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Saída à Francesa

Diretor
Azazel Jacobs
Elenco
Michelle Pfeiffer, Lucas Hedges, Valerie Mahaffey
Ano
2023
País
Canadá

Drama netflix ml-dramedia ml-relacoes ml-independente ml-familia ml-amigos ml-wood-allen ml-rm ml-mk

Saída à Francesa

Antes de continuarmos eu preciso te passar duas informações importantes: só assista "Saída à Francesa" se você gostar de filmes "estilo Woody Allen" e também saiba que esse filme não se trata de uma comédia romântica, muito pelo contrário, para mim, a história se encaixa muito mais como um drama de relações e, aí sim, com bons elementos de comédia - a famosa "dramédia". Dito isso, fica muito simples de analisar o conceito narrativo do filme dirigido pelo Azazel Jacobs (de "The Lovers") já que mesmo com escolhas narrativas que soam próximas do absurdo, é possível se divertir e ainda refletir sobre toda aquela atmosfera introspectiva que envolve a protagonista Frances Price (uma Michelle Pfeiffer impagável - inclusive indicada ao Globo de Ouro por essa performance em 2021).

Frances (Michelle Pfeiffer) é uma socialite viúva e sem dinheiro que mora em Manhattan, cujo marido morreu há quase duas décadas. Com sua herança evaporando, ela recolhe o último de seus bens e resolve viver seus dias de solidão anonimamente em um apartamento emprestado em Paris, acompanhada por seu filho Malcolm (Lucas Hedge) e de um gato de estimação. Confira o trailer:

Baseado no livro homônimo de Patrick DeWitt (que também escreve o roteiro), "Saída à Francesa" é basicamente um estudo de caso psicológico de uma mulher marcada pelo seu passado que é incapaz de se relacionar com um presente completamente diferente do que ela jamais sonhou. Embora o filme possua uma narrativa bastante peculiar, com um ritmo até mais cadenciado, é impressionante como a trama usa do "insano" para nos envolver emocionalmente e nos mostrar que mesmo a partir de uma personagem essencialmente egoísta e inconsequente, existe um ser humano sensível que, infelizmente, não soube lidar com a melancolia e com a dor de ter priorizado a superficialidade do material para preencher seu vazio existencial.

Francis tem uma aura lunática, fato - que por sinal gera bons momentos como a cena em que um garçom francês demora para trazer a conta. Mas, na minha opinião, esse não é o ponto forte do filme e sim o gatilho para que possamos entender a profundidade do texto de DeWitt. Veja, aqui temos uma personagem imponente que costuma intimidar as pessoas sem precisar falar nada, sendo apenas imprevisível, que busca se relacionar com um filho que se anula de diversas formas para tentar se moldar a algo que agrade o ego inflado de sua mãe - mesmo que soe estereotipado em um primeiro olhar, essa construção tem um sentido verdadeiro, uma marca intensa, difícil de lidar e que quando desvendada, conecta vários pontos e faz tudo ganhar outro sentido. Isso sem falar na coragem de Jacobs e de DeWitt em entregar um final digno de um bom premiado drama independente ao som de uma trilha sonora belíssima e tendo Paris como cenário.

“Saída à Francesa” não vai agradar grande parte daquela audiência que vai cair na péssima estratégia de marketing da Sony - o filme não é nada daquilo que está sendo vendido: do nome engraçadinho ao tom comercial do trailer. O filme é sim uma obra das mais competentes, que sabe perfeitamente equilibrar a loucura aparente com a dor mais introspectiva de Francis sem soar clichê. Você vai encontrar ao longo da trama momentos engraçados, outros tocantes e até alguns poucos mais angustiantes - talvez seja assim o melhor caminho para definir a sanidade de uma personagem que pouco sabe sobre companheirismo, mas que ao entender o significado de ser adulto, aprende o que realmente importa na vida.

Vale o seu play!

Assista Agora

Antes de continuarmos eu preciso te passar duas informações importantes: só assista "Saída à Francesa" se você gostar de filmes "estilo Woody Allen" e também saiba que esse filme não se trata de uma comédia romântica, muito pelo contrário, para mim, a história se encaixa muito mais como um drama de relações e, aí sim, com bons elementos de comédia - a famosa "dramédia". Dito isso, fica muito simples de analisar o conceito narrativo do filme dirigido pelo Azazel Jacobs (de "The Lovers") já que mesmo com escolhas narrativas que soam próximas do absurdo, é possível se divertir e ainda refletir sobre toda aquela atmosfera introspectiva que envolve a protagonista Frances Price (uma Michelle Pfeiffer impagável - inclusive indicada ao Globo de Ouro por essa performance em 2021).

Frances (Michelle Pfeiffer) é uma socialite viúva e sem dinheiro que mora em Manhattan, cujo marido morreu há quase duas décadas. Com sua herança evaporando, ela recolhe o último de seus bens e resolve viver seus dias de solidão anonimamente em um apartamento emprestado em Paris, acompanhada por seu filho Malcolm (Lucas Hedge) e de um gato de estimação. Confira o trailer:

Baseado no livro homônimo de Patrick DeWitt (que também escreve o roteiro), "Saída à Francesa" é basicamente um estudo de caso psicológico de uma mulher marcada pelo seu passado que é incapaz de se relacionar com um presente completamente diferente do que ela jamais sonhou. Embora o filme possua uma narrativa bastante peculiar, com um ritmo até mais cadenciado, é impressionante como a trama usa do "insano" para nos envolver emocionalmente e nos mostrar que mesmo a partir de uma personagem essencialmente egoísta e inconsequente, existe um ser humano sensível que, infelizmente, não soube lidar com a melancolia e com a dor de ter priorizado a superficialidade do material para preencher seu vazio existencial.

Francis tem uma aura lunática, fato - que por sinal gera bons momentos como a cena em que um garçom francês demora para trazer a conta. Mas, na minha opinião, esse não é o ponto forte do filme e sim o gatilho para que possamos entender a profundidade do texto de DeWitt. Veja, aqui temos uma personagem imponente que costuma intimidar as pessoas sem precisar falar nada, sendo apenas imprevisível, que busca se relacionar com um filho que se anula de diversas formas para tentar se moldar a algo que agrade o ego inflado de sua mãe - mesmo que soe estereotipado em um primeiro olhar, essa construção tem um sentido verdadeiro, uma marca intensa, difícil de lidar e que quando desvendada, conecta vários pontos e faz tudo ganhar outro sentido. Isso sem falar na coragem de Jacobs e de DeWitt em entregar um final digno de um bom premiado drama independente ao som de uma trilha sonora belíssima e tendo Paris como cenário.

“Saída à Francesa” não vai agradar grande parte daquela audiência que vai cair na péssima estratégia de marketing da Sony - o filme não é nada daquilo que está sendo vendido: do nome engraçadinho ao tom comercial do trailer. O filme é sim uma obra das mais competentes, que sabe perfeitamente equilibrar a loucura aparente com a dor mais introspectiva de Francis sem soar clichê. Você vai encontrar ao longo da trama momentos engraçados, outros tocantes e até alguns poucos mais angustiantes - talvez seja assim o melhor caminho para definir a sanidade de uma personagem que pouco sabe sobre companheirismo, mas que ao entender o significado de ser adulto, aprende o que realmente importa na vida.

Vale o seu play!

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