preocupação com as questões sociais garantem que o filme permaneça envolvente e impactante até o fim, se tornando uma prova definitiva do seu talento, colocando ele como um dos cineastas mais importantes e criativos de sua geração!

Vale muito o seu play (e se prepare para alguns sustos)!

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