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Swagger

Elenco
O'Shea Jackson Jr., Isaiah R. Hill, Shinelle Azoroh
Ano
2021
País
EUA

Drama AppleTV+ ml-real ml-biografia ml-esporte ml-basquete ml-racismo ml-gb

Swagger

"Swagger" não tem um conceito experimental como Ava DuVernay aplicou em  "Colin em Preto e Branco", mas muitos dos elementos narrativos usados nessa ficção para construir a jornada de um astro real do esporte estão, de fato, bastante parecidos. Veja, se na série da Netflix todos os holofotes estavam em cima de Colin Kaepernick, aqui a atenção é toda para Kevin Durant, mesmo que através de um outro protagonista, Jace Carson (Isaiah Hill). Em dez episódios, "Swagger" usa de seu arco principal, apoiado no esporte, para discutir desde os ideais de superação, autoestima e resiliência até temas mais delicados como o abandono parental e a tensão racial impregnada na sociedade americana.

"Swagger" acompanha os bastidores da liga de basquete Amateur Athletic Union e apresenta o cotidiano de jovens promissores do esporte, ao mesmo tempo em que explora o relacionamento dos atletas com a família e treinadores, enquanto tentam realizar o sonho de se tornar profissionais e um dia fazer parte da NBA. Com muita ambição e em busca de seus objetivos, alguns deles se submetem a situações oportunistas e até mesmo corruptas na expectativa de avançar na carreira. Confira o trailer (em inglês):

Inspirada no início da carreira de Kevin Durant, mas transportada para os dias de hoje, "Swagger" não é um retrato 100% realista como já estamos acostumados a assistir em produções como "Nada é de Bandeja", "Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte" ou até "Last Chance U" (que inclusive tem uma espécie de spin-off focado no basquete), mas soube equilibrar muito bem fatos (bastante atuais como o impacto da pandemia) com ficção. Essa série original da Apple TV+ é, na verdade, uma versão mais madura de um grande sucesso da TV aberta americana chamado "One Tree Hill" ou, no Brasil, "Lances da Vida". 

"One Tree Hill" tinha a paixão pelo esporte como pano de fundo para discutir as questões da juventude da época - graças ao seu enorme sucesso durou 8 temporadas, tendo sua estreia em 2003. Criada por Mark Schwahn (roteirista de "Coach Carter") a série era uma versão de "The OC" estabelecida no universo do basquete colegial. Em "Swagger", é preciso admitir, o drama "real" está muito mais enraizado na essência da narrativa do que sua antecessora, embora brigue a todo momento para se afastar das soluções mais fantasiosas do roteiro - as vezes consegue, outras nem tanto. Tenho a impressão que após o sétimo episódio da primeira temporada, esse posicionamento mais corajoso dos roteiristas acaba ganhando força e a voz tímida de uma crítica se transforma em potentes gritos de socorro - algumas cenas são chocantes, indigestas e não escondem assuntos bem espinhosos.

Assédio sexual infantil, racismo, bullying e violência policial estão na série - mesmo que pontuado de uma forma bem homeopática. Isaiah Hill, o Jace, não usou dublê dentro de quadra e isso ajuda na naturalidade do balé esportivo comandado pelos diretores, mas no único momento que exigiu mais de sua capacidade dramática como ator, ele não segurou a onda. Já O'Shea Jackson Jr., o coach Isaac 'Ike' Edwards, brilha muito - cheio de camadas, ele chama atenção por uma performance complexa, onde o range emocional varia muito de cena para cena e mesmo assim ele não deixa a peteca cair. Olho nele!

Embora flerte com um mood mais sombrio em algumas passagens, eu diria "Swagger" é até que leve e gostoso de assistir. As cenas dentro de quadra são muito bem realizadas, embora sejam quase sempre óbvias. De fato, a experiência é boa, nos importamos com os personagens e torcemos pelo time mesmo já sabendo o final, tudo isso embalados com uma trilha sonora incrível e disputas pessoais e esportivas bem construídas - como Nathan (James Lafferty) e Lucas (Chad Michael Murray) em "One Tree Hill", mas dessa vez com o carimbo visceral de Kevin Durant.

Se conseguir amarrar todas as pontas que ficaram abertas nessa primeira temporada, "Swagger" pode voltar ainda mais forte! Vale o play!

Assista Agora

"Swagger" não tem um conceito experimental como Ava DuVernay aplicou em  "Colin em Preto e Branco", mas muitos dos elementos narrativos usados nessa ficção para construir a jornada de um astro real do esporte estão, de fato, bastante parecidos. Veja, se na série da Netflix todos os holofotes estavam em cima de Colin Kaepernick, aqui a atenção é toda para Kevin Durant, mesmo que através de um outro protagonista, Jace Carson (Isaiah Hill). Em dez episódios, "Swagger" usa de seu arco principal, apoiado no esporte, para discutir desde os ideais de superação, autoestima e resiliência até temas mais delicados como o abandono parental e a tensão racial impregnada na sociedade americana.

"Swagger" acompanha os bastidores da liga de basquete Amateur Athletic Union e apresenta o cotidiano de jovens promissores do esporte, ao mesmo tempo em que explora o relacionamento dos atletas com a família e treinadores, enquanto tentam realizar o sonho de se tornar profissionais e um dia fazer parte da NBA. Com muita ambição e em busca de seus objetivos, alguns deles se submetem a situações oportunistas e até mesmo corruptas na expectativa de avançar na carreira. Confira o trailer (em inglês):

Inspirada no início da carreira de Kevin Durant, mas transportada para os dias de hoje, "Swagger" não é um retrato 100% realista como já estamos acostumados a assistir em produções como "Nada é de Bandeja", "Brooklyn Saints: Paixão pelo Esporte" ou até "Last Chance U" (que inclusive tem uma espécie de spin-off focado no basquete), mas soube equilibrar muito bem fatos (bastante atuais como o impacto da pandemia) com ficção. Essa série original da Apple TV+ é, na verdade, uma versão mais madura de um grande sucesso da TV aberta americana chamado "One Tree Hill" ou, no Brasil, "Lances da Vida". 

"One Tree Hill" tinha a paixão pelo esporte como pano de fundo para discutir as questões da juventude da época - graças ao seu enorme sucesso durou 8 temporadas, tendo sua estreia em 2003. Criada por Mark Schwahn (roteirista de "Coach Carter") a série era uma versão de "The OC" estabelecida no universo do basquete colegial. Em "Swagger", é preciso admitir, o drama "real" está muito mais enraizado na essência da narrativa do que sua antecessora, embora brigue a todo momento para se afastar das soluções mais fantasiosas do roteiro - as vezes consegue, outras nem tanto. Tenho a impressão que após o sétimo episódio da primeira temporada, esse posicionamento mais corajoso dos roteiristas acaba ganhando força e a voz tímida de uma crítica se transforma em potentes gritos de socorro - algumas cenas são chocantes, indigestas e não escondem assuntos bem espinhosos.

Assédio sexual infantil, racismo, bullying e violência policial estão na série - mesmo que pontuado de uma forma bem homeopática. Isaiah Hill, o Jace, não usou dublê dentro de quadra e isso ajuda na naturalidade do balé esportivo comandado pelos diretores, mas no único momento que exigiu mais de sua capacidade dramática como ator, ele não segurou a onda. Já O'Shea Jackson Jr., o coach Isaac 'Ike' Edwards, brilha muito - cheio de camadas, ele chama atenção por uma performance complexa, onde o range emocional varia muito de cena para cena e mesmo assim ele não deixa a peteca cair. Olho nele!

Embora flerte com um mood mais sombrio em algumas passagens, eu diria "Swagger" é até que leve e gostoso de assistir. As cenas dentro de quadra são muito bem realizadas, embora sejam quase sempre óbvias. De fato, a experiência é boa, nos importamos com os personagens e torcemos pelo time mesmo já sabendo o final, tudo isso embalados com uma trilha sonora incrível e disputas pessoais e esportivas bem construídas - como Nathan (James Lafferty) e Lucas (Chad Michael Murray) em "One Tree Hill", mas dessa vez com o carimbo visceral de Kevin Durant.

Se conseguir amarrar todas as pontas que ficaram abertas nessa primeira temporada, "Swagger" pode voltar ainda mais forte! Vale o play!

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