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Shooting Stars

Diretor
Chris Robinson
Elenco
Marquis Mookie Cook, Wood Harris, Caleb McLaughlin
Ano
2023
País
EUA

Lançamentos Drama netflix ml-real ml-biografia ml-esporte ml-basquete ml-racismo ml-livro ml-gb

Shooting Stars

Assim como "Rise", filme que conta a história do grego Giannis Antetokounmpo, "Shooting Stars" também tem um história que merecia ser contada - e que também talvez merecesse uma produção com um cuidado técnico e artístico um pouco maior. “Shooting Stars”, produção original do Peacock, é para quem gosta de basquete, pelo simples fato de revisitar um capítulo muitas vezes esquecido da biografia de LeBron James: os anos de sua formação em Akron, Ohio, quando a expressão “King James” ainda era apenas uma remota possibilidade escondida nas quadras do High School. Mas não é só isso, longe de querer se vender como uma jornada esportiva épica, o filme dirigido por Chris Robinson (de "Black·ish") também constrói uma narrativa que valoriza a intimidade e as relações que moldaram a figura pública que o mundo aprendeu a admirar. Em vez de apenas exaltar as conquistas esportivas, o roteiro parte do princípio de que a verdadeira grandeza começa bem antes da fama - e, sim, nesse sentido "Shooting Stars" repete aquela fórmula-base que sempre funcionou, compartilhando o DNA emocional de títulos como "Coach Carter", por exemplo, ainda que aqui com um tom bem mais suave e talvez por isso, mais afetivo.

Baseado no livro escrito pelo jornalista Buzz Bissinger (de "Friday Night Lights") em parceria com o próprio LeBron, o filme acompanha a jornada do jovem astro (Mookie Cook, que inclusive é jogador de basquete na vida real) e de seus melhores amigos: Dru Joyce III (Caleb McLaughlin), Willie McGee (Avery Wills Jr.) e Sian Cotton (Khalil Everage) – enquanto formam o “Fab Four”, uma equipe escolar que não apenas dominou o esporte, mas também reconfigurou o conceito de unidade dentro e fora das quadras. Repare como a sinopse oficial reforça ainda mais esse espírito: “Em uma jornada de superação e companheirismo, quatro amigos enfrentam obstáculos pessoais e esportivos enquanto constroem juntos a história de um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos”. Confira o trailer (em inglês):

Apesar da familiaridade em termos de estrutura, já que temos o treinador durão (interpretado com eficiência por Dermot Mulroney), a rotina de treinos intensos, os altos e baixos nos jogos e o dilema entre fama precoce e amizade verdadeira; "Shooting Stars" funciona (e muito) nos detalhes. A fotografia de Karsten Gopinath (de "A Grande Luta") prioriza os planos abertos das quadras e ginásios escolares, evocando uma estética quase documental, como se estivéssemos revivendo as memórias em VHS, em uma tentativa criativa de fazer uma aproximação emocional mais sutil. Nesse sentido, a montagem também acerta ao não glamourizar os jogos em si, evitando o clichê das grandes viradas milagrosas para dar espaço ao que realmente interessa como premissa dramática: os bastidores da formação emocional de jovens negros em um ambiente social permeado por desigualdades e expectativas sobre-humanas.

Obviamente que há uma tentativa visível de equilibrar o drama com o espetáculo visual. A direção de Robinson busca imprimir um ritmo ágil, sem abrir mão de alguma sensibilidade - é uma tentativa de criar camadas mais profundas para os dramas pessoais que muitas vezes funciona, outras vezes nem tanto. As cenas entre Dru e seu pai (Wood Harris) talvez sejam ótimos exemplos dessa busca mais emocional da história, especialmente por se afastar da caricatura do “coach autoritário” para focar em um homem que é pai antes de ser técnico. Já a relação entre LeBron e seus amigos é costurada com certa doçura e um senso de lealdade raro de se encontrar em produções esportivas - o roteiro sabe que esses laços são o verdadeiro "trunfo" que está em jogo, e nunca se desvia desse ponto. Agora, meu amigo, a trilha sonora assinada por Mark Isham, essa é de primeira prateleira - ela complementa com delicadeza a narrativa, alternando momentos de tensão nas partidas com músicas mais contemplativas, especialmente nas passagens em que o grupo encara as consequências de uma fama emergente.

Em “Shooting Stars” não há grandes viradas ou dramas hollywoodianos; há apenas a vida do jeito que ela é: com escolhas difíceis, amizades testadas e a dolorosa constatação de que crescer também significa perder um pouco do que éramos. Dito isso, pode parecer, à primeira vista, que “Shooting Stars” é apenas mais um filme esportivo juvenil, mas não, no final das contas, ele é mais sobre identidade e pertencimento do que sobre estatísticas ou troféus. O filme se alinha com o momento de uma geração que busca contar histórias além da glória, e nesse contexto é uma obra que humaniza o mito sem diminuir o impacto de sua trajetória. LeBron James, aqui, é apenas um garoto tentando fazer a coisa certa, e isso, por si só, já diz muito sobre seu propósito!

Vale o seu play!

Assista Agora

Assim como "Rise", filme que conta a história do grego Giannis Antetokounmpo, "Shooting Stars" também tem um história que merecia ser contada - e que também talvez merecesse uma produção com um cuidado técnico e artístico um pouco maior. “Shooting Stars”, produção original do Peacock, é para quem gosta de basquete, pelo simples fato de revisitar um capítulo muitas vezes esquecido da biografia de LeBron James: os anos de sua formação em Akron, Ohio, quando a expressão “King James” ainda era apenas uma remota possibilidade escondida nas quadras do High School. Mas não é só isso, longe de querer se vender como uma jornada esportiva épica, o filme dirigido por Chris Robinson (de "Black·ish") também constrói uma narrativa que valoriza a intimidade e as relações que moldaram a figura pública que o mundo aprendeu a admirar. Em vez de apenas exaltar as conquistas esportivas, o roteiro parte do princípio de que a verdadeira grandeza começa bem antes da fama - e, sim, nesse sentido "Shooting Stars" repete aquela fórmula-base que sempre funcionou, compartilhando o DNA emocional de títulos como "Coach Carter", por exemplo, ainda que aqui com um tom bem mais suave e talvez por isso, mais afetivo.

Baseado no livro escrito pelo jornalista Buzz Bissinger (de "Friday Night Lights") em parceria com o próprio LeBron, o filme acompanha a jornada do jovem astro (Mookie Cook, que inclusive é jogador de basquete na vida real) e de seus melhores amigos: Dru Joyce III (Caleb McLaughlin), Willie McGee (Avery Wills Jr.) e Sian Cotton (Khalil Everage) – enquanto formam o “Fab Four”, uma equipe escolar que não apenas dominou o esporte, mas também reconfigurou o conceito de unidade dentro e fora das quadras. Repare como a sinopse oficial reforça ainda mais esse espírito: “Em uma jornada de superação e companheirismo, quatro amigos enfrentam obstáculos pessoais e esportivos enquanto constroem juntos a história de um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos”. Confira o trailer (em inglês):

Apesar da familiaridade em termos de estrutura, já que temos o treinador durão (interpretado com eficiência por Dermot Mulroney), a rotina de treinos intensos, os altos e baixos nos jogos e o dilema entre fama precoce e amizade verdadeira; "Shooting Stars" funciona (e muito) nos detalhes. A fotografia de Karsten Gopinath (de "A Grande Luta") prioriza os planos abertos das quadras e ginásios escolares, evocando uma estética quase documental, como se estivéssemos revivendo as memórias em VHS, em uma tentativa criativa de fazer uma aproximação emocional mais sutil. Nesse sentido, a montagem também acerta ao não glamourizar os jogos em si, evitando o clichê das grandes viradas milagrosas para dar espaço ao que realmente interessa como premissa dramática: os bastidores da formação emocional de jovens negros em um ambiente social permeado por desigualdades e expectativas sobre-humanas.

Obviamente que há uma tentativa visível de equilibrar o drama com o espetáculo visual. A direção de Robinson busca imprimir um ritmo ágil, sem abrir mão de alguma sensibilidade - é uma tentativa de criar camadas mais profundas para os dramas pessoais que muitas vezes funciona, outras vezes nem tanto. As cenas entre Dru e seu pai (Wood Harris) talvez sejam ótimos exemplos dessa busca mais emocional da história, especialmente por se afastar da caricatura do “coach autoritário” para focar em um homem que é pai antes de ser técnico. Já a relação entre LeBron e seus amigos é costurada com certa doçura e um senso de lealdade raro de se encontrar em produções esportivas - o roteiro sabe que esses laços são o verdadeiro "trunfo" que está em jogo, e nunca se desvia desse ponto. Agora, meu amigo, a trilha sonora assinada por Mark Isham, essa é de primeira prateleira - ela complementa com delicadeza a narrativa, alternando momentos de tensão nas partidas com músicas mais contemplativas, especialmente nas passagens em que o grupo encara as consequências de uma fama emergente.

Em “Shooting Stars” não há grandes viradas ou dramas hollywoodianos; há apenas a vida do jeito que ela é: com escolhas difíceis, amizades testadas e a dolorosa constatação de que crescer também significa perder um pouco do que éramos. Dito isso, pode parecer, à primeira vista, que “Shooting Stars” é apenas mais um filme esportivo juvenil, mas não, no final das contas, ele é mais sobre identidade e pertencimento do que sobre estatísticas ou troféus. O filme se alinha com o momento de uma geração que busca contar histórias além da glória, e nesse contexto é uma obra que humaniza o mito sem diminuir o impacto de sua trajetória. LeBron James, aqui, é apenas um garoto tentando fazer a coisa certa, e isso, por si só, já diz muito sobre seu propósito!

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