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Remédio Amargo

Diretor
Carles Torras
Elenco
Mario Casas, Déborah François, Guillermo Pfening
Ano
2020
País
Espanha

Suspense netflix ml-psicologico ml-relacoes ml-europa ml-espanha ml-vc

Remédio Amargo

"Remédio Amargo" é mais um filme espanhol da Netflix que entra no hype para quem gosta de suspense psicológico. O grande problema, porém, é que o filme também é mais uma "sessão da tarde" e que logo será esquecido! O filme não é ruim, mas está longe de ter o impacto de "Quem com ferro fere" ou, melhor ainda, de "A Casa" - embora essas sejam ótimas referências para quem quer experimentar "Remédio Amargo", já que segue a mesma linha de narrativa!

Angel (Mário Casas) é um paramédico com caráter duvidoso, com fortes traços paranóicos e possessivos, que leva uma vida monótona com sua namorada Vane (Déborah François). Certo dia, voltando de uma ocorrência, a ambulância de Angel sofre um acidente e ele acaba ficando paraplégico. A partir daí, com a autoestima lá embaixo, ele passa a ser cada vez mais abusivo com Vane até que ela resolve deixa-lo. Inconformado, Angel se transforma em um obsessivo patológico, transformando a vida da ex-namorada em um verdadeiro inferno! Confira o trailer original:

É inegável que "El Practicante" (título original) se apoia em um amontoado de clichês de gênero e mesmo trazendo muitas referência de "Louca Obsessão" (1990), não consegue ser aproxima do nível de tensão e da potência visual que foi o filme Rob Reiner - que inclusive rendeu o Oscar de "Melhor Atriz" para Kathy Bates em 1991. Com tudo, não se pode dizer que essa produção espanhola não seja um bom entretenimento, especialmente para um público menos exigente e disposto em embarcar em uma história previsível, mas que vai render alguns bons momentos. 

O roteiro de "Remédio Amargo" até se esforça, mas não surpreende. David Desola, que também esteve a frente de "O Poço", parece ter escolhido um caminho mais seguro dessa vez e com isso acabou se afastando de uma identidade que parecia bastante promissora ao discutir temas difíceis com o auxílio da semiótica. Ao trazer um personagem interessante como Angel, Desola flertou com a construção de uma psiquê bem elaborada, profunda e complexa, como a de Goreng (Ivan Massagué), por exemplo, mas com o decorrer do filme, o próprio texto vai colocando o trabalho de Mário Casas no "lugar comum". As soluções narrativas são fracas e os diálogos muitos inconstantes para quem tinha a pretensão de entregar um filme denso.

A direção Carles Torras é competente, mas também sofre com  o amontoado de clichês. O fato do filme se passar 80% dentro da casa de Angel não foi verdadeiramente bem aproveitado - o que eu quero dizer, é que não existe aquela sensação claustrofóbica do cárcere privado! Se faltou algo para Torras, talvez tenha sido a liberdade (ou a personalidade) de colocar um conceito mais autoral dentro daquela narrativa. Existe uma certa tensão, mas como tudo é tão óbvio, não mergulhamos naquele universo, apenas assistimos, nos divertimos e pronto! A fotografia do Juan Sebastián Vasquez e a trilha sonora até ajudam na construção do clima, mas não resolvem, ou melhor, não são suficientes para nos incomodar como pareceu ser o caso após 30 minutos de filme.

"Remédio Amargo" tem o mérito de ter uma trama envolvente e uma certa dinâmica que, de fato, conseguem nos prender - principalmente por nos colocar a dúvida de quão longe pode ir a loucura de Angel e onde esse comportamento vai acabar - e aqui cabe um comentário muito pessoal: faltou a coragem de Paco Plaza ("Quem com ferro fere") para surpreender ou nos tirar da zona de conforto com um final mais elaborado. Mais uma vez, vale o play pelo entretenimento "pipoca" do sábado chuvoso!

Assista Agora

"Remédio Amargo" é mais um filme espanhol da Netflix que entra no hype para quem gosta de suspense psicológico. O grande problema, porém, é que o filme também é mais uma "sessão da tarde" e que logo será esquecido! O filme não é ruim, mas está longe de ter o impacto de "Quem com ferro fere" ou, melhor ainda, de "A Casa" - embora essas sejam ótimas referências para quem quer experimentar "Remédio Amargo", já que segue a mesma linha de narrativa!

Angel (Mário Casas) é um paramédico com caráter duvidoso, com fortes traços paranóicos e possessivos, que leva uma vida monótona com sua namorada Vane (Déborah François). Certo dia, voltando de uma ocorrência, a ambulância de Angel sofre um acidente e ele acaba ficando paraplégico. A partir daí, com a autoestima lá embaixo, ele passa a ser cada vez mais abusivo com Vane até que ela resolve deixa-lo. Inconformado, Angel se transforma em um obsessivo patológico, transformando a vida da ex-namorada em um verdadeiro inferno! Confira o trailer original:

É inegável que "El Practicante" (título original) se apoia em um amontoado de clichês de gênero e mesmo trazendo muitas referência de "Louca Obsessão" (1990), não consegue ser aproxima do nível de tensão e da potência visual que foi o filme Rob Reiner - que inclusive rendeu o Oscar de "Melhor Atriz" para Kathy Bates em 1991. Com tudo, não se pode dizer que essa produção espanhola não seja um bom entretenimento, especialmente para um público menos exigente e disposto em embarcar em uma história previsível, mas que vai render alguns bons momentos. 

O roteiro de "Remédio Amargo" até se esforça, mas não surpreende. David Desola, que também esteve a frente de "O Poço", parece ter escolhido um caminho mais seguro dessa vez e com isso acabou se afastando de uma identidade que parecia bastante promissora ao discutir temas difíceis com o auxílio da semiótica. Ao trazer um personagem interessante como Angel, Desola flertou com a construção de uma psiquê bem elaborada, profunda e complexa, como a de Goreng (Ivan Massagué), por exemplo, mas com o decorrer do filme, o próprio texto vai colocando o trabalho de Mário Casas no "lugar comum". As soluções narrativas são fracas e os diálogos muitos inconstantes para quem tinha a pretensão de entregar um filme denso.

A direção Carles Torras é competente, mas também sofre com  o amontoado de clichês. O fato do filme se passar 80% dentro da casa de Angel não foi verdadeiramente bem aproveitado - o que eu quero dizer, é que não existe aquela sensação claustrofóbica do cárcere privado! Se faltou algo para Torras, talvez tenha sido a liberdade (ou a personalidade) de colocar um conceito mais autoral dentro daquela narrativa. Existe uma certa tensão, mas como tudo é tão óbvio, não mergulhamos naquele universo, apenas assistimos, nos divertimos e pronto! A fotografia do Juan Sebastián Vasquez e a trilha sonora até ajudam na construção do clima, mas não resolvem, ou melhor, não são suficientes para nos incomodar como pareceu ser o caso após 30 minutos de filme.

"Remédio Amargo" tem o mérito de ter uma trama envolvente e uma certa dinâmica que, de fato, conseguem nos prender - principalmente por nos colocar a dúvida de quão longe pode ir a loucura de Angel e onde esse comportamento vai acabar - e aqui cabe um comentário muito pessoal: faltou a coragem de Paco Plaza ("Quem com ferro fere") para surpreender ou nos tirar da zona de conforto com um final mais elaborado. Mais uma vez, vale o play pelo entretenimento "pipoca" do sábado chuvoso!

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