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Bastidores do Pop

Diretor
David Terry Fine
Elenco
Chris Kirkpatrick, Erik-Michael Estrada, A.J. McLean
Ano
2024
País
EUA

netflix Documentário ml-real ml-musica ml-empreendedorismo ml-biografia ml-celebridade ml-ff ml-fraude ml-madoff

Bastidores do Pop

"Bastidores do Pop" é um mistura de "Fyre Festival", "Menudo: Sempre Jovens" e "Bernie Madoff"! É sério, essa minissérie documental da Netflix oferece uma visão reveladora e chocante sobre a ascensão e queda de Lou Pearlman, o magnata da música responsável por criar algumas das maiores boy-bands dos anos 90, incluindo Backstreet Boys, *NSYNC e O-Town. Em apenas três episódios somos convidados a mergulhar fundo nos bastidores da indústria musical, expondo os esquemas e as fraudes que Pearlman arquitetou, ao mesmo tempo em que explora o impacto devastador de suas ações sobre os artistas e milhares de pessoas que caíram em seus golpes.

"Dirty Pop: The Boy Band Scam" (no original) é estruturada de maneira cronológica, apresentando Lou Pearlman como empresário da aviação, depois mostrando sua entrada na indústria musical através de sua habilidade inegável para descobrir e promover jovens talentos, até a descoberta de um dos maiores esquemas Ponzi da história dos EUA. Pearlman, em entrevistas e imagens de arquivo, é apresentado como um empresário carismático e visionário, mas também como um manipulador astuto e sem escrúpulos. A minissérie documenta a formação e o sucesso meteórico das boy-bands sob sua tutela, ao mesmo tempo em que revela os contratos draconianos e os golpes financeiros que acabaram por destruir sua carreira e a confiança de seus jovens artistas. Confira o trailer (em inglês):

Como não poderia deixar de ser, são os depoimentos dos membros das boy-bands que Pearlman empresariou que, de fato, causam impacto. Artistas como Lance Bass (*NSYNC) e AJ McLean (Backstreet Boys) compartilham suas experiências pessoais, desde o entusiasmo inicial de serem descobertos até a amarga desilusão ao perceberem a extensão da exploração que sofriam - esses relatos adicionam uma camada de profundidade emocional à narrativa impressionante. Nesse sentido o roteiro de "Bastidores do Pop" é cuidadosamente escrito para capturar tanto a grandiosidade de se criar fenômenos da música jovem quanto uma certa sordidez da trajetória de Pearlman. O documentário equilibra habilmente o glamour e o brilho da indústria musical, com a realidade sombria dos esquemas e manipulações financeiras que o empresário conduzia debaixo dos panos.

David Terry Fine (do excelente "Untold - a namorada que não existiu") dirige a minissérie com uma abordagem honesta e direta, combinando entrevistas com os membros das bandas, executivos da indústria musical, jornalistas especializados e outras pessoas próximas ao escândalo - alguns amigos e parceiros de Pearlman, inclusive, não economizam em suas duras opiniões. As entrevistas são realmente sinceras por um lado e emocionantes por outro, oferecendo um recorte bem provocador sobre os efeitos de todas as ações do empresário em diversos níveis de relacionamentos - do profissional ao pessoal. Nesse sentido a direção de Fine é sensível e meticulosa, capaz de entregar uma narrativa tão coesa e envolvente como todas as referências que citei acima, mas sem impor qualquer tipo de julgamento prévio.

"Bastidores do Pop" também aborda temas como a exploração, a ganância e a busca pelo sucesso a qualquer custo, pautado em uma crítica incisiva da indústria musical e dos mecanismos que permitiram que Pearlman operasse impunemente por tanto tempo. Ao som de músicas icônicas das boy-bands dos anos 90, a minissérie brinca com nossa percepção de "certo e errado" ao trazer uma sensação de nostalgia e contraste sobre os eventos sombrios da história, intensificando esse impacto emocional e nos envolvendo por toda jornada.

Antes de finalizar, um registro importante: uma decisão conceitual do diretor pode incomodar alguns já que ele usa inteligência artificial para criar um “Pearlman digital” narrando trechos de seu livro - embora os produtores sejam transparentes sobre o uso da tecnologia, essa escolha me pareceu duvidosa, mas fique tranquilo, não ao ponto de impactar nossa experiência como audiência.

Vale seu play!

Assista Agora

"Bastidores do Pop" é um mistura de "Fyre Festival", "Menudo: Sempre Jovens" e "Bernie Madoff"! É sério, essa minissérie documental da Netflix oferece uma visão reveladora e chocante sobre a ascensão e queda de Lou Pearlman, o magnata da música responsável por criar algumas das maiores boy-bands dos anos 90, incluindo Backstreet Boys, *NSYNC e O-Town. Em apenas três episódios somos convidados a mergulhar fundo nos bastidores da indústria musical, expondo os esquemas e as fraudes que Pearlman arquitetou, ao mesmo tempo em que explora o impacto devastador de suas ações sobre os artistas e milhares de pessoas que caíram em seus golpes.

"Dirty Pop: The Boy Band Scam" (no original) é estruturada de maneira cronológica, apresentando Lou Pearlman como empresário da aviação, depois mostrando sua entrada na indústria musical através de sua habilidade inegável para descobrir e promover jovens talentos, até a descoberta de um dos maiores esquemas Ponzi da história dos EUA. Pearlman, em entrevistas e imagens de arquivo, é apresentado como um empresário carismático e visionário, mas também como um manipulador astuto e sem escrúpulos. A minissérie documenta a formação e o sucesso meteórico das boy-bands sob sua tutela, ao mesmo tempo em que revela os contratos draconianos e os golpes financeiros que acabaram por destruir sua carreira e a confiança de seus jovens artistas. Confira o trailer (em inglês):

Como não poderia deixar de ser, são os depoimentos dos membros das boy-bands que Pearlman empresariou que, de fato, causam impacto. Artistas como Lance Bass (*NSYNC) e AJ McLean (Backstreet Boys) compartilham suas experiências pessoais, desde o entusiasmo inicial de serem descobertos até a amarga desilusão ao perceberem a extensão da exploração que sofriam - esses relatos adicionam uma camada de profundidade emocional à narrativa impressionante. Nesse sentido o roteiro de "Bastidores do Pop" é cuidadosamente escrito para capturar tanto a grandiosidade de se criar fenômenos da música jovem quanto uma certa sordidez da trajetória de Pearlman. O documentário equilibra habilmente o glamour e o brilho da indústria musical, com a realidade sombria dos esquemas e manipulações financeiras que o empresário conduzia debaixo dos panos.

David Terry Fine (do excelente "Untold - a namorada que não existiu") dirige a minissérie com uma abordagem honesta e direta, combinando entrevistas com os membros das bandas, executivos da indústria musical, jornalistas especializados e outras pessoas próximas ao escândalo - alguns amigos e parceiros de Pearlman, inclusive, não economizam em suas duras opiniões. As entrevistas são realmente sinceras por um lado e emocionantes por outro, oferecendo um recorte bem provocador sobre os efeitos de todas as ações do empresário em diversos níveis de relacionamentos - do profissional ao pessoal. Nesse sentido a direção de Fine é sensível e meticulosa, capaz de entregar uma narrativa tão coesa e envolvente como todas as referências que citei acima, mas sem impor qualquer tipo de julgamento prévio.

"Bastidores do Pop" também aborda temas como a exploração, a ganância e a busca pelo sucesso a qualquer custo, pautado em uma crítica incisiva da indústria musical e dos mecanismos que permitiram que Pearlman operasse impunemente por tanto tempo. Ao som de músicas icônicas das boy-bands dos anos 90, a minissérie brinca com nossa percepção de "certo e errado" ao trazer uma sensação de nostalgia e contraste sobre os eventos sombrios da história, intensificando esse impacto emocional e nos envolvendo por toda jornada.

Antes de finalizar, um registro importante: uma decisão conceitual do diretor pode incomodar alguns já que ele usa inteligência artificial para criar um “Pearlman digital” narrando trechos de seu livro - embora os produtores sejam transparentes sobre o uso da tecnologia, essa escolha me pareceu duvidosa, mas fique tranquilo, não ao ponto de impactar nossa experiência como audiência.

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