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A Cidade é Nossa

Diretor
Reinaldo Marcus Green
Elenco
Jon Bernthal, Wunmi Mosaku, Josh Charles
Ano
2022
País
EUA

Drama Max ml-real ml-investigação ml-relacoes ml-violencia ml-politico ml-crime ml-drogas ml-racismo ml-livro ml-lcp

A Cidade é Nossa

Uma pancada! “A Cidade é Nossa” é uma minissérie que não pede licença para incomodar — ela exige esse incômodo! Criada por George Pelecanos e David Simon, mentes criativas por trás da aclamada "The Wire", essa produção da HBO mergulha no colapso moral e institucional da polícia de Baltimore, explorando com uma brutalidade impressionante as entranhas de um sistema corroído pela corrupção, pelo racismo estrutural, pela violência e pela impunidade. Em seis episódios viscerais, “A Cidade é Nossa” propõe mais do que uma versão dramatizada de um escândalo real, ela oferece uma análise feroz sobre o que acontece quando a estrutura que deveria proteger o cidadão se torna o maior perigo para sua existência. Muito (mas muito) impactante!

Baseada no livro homônimo do jornalista Justin Fenton, “We Own This City” (no original) acompanha a ascensão e queda da Gun Trace Task Force, uma unidade da polícia de Baltimore envolvida em um dos maiores escândalos de corrupção policial dos Estados Unidos. A história se passa após os protestos gerados pela morte de Freddie Gray e expõe como as políticas de guerra às drogas com uma abordagem mais agressiva contribuíram para a desintegração da confiança pública e para a perpetuação da violência. Confira o trailer e sinta o clima:

Em abril de 2015, Freddie Gray, um jovem negro de 25 anos, morreu sob custódia policial após sofrer uma lesão fatal na coluna vertebral durante o transporte em uma viatura. Sua morte e os protestos subsequentes colocaram Baltimore sob os holofotes mundiais, tornando-se mais um símbolo da violência policial nos Estados Unidos. É nesse contexto de descrédito e revolta social que “A Cidade é Nossa” se desenrola, apresentando uma Baltimore pós-Gray que tenta, em vão, reformar um departamento de polícia viciado em brutalidade e corrupção. A direção de Reinaldo Marcus Green (de "King Richard") adota uma abordagem quase documental, apostando em um mise-en-scène cru, com câmeras mais nervosas e uma edição minimalista no seu conceito, mas fragmentada em sua forma - e aqui cabe um comentário: o inicio da jornada pode causar um estranhamento pelos saltos temporais, no entanto, naturalmente, tudo vai se encaixando.

Mesmo com essa narrativa desconstruindo a história central através de múltiplas linhas temporais acompanhando diferentes investigações - incluindo as ações do Departamento de Justiça, de promotores locais e da força-tarefa federal, é essa escolha que deixa a jornada mais densa e que, mesmo exigindo atenção total da audiência, nos recompensa com uma visão holística da podridão institucional que se acumula há décadas. Jon Bernthal, com uma das performances mais intensas e complexas de sua carreira como o sargento Wayne Jenkins, surge como figura central dessa história real - ele é um  símbolo da falência ética de toda a corporação. Sua composição não é de um vilão unidimensional, mas de um homem que acredita estar acima da lei, alimentado por um sistema que recompensa o abuso e despreza qualquer forma de prestação de contas. A atuação de Bernthal oscila entre o carisma tóxico e a ameaça constante, tornando-o ao mesmo tempo repulsivo e fascinante de se assistir. E repare como não existe uma trilha sonora para suavizar ou amplificar as emoções que seu personagem nos impõe: o silêncio aqui, é incômodo e funciona como parte do discurso da obra.

O texto de Pelecanos e Simon é duro, direto e absolutamente cético. Não há arcos redentores, não há soluções fáceis, e a crítica contundente que já pulsava em "The Wire", atinge, mais uma vez, seu grau máximo de desencanto. Mas diferente da série anterior, "A Cidade é Nossa" não se dedica a múltiplas frentes como o tráfico, o sistema escolar ou a política. O foco aqui é o policial - e não o indivíduo, mas a instituição. É um estudo da lógica de poder que transforma protetores em predadores e recompensa quem mais rouba, agride e mente em nome de uma suposta “segurança pública”. Essa é uma jornada, de fato, difícil - uma obra para ser digerida aos poucos, que exige um olhar firme e necessário! Em tempos de discursos polarizados sobre segurança pública, “A Cidade é Nossa” se posiciona com clareza: não basta punir indivíduos se o sistema que os formou permanece intocado. E nesse ponto, a minissérie transforma a história de Baltimore em uma metáfora do fracasso de toda uma nação em lidar com as feridas abertas de seu passado - e presente.

Um espelho provocador e, acima de tudo, um aviso! Vale demais o seu play!

Assista Agora

Uma pancada! “A Cidade é Nossa” é uma minissérie que não pede licença para incomodar — ela exige esse incômodo! Criada por George Pelecanos e David Simon, mentes criativas por trás da aclamada "The Wire", essa produção da HBO mergulha no colapso moral e institucional da polícia de Baltimore, explorando com uma brutalidade impressionante as entranhas de um sistema corroído pela corrupção, pelo racismo estrutural, pela violência e pela impunidade. Em seis episódios viscerais, “A Cidade é Nossa” propõe mais do que uma versão dramatizada de um escândalo real, ela oferece uma análise feroz sobre o que acontece quando a estrutura que deveria proteger o cidadão se torna o maior perigo para sua existência. Muito (mas muito) impactante!

Baseada no livro homônimo do jornalista Justin Fenton, “We Own This City” (no original) acompanha a ascensão e queda da Gun Trace Task Force, uma unidade da polícia de Baltimore envolvida em um dos maiores escândalos de corrupção policial dos Estados Unidos. A história se passa após os protestos gerados pela morte de Freddie Gray e expõe como as políticas de guerra às drogas com uma abordagem mais agressiva contribuíram para a desintegração da confiança pública e para a perpetuação da violência. Confira o trailer e sinta o clima:

Em abril de 2015, Freddie Gray, um jovem negro de 25 anos, morreu sob custódia policial após sofrer uma lesão fatal na coluna vertebral durante o transporte em uma viatura. Sua morte e os protestos subsequentes colocaram Baltimore sob os holofotes mundiais, tornando-se mais um símbolo da violência policial nos Estados Unidos. É nesse contexto de descrédito e revolta social que “A Cidade é Nossa” se desenrola, apresentando uma Baltimore pós-Gray que tenta, em vão, reformar um departamento de polícia viciado em brutalidade e corrupção. A direção de Reinaldo Marcus Green (de "King Richard") adota uma abordagem quase documental, apostando em um mise-en-scène cru, com câmeras mais nervosas e uma edição minimalista no seu conceito, mas fragmentada em sua forma - e aqui cabe um comentário: o inicio da jornada pode causar um estranhamento pelos saltos temporais, no entanto, naturalmente, tudo vai se encaixando.

Mesmo com essa narrativa desconstruindo a história central através de múltiplas linhas temporais acompanhando diferentes investigações - incluindo as ações do Departamento de Justiça, de promotores locais e da força-tarefa federal, é essa escolha que deixa a jornada mais densa e que, mesmo exigindo atenção total da audiência, nos recompensa com uma visão holística da podridão institucional que se acumula há décadas. Jon Bernthal, com uma das performances mais intensas e complexas de sua carreira como o sargento Wayne Jenkins, surge como figura central dessa história real - ele é um  símbolo da falência ética de toda a corporação. Sua composição não é de um vilão unidimensional, mas de um homem que acredita estar acima da lei, alimentado por um sistema que recompensa o abuso e despreza qualquer forma de prestação de contas. A atuação de Bernthal oscila entre o carisma tóxico e a ameaça constante, tornando-o ao mesmo tempo repulsivo e fascinante de se assistir. E repare como não existe uma trilha sonora para suavizar ou amplificar as emoções que seu personagem nos impõe: o silêncio aqui, é incômodo e funciona como parte do discurso da obra.

O texto de Pelecanos e Simon é duro, direto e absolutamente cético. Não há arcos redentores, não há soluções fáceis, e a crítica contundente que já pulsava em "The Wire", atinge, mais uma vez, seu grau máximo de desencanto. Mas diferente da série anterior, "A Cidade é Nossa" não se dedica a múltiplas frentes como o tráfico, o sistema escolar ou a política. O foco aqui é o policial - e não o indivíduo, mas a instituição. É um estudo da lógica de poder que transforma protetores em predadores e recompensa quem mais rouba, agride e mente em nome de uma suposta “segurança pública”. Essa é uma jornada, de fato, difícil - uma obra para ser digerida aos poucos, que exige um olhar firme e necessário! Em tempos de discursos polarizados sobre segurança pública, “A Cidade é Nossa” se posiciona com clareza: não basta punir indivíduos se o sistema que os formou permanece intocado. E nesse ponto, a minissérie transforma a história de Baltimore em uma metáfora do fracasso de toda uma nação em lidar com as feridas abertas de seu passado - e presente.

Um espelho provocador e, acima de tudo, um aviso! Vale demais o seu play!

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