indika.tv - Máfia da Dor
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Máfia da Dor

Diretor
David Yates
Elenco
Andy García, Chris Evans, Emily Blunt
Ano
2023
País
EUA

Drama netflix ml-real ml-investigação ml-crime ml-catastrofe ml-drogas ml-gb ml-fraude

Máfia da Dor

Mesmo depois de obras profundamente impactantes como "O Crime do Século""Prescrição Fatal" e  "Dopesick", a Netflix já tinha mostrado uma certa predisposição em explorar ainda mais o assunto da crise dos opioides nos EUA em "Império da Dor". No entanto, e para surpresa de muitos, o tema ainda soa relevante para a audiência do streaming depois de tantas produções e foi nesse sentido que surgiu "Máfia da Dor" do talentoso diretor David Yates (de vários filmes da franquia "Harry Potter" e dos dois "Animais Fantásticos e Onde Habitam"). Aqui, especificamente, sai OxyContin, da Purdue e dos Sacklers, e entra John Kapoor, fundador da Insys Therapeutics e criador de um potente spray de fentanil, o Subsys - um opioide 50 vezes mais potente que a heroína. Isso mesmo, 50x!

Com uma pegada conceitual meio "O Lobo de Wall Street", "Máfia da Dor" conta a história de "redenção" de Liza Drake (Emily Blunt), uma mãe solteira que ganhava a vida em uma boate como dançarina até encontrar com o representante de vendas de produtos farmacêuticos da Zanna, Pete Brenner (Chris Evans). É Brenner que coloca Drake em uma trajetória ascendente economicamente, mas de ética duvidosa, ao envolve-la em um perigoso esquema de extorsão, onde médicos eram premiados por receitar um opioide para o tratamento de câncer, para quem não tinha a doença, mas sentia algum tipo de dor. Afinal, "dor é dor"! Confira o trailer:

Se você já assistiu "Império da Dor" ou "Dopesick", provavelmente "Máfia da Dor" vai soar "mais do mesmo" - com outros personagens e em outro momento nessa linha temporal tão marcante (mais precisamente alguns anos após a queda da Purdue). Baseado em um artigo investigativo de 2018, escrito por Evan Hughes para o New York Times, o filme empresta vários elementos narrativos de uma história real para construir sua trama em forma de ficção. O excêntrico e germofóbico Jack Neel (um ótimo Andy Garcia) é uma versão mais requintada de John Kapoor, a Zanna representa a Insys, e o Subsys é o Lonafin. A partir daqui, mesmo mergulhando em um assunto dos mais sérios, preocupantes e impactantes da nossa era, o que encontramos na tela é mesmo um puro entretenimento pipoca (no bom sentido da expressão).

Yates escolhe e se apoia na simplicidade da sua narrativa para se fazer entender - algo que "Dopesick", por exemplo, exigia mais. Em "Máfia da Dor", Liza Drake (Emily Blunt) representa múltiplos pontos de vista do artigo original que, inclusive, chega a mencionar em seu texto o fato da Insys contratar uma “ex-dançarina exótica” como representante de vendas. Ela não deixa de ser uma "nova versão" de Britt Hufford de "Império da Dor" no que diz respeito a sua ambição e determinação - talvez só sem tanta ganância. De fato, e aqui é preciso pontuar, Blunt ao lado de Evans e de Garcia, representam de uma maneira bem inteligente o conjunto de banalidades de toda uma indústria farmacêutica que só trouxe sofrimento nesse século com seus opioides. O roteiro do estreante Wells Tower pontua as motivações desses personagens, mas por algum motivo procura eximi-los de suas responsabilidades - essa escolha tira a força do drama, mas também suaviza jornada. O que eu quero dizer é que, diferente de "Dopesick", você não vai se sentir tão impactado pela dor de quem sofreou com o vicio, pelo contrário, você vai até torcer pelo sucesso de Drake.

Depois de assistir tantos filmes, séries, documentários sobre o tema, é um fato que, embora tenha sido lançado só agora, "Máfia da Dor" seria uma ótima porta de entrada para o assunto ou, no mínimo, o que deveria ser assistido logo depois de "Império da Dor". Para deixar claro, as outras obras citadas acima, já entram em um outro nível de profundidade, de impacto visual e narrativo, deixando o entretenimento despretensioso bem distante do seu objetivo principal: um mergulho profundo na natureza humana, explorando temas como ganância, ética e as consequências devastadoras de algumas ações. Já aqui, podem acreditar, o tom é outro - e gostem ou não, entrega um bom programa para um dia chuvoso!

Assista Agora

Mesmo depois de obras profundamente impactantes como "O Crime do Século""Prescrição Fatal" e  "Dopesick", a Netflix já tinha mostrado uma certa predisposição em explorar ainda mais o assunto da crise dos opioides nos EUA em "Império da Dor". No entanto, e para surpresa de muitos, o tema ainda soa relevante para a audiência do streaming depois de tantas produções e foi nesse sentido que surgiu "Máfia da Dor" do talentoso diretor David Yates (de vários filmes da franquia "Harry Potter" e dos dois "Animais Fantásticos e Onde Habitam"). Aqui, especificamente, sai OxyContin, da Purdue e dos Sacklers, e entra John Kapoor, fundador da Insys Therapeutics e criador de um potente spray de fentanil, o Subsys - um opioide 50 vezes mais potente que a heroína. Isso mesmo, 50x!

Com uma pegada conceitual meio "O Lobo de Wall Street", "Máfia da Dor" conta a história de "redenção" de Liza Drake (Emily Blunt), uma mãe solteira que ganhava a vida em uma boate como dançarina até encontrar com o representante de vendas de produtos farmacêuticos da Zanna, Pete Brenner (Chris Evans). É Brenner que coloca Drake em uma trajetória ascendente economicamente, mas de ética duvidosa, ao envolve-la em um perigoso esquema de extorsão, onde médicos eram premiados por receitar um opioide para o tratamento de câncer, para quem não tinha a doença, mas sentia algum tipo de dor. Afinal, "dor é dor"! Confira o trailer:

Se você já assistiu "Império da Dor" ou "Dopesick", provavelmente "Máfia da Dor" vai soar "mais do mesmo" - com outros personagens e em outro momento nessa linha temporal tão marcante (mais precisamente alguns anos após a queda da Purdue). Baseado em um artigo investigativo de 2018, escrito por Evan Hughes para o New York Times, o filme empresta vários elementos narrativos de uma história real para construir sua trama em forma de ficção. O excêntrico e germofóbico Jack Neel (um ótimo Andy Garcia) é uma versão mais requintada de John Kapoor, a Zanna representa a Insys, e o Subsys é o Lonafin. A partir daqui, mesmo mergulhando em um assunto dos mais sérios, preocupantes e impactantes da nossa era, o que encontramos na tela é mesmo um puro entretenimento pipoca (no bom sentido da expressão).

Yates escolhe e se apoia na simplicidade da sua narrativa para se fazer entender - algo que "Dopesick", por exemplo, exigia mais. Em "Máfia da Dor", Liza Drake (Emily Blunt) representa múltiplos pontos de vista do artigo original que, inclusive, chega a mencionar em seu texto o fato da Insys contratar uma “ex-dançarina exótica” como representante de vendas. Ela não deixa de ser uma "nova versão" de Britt Hufford de "Império da Dor" no que diz respeito a sua ambição e determinação - talvez só sem tanta ganância. De fato, e aqui é preciso pontuar, Blunt ao lado de Evans e de Garcia, representam de uma maneira bem inteligente o conjunto de banalidades de toda uma indústria farmacêutica que só trouxe sofrimento nesse século com seus opioides. O roteiro do estreante Wells Tower pontua as motivações desses personagens, mas por algum motivo procura eximi-los de suas responsabilidades - essa escolha tira a força do drama, mas também suaviza jornada. O que eu quero dizer é que, diferente de "Dopesick", você não vai se sentir tão impactado pela dor de quem sofreou com o vicio, pelo contrário, você vai até torcer pelo sucesso de Drake.

Depois de assistir tantos filmes, séries, documentários sobre o tema, é um fato que, embora tenha sido lançado só agora, "Máfia da Dor" seria uma ótima porta de entrada para o assunto ou, no mínimo, o que deveria ser assistido logo depois de "Império da Dor". Para deixar claro, as outras obras citadas acima, já entram em um outro nível de profundidade, de impacto visual e narrativo, deixando o entretenimento despretensioso bem distante do seu objetivo principal: um mergulho profundo na natureza humana, explorando temas como ganância, ética e as consequências devastadoras de algumas ações. Já aqui, podem acreditar, o tom é outro - e gostem ou não, entrega um bom programa para um dia chuvoso!

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