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A Sociedade da Neve

Diretor
Juan Antonio Bayona
Elenco
Enzo Vogrincic Roldán, Simón Hempe, Agustín Pardella
Ano
2023
País
Espanha

Drama netflix ml-real ml-catastrofe ml-oscar ml-espanha ml-superação ml-gb ml-natureza

A Sociedade da Neve

Simplesmente sensacional!

O representante espanhol no Oscar 2024, "A Sociedade da Neve", é incrível em todos os sentidos: visceral, angustiante, emocionante e muito impactante, além de inegavelmente um dos melhores filmes de 2023! Embora a trama foque na busca incansável pela sobrevivência em condições devastadoras, obviamente potencializada por se tratar de uma história real, o filme dirigido pelo Juan Antonio Bayona (de "O Impossível")  é muito feliz em trazer para discussão a importância das relações e a força do espírito humano. Eu sei que pode até parecer piegas, mas é impressionante como, mesmo diante das adversidades mais extremas, o ser humano é capaz de encontrar a esperança e a vontade de viver. Para você ter uma ideia, não será preciso mais do que 45 minutos para você ter a exata noção do inferno que aquelas pessoas viveram e quando você achar que já chegou no seu limite, você ainda terá pelo menos mais 90 minutos de história pela frente. Uma verdadeira pancada!

Para quem não sabe, "A Sociedade da Neve" nos apresenta em detalhes a história do voo 571 da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar uma equipe de rugby ao Chile, que caiu em uma geleira no coração dos Andes em 1972. Apenas 29 de seus 45 passageiros sobrevivem ao acidente. Presos em um dos ambientes mais inacessíveis e hostis no planeta, esses sobreviventes são obrigados a recorrer a medidas das mais extremas para se manterem vivos enquanto esperam o resgate. Confira o trailer:

Baseada no livro homônimo de Pablo Vierci, o filme chama muito nossa atenção pela riqueza de detalhes na recriação daquele contexto tão desesperador. Bayona consegue construir uma dinâmica narrativa que é ao mesmo tempo emocionante e perturbadora, tensa e comovente. Visualmente deslumbrante, tanto a sequência  do acidente aéreo quando as cenas que se seguiram nos Andes, tudo é de tirar o fôlego. O trabalho do fotógrafo uruguaio Pedro Luque (de "O Homem nas Trevas 2") é fundamental para a desconfortável sensação de imersão que somos "obrigados" a lidar ao assistir o filme - realmente impecável, Luque captura a beleza e a brutalidade da natureza como poucos.

Outro ponto que merece muito destaque, sem dúvida, é o elenco. Agustín Pardella é particularmente impressionante como Nando Parrado, um dos líderes dos sobreviventes e responsável por um dos momentos mais emocionantes do filme. Reparem como Pardella transmite com perfeição toda a determinação e a força de vontade de Parrado - uma das figuras mais inspiradoras da história e talvez o maior elo de conexão entre a audiência e todo aquele drama. Enzo Vogrincic como Numa Turcatti também merece muitos elogios - sua performance como narrador é sensível, profunda, comovente e filosófica. A trilha sonora composta pelo Michael Giacchino (vencedor do Oscar por "Up: Altas Aventuras") e o desenho de som do Marc Bech (de "O Home Duplicado") são dois outros elementos dignos de muitos prêmios e que ajudam a compor esse clima de suspense e tensão que Bayona se propôs a reproduzir.

Sem cair na glamourização hollywoodiana, "A Sociedade da Neve" tem um requinte (para não dizer "perfeição") técnico e artístico que justifica as 13 indicações ao prêmio Goya de 2024, mas é na sua escolha conceitual que o filme muda mesmo de patamar. Bayona é inteligente ao evitar a exploração gratuita do aspecto mais gráfico ou visual quando temas como o canibalismo, por exemplo, vem à tona. Ao seguir por um caminho mais inteligente, focando no estado psicológico daqueles que são forçados a tomar uma drástica decisão em troca da sobrevivência, o diretor usa do dilema moral para nos provocar uma reflexão dura sobre os limites intransponíveis que perdem o sentido de acordo com a situação que estamos passando - e machuca!

Olha, um golaço da Netflix com cheirinho de Oscar!

Assista Agora

Simplesmente sensacional!

O representante espanhol no Oscar 2024, "A Sociedade da Neve", é incrível em todos os sentidos: visceral, angustiante, emocionante e muito impactante, além de inegavelmente um dos melhores filmes de 2023! Embora a trama foque na busca incansável pela sobrevivência em condições devastadoras, obviamente potencializada por se tratar de uma história real, o filme dirigido pelo Juan Antonio Bayona (de "O Impossível")  é muito feliz em trazer para discussão a importância das relações e a força do espírito humano. Eu sei que pode até parecer piegas, mas é impressionante como, mesmo diante das adversidades mais extremas, o ser humano é capaz de encontrar a esperança e a vontade de viver. Para você ter uma ideia, não será preciso mais do que 45 minutos para você ter a exata noção do inferno que aquelas pessoas viveram e quando você achar que já chegou no seu limite, você ainda terá pelo menos mais 90 minutos de história pela frente. Uma verdadeira pancada!

Para quem não sabe, "A Sociedade da Neve" nos apresenta em detalhes a história do voo 571 da Força Aérea Uruguaia, fretado para levar uma equipe de rugby ao Chile, que caiu em uma geleira no coração dos Andes em 1972. Apenas 29 de seus 45 passageiros sobrevivem ao acidente. Presos em um dos ambientes mais inacessíveis e hostis no planeta, esses sobreviventes são obrigados a recorrer a medidas das mais extremas para se manterem vivos enquanto esperam o resgate. Confira o trailer:

Baseada no livro homônimo de Pablo Vierci, o filme chama muito nossa atenção pela riqueza de detalhes na recriação daquele contexto tão desesperador. Bayona consegue construir uma dinâmica narrativa que é ao mesmo tempo emocionante e perturbadora, tensa e comovente. Visualmente deslumbrante, tanto a sequência  do acidente aéreo quando as cenas que se seguiram nos Andes, tudo é de tirar o fôlego. O trabalho do fotógrafo uruguaio Pedro Luque (de "O Homem nas Trevas 2") é fundamental para a desconfortável sensação de imersão que somos "obrigados" a lidar ao assistir o filme - realmente impecável, Luque captura a beleza e a brutalidade da natureza como poucos.

Outro ponto que merece muito destaque, sem dúvida, é o elenco. Agustín Pardella é particularmente impressionante como Nando Parrado, um dos líderes dos sobreviventes e responsável por um dos momentos mais emocionantes do filme. Reparem como Pardella transmite com perfeição toda a determinação e a força de vontade de Parrado - uma das figuras mais inspiradoras da história e talvez o maior elo de conexão entre a audiência e todo aquele drama. Enzo Vogrincic como Numa Turcatti também merece muitos elogios - sua performance como narrador é sensível, profunda, comovente e filosófica. A trilha sonora composta pelo Michael Giacchino (vencedor do Oscar por "Up: Altas Aventuras") e o desenho de som do Marc Bech (de "O Home Duplicado") são dois outros elementos dignos de muitos prêmios e que ajudam a compor esse clima de suspense e tensão que Bayona se propôs a reproduzir.

Sem cair na glamourização hollywoodiana, "A Sociedade da Neve" tem um requinte (para não dizer "perfeição") técnico e artístico que justifica as 13 indicações ao prêmio Goya de 2024, mas é na sua escolha conceitual que o filme muda mesmo de patamar. Bayona é inteligente ao evitar a exploração gratuita do aspecto mais gráfico ou visual quando temas como o canibalismo, por exemplo, vem à tona. Ao seguir por um caminho mais inteligente, focando no estado psicológico daqueles que são forçados a tomar uma drástica decisão em troca da sobrevivência, o diretor usa do dilema moral para nos provocar uma reflexão dura sobre os limites intransponíveis que perdem o sentido de acordo com a situação que estamos passando - e machuca!

Olha, um golaço da Netflix com cheirinho de Oscar!

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