Se em 1971, "Encurralado" mostrou para o mercado o potencial do diretor Steven Spielberg; dadas as devidas proporções, "A Viatura" representou a mesma coisa para o jovem diretor de 34 anos, Jon Watts, em 2015 - ano em que esse filme esteve Top Ten Independent Films pela National Board of Review dos EUA. Aliás, foi graças a "Cop Car" (no original), que Watts recebeu o convite para dirigir a nova trilogia do "Homem- Aranha" para a Sony.
Em um ótimo filme de ação com inúmeras referências ao estilo "Vince Gilligan" (de "Breaking Bad") de contar uma história que transita entre a angustia e a tensão (cheia de humor ácido), dois amigos com 10 anos de idade encontram um carro da polícia abandonado e decidem dirigi-lo para se divertir. Porém, ambos não sabem como fazer isso e acabam se afastando do local onde estavam. Acontece que a viatura pertence ao corrupto xerife da cidade que, claro, decide reaver seu carro para não se complicar - é aí que o jogo de gato e rato começa. Confira o trailer (em inglês):
Para entender o caráter independente de "A Viatura", o filme foi destaque no Festival de Sundance em 2015 - o mesmo festival que também catapultou as carreiras de nomes (hoje) consagrados como Kevin Smith, Quentin Tarantino, Bryan Singer, Noah Baumbach, David O. Russell. De fato Watts conseguiu a mesma coisa ao transportar para o filme, em pouco menos de 90 minutos, toda a ingenuidade de dois garotos que só queriam se divertir, mas que tomaram decisões erradas por não entenderem o real perigo que estavam passando - sair dirigindo qualquer carro com dez anos de idade já seria um absurdo, imagina uma viatura de policia no interior dos EUA?
O interessante do roteiro escrito por Watts e Christopher Ford (de "Mundo em Caos") é que é a partir dessa ingenuidade que a tensão vai se construindo. Aquele principio da "bola de neve" que Gilligan usou em "Breaking Bad" é exatamente o mesmo aqui. As similaridades não são apenas narrativas, mas também conceituais, já que Watts está sempre procurando posicionar sua câmera de uma forma criativa para contar a história certa, no momento certo, aproveitando todos os detalhes que a própria ação deixou para trás - reparem nos gravetos deixados pelos garotos e na garrafa quebrada na estrada (pode parecer besteira, mas não, tudo tem uma razão de ser e de estar em cena). O desenho de som é outra forte referência de Gilligan - ele conta a história, mas mais do que isso, também serve para potencializar a tensão que está sendo construída ou que está prestes a estourar. Reparem no som "ensurdecedor" dos moinhos de vento no terceiro ato do filme.
De fato "A Viatura" não é um filme inesquecível, mas é tão bom dentro da sua simplicidade que fica fácil entender porque Watts foi exaltado. Seu trabalho com os jovens atores James Freedson-Jackson e Hays Wellford, foi sensacional. O direcionamento para que Kevin Bacon, mais uma vez, também brilhasse, merece elogios. Sua habilidade em subverter algumas ações simples em algo aterrorizante ditou o ritmo do filme (dois meninos mexendo em armas de fogo com nenhum cuidado, ajuda a definir essa sensação). Tendo em mente que o filme custou menos de um milhão de dólares, posso te garantir que saiu barato pelo entretenimento que ele proporciona!
Vale o play!
Se em 1971, "Encurralado" mostrou para o mercado o potencial do diretor Steven Spielberg; dadas as devidas proporções, "A Viatura" representou a mesma coisa para o jovem diretor de 34 anos, Jon Watts, em 2015 - ano em que esse filme esteve Top Ten Independent Films pela National Board of Review dos EUA. Aliás, foi graças a "Cop Car" (no original), que Watts recebeu o convite para dirigir a nova trilogia do "Homem- Aranha" para a Sony.
Em um ótimo filme de ação com inúmeras referências ao estilo "Vince Gilligan" (de "Breaking Bad") de contar uma história que transita entre a angustia e a tensão (cheia de humor ácido), dois amigos com 10 anos de idade encontram um carro da polícia abandonado e decidem dirigi-lo para se divertir. Porém, ambos não sabem como fazer isso e acabam se afastando do local onde estavam. Acontece que a viatura pertence ao corrupto xerife da cidade que, claro, decide reaver seu carro para não se complicar - é aí que o jogo de gato e rato começa. Confira o trailer (em inglês):
Para entender o caráter independente de "A Viatura", o filme foi destaque no Festival de Sundance em 2015 - o mesmo festival que também catapultou as carreiras de nomes (hoje) consagrados como Kevin Smith, Quentin Tarantino, Bryan Singer, Noah Baumbach, David O. Russell. De fato Watts conseguiu a mesma coisa ao transportar para o filme, em pouco menos de 90 minutos, toda a ingenuidade de dois garotos que só queriam se divertir, mas que tomaram decisões erradas por não entenderem o real perigo que estavam passando - sair dirigindo qualquer carro com dez anos de idade já seria um absurdo, imagina uma viatura de policia no interior dos EUA?
O interessante do roteiro escrito por Watts e Christopher Ford (de "Mundo em Caos") é que é a partir dessa ingenuidade que a tensão vai se construindo. Aquele principio da "bola de neve" que Gilligan usou em "Breaking Bad" é exatamente o mesmo aqui. As similaridades não são apenas narrativas, mas também conceituais, já que Watts está sempre procurando posicionar sua câmera de uma forma criativa para contar a história certa, no momento certo, aproveitando todos os detalhes que a própria ação deixou para trás - reparem nos gravetos deixados pelos garotos e na garrafa quebrada na estrada (pode parecer besteira, mas não, tudo tem uma razão de ser e de estar em cena). O desenho de som é outra forte referência de Gilligan - ele conta a história, mas mais do que isso, também serve para potencializar a tensão que está sendo construída ou que está prestes a estourar. Reparem no som "ensurdecedor" dos moinhos de vento no terceiro ato do filme.
De fato "A Viatura" não é um filme inesquecível, mas é tão bom dentro da sua simplicidade que fica fácil entender porque Watts foi exaltado. Seu trabalho com os jovens atores James Freedson-Jackson e Hays Wellford, foi sensacional. O direcionamento para que Kevin Bacon, mais uma vez, também brilhasse, merece elogios. Sua habilidade em subverter algumas ações simples em algo aterrorizante ditou o ritmo do filme (dois meninos mexendo em armas de fogo com nenhum cuidado, ajuda a definir essa sensação). Tendo em mente que o filme custou menos de um milhão de dólares, posso te garantir que saiu barato pelo entretenimento que ele proporciona!
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