indika.tv - Era uma vez um Gênio
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Era uma vez um Gênio

Diretor
George Miller
Elenco
Tilda Swinton, Idris Elba
Ano
2022
País
Australia

Drama Prime Video ml-psicologico ml-religiao ml-relacoes ml-casal ml-aronofsky

Era uma vez um Gênio

"Era uma vez um Gênio" é um grande filme, mas não deve agradar a todos e é muito simples explicar a razão: seu roteiro é cheio de simbolismo, que demanda um aprofundamento que vai além do diálogo ou do que vemos na tela, sua trama exige uma certa reflexão, uma busca pela conexão dos pontos e que em hipótese nenhuma é (ou será) explicada. O filme dirigido pelo grande George Miller (de "Mad Max: Estrada da Fúria") se afasta do entretenimento superficial e ultrapassa o óbvio para discutir como algumas decisões que tomamos cobram seu preço ao mesmo tempo em que também entrega uma série de coisas boas que tem seu valor. Olha, "Era uma vez um Gênio" é uma espécie de "Fonte da Vida" com "Mãe!" (ambos do Darren Aronofsky) com um leve toque de "Entrevista com o Vampiro".

A Dra. Alithea Binnie (Tilda Swinton) é uma académica respeitada, referência como historiadora, satisfeita com seu estilo de vida e uma pessoa extremamente racional. Durante uma visita a Istambul para participar de uma conferência, ela acaba experienciando uma situação fantástica quando encontra um Génio (Idris Elba) que lhe oferece três desejos em troca da sua liberdade. Porém, o que parecia uma simples fábula, na verdade se torna uma fantástica discussão sobre o amor e a solidão. Confira o trailer:

O roteiro do próprio Miller nos convida para uma reflexão antes mesmo de nos darmos conta de tudo que vamos encontrar em duas horas de história - é a partir daí que, propositalmente, as provocações se tornam excelentes reflexões. Veja, conhecer o valor de uma história é entender o papel social que ela desempenha como troca de experiências, capaz de explicar algo que ainda, digamos, não pode ser bem definida racionalmente - foi assim que surgiram diferentes mitologias (nórdica, grega, egípcia, etc) que pautaram a evolução humana. O que dizer, por exemplo, quando algumas questões mais complexas da vida passam a ter explicações realistas com base "apenas" na ciência, as histórias então perdem sentido? Passaram a funcionar apenas como metáforas? 

Em "Era uma vez um Gênio" tudo é uma grande metáfora, porém inserida dentro de um embate dos mais inteligentes: se de um lado temos o a força academia de Binnie, do outro temos as histórias vividas por, acreditem, um Gênio. Envolvido por uma atmosfera brilhante, Miller Miller cria uma verdadeira viagem para os olhos e para os ouvidos, começando pela fotografia maravilhosa do John Seale (vencedor do Oscar por "O Paciente Inglês") extremamente alinhada a um desenho de produção riquíssimo de Roger Ford (de "Babe"), uma trilha cirúrgica de Tom Holkenborg ("Mad Max: Estrada da Fúria"), além, é claro, de figurinos de cair o queixo de Kym Barret (de "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis") - aliás, é surpreendente o fato do filme não ter sido indicado em nenhuma categoria no Oscars 2023.

Como uma verdadeira experiência sensorial, "3000 Years of Longing" (no original) é surpreendente em sua intensidade mesmo dentro de sua proposta mais cadenciada - natural em uma conversa entre dois personagens ou em uma narrativa em off que serve para emoldurar o visual menos realista dos acontecimentos históricos. Para ficar mais fácil de entender, é como se estivéssemos lendo um livro e imaginando cada cena sem se preocupar exatamente com a riqueza de detalhes exata de uma época, mesmo tendo todas as referências para isso - é lindo! Em um jogo brilhante onde suas muitas histórias vão se conectando (espiritualmente até), ou na forma como Tilda Swinton e Idris Elba se provocam (fisicamente e emocionalmente) e até na escolha conceitual de George Miller ao retratar o vazio existencial usando a semiótica como base, posso garantir que esse filme é um presente para quem estiver disposto a embarcar nessa jornada com o coração aberto (mesmo que no final ele fique apertado)!

Vale muito o seu play (mas só se você gostou de "Fonte da Vida" ou de "Mãe!")!

Assista Agora

"Era uma vez um Gênio" é um grande filme, mas não deve agradar a todos e é muito simples explicar a razão: seu roteiro é cheio de simbolismo, que demanda um aprofundamento que vai além do diálogo ou do que vemos na tela, sua trama exige uma certa reflexão, uma busca pela conexão dos pontos e que em hipótese nenhuma é (ou será) explicada. O filme dirigido pelo grande George Miller (de "Mad Max: Estrada da Fúria") se afasta do entretenimento superficial e ultrapassa o óbvio para discutir como algumas decisões que tomamos cobram seu preço ao mesmo tempo em que também entrega uma série de coisas boas que tem seu valor. Olha, "Era uma vez um Gênio" é uma espécie de "Fonte da Vida" com "Mãe!" (ambos do Darren Aronofsky) com um leve toque de "Entrevista com o Vampiro".

A Dra. Alithea Binnie (Tilda Swinton) é uma académica respeitada, referência como historiadora, satisfeita com seu estilo de vida e uma pessoa extremamente racional. Durante uma visita a Istambul para participar de uma conferência, ela acaba experienciando uma situação fantástica quando encontra um Génio (Idris Elba) que lhe oferece três desejos em troca da sua liberdade. Porém, o que parecia uma simples fábula, na verdade se torna uma fantástica discussão sobre o amor e a solidão. Confira o trailer:

O roteiro do próprio Miller nos convida para uma reflexão antes mesmo de nos darmos conta de tudo que vamos encontrar em duas horas de história - é a partir daí que, propositalmente, as provocações se tornam excelentes reflexões. Veja, conhecer o valor de uma história é entender o papel social que ela desempenha como troca de experiências, capaz de explicar algo que ainda, digamos, não pode ser bem definida racionalmente - foi assim que surgiram diferentes mitologias (nórdica, grega, egípcia, etc) que pautaram a evolução humana. O que dizer, por exemplo, quando algumas questões mais complexas da vida passam a ter explicações realistas com base "apenas" na ciência, as histórias então perdem sentido? Passaram a funcionar apenas como metáforas? 

Em "Era uma vez um Gênio" tudo é uma grande metáfora, porém inserida dentro de um embate dos mais inteligentes: se de um lado temos o a força academia de Binnie, do outro temos as histórias vividas por, acreditem, um Gênio. Envolvido por uma atmosfera brilhante, Miller Miller cria uma verdadeira viagem para os olhos e para os ouvidos, começando pela fotografia maravilhosa do John Seale (vencedor do Oscar por "O Paciente Inglês") extremamente alinhada a um desenho de produção riquíssimo de Roger Ford (de "Babe"), uma trilha cirúrgica de Tom Holkenborg ("Mad Max: Estrada da Fúria"), além, é claro, de figurinos de cair o queixo de Kym Barret (de "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis") - aliás, é surpreendente o fato do filme não ter sido indicado em nenhuma categoria no Oscars 2023.

Como uma verdadeira experiência sensorial, "3000 Years of Longing" (no original) é surpreendente em sua intensidade mesmo dentro de sua proposta mais cadenciada - natural em uma conversa entre dois personagens ou em uma narrativa em off que serve para emoldurar o visual menos realista dos acontecimentos históricos. Para ficar mais fácil de entender, é como se estivéssemos lendo um livro e imaginando cada cena sem se preocupar exatamente com a riqueza de detalhes exata de uma época, mesmo tendo todas as referências para isso - é lindo! Em um jogo brilhante onde suas muitas histórias vão se conectando (espiritualmente até), ou na forma como Tilda Swinton e Idris Elba se provocam (fisicamente e emocionalmente) e até na escolha conceitual de George Miller ao retratar o vazio existencial usando a semiótica como base, posso garantir que esse filme é um presente para quem estiver disposto a embarcar nessa jornada com o coração aberto (mesmo que no final ele fique apertado)!

Vale muito o seu play (mas só se você gostou de "Fonte da Vida" ou de "Mãe!")!

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