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O Cheiro do Ouro

Diretor
Jérémie Rozan
Elenco
Raphaël Quenard, Agathe Rousselle, Igor Gotesman
Ano
2023
País
França

Comédia netflix ml-dramedia ml-empreendedorismo ml-jovem ml-vince-gilligan ml-crime ml-frança ml-assalto ml-lcp

O Cheiro do Ouro

Na linha de "Como Vender Drogas Online (Rápido)" e "Clark", para citar só dois exemplos de produções divertidas sobre "até onde a ganância pode nos levar", "O Cheiro do Ouro" chega com seu humor ácido, personagens cativantes e uma trama envolvente que te prende do início ao fim - eu diria que estamos diante de um ótimo entretenimento e só. Dirigido pelo estreante Jérémie Rozan e diferente das referências citadas, o filme não é baseado em uma história real, embora aborde com muita ironia questões relevantes sobre riqueza geracional e desigualdade social, especialmente em cidades pequenas onde o "sobrenome" vale mais do que tudo. A empresa fictícia Breuil & Sons é apresentada como um símbolo universalmente reconhecível de riqueza e poder, independentemente da sua origem ou das dificuldades que seu fundador passou (não é essa a pauta), justamente por isso que a relação entre "mocinho" e "bandido", "certo" ou "errado", movimenta a trama e inevitavelmente nos conecta com o personagem transgressor - ao ponto de torcermos pelo seu sucesso "custe o que custar". 

Daniel Sauveur (Raphaël Quenard) é um rapaz comum que trabalha em uma empresa de logística de perfumes de luxo, cercado por aromas inebriantes e preços exorbitantes. Cansado de sua vida medíocre e da exploração dos "Breuil", seus patrões, ele bola um plano audacioso: desviar perfumes caros para vender no mercado negro bem mais barato. Confira o trailer (em francês):

Mesmo fantasiada de um entretenimento despretensioso e divertido, "O Cheiro do Ouro" realmente constrói um universo bastante particular que nos remete muito ao estilo que Vince Gilligan adora imprimir em seus projetos: personagens cheios de camadas, diálogos afiados e aquela critica desconfortável sobre moralidade, narrado por quem tem os seus motivos para agir daquela forma. A direção de Rozan mostra que sabe bem disso e se apoia nessa premissa para, com uma tocada precisa e criativa, transformar uma história simples em algo dinâmico e apaixonante. Veja, ao levantar discussões sobre o papel dos negócios familiares em uma economia local sem outras oportunidades, o diretor mais uma vez brinca com a percepção (quase sempre fantasiosa) de que uma administração familiar só cria uma geração de “ricos preguiçosos” que dependem apenas da herança e de quem trabalha duro para eles para ganhar ainda mais dinheiro.

Dito isso, não espere uma trama que vai te arrancar gargalhadas, mas com certeza ela irá te fazer pensar sobre a razão daquilo tudo não ser uma série que justificaria explorar mais a fundo cada um daqueles personagens - seria incrível e com muito potencial. Ao nos convidar a refletir sobre temas como desigualdade social, ganância e o sonho de uma vida melhor, a jornada de Daniel nos leva a questionar os valores da sociedade moderna e como a busca por meios, digamos, "alternativos", nem parece tão ruim assim. Raphaël Quenard entrega uma performance interessante, imprimindo aquele carisma do jovem cheio de sonhos e disposto a tudo para ter uma vida mais digna - sim, o protagonista tem aquela sagacidade que adoramos acompanhar, mas sem esquecer do toque de melancolia de quem vive na linha tênue entre o sucesso e o fracasso. Essa ganância angustiante está lá e dita o ritmo da trama.

"O Cheiro do Ouro" é um filme que diverte pela sua simplicidade - nada soa rebuscado e é essa a proposta de Rozan que também escreveu o roteiro - sim, esse é mais um exemplo do "jeito Breaking Bad" de subverter os padrões morais da narrativa em pró do bom entretenimento. Funciona!

Vale o seu play!

Assista Agora

Na linha de "Como Vender Drogas Online (Rápido)" e "Clark", para citar só dois exemplos de produções divertidas sobre "até onde a ganância pode nos levar", "O Cheiro do Ouro" chega com seu humor ácido, personagens cativantes e uma trama envolvente que te prende do início ao fim - eu diria que estamos diante de um ótimo entretenimento e só. Dirigido pelo estreante Jérémie Rozan e diferente das referências citadas, o filme não é baseado em uma história real, embora aborde com muita ironia questões relevantes sobre riqueza geracional e desigualdade social, especialmente em cidades pequenas onde o "sobrenome" vale mais do que tudo. A empresa fictícia Breuil & Sons é apresentada como um símbolo universalmente reconhecível de riqueza e poder, independentemente da sua origem ou das dificuldades que seu fundador passou (não é essa a pauta), justamente por isso que a relação entre "mocinho" e "bandido", "certo" ou "errado", movimenta a trama e inevitavelmente nos conecta com o personagem transgressor - ao ponto de torcermos pelo seu sucesso "custe o que custar". 

Daniel Sauveur (Raphaël Quenard) é um rapaz comum que trabalha em uma empresa de logística de perfumes de luxo, cercado por aromas inebriantes e preços exorbitantes. Cansado de sua vida medíocre e da exploração dos "Breuil", seus patrões, ele bola um plano audacioso: desviar perfumes caros para vender no mercado negro bem mais barato. Confira o trailer (em francês):

Mesmo fantasiada de um entretenimento despretensioso e divertido, "O Cheiro do Ouro" realmente constrói um universo bastante particular que nos remete muito ao estilo que Vince Gilligan adora imprimir em seus projetos: personagens cheios de camadas, diálogos afiados e aquela critica desconfortável sobre moralidade, narrado por quem tem os seus motivos para agir daquela forma. A direção de Rozan mostra que sabe bem disso e se apoia nessa premissa para, com uma tocada precisa e criativa, transformar uma história simples em algo dinâmico e apaixonante. Veja, ao levantar discussões sobre o papel dos negócios familiares em uma economia local sem outras oportunidades, o diretor mais uma vez brinca com a percepção (quase sempre fantasiosa) de que uma administração familiar só cria uma geração de “ricos preguiçosos” que dependem apenas da herança e de quem trabalha duro para eles para ganhar ainda mais dinheiro.

Dito isso, não espere uma trama que vai te arrancar gargalhadas, mas com certeza ela irá te fazer pensar sobre a razão daquilo tudo não ser uma série que justificaria explorar mais a fundo cada um daqueles personagens - seria incrível e com muito potencial. Ao nos convidar a refletir sobre temas como desigualdade social, ganância e o sonho de uma vida melhor, a jornada de Daniel nos leva a questionar os valores da sociedade moderna e como a busca por meios, digamos, "alternativos", nem parece tão ruim assim. Raphaël Quenard entrega uma performance interessante, imprimindo aquele carisma do jovem cheio de sonhos e disposto a tudo para ter uma vida mais digna - sim, o protagonista tem aquela sagacidade que adoramos acompanhar, mas sem esquecer do toque de melancolia de quem vive na linha tênue entre o sucesso e o fracasso. Essa ganância angustiante está lá e dita o ritmo da trama.

"O Cheiro do Ouro" é um filme que diverte pela sua simplicidade - nada soa rebuscado e é essa a proposta de Rozan que também escreveu o roteiro - sim, esse é mais um exemplo do "jeito Breaking Bad" de subverter os padrões morais da narrativa em pró do bom entretenimento. Funciona!

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