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Crash

Diretor
Paul Haggis
Elenco
Don Cheadle, Matt Dillon, Thandiwe Newton
Ano
2005
País
EUA

Drama ml-psicologico ml-relacoes ml-independente ml-perseguição ml-racismo ml-oscar ml-rm Telecine

Crash

"Crash" é um daqueles filmes polêmicos que dividem opiniões - a minha, no entanto, é a melhor possível! "Crash" tem intensidade emocional e nos remete para aquela potência narrativa de "Amores Brutos", por exemplo - talvez com um toque a mais de provocação que faz toda a diferença durante a jornada. Com algumas passagens de difícil digestão, o vencedor do Oscar de "Melhor Filme" em 2006, dirigida por Paul Haggis, é uma obra que se propõe a ser um retrato cru das complexas relações raciais e sociais em Los Angeles, trazendo uma estrutura de múltiplas narrativas entrelaçadas que, de fato, transformam nossa experiência em algo único e visceral! Com um elenco cheio de estrelas e um roteiro realmente ambicioso, o filme escancara os preconceitos enraizados na sociedade moderna onde as dinâmicas de poder afetam não só o cotidiano de cada um dos personagens como também o seu íntimo - cada qual com sua dor e desprezo. 

A sinopse oficial descreve "Crash" da seguinte maneira: Em Los Angeles, uma série de histórias se cruzam ao longo de 36 horas, revelando o impacto do racismo e da intolerância no dia a dia de pessoas de diferentes origens e classes sociais. Policiais corruptos, uma promotora branca privilegiada, um diretor de TV negro, um casal imigrante iraniano e um ladrão que questiona o próprio preconceito, são alguns dos personagens cujas vidas se chocam de maneiras inesperadas. Confira o belíssimo trailer (em inglês):

Paul Haggis conduz a trama com maestria, estruturando o filme de forma a criar conexões entre personagens que, à primeira vista, parecem não ter nada em comum. A montagem do vencedor do Oscar da categoria, Hughes Winborne, se alinha a esse conceito de forma ágil, enquanto o roteiro, também vencedor do ano, é bem estruturado ao ponto de fazer com que os acontecimentos fluam naturalmente, resultando em momentos de grande impacto emocional - para o bem e para o mal. Veja, a intenção do filme não é apenas apontar o preconceito alheio, mas provocar uma reflexão sobre nossas próprias percepções e como elas podem influenciar algumas ações que soam até inofensivas pelo olhar menos sensível e empático. O formato proposto por Haggis permite que a audiência experiencie diferentes perspectivas, julgue e tente (ou não) entender como o racismo pode surgir de formas tão inesperadas, até mesmo nas pessoas que acreditam ser imunes a ele.

Don Cheadle, Matt Dillon, Thandiwe Newton, Sandra Bullock, Michael Peña, Brendan Fraser, Terrence Howard e Ryan Phillippe entregam performances intensas, cada um trazendo nuances e humanidade para seus personagens. Dillon, em especial, se destaca interpretando um policial com atitudes questionáveis, mas que carrega uma certa complexidade que o torna mais do que apenas um vilão unidimensional. Já Michael Peña protagoniza uma das cenas mais emocionantes do filme, trazendo momentos de vulnerabilidade e conexão que sintetizam exatamente a mensagem que "Crash" se esforça tanto em passar - e que muitos não engoliram. Visualmente, o filme brinca com uma fotografia mais  sóbria e realista possível - tudo para capturar o clima urbano e a sensação de tensão latente entre os personagens. A direção de fotografia do J. Michael Muro opta por uma iluminação dramática primorosa, eu diria até poética, criando um ambiente que reflete exatamente as emoções conflitantes presentes na narrativa. A trilha sonora de Mark Isham (de "Nada é para Sempre") traz composições melancólicas que reforçam a carga emocional dos eventos do filme - repare em "In the Deep" de Kathleen York e Michael Becker. Linda demais!

"Crash" constrói um estudo de personagens envolvente, trazendo diálogos afiados e cenas memoráveis. Em vez de tratar o racismo de maneira didática, o filme prefere mostrar como ele se manifesta no cotidiano, muitas vezes de formas sutis e inesperadas. A estrutura narrativa permite que os personagens sejam apresentados em situações que desafiam suas crenças e comportamentos, mostrando que ninguém é completamente bom ou mau, mas sim produto de suas experiências e do meio em que vivem. Mesmo que sua recepção tenha gerado discussões ao longo dos anos, especialmente pela sua sua abordagem, é inegável que o filme possui méritos significativos, técnicos e artísticos, além, é claro, de ser um catalizador disposto a estimular debates importantes.

Vale muito o seu play!

Up Date: "Crash" ganhou em três categorias das seis que disputou no Oscar 2006! 

Assista Agora

"Crash" é um daqueles filmes polêmicos que dividem opiniões - a minha, no entanto, é a melhor possível! "Crash" tem intensidade emocional e nos remete para aquela potência narrativa de "Amores Brutos", por exemplo - talvez com um toque a mais de provocação que faz toda a diferença durante a jornada. Com algumas passagens de difícil digestão, o vencedor do Oscar de "Melhor Filme" em 2006, dirigida por Paul Haggis, é uma obra que se propõe a ser um retrato cru das complexas relações raciais e sociais em Los Angeles, trazendo uma estrutura de múltiplas narrativas entrelaçadas que, de fato, transformam nossa experiência em algo único e visceral! Com um elenco cheio de estrelas e um roteiro realmente ambicioso, o filme escancara os preconceitos enraizados na sociedade moderna onde as dinâmicas de poder afetam não só o cotidiano de cada um dos personagens como também o seu íntimo - cada qual com sua dor e desprezo. 

A sinopse oficial descreve "Crash" da seguinte maneira: Em Los Angeles, uma série de histórias se cruzam ao longo de 36 horas, revelando o impacto do racismo e da intolerância no dia a dia de pessoas de diferentes origens e classes sociais. Policiais corruptos, uma promotora branca privilegiada, um diretor de TV negro, um casal imigrante iraniano e um ladrão que questiona o próprio preconceito, são alguns dos personagens cujas vidas se chocam de maneiras inesperadas. Confira o belíssimo trailer (em inglês):

Paul Haggis conduz a trama com maestria, estruturando o filme de forma a criar conexões entre personagens que, à primeira vista, parecem não ter nada em comum. A montagem do vencedor do Oscar da categoria, Hughes Winborne, se alinha a esse conceito de forma ágil, enquanto o roteiro, também vencedor do ano, é bem estruturado ao ponto de fazer com que os acontecimentos fluam naturalmente, resultando em momentos de grande impacto emocional - para o bem e para o mal. Veja, a intenção do filme não é apenas apontar o preconceito alheio, mas provocar uma reflexão sobre nossas próprias percepções e como elas podem influenciar algumas ações que soam até inofensivas pelo olhar menos sensível e empático. O formato proposto por Haggis permite que a audiência experiencie diferentes perspectivas, julgue e tente (ou não) entender como o racismo pode surgir de formas tão inesperadas, até mesmo nas pessoas que acreditam ser imunes a ele.

Don Cheadle, Matt Dillon, Thandiwe Newton, Sandra Bullock, Michael Peña, Brendan Fraser, Terrence Howard e Ryan Phillippe entregam performances intensas, cada um trazendo nuances e humanidade para seus personagens. Dillon, em especial, se destaca interpretando um policial com atitudes questionáveis, mas que carrega uma certa complexidade que o torna mais do que apenas um vilão unidimensional. Já Michael Peña protagoniza uma das cenas mais emocionantes do filme, trazendo momentos de vulnerabilidade e conexão que sintetizam exatamente a mensagem que "Crash" se esforça tanto em passar - e que muitos não engoliram. Visualmente, o filme brinca com uma fotografia mais  sóbria e realista possível - tudo para capturar o clima urbano e a sensação de tensão latente entre os personagens. A direção de fotografia do J. Michael Muro opta por uma iluminação dramática primorosa, eu diria até poética, criando um ambiente que reflete exatamente as emoções conflitantes presentes na narrativa. A trilha sonora de Mark Isham (de "Nada é para Sempre") traz composições melancólicas que reforçam a carga emocional dos eventos do filme - repare em "In the Deep" de Kathleen York e Michael Becker. Linda demais!

"Crash" constrói um estudo de personagens envolvente, trazendo diálogos afiados e cenas memoráveis. Em vez de tratar o racismo de maneira didática, o filme prefere mostrar como ele se manifesta no cotidiano, muitas vezes de formas sutis e inesperadas. A estrutura narrativa permite que os personagens sejam apresentados em situações que desafiam suas crenças e comportamentos, mostrando que ninguém é completamente bom ou mau, mas sim produto de suas experiências e do meio em que vivem. Mesmo que sua recepção tenha gerado discussões ao longo dos anos, especialmente pela sua sua abordagem, é inegável que o filme possui méritos significativos, técnicos e artísticos, além, é claro, de ser um catalizador disposto a estimular debates importantes.

Vale muito o seu play!

Up Date: "Crash" ganhou em três categorias das seis que disputou no Oscar 2006! 

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