indika.tv - Cadáver
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Cadáver

Diretor
Jarand Herdal
Elenco
Gitte Witt, Thomas Gullestad, Thorbjørn Harr
Ano
2020
País
Noruega

Suspense netflix ml-psicologico ml-violencia ml-europa ml-livro ml-aronofsky ml-vc

Cadáver

"Cadáver" (ou Kadaver, no seu título original) é um filme norueguês que vem chamando muito a atenção dos assinantes da Netflix por apresentar uma história criativa bem ao estilo "Sleep No More" - espetáculo que trás uma interessante proposta narrativa conhecida como teatro de imersão. Vale ressaltar que essa é, provavelmente, a experiência teatral mais original em muito tempo, de Nova York, onde você não senta para assistir a peça, pois não existe palco para se ter platéia; se você quer saber a história, é preciso acompanhar os atores pelos corredores e cômodos de um hotel, vivenciar as cenas, mesmo que mascarados para diferenciar público de personagens.

Pois bem, esse suspense psicológico da Netflix mostra uma cidade arrasada por uma catástrofe nuclear, onde as pessoas não tem o que comer e, literalmente, estão morrendo de fome e de frio pelas ruas. Escondidos em uma casa, a ex-atriz Leo (Gitte Witt) tenta sobreviver como pode com sua filha de dez anos, Alice (Tuva Olivia Remman), e com seu marido, Jacob (Thomas Gullestad). É nessa realidade devastadora, mas relativizada pelo lúdico da relação mãe e filha, que surge um fio de esperança quando o dono de um hotel de luxo da cidade convida alguns moradores para um misterioso jantar que culminará, justamente, em um bizarro espetáculo de teatro imersivo! Confira o trailer:

Talvez "Cadáver" não tenha o impacto visual para chocar ou até uma profundidade narrativa como o "O Poço", porém é preciso dizer que o diretor e roteirista Jarand Herdal (Everywhen) teve o grande mérito de criar uma constante tensão se apoiando muito mais no medo do desconhecido do que nos sustos que poderíamos levar durante o filme e isso, propositalmente, nos remete ao estilo de entretenimento que temos ao assistir um teatro imersivo: o fato de Herdal manipular nossa curiosidade ao mesmo tempo que manipula as sensações de insegurança dos protagonistas nos coloca dentro daquela realidade!

Saiba que não se trata de algo tão marcante, mas mesmo assim vale muito a pena se você se interessa pelo estilo do filme, por se tratar de uma escola cinematográfica completamente diferente do que estamos acostumados e, claro, por nos provocar a entender o que de fato está acontecendo ali.

Quando entendemos que a maior referência de "Cadáver" vem da obra de Lewis Carroll e é praticamente uma versão macabra de "Alice no País das Maravilhas", tudo passa a fazer um pouco mais de sentido. Veja: Alice é uma linda menina loira, seu bicho de pelúcia é um coelho, o convite para o chá na verdade é um banquete que antecede o espetáculo, Mathias é um anfitrião maluco como o chapeleiro, o cenário é repleto de espelhos, buracos e formas, e o tempo se torna questão de sobrevivência para tentar encontrar o caminho de volta para casa. Reparem: não é por acaso que, na chegada da família ao hotel, Mathias diz, encantado com a pequena Alice: Você deixa eu te mostrar o meu País das Maravilhas?”

Marcante como a versão de Tim Burton para o clássico de Carroll, "Cadáver" trás a bela fotografia de Jallo Faber que mostra diferentes ambientes, separados como universos, a partir de uma predominância azulada e fria para o mundo exterior, pontuada com o vermelho do figurino de Alice, e uma linha mais amarelada, quente, quase "kubrickiana" dentro do hotel. Aliás, o cenário é quase um copy/paste de "O Iluminado" - repleto de corredores longos e escuros, quadros de animais (na maioria das vezes, mortos) e um mobilia pesada, vitoriana.

Se visualmente o filme chama atenção é no roteiro que ele vacila: Herdal pesa na mão ao focar na busca desesperada de uma mãe por sua filha e esquece de tudo que está acontecendo a sua volta. Não que isso não carregue um drama natural, mas é que quase nada é revelado durante os dois primeiros atos e, de repente, tudo é despejado no terceiro para finalizar o arco principal e os secundários, sem muitas explicações e com motivações bem previsíveis, eu diria.

É fato que a história não tem um ritmo tão marcante quanto "Us" do Jordan Peele, por exemplo, mas é impossível negar que ela não te prenda! Por tudo isso vale a recomendação e a promessa de um entretenimento de qualidade, mas que não vai ser inesquecível (como poderia)!

Assista Agora

"Cadáver" (ou Kadaver, no seu título original) é um filme norueguês que vem chamando muito a atenção dos assinantes da Netflix por apresentar uma história criativa bem ao estilo "Sleep No More" - espetáculo que trás uma interessante proposta narrativa conhecida como teatro de imersão. Vale ressaltar que essa é, provavelmente, a experiência teatral mais original em muito tempo, de Nova York, onde você não senta para assistir a peça, pois não existe palco para se ter platéia; se você quer saber a história, é preciso acompanhar os atores pelos corredores e cômodos de um hotel, vivenciar as cenas, mesmo que mascarados para diferenciar público de personagens.

Pois bem, esse suspense psicológico da Netflix mostra uma cidade arrasada por uma catástrofe nuclear, onde as pessoas não tem o que comer e, literalmente, estão morrendo de fome e de frio pelas ruas. Escondidos em uma casa, a ex-atriz Leo (Gitte Witt) tenta sobreviver como pode com sua filha de dez anos, Alice (Tuva Olivia Remman), e com seu marido, Jacob (Thomas Gullestad). É nessa realidade devastadora, mas relativizada pelo lúdico da relação mãe e filha, que surge um fio de esperança quando o dono de um hotel de luxo da cidade convida alguns moradores para um misterioso jantar que culminará, justamente, em um bizarro espetáculo de teatro imersivo! Confira o trailer:

Talvez "Cadáver" não tenha o impacto visual para chocar ou até uma profundidade narrativa como o "O Poço", porém é preciso dizer que o diretor e roteirista Jarand Herdal (Everywhen) teve o grande mérito de criar uma constante tensão se apoiando muito mais no medo do desconhecido do que nos sustos que poderíamos levar durante o filme e isso, propositalmente, nos remete ao estilo de entretenimento que temos ao assistir um teatro imersivo: o fato de Herdal manipular nossa curiosidade ao mesmo tempo que manipula as sensações de insegurança dos protagonistas nos coloca dentro daquela realidade!

Saiba que não se trata de algo tão marcante, mas mesmo assim vale muito a pena se você se interessa pelo estilo do filme, por se tratar de uma escola cinematográfica completamente diferente do que estamos acostumados e, claro, por nos provocar a entender o que de fato está acontecendo ali.

Quando entendemos que a maior referência de "Cadáver" vem da obra de Lewis Carroll e é praticamente uma versão macabra de "Alice no País das Maravilhas", tudo passa a fazer um pouco mais de sentido. Veja: Alice é uma linda menina loira, seu bicho de pelúcia é um coelho, o convite para o chá na verdade é um banquete que antecede o espetáculo, Mathias é um anfitrião maluco como o chapeleiro, o cenário é repleto de espelhos, buracos e formas, e o tempo se torna questão de sobrevivência para tentar encontrar o caminho de volta para casa. Reparem: não é por acaso que, na chegada da família ao hotel, Mathias diz, encantado com a pequena Alice: Você deixa eu te mostrar o meu País das Maravilhas?”

Marcante como a versão de Tim Burton para o clássico de Carroll, "Cadáver" trás a bela fotografia de Jallo Faber que mostra diferentes ambientes, separados como universos, a partir de uma predominância azulada e fria para o mundo exterior, pontuada com o vermelho do figurino de Alice, e uma linha mais amarelada, quente, quase "kubrickiana" dentro do hotel. Aliás, o cenário é quase um copy/paste de "O Iluminado" - repleto de corredores longos e escuros, quadros de animais (na maioria das vezes, mortos) e um mobilia pesada, vitoriana.

Se visualmente o filme chama atenção é no roteiro que ele vacila: Herdal pesa na mão ao focar na busca desesperada de uma mãe por sua filha e esquece de tudo que está acontecendo a sua volta. Não que isso não carregue um drama natural, mas é que quase nada é revelado durante os dois primeiros atos e, de repente, tudo é despejado no terceiro para finalizar o arco principal e os secundários, sem muitas explicações e com motivações bem previsíveis, eu diria.

É fato que a história não tem um ritmo tão marcante quanto "Us" do Jordan Peele, por exemplo, mas é impossível negar que ela não te prenda! Por tudo isso vale a recomendação e a promessa de um entretenimento de qualidade, mas que não vai ser inesquecível (como poderia)!

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