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Como Nossos Pais

Diretor
Laís Bodanzky
Elenco
Maria Ribeiro, Clarisse Abujamra, Paulo Vilhena
Ano
2017
País
Brasil

Drama netflix ml-relacoes ml-independente ml-oscar ml-familia ml-casal ml-brasil ml-hc

Como Nossos Pais

Esse é um dos filmes brasileiros mais reconhecidos do biênio (2017/2018), sendo, inclusive, indicado como "Melhor Filme" no Festival de Berlin e vencedor no Festival Gramando. "Como Nossos Pais", dirigido por Laís Bodanzky, não é uma filme fácil e certamente pode incomodar por algumas passagens (de fato) desnecessárias, no entanto, posso garantir: esse é daqueles filmes que deixam uma marca profunda, não por grandes reviravoltas dramáticas, mas pela forma sensível e extremamente realista com que retrata as relações humanas, especialmente dentro do núcleo familiar. Antes do play, saiba que o mérito de "Como Nossos Pais" está na forma como seu texto transita pela intimidade cotidiana de uma mulher, mãe de duas meninas, que vive em São Paulo; para levantar questões universais sobre identidade, desejo, maternidade e conflitos geracionais - tudo com uma delicadeza admirável.

O roteiro, assinado pela própria Bodanzky em parceria com Luiz Bolognesi, apresenta Rosa (Maria Ribeiro), uma mulher à beira dos 40 anos que parece presa entre diferentes papéis: mãe dedicada, esposa frustrada, filha incompreendida e profissional insatisfeita. Sua vida entra em xeque após revelações surpreendentes feitas por sua mãe, Clarice (Clarisse Abujamra), o que a leva rever completamente sua trajetória e suas escolhas pessoais ao longo dos anos. Deste ponto em diante, Rosa se lança em uma jornada de redescoberta emocional, tentando reconciliar quem ela é e como as expectativas que ela carrega podem transformar sua vida. Confira o trailer:

"Como Nossos Pais" tem uma direção sólida e madura de Bodanzky ("Bicho de Sete Cabeças") - ela explora com habilidade as nuances emocionais de seus personagens ao melhor estilo Ingmar Bergman, mas com um toque de Noah Baumbach que chega a flertar com Sam Levinson. Com uma câmera sempre próxima, capturando com empatia pequenos gestos e olhares que revelam muito mais do que o texto explicita, Bodanzky entrega uma narrativa bastante fluida, que usa o naturalismo para evidenciar a complexidade das relações familiares e as tensões de um casamento em crise. Não por acaso, a diretora evita sentimentalismos exagerados, preferindo entregar cenas com muita honestidade, que emocionam justamente por serem tão próximas da "nossa" realidade.

Maria Ribeiro é o coração pulsante do filme - com intensidade e vulnerabilidade, ela personifica as dúvidas, angústias e esperanças de uma mulher contemporânea que, apesar de forte, vive cercada por cobranças sociais. Ribeiro constrói uma Rosa de forma muito convincente, imprimindo camadas emocionais que permitem uma conexão imediata com a audiência feminina. Já Clarisse Abujamra também merece destaque, especialmente pela maneira contundente como expressa a força e a independência de uma mãe marcada por suas experiências (boas e ruins), contrapondo de forma muito eficiente a postura mais, digamos, insegura da protagonista. E aqui vale dizer que, tecnicamente, o filme é muito cuidadoso em manter essa atmosfera intimista. A fotografia do espanhol Pedro J. Márquez (de "Seu Filho") é brilhante - o olhar está sempre próximo dos personagens, com enquadramentos mais fechados, o que reforça o sentimento de conexão emocional. Repare como a câmera, muitas vezes funciona como um observador e em outros momentos parece documentar o caos que é a vida (leia-se intimidade) da protagonista - essa dicotomia nos provoca ótimas reflexões, afinal já vivemos (ou conhecemos alguém que viveu) algo parecido, não?

Veja, "Como Nossos Pais" é um filme corajoso porque retrata com o máximo de honestidade os dilemas internos femininos muitas vezes silenciados ou banalizados. Mesmo lidando com temas já abordados por outras produções, o filme de Laís Bodanzky tem uma identidade própria, principalmente pela maneira como ela constrói e desconstrói as relações entre os personagens. Não há grandes respostas ou soluções mágicas apresentadas, mas sim reflexões profundas e necessárias sobre o que significa, afinal, buscar a felicidade em meio a tantas expectativas.

Vale o seu play!

Assista Agora

Esse é um dos filmes brasileiros mais reconhecidos do biênio (2017/2018), sendo, inclusive, indicado como "Melhor Filme" no Festival de Berlin e vencedor no Festival Gramando. "Como Nossos Pais", dirigido por Laís Bodanzky, não é uma filme fácil e certamente pode incomodar por algumas passagens (de fato) desnecessárias, no entanto, posso garantir: esse é daqueles filmes que deixam uma marca profunda, não por grandes reviravoltas dramáticas, mas pela forma sensível e extremamente realista com que retrata as relações humanas, especialmente dentro do núcleo familiar. Antes do play, saiba que o mérito de "Como Nossos Pais" está na forma como seu texto transita pela intimidade cotidiana de uma mulher, mãe de duas meninas, que vive em São Paulo; para levantar questões universais sobre identidade, desejo, maternidade e conflitos geracionais - tudo com uma delicadeza admirável.

O roteiro, assinado pela própria Bodanzky em parceria com Luiz Bolognesi, apresenta Rosa (Maria Ribeiro), uma mulher à beira dos 40 anos que parece presa entre diferentes papéis: mãe dedicada, esposa frustrada, filha incompreendida e profissional insatisfeita. Sua vida entra em xeque após revelações surpreendentes feitas por sua mãe, Clarice (Clarisse Abujamra), o que a leva rever completamente sua trajetória e suas escolhas pessoais ao longo dos anos. Deste ponto em diante, Rosa se lança em uma jornada de redescoberta emocional, tentando reconciliar quem ela é e como as expectativas que ela carrega podem transformar sua vida. Confira o trailer:

"Como Nossos Pais" tem uma direção sólida e madura de Bodanzky ("Bicho de Sete Cabeças") - ela explora com habilidade as nuances emocionais de seus personagens ao melhor estilo Ingmar Bergman, mas com um toque de Noah Baumbach que chega a flertar com Sam Levinson. Com uma câmera sempre próxima, capturando com empatia pequenos gestos e olhares que revelam muito mais do que o texto explicita, Bodanzky entrega uma narrativa bastante fluida, que usa o naturalismo para evidenciar a complexidade das relações familiares e as tensões de um casamento em crise. Não por acaso, a diretora evita sentimentalismos exagerados, preferindo entregar cenas com muita honestidade, que emocionam justamente por serem tão próximas da "nossa" realidade.

Maria Ribeiro é o coração pulsante do filme - com intensidade e vulnerabilidade, ela personifica as dúvidas, angústias e esperanças de uma mulher contemporânea que, apesar de forte, vive cercada por cobranças sociais. Ribeiro constrói uma Rosa de forma muito convincente, imprimindo camadas emocionais que permitem uma conexão imediata com a audiência feminina. Já Clarisse Abujamra também merece destaque, especialmente pela maneira contundente como expressa a força e a independência de uma mãe marcada por suas experiências (boas e ruins), contrapondo de forma muito eficiente a postura mais, digamos, insegura da protagonista. E aqui vale dizer que, tecnicamente, o filme é muito cuidadoso em manter essa atmosfera intimista. A fotografia do espanhol Pedro J. Márquez (de "Seu Filho") é brilhante - o olhar está sempre próximo dos personagens, com enquadramentos mais fechados, o que reforça o sentimento de conexão emocional. Repare como a câmera, muitas vezes funciona como um observador e em outros momentos parece documentar o caos que é a vida (leia-se intimidade) da protagonista - essa dicotomia nos provoca ótimas reflexões, afinal já vivemos (ou conhecemos alguém que viveu) algo parecido, não?

Veja, "Como Nossos Pais" é um filme corajoso porque retrata com o máximo de honestidade os dilemas internos femininos muitas vezes silenciados ou banalizados. Mesmo lidando com temas já abordados por outras produções, o filme de Laís Bodanzky tem uma identidade própria, principalmente pela maneira como ela constrói e desconstrói as relações entre os personagens. Não há grandes respostas ou soluções mágicas apresentadas, mas sim reflexões profundas e necessárias sobre o que significa, afinal, buscar a felicidade em meio a tantas expectativas.

Vale o seu play!

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