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A Bela e a Fera

Quando assisti a versão para cinema do musical "Les Miserables" fiz um review (que você pode ler aqui) torcendo para que desse muito certo e tudo aquilo que eu havia assistido no teatro se transformasse em grandes filmes. "Beauty and the Beast" (título original) é um grande filme, no sentido mais cinematográfico da afirmação! É uma história que fez sucesso em Animação, na Broadway e agora no Cinema - custou 160 milhões e "só" no final de semana de lançamento arrecadou 174 milhões (apenas nos EUA)! Confira o belíssimo trailer e tente não se emocionar:

O filme é sobre a fantástica história de Bela (Emma Watson), uma jovem brilhante, bonita e independente, que é aprisionada por um Monstro (Dan Stevens) no seu castelo. Apesar dos seus receios, Bela torna-se amiga dos empregados - figuras encantadas que personificam objetos de decoração ou de cozinha. A jovem se diferencia de outras "convidadas" por conseguir ver além do terrível exterior da Fera assim que começa conhecer a alma e o coração de um verdadeiro Príncipe amaldiçoado!

Dirigido pelo ótimo Bill Condon (de "Dreamgirls"), o filme é muito bem feito, muito bonito visualmente e pode separar um monte de estatuetas para as categorias técnicas e de arte (desenho de produção, figurino, maquiagem e se bobear até efeitos especiais) do Oscar 2018. É muito bacana o conceito que imprimiram no filme, você tem a impressão que está assistindo uma animação só que com pessoas de verdade - as cores, os efeitos, os movimentos de câmera, a fotografia; tudo colabora pra isso e trás muito da magia que é assistir "A Bela e a Fera" na Broadway.  

Torço para que a Disney traga mais dos seus clássicos para o cinema e que outros estúdios acreditem e invistam em adaptações de outras clássicos como Miss Saygon, Phanton of the Opera, Cats, etc!

É um filme para toda a familia! Vale muito o play!

Up-date: "A Bela e a Fera" foi indicada em duas categorias no Oscar 2018: Melhor Figurino e Melhor Desenho de Produção, mas acabou não ganhando nenhuma estatueta!

Assista Agora

Quando assisti a versão para cinema do musical "Les Miserables" fiz um review (que você pode ler aqui) torcendo para que desse muito certo e tudo aquilo que eu havia assistido no teatro se transformasse em grandes filmes. "Beauty and the Beast" (título original) é um grande filme, no sentido mais cinematográfico da afirmação! É uma história que fez sucesso em Animação, na Broadway e agora no Cinema - custou 160 milhões e "só" no final de semana de lançamento arrecadou 174 milhões (apenas nos EUA)! Confira o belíssimo trailer e tente não se emocionar:

O filme é sobre a fantástica história de Bela (Emma Watson), uma jovem brilhante, bonita e independente, que é aprisionada por um Monstro (Dan Stevens) no seu castelo. Apesar dos seus receios, Bela torna-se amiga dos empregados - figuras encantadas que personificam objetos de decoração ou de cozinha. A jovem se diferencia de outras "convidadas" por conseguir ver além do terrível exterior da Fera assim que começa conhecer a alma e o coração de um verdadeiro Príncipe amaldiçoado!

Dirigido pelo ótimo Bill Condon (de "Dreamgirls"), o filme é muito bem feito, muito bonito visualmente e pode separar um monte de estatuetas para as categorias técnicas e de arte (desenho de produção, figurino, maquiagem e se bobear até efeitos especiais) do Oscar 2018. É muito bacana o conceito que imprimiram no filme, você tem a impressão que está assistindo uma animação só que com pessoas de verdade - as cores, os efeitos, os movimentos de câmera, a fotografia; tudo colabora pra isso e trás muito da magia que é assistir "A Bela e a Fera" na Broadway.  

Torço para que a Disney traga mais dos seus clássicos para o cinema e que outros estúdios acreditem e invistam em adaptações de outras clássicos como Miss Saygon, Phanton of the Opera, Cats, etc!

É um filme para toda a familia! Vale muito o play!

Up-date: "A Bela e a Fera" foi indicada em duas categorias no Oscar 2018: Melhor Figurino e Melhor Desenho de Produção, mas acabou não ganhando nenhuma estatueta!

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A História da Pixar

"A História da Pixar" é um ótimo documentário de 2007, dirigido pela mesma diretora que lançou recentemente, "A História do Imagineering", também pela Disney+. O fato é que Leslie Iwerks construiu um material histórico importantíssimo para os dias de hoje, captando depoimentos raros de gênios como Steve Jobs, George Lucas, Michael Eisner, Roy Disney; sem falar no próprio Bob Iger, John Lasseter e Ed Catmull. 

"A História da Pixar" (ou The Pixar Story) é um olhar curioso sobre os primeiros anos do Estúdio. Desde a época em que era apenas um braço experimental da "Industrial Light & Magic" de George Lucas, passando pelo sucesso de "Toy Story" até a construção de seu enorme campus em East Bay e na relação de sucesso que culminou na aquisição pela Disney. Não é exagero dizer que sua notável sequência sucessos é só a ponta do iceberg de uma jornada muito pessoal de Lasseter, Catmull e Jobs e o documentário detalha muito bem como essas peças se encaixaram. O interessante, e hoje fica mais fácil perceber isso, é que a história da Pixar se confunde com o próprio caminho que a animação veio a percorrer através dos anos e mesmo se tratando de um documentário datado, é impossível não valorizar a aula de inovação, gestão e cultura que ele nos oferece a partir das histórias de cada um dos protagonistas e da paixão por algo que parecia tão distante.

Para quem é empreendedor ou amante do cinema de animação, esse documentário é simplesmente imperdível. São tantos elementos que nos inspiram que fica até difícil pontuar. Pode ter certeza que você vai querer se aprofundar, já que o documentário não tem essa preocupação, então eu aproveito para sugerir o livro "Criatividade S.A." do Ed Catmull - lá você vai encontrar muitas das passagens do documentário um pouco mais desenvolvidas.Olha, se assistir esse documentário e depois ler o livro, acredite, você terá um verdadeiro estudo de caso nas mãos, digno dos melhores cursos de pós-gradução do planeta. Vale muito a pena!

Assista Agora 

"A História da Pixar" é um ótimo documentário de 2007, dirigido pela mesma diretora que lançou recentemente, "A História do Imagineering", também pela Disney+. O fato é que Leslie Iwerks construiu um material histórico importantíssimo para os dias de hoje, captando depoimentos raros de gênios como Steve Jobs, George Lucas, Michael Eisner, Roy Disney; sem falar no próprio Bob Iger, John Lasseter e Ed Catmull. 

"A História da Pixar" (ou The Pixar Story) é um olhar curioso sobre os primeiros anos do Estúdio. Desde a época em que era apenas um braço experimental da "Industrial Light & Magic" de George Lucas, passando pelo sucesso de "Toy Story" até a construção de seu enorme campus em East Bay e na relação de sucesso que culminou na aquisição pela Disney. Não é exagero dizer que sua notável sequência sucessos é só a ponta do iceberg de uma jornada muito pessoal de Lasseter, Catmull e Jobs e o documentário detalha muito bem como essas peças se encaixaram. O interessante, e hoje fica mais fácil perceber isso, é que a história da Pixar se confunde com o próprio caminho que a animação veio a percorrer através dos anos e mesmo se tratando de um documentário datado, é impossível não valorizar a aula de inovação, gestão e cultura que ele nos oferece a partir das histórias de cada um dos protagonistas e da paixão por algo que parecia tão distante.

Para quem é empreendedor ou amante do cinema de animação, esse documentário é simplesmente imperdível. São tantos elementos que nos inspiram que fica até difícil pontuar. Pode ter certeza que você vai querer se aprofundar, já que o documentário não tem essa preocupação, então eu aproveito para sugerir o livro "Criatividade S.A." do Ed Catmull - lá você vai encontrar muitas das passagens do documentário um pouco mais desenvolvidas.Olha, se assistir esse documentário e depois ler o livro, acredite, você terá um verdadeiro estudo de caso nas mãos, digno dos melhores cursos de pós-gradução do planeta. Vale muito a pena!

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A História do Imagineering

"A História do Imagineering" é uma série documental de seis episódios de 60 minutos, em média, do Disney+, que mais parece um curso de MBA em empreendedorismo e inovação - e isso é incrível! Sem exageros, a forma como o documentário dirigido pela Leslie Iwerks, indicada ao Oscar de 2007 pelo curta documental "Recycled Life" e também responsável pelo excelente "A História da Pixar", é simplesmente sensacional - são tantos elementos inseridos organicamente no processo de construção de um império do entretenimento pelos olhos da força mais criativa da empresa, que fica até difícil citá-los sem correr o risco de esquecer algo importante!

Mesmo que você seja uma das milhões de pessoas que tiveram a oportunidade de visitar algum dos parques temáticos da Disney em todo o mundo, você pode não ter a noção e até não conhecer sobre um dos conceitos culturais mais importantes que a empresa até estabeleceu como profissão: a do Imagineer. A palavra foi criada para designar os criadores de tudo que está nos seus parques temáticos, da idealização à construção de várias das atrações. O documentário tem, entre outras coisas, o objetivo de mostrar um lado secreto que a Disney habitualmente não revelaria e a relação mágica entre a criação e o público que já começa com seu criador Walt, o primeiro dos Imagineers. Confira o trailer:

Da criação da Disneylândia original em Anaheim, na Califórnia, passando pela da Euro Disney em Paris, até chegar nos parques mais recentes, como o de Xangai, a série percorre os altos e baixos destas tarefas gigantescas e dá voz aos seus protagonistas em uma verdadeira radiografia que expõe os bastidores da empresa, tanto criativo como corporativo - e é aqui que o documentário ganha em conteúdo, pois Iwerks mostra um material riquíssimo de arquivo, com conversas de Walt e seu irmão Roy, depoimentos dos primeiros Imagineers, CEOs e executivos da empresa como Michael Eisner, Frank Wells e Bob Iger, além de figuras quase míticas como Steve Jobs, George Lucas e James Cameron.   

"A História do Imagineering" é muito mais que uma série que fala sobre um legado, ela é a mais espetacular análise sobre o real significado de empreendedorismo na prática, uma aula de cultura, gestão, propósito, criatividade, inovação, growth, customer experience, internacionalização, propriedade intelectual, etc. Sério, é simplesmente imperdível e me desculpem a redundância, mas talvez seja o melhor conteúdo sobre o assunto disponível atualmente nos serviços de streaming.

Como de costume nesse tipo de review focado em empreendedorismo, seguem algumas indicações bibliográficas que vão te ajudar a se aprofundar no conteúdo que a série cobre. O primeiro chama "Se você pode sonhar, pode fazer"- esse é um livro de consulta, bem fácil, com vários conceitos dos Imagineers que ajudam a impulsionar a criatividade. A segunda indicação já é um pouco mais complexa, "Disney War" mostra os bastidores da Era Eisner na Disney e como ele foi capaz de recuperar uma empresa quase falida e transformar em uma potencia global do entretenimento. Existem mais dois livros que também podem interessar: "A Magia do Império Disney"de Ginha Nader é basicamente o conteúdo que você vai assistir no documentário e "Criando Magia" do Lee Cockerell que enumera dez estratégias de liderança disseminadas no Disney Institute.

Agora vamos ao que interessa! Só dar o play e ser feliz!

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"A História do Imagineering" é uma série documental de seis episódios de 60 minutos, em média, do Disney+, que mais parece um curso de MBA em empreendedorismo e inovação - e isso é incrível! Sem exageros, a forma como o documentário dirigido pela Leslie Iwerks, indicada ao Oscar de 2007 pelo curta documental "Recycled Life" e também responsável pelo excelente "A História da Pixar", é simplesmente sensacional - são tantos elementos inseridos organicamente no processo de construção de um império do entretenimento pelos olhos da força mais criativa da empresa, que fica até difícil citá-los sem correr o risco de esquecer algo importante!

Mesmo que você seja uma das milhões de pessoas que tiveram a oportunidade de visitar algum dos parques temáticos da Disney em todo o mundo, você pode não ter a noção e até não conhecer sobre um dos conceitos culturais mais importantes que a empresa até estabeleceu como profissão: a do Imagineer. A palavra foi criada para designar os criadores de tudo que está nos seus parques temáticos, da idealização à construção de várias das atrações. O documentário tem, entre outras coisas, o objetivo de mostrar um lado secreto que a Disney habitualmente não revelaria e a relação mágica entre a criação e o público que já começa com seu criador Walt, o primeiro dos Imagineers. Confira o trailer:

Da criação da Disneylândia original em Anaheim, na Califórnia, passando pela da Euro Disney em Paris, até chegar nos parques mais recentes, como o de Xangai, a série percorre os altos e baixos destas tarefas gigantescas e dá voz aos seus protagonistas em uma verdadeira radiografia que expõe os bastidores da empresa, tanto criativo como corporativo - e é aqui que o documentário ganha em conteúdo, pois Iwerks mostra um material riquíssimo de arquivo, com conversas de Walt e seu irmão Roy, depoimentos dos primeiros Imagineers, CEOs e executivos da empresa como Michael Eisner, Frank Wells e Bob Iger, além de figuras quase míticas como Steve Jobs, George Lucas e James Cameron.   

"A História do Imagineering" é muito mais que uma série que fala sobre um legado, ela é a mais espetacular análise sobre o real significado de empreendedorismo na prática, uma aula de cultura, gestão, propósito, criatividade, inovação, growth, customer experience, internacionalização, propriedade intelectual, etc. Sério, é simplesmente imperdível e me desculpem a redundância, mas talvez seja o melhor conteúdo sobre o assunto disponível atualmente nos serviços de streaming.

Como de costume nesse tipo de review focado em empreendedorismo, seguem algumas indicações bibliográficas que vão te ajudar a se aprofundar no conteúdo que a série cobre. O primeiro chama "Se você pode sonhar, pode fazer"- esse é um livro de consulta, bem fácil, com vários conceitos dos Imagineers que ajudam a impulsionar a criatividade. A segunda indicação já é um pouco mais complexa, "Disney War" mostra os bastidores da Era Eisner na Disney e como ele foi capaz de recuperar uma empresa quase falida e transformar em uma potencia global do entretenimento. Existem mais dois livros que também podem interessar: "A Magia do Império Disney"de Ginha Nader é basicamente o conteúdo que você vai assistir no documentário e "Criando Magia" do Lee Cockerell que enumera dez estratégias de liderança disseminadas no Disney Institute.

Agora vamos ao que interessa! Só dar o play e ser feliz!

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A Pequena Sereia

Visualmente magnifico e com aquela atmosfera de fantasia que só a Disney é capaz de entregar - talvez não exista forma melhor de definir essa experiência cinematográfica que notavelmente vai além do entretenimento, é afetiva! "A Pequena Sereia", sem dúvida, está entre os maiores acertos da temporada em vários sentidos - mas essencialmente no de nos permitir embarcar em uma jornada tão especial (principalmente para aqueles maiores de 40) como aquela que vivemos com a animação de 1989, dirigida pelo Ron Clements e pelo John Musker, e que ganhou dois Oscars no ano seguinte! Com um roteiro que privilegia o material original, mas sem perder a oportunidade de elaborar melhor algumas passagens da trama, atuações de tirar o fôlego (especialmente de Halle Bailey) e um desenho de produção que, conectado com um ótimo CGI, mergulha fundo na magia dos oceanos, este live-action oferece uma jornada única que cativa e emociona desde o primeiro minuto. Olha, se você já se apaixonou pelas mais recentes adaptações de "A Bela e a Fera" e de "Rei Leão", prepare-se para se encantar novamente porque o filme é realmente lindo!

"A Pequena Sereia" nos leva a um submerso mundo de sonhos, onde Ariel (Bailey), uma jovem sereia curiosa e determinada, anseia por conhecer tudo sobre os humanos. Quando ela se encanta pelo príncipe Eric (Jonah Hauer-King) após salvar a sua vida, Ariel faz um pacto com a bruxa do mar Ursula (Melissa McCarthy) para trocar sua voz por pernas humanas e assim poder tentar encontra-lo novamente. Acontece que Ariel tem apenas três dias para conquistar o coração de Eric, o problema é que ele tem em sua lembrança apenas a voz da pessoa que o salvou. Confira o trailer:

"A Pequena Sereia" é mais um deslumbrante exemplo de como o cinema pode criar mundos mágicos e envolventes de geração em geração. Nessa linha, a direção de Rob Marshall (indicado ao Oscar por "Chicago") merece nosso elogio, pois ele foi capaz de equilibrar habilmente os elementos de fantasia tão particulares da animação, com a profundidade emocional dos personagens que agora parecem reais. Reparem como no roteiro de David Magee (de “O Pior Vizinho do Mundo”), Ariel é uma princesa mais autossuficiente, independente, capaz de mostrar que seu fascínio vai muito além de um interesse amoroso, que sua curiosidade é, de fato, por toda a humanidade e suas complexidades. O ótimo Javier Bardem também entrega um Rei Tritão um pouco mais sensível e (ironicamente) mais humano, enquanto Jonah Hauer-King vive um Príncipe Eric com mais personalidade e até mais encanto que o original - a relação com sua mãe e rainha (Noma Dumezweni), que não existia no filme original, amplia as camadas emocionais de um núcleo que praticamente não tinha força em 89 e funciona demais!

A fotografia do craque Dion Beebe (também de "Chicago" e vencedor do Oscar por "Memórias de uma Gueixa") é simplesmente espetacular - as cores vibrantes e os cenários deslumbrantes nos transportam para um reino submerso com muita naturalidade. Se atentem também em como a cauda de Ariel é retratada, com tons que vão se alterando conforme a luz, se projetando sobre ela, com seu movimento extremamente orgânico, contribuindo ainda mais para que a magia Disney se torna palpável. A trilha sonora, obviamente, é outro ponto alto do live-action, com novas interpretações das icônicas músicas da animação original, bem como canções inéditas que se integram perfeitamente à narrativa - Lin-Manuel Miranda (de “Encanto”) mais uma vez brilha! A combinação de músicas como  imagens de Marshall, olha, é simplesmente hipnotizante - prepare-se para momentos emocionantes e inesquecíveis. E se você acha que estou exagerando, veja a capacidade vocal da própria Halle Bailey nesse video abaixo:

"A Pequena Sereia" tem mesmo aquele toque nostálgico e talvez por isso seja capaz de transcender as expectativas de grande parte da audiência. É original? Não - assim como também não foi o "Rei Leão", mas te garanto: continua apaixonante!  Pode ter certeza que essa é mais uma experiência proporcionada pela Disney que vai tocar seu coração e te transportar para um mundo de magia e romance com a mesma intensidade e competência que a animação original, mesmo depois de 34 anos!

Vale seu play! 

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Visualmente magnifico e com aquela atmosfera de fantasia que só a Disney é capaz de entregar - talvez não exista forma melhor de definir essa experiência cinematográfica que notavelmente vai além do entretenimento, é afetiva! "A Pequena Sereia", sem dúvida, está entre os maiores acertos da temporada em vários sentidos - mas essencialmente no de nos permitir embarcar em uma jornada tão especial (principalmente para aqueles maiores de 40) como aquela que vivemos com a animação de 1989, dirigida pelo Ron Clements e pelo John Musker, e que ganhou dois Oscars no ano seguinte! Com um roteiro que privilegia o material original, mas sem perder a oportunidade de elaborar melhor algumas passagens da trama, atuações de tirar o fôlego (especialmente de Halle Bailey) e um desenho de produção que, conectado com um ótimo CGI, mergulha fundo na magia dos oceanos, este live-action oferece uma jornada única que cativa e emociona desde o primeiro minuto. Olha, se você já se apaixonou pelas mais recentes adaptações de "A Bela e a Fera" e de "Rei Leão", prepare-se para se encantar novamente porque o filme é realmente lindo!

"A Pequena Sereia" nos leva a um submerso mundo de sonhos, onde Ariel (Bailey), uma jovem sereia curiosa e determinada, anseia por conhecer tudo sobre os humanos. Quando ela se encanta pelo príncipe Eric (Jonah Hauer-King) após salvar a sua vida, Ariel faz um pacto com a bruxa do mar Ursula (Melissa McCarthy) para trocar sua voz por pernas humanas e assim poder tentar encontra-lo novamente. Acontece que Ariel tem apenas três dias para conquistar o coração de Eric, o problema é que ele tem em sua lembrança apenas a voz da pessoa que o salvou. Confira o trailer:

"A Pequena Sereia" é mais um deslumbrante exemplo de como o cinema pode criar mundos mágicos e envolventes de geração em geração. Nessa linha, a direção de Rob Marshall (indicado ao Oscar por "Chicago") merece nosso elogio, pois ele foi capaz de equilibrar habilmente os elementos de fantasia tão particulares da animação, com a profundidade emocional dos personagens que agora parecem reais. Reparem como no roteiro de David Magee (de “O Pior Vizinho do Mundo”), Ariel é uma princesa mais autossuficiente, independente, capaz de mostrar que seu fascínio vai muito além de um interesse amoroso, que sua curiosidade é, de fato, por toda a humanidade e suas complexidades. O ótimo Javier Bardem também entrega um Rei Tritão um pouco mais sensível e (ironicamente) mais humano, enquanto Jonah Hauer-King vive um Príncipe Eric com mais personalidade e até mais encanto que o original - a relação com sua mãe e rainha (Noma Dumezweni), que não existia no filme original, amplia as camadas emocionais de um núcleo que praticamente não tinha força em 89 e funciona demais!

A fotografia do craque Dion Beebe (também de "Chicago" e vencedor do Oscar por "Memórias de uma Gueixa") é simplesmente espetacular - as cores vibrantes e os cenários deslumbrantes nos transportam para um reino submerso com muita naturalidade. Se atentem também em como a cauda de Ariel é retratada, com tons que vão se alterando conforme a luz, se projetando sobre ela, com seu movimento extremamente orgânico, contribuindo ainda mais para que a magia Disney se torna palpável. A trilha sonora, obviamente, é outro ponto alto do live-action, com novas interpretações das icônicas músicas da animação original, bem como canções inéditas que se integram perfeitamente à narrativa - Lin-Manuel Miranda (de “Encanto”) mais uma vez brilha! A combinação de músicas como  imagens de Marshall, olha, é simplesmente hipnotizante - prepare-se para momentos emocionantes e inesquecíveis. E se você acha que estou exagerando, veja a capacidade vocal da própria Halle Bailey nesse video abaixo:

"A Pequena Sereia" tem mesmo aquele toque nostálgico e talvez por isso seja capaz de transcender as expectativas de grande parte da audiência. É original? Não - assim como também não foi o "Rei Leão", mas te garanto: continua apaixonante!  Pode ter certeza que essa é mais uma experiência proporcionada pela Disney que vai tocar seu coração e te transportar para um mundo de magia e romance com a mesma intensidade e competência que a animação original, mesmo depois de 34 anos!

Vale seu play! 

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Amor e Monstros

Amor e Monstros

Verdade seja dita: não é fácil encontrar bons "blockbusters". Histórias batidas, atores no piloto automático e CGI caro/ruim são a receita de dezenas de títulos lançados ano após ano. Felizmente, "Amor e Monstros" é diferente. Em poucos minutos, o filme estabelece o contexto daquele mundo pós-apocalíptico: a humanidade perdeu o topo da cadeia alimentar e a soberania da superfície terrestre. Os poucos que sobraram foram relegados a (sobre)viver em bunkers e abrigos subterrâneos.

Após 7 anos, o medroso Joel (Dylan O’Brien) encarna o Thomas de Maze Runner para correr até a sua amada Aimee (Jessica Henwick). No caminho, encontra alguns aliados e vários monstros. A premissa simples parece uma mistura de Zumbilândia com Sessão da Tarde, mas eu garanto: a execução é impecável! Confira o trailer:

Conhecemos um mundo selvagem, verde, pitoresco e ameaçador. Desde Aniquilação (2018) a natureza anômala não era retratada de forma tão estupenda. Os efeitos visuais, reconhecidos pela academia do Oscar com uma indicação na categoria, são incríveis: da computação gráfica que cria os monstros aos efeitos práticos empregados nas cenas de ação. A facilidade do filme em transitar por vários gêneros chama atenção. Além do "terrir" (terror + comédia), vemos uma aventura cheia de ação e suspense, com um tempero de ficção científica - mérito do diretorMichael Matthews. Destaque para o bom elenco coadjuvante, especialmente Michael Rooker como Clyde e a sagaz Minnow de Ariana Greenblatt, sem falar no "Melhor Cachorro de 2021" - Boy é ótimo!

"Love and Monsters" (título original) pode ainda deixar reflexões sobre a importância da comunicação e do enfrentamento dos medos. Mas antes disso, deve ser encarado como um entretenimento ótimo e empolgante, capaz de assustar e divertir na mesma proporção.

A verdade é que o filme poderia ser uma premiada animação da Pixar - o contexto narrativo da jornada do herói e do auto-conhecimento está todo ali, porém é um "Cinema Pipoca" acima da média, acredite!

Escrito por Ricelli Ribeiro - uma parceria @dicastreaming 

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Verdade seja dita: não é fácil encontrar bons "blockbusters". Histórias batidas, atores no piloto automático e CGI caro/ruim são a receita de dezenas de títulos lançados ano após ano. Felizmente, "Amor e Monstros" é diferente. Em poucos minutos, o filme estabelece o contexto daquele mundo pós-apocalíptico: a humanidade perdeu o topo da cadeia alimentar e a soberania da superfície terrestre. Os poucos que sobraram foram relegados a (sobre)viver em bunkers e abrigos subterrâneos.

Após 7 anos, o medroso Joel (Dylan O’Brien) encarna o Thomas de Maze Runner para correr até a sua amada Aimee (Jessica Henwick). No caminho, encontra alguns aliados e vários monstros. A premissa simples parece uma mistura de Zumbilândia com Sessão da Tarde, mas eu garanto: a execução é impecável! Confira o trailer:

Conhecemos um mundo selvagem, verde, pitoresco e ameaçador. Desde Aniquilação (2018) a natureza anômala não era retratada de forma tão estupenda. Os efeitos visuais, reconhecidos pela academia do Oscar com uma indicação na categoria, são incríveis: da computação gráfica que cria os monstros aos efeitos práticos empregados nas cenas de ação. A facilidade do filme em transitar por vários gêneros chama atenção. Além do "terrir" (terror + comédia), vemos uma aventura cheia de ação e suspense, com um tempero de ficção científica - mérito do diretorMichael Matthews. Destaque para o bom elenco coadjuvante, especialmente Michael Rooker como Clyde e a sagaz Minnow de Ariana Greenblatt, sem falar no "Melhor Cachorro de 2021" - Boy é ótimo!

"Love and Monsters" (título original) pode ainda deixar reflexões sobre a importância da comunicação e do enfrentamento dos medos. Mas antes disso, deve ser encarado como um entretenimento ótimo e empolgante, capaz de assustar e divertir na mesma proporção.

A verdade é que o filme poderia ser uma premiada animação da Pixar - o contexto narrativo da jornada do herói e do auto-conhecimento está todo ali, porém é um "Cinema Pipoca" acima da média, acredite!

Escrito por Ricelli Ribeiro - uma parceria @dicastreaming 

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Cruella

A Disney deveria seguir o exemplo da DC e criar um selo focado apenas em releituras menos convencionais de seus clássicos, como fez com "Cruella". Eu diria, inclusive, que esse filme é uma das estreias mais surpreendentes do ano - tecnicamente perfeito e narrativamente muito bem construído, equilibrando elementos clássicos da personagem, com a modernidade, beleza e a liberdade criativa para se aplaudir de pé - mais ou menos como Baz Luhrmann fez em "Romeu e Julieta".

Ambientado na Londres dos anos 70 em meio a revolução do punk rock, "Cruella" mostra a história de uma jovem vigarista chamada Estella (Emma Stone) que, desde a morte trágica de sua mãe, vive de pequenos golpes ao lado dos amigos Jasper (Joel Fry) e Horace (Paul Walter Hauser). Inteligente, criativa e determinada a mudar de vida e fazer seu nome através de seu talento na moda, ela acaba chamando a atenção da Baronesa Von Hellman (Emma Thompson), uma lenda fashion que é devastadoramente chique e assustadoramente egocêntrica. Entretanto, o relacionamento entre elas desencadeia uma série de eventos e revelações que farão com que Estella abrace seu lado mais rebelde, sombrio até, e se torne a impiedosa Cruella que, mesmo elegante, tem a vingança como seu maior combustível. Confira o trailer:

Antes de falar do bom roteiro de Dana Fox (Megarrromântico) e Tony McNamara (A Favorita), destaco como o visual de "Cruella" chama atenção - e aqui fica claro o enorme talento do diretor Craig Gillespie (Eu, Tonya) que, referenciado por uma respeitável carreira na publicidade, usa toda sua habilidade em construir uma atmosfera moderna e dinâmica para contar uma história mais adulta, mas sem perder a essência da fantasia clássica. Gillespie nos leva em viagem divertida, usando uma câmera quase sempre em movimento, criando um balé técnico pouco convencional e muito bem executado. A fotografia do Nicolas Karakatsanis, parceiro de Gillespie em "Eu, Tonya"- que também trouxe esse balé "Cisne Negro" para a arena de patinação no gelo), está 100% alinhada com um trabalho do departamento de direção de arte dos mais bonitos (e que fatalmente será indicado em algumas categorias do Oscar 2022 com muito mérito). Criados por Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria), o figurino tem uma estética punk e funciona como um gatilho de transgressão, quebrando padrões que dialogam exatamente com o surgimento de Cruella - os cenários para isso são instalações criativas que vão de caminhões de lixo a shows cheios de pirotecnia ao som de uma trilha sonora com versões de Supertramp, Bee Gees, Queen e The Clash intercaladas com composições originais de Nicholas Britell (a mente brilhante por traz de "Sussession", "The Underground Railroad", "Moonlight" e "Se a rua Beale falasse").

O roteiro é ótimo, criativo, cheio de easter eggs que fazem referências à animação original de uma forma muito orgânica. No entanto, talvez o seu único deslize tenha sido a falta de sutileza na transição de Estella para Cruella - para os mais atentos e críticos, vai parecer uma falta de um cuidado maior, talvez com soluções menos óbvias, para aí sim se aproximar de um ápice de protagonista com momentos memoráveis como de "Coringa" por exemplo. Aliás, seguindo o trabalho exemplar de Joaquin Phoenix, Emma Stone está fantástica e não se surpreenda se ela for indicada mais uma vez ao Oscar - o mesmo eu digo para Emma Thompson, a implacável Baronesa, como coadjuvante.

Bem mais divertido do que eu esperava, "Cruella" é entretenimento de ótima qualidade - sem a pretensão de ser inesquecível, certamente o filme marca pela originalidade, inteligência e qualidade! Vale muito a pena, mesmo!

Up-date: "Cruella" foi indicado em duas das três categorias de arte, mas ganhou apenas em Melhor Figurino.

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A Disney deveria seguir o exemplo da DC e criar um selo focado apenas em releituras menos convencionais de seus clássicos, como fez com "Cruella". Eu diria, inclusive, que esse filme é uma das estreias mais surpreendentes do ano - tecnicamente perfeito e narrativamente muito bem construído, equilibrando elementos clássicos da personagem, com a modernidade, beleza e a liberdade criativa para se aplaudir de pé - mais ou menos como Baz Luhrmann fez em "Romeu e Julieta".

Ambientado na Londres dos anos 70 em meio a revolução do punk rock, "Cruella" mostra a história de uma jovem vigarista chamada Estella (Emma Stone) que, desde a morte trágica de sua mãe, vive de pequenos golpes ao lado dos amigos Jasper (Joel Fry) e Horace (Paul Walter Hauser). Inteligente, criativa e determinada a mudar de vida e fazer seu nome através de seu talento na moda, ela acaba chamando a atenção da Baronesa Von Hellman (Emma Thompson), uma lenda fashion que é devastadoramente chique e assustadoramente egocêntrica. Entretanto, o relacionamento entre elas desencadeia uma série de eventos e revelações que farão com que Estella abrace seu lado mais rebelde, sombrio até, e se torne a impiedosa Cruella que, mesmo elegante, tem a vingança como seu maior combustível. Confira o trailer:

Antes de falar do bom roteiro de Dana Fox (Megarrromântico) e Tony McNamara (A Favorita), destaco como o visual de "Cruella" chama atenção - e aqui fica claro o enorme talento do diretor Craig Gillespie (Eu, Tonya) que, referenciado por uma respeitável carreira na publicidade, usa toda sua habilidade em construir uma atmosfera moderna e dinâmica para contar uma história mais adulta, mas sem perder a essência da fantasia clássica. Gillespie nos leva em viagem divertida, usando uma câmera quase sempre em movimento, criando um balé técnico pouco convencional e muito bem executado. A fotografia do Nicolas Karakatsanis, parceiro de Gillespie em "Eu, Tonya"- que também trouxe esse balé "Cisne Negro" para a arena de patinação no gelo), está 100% alinhada com um trabalho do departamento de direção de arte dos mais bonitos (e que fatalmente será indicado em algumas categorias do Oscar 2022 com muito mérito). Criados por Jenny Beavan (Mad Max: Estrada da Fúria), o figurino tem uma estética punk e funciona como um gatilho de transgressão, quebrando padrões que dialogam exatamente com o surgimento de Cruella - os cenários para isso são instalações criativas que vão de caminhões de lixo a shows cheios de pirotecnia ao som de uma trilha sonora com versões de Supertramp, Bee Gees, Queen e The Clash intercaladas com composições originais de Nicholas Britell (a mente brilhante por traz de "Sussession", "The Underground Railroad", "Moonlight" e "Se a rua Beale falasse").

O roteiro é ótimo, criativo, cheio de easter eggs que fazem referências à animação original de uma forma muito orgânica. No entanto, talvez o seu único deslize tenha sido a falta de sutileza na transição de Estella para Cruella - para os mais atentos e críticos, vai parecer uma falta de um cuidado maior, talvez com soluções menos óbvias, para aí sim se aproximar de um ápice de protagonista com momentos memoráveis como de "Coringa" por exemplo. Aliás, seguindo o trabalho exemplar de Joaquin Phoenix, Emma Stone está fantástica e não se surpreenda se ela for indicada mais uma vez ao Oscar - o mesmo eu digo para Emma Thompson, a implacável Baronesa, como coadjuvante.

Bem mais divertido do que eu esperava, "Cruella" é entretenimento de ótima qualidade - sem a pretensão de ser inesquecível, certamente o filme marca pela originalidade, inteligência e qualidade! Vale muito a pena, mesmo!

Up-date: "Cruella" foi indicado em duas das três categorias de arte, mas ganhou apenas em Melhor Figurino.

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Divertidamente 2

Poucos Estúdios tem a capacidade de gerar sequências tão boas ou melhores que o filme original quanto a Pixar/Disney - e por isso merece muitos elogios! "Divertidamente 2" é um filme para assistir sorrindo, até quando a emoção pede licença e toma conta da nossa alma por saber exatamente onde tocar - é lindo, de verdade! Essa aguardada sequência da aclamada animação de 2015 é dirigida por Kelsey Mann (de "O Bom Dinossauro") e mais uma vez explora as emoções humanas de um forma realmente encantadora e, claro, tocante. Nessa nova jornada, a história continua a acompanhar Riley, agora uma adolescente, e as mudanças emocionais e desafios que vêm com essa fase de transição - os simbolismos do roteiro, olha, são tão especiais quanto do primeiro filme, com o adicional de retratar uma fase que carrega a complexidade que é amadurecer. 

Riley está entrando na adolescência, uma fase marcada por novas emoções e mudanças de perspectiva. Os personagens que representam as emoções (Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho) continuam a acompanhá-la, mas agora são introduzidas novas possibilidades com a Inveja, a Vergonha, o Tédio e a Ansiedade, refletindo a turbulência interna da adolescência. Essas emoções extras criam conflitos e dinâmicas inéditas, com as emoções antigas tentando entender e aceitar suas novas "colegas" no painel de controle da mente de Riley. Confira o trailer:

Kelsey Mann, que assume a direção deixada pelo lendário Pete Docter, mantém a essência do primeiro filme ao mesmo tempo em que expande o universo emocional de Riley. Mann trabalha com sutileza para que a história mantenha o equilíbrio entre a comédia e o drama, capturando os desafios e os momentos de descoberta típicos da adolescência. Ele consegue transmitir de forma inteligente como as emoções se tornam mais complexas e, em muitos momentos, contraditórias, explorando de maneira divertida como a mente precisa se adaptar (e rápido) às mudanças - bem ao estilo "a vida como ela é". O roteiro, assinado por Meg LeFauve (co-autora do primeiro filme), oferece uma narrativa que mistura tanto aventura quanto reflexão - repare como a introdução das novas emoções traz situações inesperadas e com muita semiótica, discute a necessidade de integração para assim lidar com a fase da adolescência. As interações entre as emoções são marcadas por momentos de humor e profundidade, criando uma conexão forte com a audiência, que se vê refletida nas inseguranças e nos desafios enfrentados por Riley - chega a dar um aperto no peito!

O design visual da mente de Riley é outro ponto alto da produção. As novas representações emocionais são visualmente criativas e refletem tanto a estética familiar do primeiro filme quanto um toque inovador que acompanha o amadurecimento da protagonista. A paleta de cores agora está mais rica e variada para refletir essa enxurrada de descobertas, mas sem esquecer de um tom levemente sombrio que surge com as cobranças sociais e intimas desse amadurecimento - aliás, esse contraste conceitual é tão bem desenvolvido e cheio de detalhes que vale a pena até assistir de novo para captar tantas nuances. A trilha sonora, responsabilidade de Andrea Datzman, também merece destaque - ela complementa a jornada emocional de forma muito eficaz, com melodias que variam entre leves e introspectivas, refletindo as flutuações de humor e as incertezas da adolescência. Veja, a música não apenas acompanha a ação, mas intensifica os momentos emocionais, oferecendo uma imersão ainda maior à experiência que é assistir "Divertidamente 2".

Aqui temos um filme que não hesita em explorar a complexidade que é crescer e como essas mudanças afetam a construção da identidade de Riley. Temas sensíveis e que merecem discussões mais profundas como insegurança, aceitação e a necessidade de equilibrar emoções conflitantes, são abordados de forma acessível e envolvente, tanto para a criançada quanto para os adultos - eu diria até que, como o primeiro, esse filme é mais para os pais do que para os filhos. "Divertidamente 2" mostra que, assim como na vida real, a mente é um espaço de adaptação constante, onde as emoções aprendem a conviver e a se ajustar para lidar com novos desafios. O fato é que essa continuação honra, e ainda expande, o legado de seu antecessor, oferecendo uma visão profunda e empática sobre as mudanças que todos nós enfrentamos ao longo da nossa jornada.

Lindo de ver e de viver - e se prepare, vem mais por aí! Imperdível!

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Poucos Estúdios tem a capacidade de gerar sequências tão boas ou melhores que o filme original quanto a Pixar/Disney - e por isso merece muitos elogios! "Divertidamente 2" é um filme para assistir sorrindo, até quando a emoção pede licença e toma conta da nossa alma por saber exatamente onde tocar - é lindo, de verdade! Essa aguardada sequência da aclamada animação de 2015 é dirigida por Kelsey Mann (de "O Bom Dinossauro") e mais uma vez explora as emoções humanas de um forma realmente encantadora e, claro, tocante. Nessa nova jornada, a história continua a acompanhar Riley, agora uma adolescente, e as mudanças emocionais e desafios que vêm com essa fase de transição - os simbolismos do roteiro, olha, são tão especiais quanto do primeiro filme, com o adicional de retratar uma fase que carrega a complexidade que é amadurecer. 

Riley está entrando na adolescência, uma fase marcada por novas emoções e mudanças de perspectiva. Os personagens que representam as emoções (Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho) continuam a acompanhá-la, mas agora são introduzidas novas possibilidades com a Inveja, a Vergonha, o Tédio e a Ansiedade, refletindo a turbulência interna da adolescência. Essas emoções extras criam conflitos e dinâmicas inéditas, com as emoções antigas tentando entender e aceitar suas novas "colegas" no painel de controle da mente de Riley. Confira o trailer:

Kelsey Mann, que assume a direção deixada pelo lendário Pete Docter, mantém a essência do primeiro filme ao mesmo tempo em que expande o universo emocional de Riley. Mann trabalha com sutileza para que a história mantenha o equilíbrio entre a comédia e o drama, capturando os desafios e os momentos de descoberta típicos da adolescência. Ele consegue transmitir de forma inteligente como as emoções se tornam mais complexas e, em muitos momentos, contraditórias, explorando de maneira divertida como a mente precisa se adaptar (e rápido) às mudanças - bem ao estilo "a vida como ela é". O roteiro, assinado por Meg LeFauve (co-autora do primeiro filme), oferece uma narrativa que mistura tanto aventura quanto reflexão - repare como a introdução das novas emoções traz situações inesperadas e com muita semiótica, discute a necessidade de integração para assim lidar com a fase da adolescência. As interações entre as emoções são marcadas por momentos de humor e profundidade, criando uma conexão forte com a audiência, que se vê refletida nas inseguranças e nos desafios enfrentados por Riley - chega a dar um aperto no peito!

O design visual da mente de Riley é outro ponto alto da produção. As novas representações emocionais são visualmente criativas e refletem tanto a estética familiar do primeiro filme quanto um toque inovador que acompanha o amadurecimento da protagonista. A paleta de cores agora está mais rica e variada para refletir essa enxurrada de descobertas, mas sem esquecer de um tom levemente sombrio que surge com as cobranças sociais e intimas desse amadurecimento - aliás, esse contraste conceitual é tão bem desenvolvido e cheio de detalhes que vale a pena até assistir de novo para captar tantas nuances. A trilha sonora, responsabilidade de Andrea Datzman, também merece destaque - ela complementa a jornada emocional de forma muito eficaz, com melodias que variam entre leves e introspectivas, refletindo as flutuações de humor e as incertezas da adolescência. Veja, a música não apenas acompanha a ação, mas intensifica os momentos emocionais, oferecendo uma imersão ainda maior à experiência que é assistir "Divertidamente 2".

Aqui temos um filme que não hesita em explorar a complexidade que é crescer e como essas mudanças afetam a construção da identidade de Riley. Temas sensíveis e que merecem discussões mais profundas como insegurança, aceitação e a necessidade de equilibrar emoções conflitantes, são abordados de forma acessível e envolvente, tanto para a criançada quanto para os adultos - eu diria até que, como o primeiro, esse filme é mais para os pais do que para os filhos. "Divertidamente 2" mostra que, assim como na vida real, a mente é um espaço de adaptação constante, onde as emoções aprendem a conviver e a se ajustar para lidar com novos desafios. O fato é que essa continuação honra, e ainda expande, o legado de seu antecessor, oferecendo uma visão profunda e empática sobre as mudanças que todos nós enfrentamos ao longo da nossa jornada.

Lindo de ver e de viver - e se prepare, vem mais por aí! Imperdível!

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Dumbo

Talvez o maior mérito do "Cinema" seja nos transportar para dentro da Fantasia com tanta veracidade que as duas horas de uma projeção ficam reverberando na nossa imaginação por muito tempo. "Dumbo" talvez não seja um grande filme no sentido narrativo, mas visualmente é e, mais importante, tem a alma da Disney!!! Tenho a mais absoluta certeza que se Walt fosse vivo, terminaria de assistir "Dumbo", olharia para o lado e diria para seu irmão: "Valeu a pena"!!! "Dumbo" é um filme que equilibra muito bem o que Walt acreditava, seus ideais como criador, com a tecnologia necessária para dar vida para um elefante voador. É impressionante, e te garanto, ele te transporta para um mundo de fantasia já nas primeiras cenas!!

Um circo decadente, passando por dificuldades financeiras acaba encontrando em um elefante recém-nascido, a oportunidade de se reerguer. O pequeno elefante, embora pareça uma aberração por ter orelhas enormes, acaba descobrindo uma capacidade muito curiosa: a de voar! Isso chama atenção de um grande empresário que está inovando o mercado de entretenimento da época com uma espécie de Parque Temático chamado "Dreamland". Ter Dumbo como atração seria a certeza de mais público e, claro, investimentos; mesmo que para isso seja necessário sacrificar o antigo circo e dispensar todos os outros artistas que não empolgariam mais nenhuma platéia! 

Dito isso, alguns elementos dessa versão live-action do clássico de 1941 merecem destaque: Eu achei a adaptação muito coerente com os dias atuais e, em alguns momentos, muito corajosa, afinal o "showbiz acima de tudo" nunca pode ser considerado o objetivo principal (tá, eu sei que minha visão é muito romântica...rs). Tim Burton foi muito sagaz em desconstruir o ideal de Walt, mas se apropriando da sua visão empreendedora, para dar vida ao vilão do filme - e olhem só, em um filme da Disney!!! O uso de animais em Circos também já me parece uma discussão batida, mas o filme faz questão de manter viva e faz isso com muita inteligência. A cena do descontrole da mãe de Dumbo ao ver o filho em perigo é muito interessante e faz pensar nas consequências de algumas escolhas. A troca de universos também ficou bem bacana: primeiro a tradição, o clássico que não se renovou, o Circo como entretenimento em tempos de guerra, mesmo com a cor na tela, está menos saturada, mais lavada, com muito marrom no figurino e na cenografia. Já na modernidade ostensiva de "Dreamland", as cores vibram com as luzes, o contraste é muito maior e vivo!!! É um lindo trabalho de direção de arte integrado com a pós produção, uma marca dos filmes do Tim Burton, inclusive!!! A fotografia é muito bonita e traz sensações muito relevantes para quem assiste: reparem na cena em que o personagem do Michael Keaton convida o personagem do Danny DeVito para ser seu sócio - a construção do quadro é perfeita, pois ao mesmo tempo que mostra a beleza da natureza, com um Circo decadente ao fundo, transmite o vazio de uma decisão que deixa de lado a essência da arte pelo dinheiro e pelo sucesso - mérito do inglês Ben Davis, diretor de fotografia de quase todos os filmes da Marvel!!! 

Dois pontos acho que mereciam um cuidado maior no filme. O primeiro é a escolha do elenco infantil. Achei os dois atores fracos e sem nenhum carisma. E o outro ponto: o Dumbo aparece em muitas apresentações voando e isso tira um pouco da emoção do 3º ato, onde na história original ele se obriga a voar e enfrentar seus medos para salvar as crianças do incêndio. Não sei, faltou a emoção de um grande final!!!! Na minha opinião, isso não prejudica a experiência de voltar a infância e revisitar uma história que fez parte da vida de todos nós. Vale muito a pena, é um filme para a família e ainda, no final, faz uma linda homenagem ao cinema.

PS: "Dumbo" é quase um ensaio para o que veremos em Rei Leão!!! A Composição dos animais em CG com a integração dos cenários reais, olha, é digna de Oscar, podem anotar!!! 

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Talvez o maior mérito do "Cinema" seja nos transportar para dentro da Fantasia com tanta veracidade que as duas horas de uma projeção ficam reverberando na nossa imaginação por muito tempo. "Dumbo" talvez não seja um grande filme no sentido narrativo, mas visualmente é e, mais importante, tem a alma da Disney!!! Tenho a mais absoluta certeza que se Walt fosse vivo, terminaria de assistir "Dumbo", olharia para o lado e diria para seu irmão: "Valeu a pena"!!! "Dumbo" é um filme que equilibra muito bem o que Walt acreditava, seus ideais como criador, com a tecnologia necessária para dar vida para um elefante voador. É impressionante, e te garanto, ele te transporta para um mundo de fantasia já nas primeiras cenas!!

Um circo decadente, passando por dificuldades financeiras acaba encontrando em um elefante recém-nascido, a oportunidade de se reerguer. O pequeno elefante, embora pareça uma aberração por ter orelhas enormes, acaba descobrindo uma capacidade muito curiosa: a de voar! Isso chama atenção de um grande empresário que está inovando o mercado de entretenimento da época com uma espécie de Parque Temático chamado "Dreamland". Ter Dumbo como atração seria a certeza de mais público e, claro, investimentos; mesmo que para isso seja necessário sacrificar o antigo circo e dispensar todos os outros artistas que não empolgariam mais nenhuma platéia! 

Dito isso, alguns elementos dessa versão live-action do clássico de 1941 merecem destaque: Eu achei a adaptação muito coerente com os dias atuais e, em alguns momentos, muito corajosa, afinal o "showbiz acima de tudo" nunca pode ser considerado o objetivo principal (tá, eu sei que minha visão é muito romântica...rs). Tim Burton foi muito sagaz em desconstruir o ideal de Walt, mas se apropriando da sua visão empreendedora, para dar vida ao vilão do filme - e olhem só, em um filme da Disney!!! O uso de animais em Circos também já me parece uma discussão batida, mas o filme faz questão de manter viva e faz isso com muita inteligência. A cena do descontrole da mãe de Dumbo ao ver o filho em perigo é muito interessante e faz pensar nas consequências de algumas escolhas. A troca de universos também ficou bem bacana: primeiro a tradição, o clássico que não se renovou, o Circo como entretenimento em tempos de guerra, mesmo com a cor na tela, está menos saturada, mais lavada, com muito marrom no figurino e na cenografia. Já na modernidade ostensiva de "Dreamland", as cores vibram com as luzes, o contraste é muito maior e vivo!!! É um lindo trabalho de direção de arte integrado com a pós produção, uma marca dos filmes do Tim Burton, inclusive!!! A fotografia é muito bonita e traz sensações muito relevantes para quem assiste: reparem na cena em que o personagem do Michael Keaton convida o personagem do Danny DeVito para ser seu sócio - a construção do quadro é perfeita, pois ao mesmo tempo que mostra a beleza da natureza, com um Circo decadente ao fundo, transmite o vazio de uma decisão que deixa de lado a essência da arte pelo dinheiro e pelo sucesso - mérito do inglês Ben Davis, diretor de fotografia de quase todos os filmes da Marvel!!! 

Dois pontos acho que mereciam um cuidado maior no filme. O primeiro é a escolha do elenco infantil. Achei os dois atores fracos e sem nenhum carisma. E o outro ponto: o Dumbo aparece em muitas apresentações voando e isso tira um pouco da emoção do 3º ato, onde na história original ele se obriga a voar e enfrentar seus medos para salvar as crianças do incêndio. Não sei, faltou a emoção de um grande final!!!! Na minha opinião, isso não prejudica a experiência de voltar a infância e revisitar uma história que fez parte da vida de todos nós. Vale muito a pena, é um filme para a família e ainda, no final, faz uma linda homenagem ao cinema.

PS: "Dumbo" é quase um ensaio para o que veremos em Rei Leão!!! A Composição dos animais em CG com a integração dos cenários reais, olha, é digna de Oscar, podem anotar!!! 

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Elementos

Lindo e leve como uma animação da Pixar deve ser, mas é preciso que se diga: fica a impressão que faltou alguma coisa! Calma, esse "mas" não impacta em absolutamente nada nossa experiência como audiência se olharmos para o filme isoladamente - o grande problema é justamente quando olhamos para trás e o comparamos com "Divertidamente", por exemplo, já que o conceito narrativo dos dois filmes é muito próximo. De cara, é preciso elogiar a criação do universo de Element City e a forma como o diretor Peter Sohn (de "O Bom Dinossauro") transforma os elementos (fogo, água, terra, ar) em personagens tão simpáticos, no entanto, e tirando a relação entre os protagonistas Faísca (fogo) e Gota (água), parece que falta desenvolvimento para que todos tenham uma importância, de fato, essencial para a história - um detalhe que já pareceu ter sido mais bem cuidado pelo Estúdio.

Na cidade de "Elementos", todos vivem em harmonia desde que respeitem a regra de não se misturar. No entanto, há alguns anos, os pais de Faísca chegaram ao local, como imigrantes, lutando por uma vida melhor. Aos poucos, montaram uma loja e conseguiram sustentar a filha única, que agora deve seguir os passos do pai na administração do negócio de família, porém uma amizade improvável coloca todas as relações daquele universo em uma outra perspectiva. Confira o trailer:

É perceptível nos olhos atentos da audiência o quanto a premissa de "Elementos" soa original e criativa - funcionando como potencial gatilho para que as brechas do roteiro nem ao menos sejam percebidas. A ideia de explorar as relações entre os elementos que vivem em harmonia, mas soam preconceituosos entre eles, é fascinante e abre espaço para uma série de metáforas e reflexões das mais interessantes - ao assistirmos com nossos pequenos, a sensação de estarmos mostrando a realidade e como é importante transforma-la em algo melhor, é realmente potente.

A história escrita por 3 roteiristas (John Hoberg, Kat Likkel e Brenda Hsueh) que nunca trabalharam antes com animações e que possuem uma carreira na televisão, em séries de comédia, ajuda a criar uma fluidez interessante para a narrativa - ela é bem contada e envolvente, com personagens carismáticos e um desenvolvimento emocional sincero, mas que não se apega a tantos detalhes. Veja, o ponto alto do filme parece ser uma linha temática que discute a imigração e as relações sociais entre indivíduos de diferentes raças. Essa abordagem ganha uma representação encantadora na forma gráfica de uma cidade, com bairros completamente diferentes e uma interação igualmente distinta entre os elementos e os espaços urbanos - algo como a mente da garotinha de onze anos, Riley, que ao ser guiada por suas Emoções (Alegria, Nojinho, Medo, Raiva e Tristeza) conectava elementos diferentes em um mesmo universo. A grande diferença, no entanto, é o valor dos detalhes que em  "Divertidamente" fazia muito mais sentido, tudo tinha uma razão de ser e o impacto nos personagens - isso, inclusive, criava uma "identificação" com um público maior.

Sinceramente acho que "Elementos" é o tipo da animação que vai agradar a todos, mas vai impactar mais alguns perfis de audiência. Como obra, tem uma história divertida e emocionante (especialmente se você já tiver filhos) que tem muito a dizer sobre aceitação e diversidade. Como não poderia deixar de ser, a trilha sonora é brilhante, com músicas que sabem exatamente onde nos tocar, e o visual, olha, sensacional - quebrando aquele principio que soava como o maior desafio dos animadores: o de replicar a complexidade da água e do fogo em CGI sem parecer papel celofane se mexendo. Lindo de ver!

Vale seu play!

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Lindo e leve como uma animação da Pixar deve ser, mas é preciso que se diga: fica a impressão que faltou alguma coisa! Calma, esse "mas" não impacta em absolutamente nada nossa experiência como audiência se olharmos para o filme isoladamente - o grande problema é justamente quando olhamos para trás e o comparamos com "Divertidamente", por exemplo, já que o conceito narrativo dos dois filmes é muito próximo. De cara, é preciso elogiar a criação do universo de Element City e a forma como o diretor Peter Sohn (de "O Bom Dinossauro") transforma os elementos (fogo, água, terra, ar) em personagens tão simpáticos, no entanto, e tirando a relação entre os protagonistas Faísca (fogo) e Gota (água), parece que falta desenvolvimento para que todos tenham uma importância, de fato, essencial para a história - um detalhe que já pareceu ter sido mais bem cuidado pelo Estúdio.

Na cidade de "Elementos", todos vivem em harmonia desde que respeitem a regra de não se misturar. No entanto, há alguns anos, os pais de Faísca chegaram ao local, como imigrantes, lutando por uma vida melhor. Aos poucos, montaram uma loja e conseguiram sustentar a filha única, que agora deve seguir os passos do pai na administração do negócio de família, porém uma amizade improvável coloca todas as relações daquele universo em uma outra perspectiva. Confira o trailer:

É perceptível nos olhos atentos da audiência o quanto a premissa de "Elementos" soa original e criativa - funcionando como potencial gatilho para que as brechas do roteiro nem ao menos sejam percebidas. A ideia de explorar as relações entre os elementos que vivem em harmonia, mas soam preconceituosos entre eles, é fascinante e abre espaço para uma série de metáforas e reflexões das mais interessantes - ao assistirmos com nossos pequenos, a sensação de estarmos mostrando a realidade e como é importante transforma-la em algo melhor, é realmente potente.

A história escrita por 3 roteiristas (John Hoberg, Kat Likkel e Brenda Hsueh) que nunca trabalharam antes com animações e que possuem uma carreira na televisão, em séries de comédia, ajuda a criar uma fluidez interessante para a narrativa - ela é bem contada e envolvente, com personagens carismáticos e um desenvolvimento emocional sincero, mas que não se apega a tantos detalhes. Veja, o ponto alto do filme parece ser uma linha temática que discute a imigração e as relações sociais entre indivíduos de diferentes raças. Essa abordagem ganha uma representação encantadora na forma gráfica de uma cidade, com bairros completamente diferentes e uma interação igualmente distinta entre os elementos e os espaços urbanos - algo como a mente da garotinha de onze anos, Riley, que ao ser guiada por suas Emoções (Alegria, Nojinho, Medo, Raiva e Tristeza) conectava elementos diferentes em um mesmo universo. A grande diferença, no entanto, é o valor dos detalhes que em  "Divertidamente" fazia muito mais sentido, tudo tinha uma razão de ser e o impacto nos personagens - isso, inclusive, criava uma "identificação" com um público maior.

Sinceramente acho que "Elementos" é o tipo da animação que vai agradar a todos, mas vai impactar mais alguns perfis de audiência. Como obra, tem uma história divertida e emocionante (especialmente se você já tiver filhos) que tem muito a dizer sobre aceitação e diversidade. Como não poderia deixar de ser, a trilha sonora é brilhante, com músicas que sabem exatamente onde nos tocar, e o visual, olha, sensacional - quebrando aquele principio que soava como o maior desafio dos animadores: o de replicar a complexidade da água e do fogo em CGI sem parecer papel celofane se mexendo. Lindo de ver!

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Emoji - O Filme

Ao longo do anos, é inegável como algumas animações se destacaram como verdadeiros marcos culturais e visuais, essencialmente se produzidas pelas Disney/Pixar. Seguindo esse raciocínio, é bem possível afirmar que "Divertidamente" vai aparecer em 9 de 10 listas entre as melhores de todos os tempos. Com a premissa de desvendar o que acontece dentro da cabeça de uma pré-adolescente pelo olhar lúdico da "personificação" das emoções, a animação de 2015 conseguiu a proeza de disputar o Oscar de "Melhor Roteiro Original" no ano seguinte - além, obviamente, de levar o prêmio como "Melhor Animação do Ano" (uma barbada). Pois bem, "Emoji - O Filme", dirigido pelo Tony Leondis (de "Kung Fu Panda"), é um filme que basicamente repete os mesmos elementos narrativos, sem tanta genialidade é verdade (mas com ótimas sacadas), em um universo, digamos, mais tecnológico, onde as emoções, nesse caso, não estão personificadas e sim programadas, ou representadas, na forma de "emojis". 

O filme se passa dentro do celular de Alex, um tímido adolescente que está descobrindo o amor. Lá, no coração da cidade de Textópolis, onde os emojis vivem e trabalham para cumprir seu papel de comunicar um sentimento, Gene (T.J. Miller), um emoji com uma nova capacidade de mudar de expressão, luta para encontrar seu lugar no mundo - ou, pelo menos, entre os "favoritos" de Alex. Com a ajuda de Hi-5 (James Corden), um emoji já fora de moda, e Jailbreak (Anna Faris), uma pseudo-hacker brilhante, ele embarca em uma jornada épica para encontrar um jeito que o salvará de ser apagado para sempre depois de colocar Alex em uma situação bastante desconfortável perante seu crush. Confira o trailer:

Eu diria que "Emoji - O Filme" é um bom entretenimento, nem tão profundo, nem tão bobinho, ou seja, ele chega até a surpreender por explorar de maneira inteligente um conceito aparentemente simples e transformá-lo em uma experiência visualmente estimulante e emocionalmente envolvente. A primeira coisa que chama a atenção é a qualidade da animação - muito mérito da Sony Pictures Animation que vem em plena ascendência no desenvolvimento de seus projetos. Cada emoji, muito bem detalhado dentro daquele estilo menos rebuscado dos apps de envio de texto, acabam representando um certo contraste com o universo mais tecnológico dentro do celular de Alex. Como em "Divertidamente", é toda aquele cenário mais lúdico que estabelece a aventura dos personagens, surgindo como um verdadeiro espetáculo de cores, texturas e luzes, que cativam a audiência desde o primeiro momento - especialmente aqueles que reconhecem algumas piadas nerds ao melhor estilo "Silicon Valley" (da HBO).

O roteiro de Tony Leondis, Eric Siegel e Mike White me pareceu muito sagaz, criando uma experiência bastante agradável. O filme não se contenta em ser apenas uma história divertida sobre emojis se aventurando pelo desconhecido, mas também é capaz de mergulhar em temas um pouco mais profundos, como a busca pela identidade e a importância de ser autêntico, mas sem soar verborrágico demais. A jornada de Gene para aceitar sua habilidade de ter múltiplas expressões, encontrar seu lugar no mundo, mesmo sob o olhar preocupado de seus pais mais tradicionais, é realmente uma mensagem poderosa para pessoas de todas as idades e que certamente vai te fazer refletir - mais uma vez, como "Divertidamente", é impossível não criar paralelos mentais sobre nossa própria história. Além disso, claro, o elenco de voz é ótimo: T.J. Miller é uma mistura perfeita de vulnerabilidade e humor, enquanto James Corden e Anna Faris acrescentam camadas fascinantes aos seus personagens - do humor "sem noção" ao "mal humor" mais charmoso.

Mesmo que possa parecer redundante, a química entre o elenco, as animações e o contexto estabelecido pelo roteiro, faz com que as emoções dos emojis sejam de fato palpáveis - e eu diria que a trilha sonora vibrante e o desenho de som bem conectados com nossa realidade, só aumentam a diversão dessa jornada. Resumindo, "Emoji - O Filme" não é genial, mas nos leva para uma viagem interessante, divertida e leve através do mundo dos emojis com muita simpatia. Então se você está em busca de uma opção para toda a família, este é o filme que você estava esperando - não será inesquecível, mas também não vai te decepcionar!

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Ao longo do anos, é inegável como algumas animações se destacaram como verdadeiros marcos culturais e visuais, essencialmente se produzidas pelas Disney/Pixar. Seguindo esse raciocínio, é bem possível afirmar que "Divertidamente" vai aparecer em 9 de 10 listas entre as melhores de todos os tempos. Com a premissa de desvendar o que acontece dentro da cabeça de uma pré-adolescente pelo olhar lúdico da "personificação" das emoções, a animação de 2015 conseguiu a proeza de disputar o Oscar de "Melhor Roteiro Original" no ano seguinte - além, obviamente, de levar o prêmio como "Melhor Animação do Ano" (uma barbada). Pois bem, "Emoji - O Filme", dirigido pelo Tony Leondis (de "Kung Fu Panda"), é um filme que basicamente repete os mesmos elementos narrativos, sem tanta genialidade é verdade (mas com ótimas sacadas), em um universo, digamos, mais tecnológico, onde as emoções, nesse caso, não estão personificadas e sim programadas, ou representadas, na forma de "emojis". 

O filme se passa dentro do celular de Alex, um tímido adolescente que está descobrindo o amor. Lá, no coração da cidade de Textópolis, onde os emojis vivem e trabalham para cumprir seu papel de comunicar um sentimento, Gene (T.J. Miller), um emoji com uma nova capacidade de mudar de expressão, luta para encontrar seu lugar no mundo - ou, pelo menos, entre os "favoritos" de Alex. Com a ajuda de Hi-5 (James Corden), um emoji já fora de moda, e Jailbreak (Anna Faris), uma pseudo-hacker brilhante, ele embarca em uma jornada épica para encontrar um jeito que o salvará de ser apagado para sempre depois de colocar Alex em uma situação bastante desconfortável perante seu crush. Confira o trailer:

Eu diria que "Emoji - O Filme" é um bom entretenimento, nem tão profundo, nem tão bobinho, ou seja, ele chega até a surpreender por explorar de maneira inteligente um conceito aparentemente simples e transformá-lo em uma experiência visualmente estimulante e emocionalmente envolvente. A primeira coisa que chama a atenção é a qualidade da animação - muito mérito da Sony Pictures Animation que vem em plena ascendência no desenvolvimento de seus projetos. Cada emoji, muito bem detalhado dentro daquele estilo menos rebuscado dos apps de envio de texto, acabam representando um certo contraste com o universo mais tecnológico dentro do celular de Alex. Como em "Divertidamente", é toda aquele cenário mais lúdico que estabelece a aventura dos personagens, surgindo como um verdadeiro espetáculo de cores, texturas e luzes, que cativam a audiência desde o primeiro momento - especialmente aqueles que reconhecem algumas piadas nerds ao melhor estilo "Silicon Valley" (da HBO).

O roteiro de Tony Leondis, Eric Siegel e Mike White me pareceu muito sagaz, criando uma experiência bastante agradável. O filme não se contenta em ser apenas uma história divertida sobre emojis se aventurando pelo desconhecido, mas também é capaz de mergulhar em temas um pouco mais profundos, como a busca pela identidade e a importância de ser autêntico, mas sem soar verborrágico demais. A jornada de Gene para aceitar sua habilidade de ter múltiplas expressões, encontrar seu lugar no mundo, mesmo sob o olhar preocupado de seus pais mais tradicionais, é realmente uma mensagem poderosa para pessoas de todas as idades e que certamente vai te fazer refletir - mais uma vez, como "Divertidamente", é impossível não criar paralelos mentais sobre nossa própria história. Além disso, claro, o elenco de voz é ótimo: T.J. Miller é uma mistura perfeita de vulnerabilidade e humor, enquanto James Corden e Anna Faris acrescentam camadas fascinantes aos seus personagens - do humor "sem noção" ao "mal humor" mais charmoso.

Mesmo que possa parecer redundante, a química entre o elenco, as animações e o contexto estabelecido pelo roteiro, faz com que as emoções dos emojis sejam de fato palpáveis - e eu diria que a trilha sonora vibrante e o desenho de som bem conectados com nossa realidade, só aumentam a diversão dessa jornada. Resumindo, "Emoji - O Filme" não é genial, mas nos leva para uma viagem interessante, divertida e leve através do mundo dos emojis com muita simpatia. Então se você está em busca de uma opção para toda a família, este é o filme que você estava esperando - não será inesquecível, mas também não vai te decepcionar!

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Finch

"Finch" é para você que procura entretenimento leve, com algum laço emocional e um toque de reflexão sobre as relações humanas, mesmo que, mais uma vez, Tom Hanks esteja praticamente sozinho em cena. Veja, se em "Náufrago" (de 2000), Hanks se relacionou com uma bola de vôlei e provou ser possível sobreviver em uma ilha deserta após um acidente aéreo, em "Finch" o conceito é praticamente o mesmo, mas dessa vez o personagem nos entrega uma espécie de manual de sobrevivência no fim do mundo e seus companheiros de jornada são: um cachorro (muito simpático por sinal) e um robô (muito bem desenhado) que está aprendendo a viver.

Na trama, Hanks interpreta Finch, um engenheiro de robótica e um dos poucos sobreviventes de um evento solar cataclísmico que praticamente dizimou a humanidade. Ao adquirir uma doença terminal, ele decide criar um robô (vivido por Caleb Landry Jones) para que ele possa cuidar do seu cachorro, Goodyear, quando morrer. Ao perceber que uma enorme tempestade se aproxima, os três embarcam em uma peculiar jornada de sobrevivência em meio a uma América completamente destruída, onde Finch precisa ensinar para um robô o real significado de ser um humano e como as relações de confiança podem criar laços tão profundos e sentimentais que nos movem na busca de algo maior, e muitas vezes inexplicável. Confira o trailer (em inglês):

Miguel Sapochnik (o cara por trás da Batalha dos Bastardos em "Game of Thrones"), dirige um filme que tinha tudo para ser "mais do mesmo", mas que não é, pela enorme habilidade de um roteiro aqui assinado por Craig Luck e Ivor Powell, que usa de alegorias para construir uma relação imperfeita entre os personagens - como aliás, é na vida real. Se em "Náufrago" o diretor Robert Zemeckis ("De volta para o Futuro") preferiu buscar na fantasia uma condição realista e dramática, Sapochnik faz justamente o caminho inverso ao respeitar a história como uma fantástica jornada de descobertas sem a necessidade de trazer o peso ou impacto dramático além do universo onde os personagens estão inseridos. Como em "O Mágico de Óz", vamos descobrindo os motivos da transformação do mundo em um caos junto com um dos personagens - nossa Dorothy é o robô Jeff. E aqui cabe um elogio: o ator Caleb Landry Jones que dá voz (e vida) ao robô, juntamente com o time de design de produção e de efeitos especiais, conseguem entregar um personagem com verdade, ingênuo até, mas divertido - basicamente um bebê robô perfeito que precisa aprender a se virar em um mundo imperfeito.

Embora você vá encontrar uma ou outra cena com mais ação (eu destacaria a cena do tornado e do hospital), "Finch" é essencialmente um drama existencial dentro de um road movie - um "Amor e Monstros"mais adulto e menos blockbuster. O fato é que Tom Hanks impulsiona a história com sua enorme capacidade de nos tocar, enquanto um time excepcional cria personagens coadjuvantes encantadores, dando um ar de leveza para a trama, mesmo nos momentos mais sensíveis. Sapochnik que sai das grandes séries e praticamente estreia em um longa-metragem, mostra que sua capacidade de construir narrativas visuais que vão além do "movimento"e da "ação" - existe "alma" e "reflexão" no seu trabalho!

Vale o play!

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"Finch" é para você que procura entretenimento leve, com algum laço emocional e um toque de reflexão sobre as relações humanas, mesmo que, mais uma vez, Tom Hanks esteja praticamente sozinho em cena. Veja, se em "Náufrago" (de 2000), Hanks se relacionou com uma bola de vôlei e provou ser possível sobreviver em uma ilha deserta após um acidente aéreo, em "Finch" o conceito é praticamente o mesmo, mas dessa vez o personagem nos entrega uma espécie de manual de sobrevivência no fim do mundo e seus companheiros de jornada são: um cachorro (muito simpático por sinal) e um robô (muito bem desenhado) que está aprendendo a viver.

Na trama, Hanks interpreta Finch, um engenheiro de robótica e um dos poucos sobreviventes de um evento solar cataclísmico que praticamente dizimou a humanidade. Ao adquirir uma doença terminal, ele decide criar um robô (vivido por Caleb Landry Jones) para que ele possa cuidar do seu cachorro, Goodyear, quando morrer. Ao perceber que uma enorme tempestade se aproxima, os três embarcam em uma peculiar jornada de sobrevivência em meio a uma América completamente destruída, onde Finch precisa ensinar para um robô o real significado de ser um humano e como as relações de confiança podem criar laços tão profundos e sentimentais que nos movem na busca de algo maior, e muitas vezes inexplicável. Confira o trailer (em inglês):

Miguel Sapochnik (o cara por trás da Batalha dos Bastardos em "Game of Thrones"), dirige um filme que tinha tudo para ser "mais do mesmo", mas que não é, pela enorme habilidade de um roteiro aqui assinado por Craig Luck e Ivor Powell, que usa de alegorias para construir uma relação imperfeita entre os personagens - como aliás, é na vida real. Se em "Náufrago" o diretor Robert Zemeckis ("De volta para o Futuro") preferiu buscar na fantasia uma condição realista e dramática, Sapochnik faz justamente o caminho inverso ao respeitar a história como uma fantástica jornada de descobertas sem a necessidade de trazer o peso ou impacto dramático além do universo onde os personagens estão inseridos. Como em "O Mágico de Óz", vamos descobrindo os motivos da transformação do mundo em um caos junto com um dos personagens - nossa Dorothy é o robô Jeff. E aqui cabe um elogio: o ator Caleb Landry Jones que dá voz (e vida) ao robô, juntamente com o time de design de produção e de efeitos especiais, conseguem entregar um personagem com verdade, ingênuo até, mas divertido - basicamente um bebê robô perfeito que precisa aprender a se virar em um mundo imperfeito.

Embora você vá encontrar uma ou outra cena com mais ação (eu destacaria a cena do tornado e do hospital), "Finch" é essencialmente um drama existencial dentro de um road movie - um "Amor e Monstros"mais adulto e menos blockbuster. O fato é que Tom Hanks impulsiona a história com sua enorme capacidade de nos tocar, enquanto um time excepcional cria personagens coadjuvantes encantadores, dando um ar de leveza para a trama, mesmo nos momentos mais sensíveis. Sapochnik que sai das grandes séries e praticamente estreia em um longa-metragem, mostra que sua capacidade de construir narrativas visuais que vão além do "movimento"e da "ação" - existe "alma" e "reflexão" no seu trabalho!

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Império dos Sonhos

Se tem uma coisa que o Disney+ vem nos proporcionando, é o acesso a documentários raros e que, embora muitos deles naturalmente datados, tem um conteúdo simplesmente espetacular. O "Império dos Sonhos: A História da Trilogia Star Wars" entra nessa prateleira e te adianto: é mais um daqueles "estudos de caso" que mais parecem um curso de MBA em empreendedorismo - mais ou menos como "A História do Imagineering". Emboraproduzido em 2004 para compor os “extras” do lançamento de uma edição especial da Trilogia Star Wars ainda em DVD, o documentário é mais uma imersão na visão e no comportamento de George Lucas do que uma história construída para os fãs da franquia. 

Em pouco menos de 150 minutos, os diretores Edith Becker e Kevin Burns, ambos de "Playboy: Inside the Playboy Mansion", nos conduzem pelos bastidores da criação da Trilogia Original de Star Wars, focando no processo de desenvolvimento, produção e lançamento de "Guerra nas Estrelas", o filme original de 1977, e depois, com um pouco menos de profundidade, mas não menos interessante, nas histórias de O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi. Confira o trailer:

A partir do acesso aos arquivos da Lucasfilm e do próprio Lucas, Becker e Burns desenvolvem uma narrativa dinâmica e inteligente, mas sem inventar muita moda, ou seja, a partir de uma montagem cronológica simples, os diretores contam a história pelos olhos do seu criador e de vários personagens que transitaram pelas produções dos três filmes. O interessante - e aqui cabe um elogio: é que o documentário parte da visão inovadora, mas também estratégica de Lucas para pontuar a mudança dos paradigmas de Hollywood no início da década de 70, passando pelo seu trabalho na Universidade com o curta-metragem THX-1138 (que depois se transformou em um longa), depois pela pré-produção, produção e pós-produção de Guerra nas Estrelas, seguido pelo receio do seu lançamento até a transformação em uma espécie de fenômeno mundial instantâneo - o roteiro, aliás, é muito feliz ao fazer paralelos com a realidade social e cultural da época e assim tentar explicar toda essa jornada.

O roteirista Ed Singer também foi muito inteligente ao estabelecer sua linha narrativa em cima de uma novidade que foi o "Guerra nas Estrelas" e tudo que envolveu sua produção, para depois simplesmente pontuar o documentário com curiosidades dos outros dois filmes, como a criação do Mestre Yoda, as estratégias para evitar que vazasse a informação sobre a revelação de quem era o pai de Luke, os Ewoks, etc. Singer aproveita e traz para a história nomes como Ralph McQuarrie - artista que trabalhou na Boeing e foi capaz de criar o conceito visual para Gorge Lucas tentar convencer os Estúdios que valia a pena apoiar seu projeto eAlan Ladd Jr., então presidente da Fox, que convenceu a diretoria do Estúdio em financiar o primeiro filme (pouco mais de 8 milhões de dólares) e quem segurou as pontas quando o orçamento e os prazos estouraram nas mãos daquele jovem diretor.

O fato é que o "Império dos Sonhos: A História da Trilogia Star Wars" é um rico e delicioso documentário sobre uma franquia que ultrapassou os limites do cinema e se transformou em um dos mais festejados produtos da cultura pop através dos tempos. Da genialidade de George Lucas, conseguimos entender seu propósito como cineasta, mas também sua visão de negócios e de mercado como poucos tiveram até hoje.

Vale muito a pena!

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Se tem uma coisa que o Disney+ vem nos proporcionando, é o acesso a documentários raros e que, embora muitos deles naturalmente datados, tem um conteúdo simplesmente espetacular. O "Império dos Sonhos: A História da Trilogia Star Wars" entra nessa prateleira e te adianto: é mais um daqueles "estudos de caso" que mais parecem um curso de MBA em empreendedorismo - mais ou menos como "A História do Imagineering". Emboraproduzido em 2004 para compor os “extras” do lançamento de uma edição especial da Trilogia Star Wars ainda em DVD, o documentário é mais uma imersão na visão e no comportamento de George Lucas do que uma história construída para os fãs da franquia. 

Em pouco menos de 150 minutos, os diretores Edith Becker e Kevin Burns, ambos de "Playboy: Inside the Playboy Mansion", nos conduzem pelos bastidores da criação da Trilogia Original de Star Wars, focando no processo de desenvolvimento, produção e lançamento de "Guerra nas Estrelas", o filme original de 1977, e depois, com um pouco menos de profundidade, mas não menos interessante, nas histórias de O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi. Confira o trailer:

A partir do acesso aos arquivos da Lucasfilm e do próprio Lucas, Becker e Burns desenvolvem uma narrativa dinâmica e inteligente, mas sem inventar muita moda, ou seja, a partir de uma montagem cronológica simples, os diretores contam a história pelos olhos do seu criador e de vários personagens que transitaram pelas produções dos três filmes. O interessante - e aqui cabe um elogio: é que o documentário parte da visão inovadora, mas também estratégica de Lucas para pontuar a mudança dos paradigmas de Hollywood no início da década de 70, passando pelo seu trabalho na Universidade com o curta-metragem THX-1138 (que depois se transformou em um longa), depois pela pré-produção, produção e pós-produção de Guerra nas Estrelas, seguido pelo receio do seu lançamento até a transformação em uma espécie de fenômeno mundial instantâneo - o roteiro, aliás, é muito feliz ao fazer paralelos com a realidade social e cultural da época e assim tentar explicar toda essa jornada.

O roteirista Ed Singer também foi muito inteligente ao estabelecer sua linha narrativa em cima de uma novidade que foi o "Guerra nas Estrelas" e tudo que envolveu sua produção, para depois simplesmente pontuar o documentário com curiosidades dos outros dois filmes, como a criação do Mestre Yoda, as estratégias para evitar que vazasse a informação sobre a revelação de quem era o pai de Luke, os Ewoks, etc. Singer aproveita e traz para a história nomes como Ralph McQuarrie - artista que trabalhou na Boeing e foi capaz de criar o conceito visual para Gorge Lucas tentar convencer os Estúdios que valia a pena apoiar seu projeto eAlan Ladd Jr., então presidente da Fox, que convenceu a diretoria do Estúdio em financiar o primeiro filme (pouco mais de 8 milhões de dólares) e quem segurou as pontas quando o orçamento e os prazos estouraram nas mãos daquele jovem diretor.

O fato é que o "Império dos Sonhos: A História da Trilogia Star Wars" é um rico e delicioso documentário sobre uma franquia que ultrapassou os limites do cinema e se transformou em um dos mais festejados produtos da cultura pop através dos tempos. Da genialidade de George Lucas, conseguimos entender seu propósito como cineasta, mas também sua visão de negócios e de mercado como poucos tiveram até hoje.

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Lightyear

"Lightyear" é um ótimo entretenimento, divertido, dinâmico e tecnicamente impressionante, mas... parece não ter a "alma" da Pixar - pelo menos aquela que nos faz ficar sentados alguns segundos, refletindo ou retomando o ar,  assim que os créditos começam a subir. Por outro lado, talvez seja o filme com mais cenas de ação que o Estúdio já produziu - e olha que estamos falando do mesmo universo de Toy Story.

"Lightyear" é uma aventura de ação com toques de ficção científica que apresenta a história de origem de Buzz Lightyear - o herói "real" que inspirou o brinquedo que ganhou fama em Toy Story (1995). O filme segue o lendário Patrulheiro Espacial em uma missão de reconhecimento em um planeta hostil e que, por uma avaliação errada, deixa ele e sua equipe presos e completamente abandonados a 4,2 milhões de anos-luz da Terra. Enquanto Buzz tenta encontrar uma forma de se redimir e voltar para casa através do espaço e do tempo, ele percebe que a cada tentativa que duram horas para ele, representam anos para quem fica no planeta. Para complicar ainda mais a situação, conhecemos Zurg, uma presença alienígena imponente com um exército de robôs implacáveis. Confira o trailer:

“Em 1995, Andy ganhou um brinquedo. O brinquedo era de seu filme favorito. Esse era o filme” - é assim que "Lightyear" nos é apresentado e imediatamente já entendemos exatamente onde o filme quer nos levar (ou pelo menos quais os laços emocionais ele quer estabelecer). Pela primeira vez, a franquia nos coloca na posição do personagemAndy para entender o que ele viveu e não, como de costume, nos provocar na criação de paralelos com nossa própria infância - não que isso não aconteça, mas a dinâmica frenética do filme não nos permite esse exercício (é nesse sentido que comento sobre a "alma" da Pixar). No roteiro não existe tempo para alívios emocionais, é conflito a todo momento. Porém, é inegável que ao terminar o filme, entendemos perfeitamente porquê Andy deixou de lado seu Woody para brincar com seu novo brinquedo, o patrulheiro espacial Buzz Lightyear.

O que eu quero dizer é que, como construção de um universo particular e mesmo depois da conclusão gloriosa de "Toy Story 4""Lightyear" funciona muito bem como aquela peça que faltava em um enorme quebra-cabeça, porém a grande pergunta que fica é: precisávamos mesmo dessa peça? Muitos vão dizer que não, outros vão afirmar que esse prequel é essencial, mas aquela unanimidade que estamos acostumados a encontrar em cada lançamento de uma animação da Pixar, de fato, não vai existir.

Do ponto de vista técnico, o filme é excepcionalmente bem feito: as texturas são impressionantes e o uso marcante das sombras desperta sensações profundas como se estivéssemos assistindo um live-action. Em muitos momentos você vai colocar em dúvida que se trata de um animação mesmo - apenas para exemplificar, mesmo que pouco relevante para a história, reparem no take onde vemos as engrenagens da nave de "Lightyear" se liberarem para o lançamento. É impressionante a qualidade da animação!

A conclusão é a seguinte: se você estiver procurando por um filme que evoca a imaginação e a memória mais emotiva da mesma forma que Toy Story fez em quatro filmes, você ficará desapontado - "Lightyear" não é e nem se propõe a ser um filme inesquecível. Sua escolha narrativa é quase uma homenagem aos clássicos de ficção científica, com uma dinâmica muito envolvente e com o foco simplesmente na ação e no entretenimento.

Vale muito pela diversão! 

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"Lightyear" é um ótimo entretenimento, divertido, dinâmico e tecnicamente impressionante, mas... parece não ter a "alma" da Pixar - pelo menos aquela que nos faz ficar sentados alguns segundos, refletindo ou retomando o ar,  assim que os créditos começam a subir. Por outro lado, talvez seja o filme com mais cenas de ação que o Estúdio já produziu - e olha que estamos falando do mesmo universo de Toy Story.

"Lightyear" é uma aventura de ação com toques de ficção científica que apresenta a história de origem de Buzz Lightyear - o herói "real" que inspirou o brinquedo que ganhou fama em Toy Story (1995). O filme segue o lendário Patrulheiro Espacial em uma missão de reconhecimento em um planeta hostil e que, por uma avaliação errada, deixa ele e sua equipe presos e completamente abandonados a 4,2 milhões de anos-luz da Terra. Enquanto Buzz tenta encontrar uma forma de se redimir e voltar para casa através do espaço e do tempo, ele percebe que a cada tentativa que duram horas para ele, representam anos para quem fica no planeta. Para complicar ainda mais a situação, conhecemos Zurg, uma presença alienígena imponente com um exército de robôs implacáveis. Confira o trailer:

“Em 1995, Andy ganhou um brinquedo. O brinquedo era de seu filme favorito. Esse era o filme” - é assim que "Lightyear" nos é apresentado e imediatamente já entendemos exatamente onde o filme quer nos levar (ou pelo menos quais os laços emocionais ele quer estabelecer). Pela primeira vez, a franquia nos coloca na posição do personagemAndy para entender o que ele viveu e não, como de costume, nos provocar na criação de paralelos com nossa própria infância - não que isso não aconteça, mas a dinâmica frenética do filme não nos permite esse exercício (é nesse sentido que comento sobre a "alma" da Pixar). No roteiro não existe tempo para alívios emocionais, é conflito a todo momento. Porém, é inegável que ao terminar o filme, entendemos perfeitamente porquê Andy deixou de lado seu Woody para brincar com seu novo brinquedo, o patrulheiro espacial Buzz Lightyear.

O que eu quero dizer é que, como construção de um universo particular e mesmo depois da conclusão gloriosa de "Toy Story 4""Lightyear" funciona muito bem como aquela peça que faltava em um enorme quebra-cabeça, porém a grande pergunta que fica é: precisávamos mesmo dessa peça? Muitos vão dizer que não, outros vão afirmar que esse prequel é essencial, mas aquela unanimidade que estamos acostumados a encontrar em cada lançamento de uma animação da Pixar, de fato, não vai existir.

Do ponto de vista técnico, o filme é excepcionalmente bem feito: as texturas são impressionantes e o uso marcante das sombras desperta sensações profundas como se estivéssemos assistindo um live-action. Em muitos momentos você vai colocar em dúvida que se trata de um animação mesmo - apenas para exemplificar, mesmo que pouco relevante para a história, reparem no take onde vemos as engrenagens da nave de "Lightyear" se liberarem para o lançamento. É impressionante a qualidade da animação!

A conclusão é a seguinte: se você estiver procurando por um filme que evoca a imaginação e a memória mais emotiva da mesma forma que Toy Story fez em quatro filmes, você ficará desapontado - "Lightyear" não é e nem se propõe a ser um filme inesquecível. Sua escolha narrativa é quase uma homenagem aos clássicos de ficção científica, com uma dinâmica muito envolvente e com o foco simplesmente na ação e no entretenimento.

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Luca

"Luca" é um graça! A animação da Pixar traz a essência de "Coco"com aquele toque narrativo de "A Pequena Sereia" - e talvez, só por essa definição já dá para se ter uma idéia de quão graciosa é a jornada do pequeno Luca e de seu amigo Alberto em um mundo cheio de descobertas e, principalmente, imaginação!

Veja, Luca (Jacob Tremblay) é um monstro-marinho que vive nos oceanos as responsabilidades colocadas por sua família: pastorear os peixes. Com uma rotina repetitiva, Luca começa a ter curiosidade pela vida da superfície, principalmente ao recolher alguns objetos humanos que caíram no mar. Sem o apoio da zelosa família, Luca anseia pela primeira transformação em humano e ao conhecer Alberto (Jack Dylan Grazer), menino com as mesmas habilidades de Luca, o caminho para a aventura finalmente parece possível. Em uma charmosa vila italiana, Giulia (Emma Berman) entra para o grupo, ensinando os garotos a experimentar novos sentimentos, como colaboração, senso de justiça e até ciúme. É Giulia que também lhes apresenta o "Triatlo de Portorosso", competição que consiste em nadar, comer massa e pedalar, onde o prêmio final possibilitaria Luca e Alberto de realizarem um grande sonho: comprar uma vespa e assim ter a liberdade para conhecer o mundo! Confira o trailer:

É impressionante como toda a construção da história se apoia em arquétipos que, certamente, fizeram parte da vida dos mais velhos - e que farão parte de uma fase muito importante da vida dos mais novos. O filme mostra com muita a sensibilidade a nostalgia da infância, com suas descobertas, emoções e surpresas de uma temporada de verão - nesse caso, inclusive, brilhantemente apropriada das mais belas paisagens do sul da Itália, com suas cores e sabores. Com o perfeito equilíbrio entre a inovação técnica e a tradição narrativa, a Pixar se aproxima da Disney como poucas vezes, entregando uma trama infinitamente mais simples do que "Soul" ou até de "Divertidamente" - e nem por isso menos genial. De fato, me parece que as crianças foram as maiores homenageadas.  

"Luca" é para assistir sorrindo! É uma linda e emocionante história de amizade, com muita aventura e que se torna algo maior por mostrar importância de aceitar a diferença, de permitir se relacionar com o novo e de sonhar. A história tem uma forte identidade infantil, mas com os aprendizados que os adultos podem (e devem) nos dar. Eu diria até que "Luca" é um ensaio sobre a construção de caráter e um exemplo de narrativa autobiográfica que o diretor Enrico Casarosa nos presenteou com muita magia!

"Luca" chegou quietinho, mas vai se tornar inesquecível - pode ter certeza! Lindo para se aplaudir de pé!

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"Luca" é um graça! A animação da Pixar traz a essência de "Coco"com aquele toque narrativo de "A Pequena Sereia" - e talvez, só por essa definição já dá para se ter uma idéia de quão graciosa é a jornada do pequeno Luca e de seu amigo Alberto em um mundo cheio de descobertas e, principalmente, imaginação!

Veja, Luca (Jacob Tremblay) é um monstro-marinho que vive nos oceanos as responsabilidades colocadas por sua família: pastorear os peixes. Com uma rotina repetitiva, Luca começa a ter curiosidade pela vida da superfície, principalmente ao recolher alguns objetos humanos que caíram no mar. Sem o apoio da zelosa família, Luca anseia pela primeira transformação em humano e ao conhecer Alberto (Jack Dylan Grazer), menino com as mesmas habilidades de Luca, o caminho para a aventura finalmente parece possível. Em uma charmosa vila italiana, Giulia (Emma Berman) entra para o grupo, ensinando os garotos a experimentar novos sentimentos, como colaboração, senso de justiça e até ciúme. É Giulia que também lhes apresenta o "Triatlo de Portorosso", competição que consiste em nadar, comer massa e pedalar, onde o prêmio final possibilitaria Luca e Alberto de realizarem um grande sonho: comprar uma vespa e assim ter a liberdade para conhecer o mundo! Confira o trailer:

É impressionante como toda a construção da história se apoia em arquétipos que, certamente, fizeram parte da vida dos mais velhos - e que farão parte de uma fase muito importante da vida dos mais novos. O filme mostra com muita a sensibilidade a nostalgia da infância, com suas descobertas, emoções e surpresas de uma temporada de verão - nesse caso, inclusive, brilhantemente apropriada das mais belas paisagens do sul da Itália, com suas cores e sabores. Com o perfeito equilíbrio entre a inovação técnica e a tradição narrativa, a Pixar se aproxima da Disney como poucas vezes, entregando uma trama infinitamente mais simples do que "Soul" ou até de "Divertidamente" - e nem por isso menos genial. De fato, me parece que as crianças foram as maiores homenageadas.  

"Luca" é para assistir sorrindo! É uma linda e emocionante história de amizade, com muita aventura e que se torna algo maior por mostrar importância de aceitar a diferença, de permitir se relacionar com o novo e de sonhar. A história tem uma forte identidade infantil, mas com os aprendizados que os adultos podem (e devem) nos dar. Eu diria até que "Luca" é um ensaio sobre a construção de caráter e um exemplo de narrativa autobiográfica que o diretor Enrico Casarosa nos presenteou com muita magia!

"Luca" chegou quietinho, mas vai se tornar inesquecível - pode ter certeza! Lindo para se aplaudir de pé!

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Luck

Prepare-se, você vai assistir "Luck" com um sorriso no rosto, mesmo quando a emoção tomar conta do seu coração! Bem na linha de "Divertida Mente", enorme sucesso de 2015 da Pixar, essa produção do Estúdio Skydance Animation tem o carisma necessário para discutir conceitos complexos e subjetivos através da simbologia e da criatividade. A linha tênue entre a "sorte" e o "azar" (e como esses dois elementos são tão importantes na nossa vida) é uma espécie de fio condutor para uma narrativa muito agradável e bem desenvolvida, que traz de volta John Lasseter ao mundo das animações que ele mesmo ajudou a colocar em outro patamar!

Sam Greenfield (Eva Noblezada) é a pessoa mais azarada do mundo, até que um belo dia ela encontra a desconhecida "Terra da Sorte" graças ao vacilo do rabugento gato preto, Bob (Simon Pegg). Como humanos não são permitidos nesse mundo fantástico, sua única chance é juntar-se às criaturas mágicas que lá vivem para tentar entender como a dinâmica de duas instituições milenares, a Sorte e o Azar, podem influenciar no nosso cotidiano. Confira o trailer:

É inegável que "Luck" possui inúmeras intenções louváveis dentro do seu texto, porém é preciso dizer que, embora parta de uma ideia original, o roteiro soa como uma readaptação clara de "Divertida Mente" -  na produção da Pixar se discutia a complexidade e os efeitos da emoção no nosso desenvolvimento como ser humano a partir da semiótica, aqui o que temos é o mesmo conceito, porém com o foco na "sorte" e no "azar". As semelhanças, na minha opinião, mais ajudam do que atrapalha, já que nossa memória emotiva faz com que o envolvimento com a personagem e seus complexos sejam imediatos - o que nos permite mergulhar naquele mundo sem muita preocupação com o que vamos encontrar, afinal, já sabemos que, com Lasseter no comando, criatividade não faltaria. De fato as "sacadas" que simbolizam esse universo fantástico são excelentes.

Escrito por Kiel Murray (de "Raya e o Último Dragão") e dirigido por Peggy Holmes em seu primeiro grande projeto, os "ex-Disney" não decepcionam. "Luck" é tecnicamente muito bem executado e tem personagens bastante carismáticos - Sam, Bob e Gerry (Colin O'Donoghue) cumprem bem esse papel. Talvez o único elemento que ainda precise um pouco mais de cuidado e de trabalho de seus realizadores seja justamente o elo de conexão entre o mágico e o real - aqui temos muitos conceitos jogados no lindo cenário, mas com pouco impacto com o contexto dos personagens. Diferente de "Divertida Mente", algumas boas idéias ficam perdidas, são apenas citadas rapidamente e certamente teriam força para serem melhores aproveitadas - o mundo do "Azar", que vira nossa vida de ponta cabeça, é um desses exemplos.

"Luck" é um filme sem grandes pretensões, quase um teste de fogo da Skydance Animation que mostra muito mais potencial do que grandiosidade nesse debute. Lançado estrategicamente para o streaming, o filme é adorável, bem realizado e nos traz ótimas sensações durante toda a trama. É o tipo da animação que agrada os adultos e as crianças por razões diferentes, mas igualmente importantes e diria até, essenciais para um entretenimento de qualidade em família.

Vale muito o seu play! 

Assista Agora

Prepare-se, você vai assistir "Luck" com um sorriso no rosto, mesmo quando a emoção tomar conta do seu coração! Bem na linha de "Divertida Mente", enorme sucesso de 2015 da Pixar, essa produção do Estúdio Skydance Animation tem o carisma necessário para discutir conceitos complexos e subjetivos através da simbologia e da criatividade. A linha tênue entre a "sorte" e o "azar" (e como esses dois elementos são tão importantes na nossa vida) é uma espécie de fio condutor para uma narrativa muito agradável e bem desenvolvida, que traz de volta John Lasseter ao mundo das animações que ele mesmo ajudou a colocar em outro patamar!

Sam Greenfield (Eva Noblezada) é a pessoa mais azarada do mundo, até que um belo dia ela encontra a desconhecida "Terra da Sorte" graças ao vacilo do rabugento gato preto, Bob (Simon Pegg). Como humanos não são permitidos nesse mundo fantástico, sua única chance é juntar-se às criaturas mágicas que lá vivem para tentar entender como a dinâmica de duas instituições milenares, a Sorte e o Azar, podem influenciar no nosso cotidiano. Confira o trailer:

É inegável que "Luck" possui inúmeras intenções louváveis dentro do seu texto, porém é preciso dizer que, embora parta de uma ideia original, o roteiro soa como uma readaptação clara de "Divertida Mente" -  na produção da Pixar se discutia a complexidade e os efeitos da emoção no nosso desenvolvimento como ser humano a partir da semiótica, aqui o que temos é o mesmo conceito, porém com o foco na "sorte" e no "azar". As semelhanças, na minha opinião, mais ajudam do que atrapalha, já que nossa memória emotiva faz com que o envolvimento com a personagem e seus complexos sejam imediatos - o que nos permite mergulhar naquele mundo sem muita preocupação com o que vamos encontrar, afinal, já sabemos que, com Lasseter no comando, criatividade não faltaria. De fato as "sacadas" que simbolizam esse universo fantástico são excelentes.

Escrito por Kiel Murray (de "Raya e o Último Dragão") e dirigido por Peggy Holmes em seu primeiro grande projeto, os "ex-Disney" não decepcionam. "Luck" é tecnicamente muito bem executado e tem personagens bastante carismáticos - Sam, Bob e Gerry (Colin O'Donoghue) cumprem bem esse papel. Talvez o único elemento que ainda precise um pouco mais de cuidado e de trabalho de seus realizadores seja justamente o elo de conexão entre o mágico e o real - aqui temos muitos conceitos jogados no lindo cenário, mas com pouco impacto com o contexto dos personagens. Diferente de "Divertida Mente", algumas boas idéias ficam perdidas, são apenas citadas rapidamente e certamente teriam força para serem melhores aproveitadas - o mundo do "Azar", que vira nossa vida de ponta cabeça, é um desses exemplos.

"Luck" é um filme sem grandes pretensões, quase um teste de fogo da Skydance Animation que mostra muito mais potencial do que grandiosidade nesse debute. Lançado estrategicamente para o streaming, o filme é adorável, bem realizado e nos traz ótimas sensações durante toda a trama. É o tipo da animação que agrada os adultos e as crianças por razões diferentes, mas igualmente importantes e diria até, essenciais para um entretenimento de qualidade em família.

Vale muito o seu play! 

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Marvel Stories

Muito na linha de "A História da Pixar" e "A História do Imagineering", chegou na Globoplay (atenção: não no Disney+) um excelente documentário francês de 2016 que conta em quatro atos como a Marvel se reinventou e transformou o mercado depois de quase falir entre os anos 80 e 90, surfando no crescimento da cultura pop e inovando na forma e nas estratégias de contar histórias - porém, o mais interessante do filme é seu enfoque mercadológico e não necessariamente os processos criativos, assunto que encontramos em outros documentários como no ótimo "Marvel 616" (esse sim da Disney+).

"Marvel Stories" é quase um recorte da jornada corporativa da Marvel Comics do caos ao seu processo de ascensão e criação da Marvel Studios. Dividido em quatro temas, os diretores Philippe Guedj e Philippe Roure criam uma dinâmica narrativa bastante competente que expõe muitas das decisões e disputas que fizeram a Marvel renascer das cinzas. Embora seja um documentário de 2016, algumas passagens explicam exatamente o que vemos té hoje dentro do MCU, fazendo um paralelo com a mudança de status das HQs que trouxeram novos leitores, colecionadores e que, de alguma forma, ajudaram a salvar a empresa e a remodelar o negócio.

Uma das lições mais importantes, um pouco batida até, mas muito relevante no contexto, diz respeito a como o roteiro foi capaz de dar uma exata (e clara) noção de como uma empresa tem a necessidade de se reinventar a todo momento, independente do mercado, do tamanho e do passado glorioso!

Veja, se a DC dominava o mercado de HQs nos anos 60 e 70 e pioneira na produção de filmes de heróis, foi Marvel que colocou a importância de propriedade intelectual (IP) em outro patamar, mesmo que meio por acaso. O documentário detalhada muito bem esse processo e as estratégias desesperadas dos executivos para recuperar o controle de seus personagens e histórias. Os depoimentos de artistas e dos executivos que lideraram essas mudanças e bancaram algumas ideias que pareciam malucas na época, ajudam a posicionar cada uma das vitórias da empresa em uma linha do tempo e com pilares muito particulares: no primeiro ato, por exemplo, conhecemos os bastidores das negociações entre banqueiros e executivos de Wall Street pelo controle da empresa. Já no segundo ato o mergulho é no crescimento e nas transformações do mercado de cultura pop e como a Marvel entendeu essa oportunidade. No terceiro, o mais fraco na minha opinião (embora curioso), é discutido a relação histórica que Nova York tem com a Marvel, com as obras e com o mercado editorial. E finalmente o quarto e último ato, assistimos a migração da estratégia de crescimento da empresa que antes focava nas HQs e passa a valorizar seus IPs - que lhe rendeu, inclusive, a venda para a Disney, uma enorme e sustentável receita em licenciamentos e uma nova geração de Filmes com enorme sucesso em Hollywood.

O fato é que o documentário vai interessar mais aqueles curiosos e empreendedores do que o fãs de heróis. Não que seja um produto chato para os fãs, mas o enfoque é no negócio, não nas obras ou nos personagens. Fica claro porém, que essa história merecia um pouco mais de tempo, para que mais curiosidades pudessem ser desenvolvidas. São muitos detalhes interessantes e a presença de personalidades importantes como Avi Arad, Mark Millar, Harvey Miller (entre outros) poderia ter sido melhor aproveitada - certamente uma minissérie como "GDLK" funcionaria melhor, principalmente para quem já leu Marvel Comics - a História Secreta, que, aliás, recomendo para quem gostar do filme.

Vale a pena! 

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Muito na linha de "A História da Pixar" e "A História do Imagineering", chegou na Globoplay (atenção: não no Disney+) um excelente documentário francês de 2016 que conta em quatro atos como a Marvel se reinventou e transformou o mercado depois de quase falir entre os anos 80 e 90, surfando no crescimento da cultura pop e inovando na forma e nas estratégias de contar histórias - porém, o mais interessante do filme é seu enfoque mercadológico e não necessariamente os processos criativos, assunto que encontramos em outros documentários como no ótimo "Marvel 616" (esse sim da Disney+).

"Marvel Stories" é quase um recorte da jornada corporativa da Marvel Comics do caos ao seu processo de ascensão e criação da Marvel Studios. Dividido em quatro temas, os diretores Philippe Guedj e Philippe Roure criam uma dinâmica narrativa bastante competente que expõe muitas das decisões e disputas que fizeram a Marvel renascer das cinzas. Embora seja um documentário de 2016, algumas passagens explicam exatamente o que vemos té hoje dentro do MCU, fazendo um paralelo com a mudança de status das HQs que trouxeram novos leitores, colecionadores e que, de alguma forma, ajudaram a salvar a empresa e a remodelar o negócio.

Uma das lições mais importantes, um pouco batida até, mas muito relevante no contexto, diz respeito a como o roteiro foi capaz de dar uma exata (e clara) noção de como uma empresa tem a necessidade de se reinventar a todo momento, independente do mercado, do tamanho e do passado glorioso!

Veja, se a DC dominava o mercado de HQs nos anos 60 e 70 e pioneira na produção de filmes de heróis, foi Marvel que colocou a importância de propriedade intelectual (IP) em outro patamar, mesmo que meio por acaso. O documentário detalhada muito bem esse processo e as estratégias desesperadas dos executivos para recuperar o controle de seus personagens e histórias. Os depoimentos de artistas e dos executivos que lideraram essas mudanças e bancaram algumas ideias que pareciam malucas na época, ajudam a posicionar cada uma das vitórias da empresa em uma linha do tempo e com pilares muito particulares: no primeiro ato, por exemplo, conhecemos os bastidores das negociações entre banqueiros e executivos de Wall Street pelo controle da empresa. Já no segundo ato o mergulho é no crescimento e nas transformações do mercado de cultura pop e como a Marvel entendeu essa oportunidade. No terceiro, o mais fraco na minha opinião (embora curioso), é discutido a relação histórica que Nova York tem com a Marvel, com as obras e com o mercado editorial. E finalmente o quarto e último ato, assistimos a migração da estratégia de crescimento da empresa que antes focava nas HQs e passa a valorizar seus IPs - que lhe rendeu, inclusive, a venda para a Disney, uma enorme e sustentável receita em licenciamentos e uma nova geração de Filmes com enorme sucesso em Hollywood.

O fato é que o documentário vai interessar mais aqueles curiosos e empreendedores do que o fãs de heróis. Não que seja um produto chato para os fãs, mas o enfoque é no negócio, não nas obras ou nos personagens. Fica claro porém, que essa história merecia um pouco mais de tempo, para que mais curiosidades pudessem ser desenvolvidas. São muitos detalhes interessantes e a presença de personalidades importantes como Avi Arad, Mark Millar, Harvey Miller (entre outros) poderia ter sido melhor aproveitada - certamente uma minissérie como "GDLK" funcionaria melhor, principalmente para quem já leu Marvel Comics - a História Secreta, que, aliás, recomendo para quem gostar do filme.

Vale a pena! 

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O Rei Leão

É inegável a qualidade da história, agora em "live action", de "O Rei Leão", mas o filme é muito mais que isso - a releitura da animação de 1994 tem o que de melhor podemos encontrar em CG atualmente. Falo isso com a maior tranquilidade: se você assistiu "Dumbo" e se impressionou com a qualidade da textura da pele do elefantinho e com a aplicação dos outros animais em um cenário selvagem na última cena do filme, já te aviso: aquilo não passou de uma versão "beta" do que você vai assistir em "O Rei Leão".

Tudo está fantástico visualmente: a água, o fogo, os pêlos, a luz, a composição é extremamente orgânica... porém é preciso admitir (por mais que possa nos doer): a experiência de assistir novamente uma história que foi tão marcante em um momento das nossas vidas, não é tão sensacional como imaginaria que pudesse ser (ou como foi em 1994) - mas vou explicar melhor para não parecer que não gostei do filme. O filme é muito bom, merece ser visto, é divertido da mesma forma, só que se você assistiu a animação, provavelmente não vai se emocionar pela história.... vai se emocionar pela nostalgia! Confira o trailer:

A história é exatamente a mesma: vemos a jornada do jovem Simba que, após o assassinato de seu pai, o rei Mufasa, precisa fugir já que seu tio Star o culpa pela morte. Com a ajuda dos seus dois novos amigos, Timon e Pumbba, Simba cresce e descobre um outro propósito de vida, mas que é interrompido no encontro com sua melhor amiga de infância Nala. Sabendo por ela que seu tio está destruindo o Reino, Simba resolve retornar para reivindicar sua posição de herdeiro do rei e trazer novamente paz para o Reino. Embora essa nova versão tenha 30 minutos a mais que a animação original,  90% das cenas são iguais. O fato é que na nova versão ganhamos com a tecnologia, com planos muito bem filmados, movimentos de câmera muito inventivos e composições quase perfeitas. Ganhamos com o visual, com a perfeição dos animais, com o lindo cenário que parece ter sido tirado de um documentário da National Geographic.

O filme é lindo e espero que a nova geração se relacione com a história da mesma forma com que fizemos em 94. Para nós, maiores de 30 anos, o novo "Rei Leão" é um convite à nostalgia, à memória emotiva, ao saudosismo... Para os mais novos, a oportunidade de experienciar uma bela narrativa, com animais incrivelmente "reais" e lindas mensagens que podem trazer algum sentimento e aprendizado. A verdade é que são outros tempos e seria até injusto querer comparar as duas obras. Para mim, foi divertido, mas faltou aquele "algo mais"; para quem está assistindo pela primeira vez, provavelmente, terá mais valor!

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É inegável a qualidade da história, agora em "live action", de "O Rei Leão", mas o filme é muito mais que isso - a releitura da animação de 1994 tem o que de melhor podemos encontrar em CG atualmente. Falo isso com a maior tranquilidade: se você assistiu "Dumbo" e se impressionou com a qualidade da textura da pele do elefantinho e com a aplicação dos outros animais em um cenário selvagem na última cena do filme, já te aviso: aquilo não passou de uma versão "beta" do que você vai assistir em "O Rei Leão".

Tudo está fantástico visualmente: a água, o fogo, os pêlos, a luz, a composição é extremamente orgânica... porém é preciso admitir (por mais que possa nos doer): a experiência de assistir novamente uma história que foi tão marcante em um momento das nossas vidas, não é tão sensacional como imaginaria que pudesse ser (ou como foi em 1994) - mas vou explicar melhor para não parecer que não gostei do filme. O filme é muito bom, merece ser visto, é divertido da mesma forma, só que se você assistiu a animação, provavelmente não vai se emocionar pela história.... vai se emocionar pela nostalgia! Confira o trailer:

A história é exatamente a mesma: vemos a jornada do jovem Simba que, após o assassinato de seu pai, o rei Mufasa, precisa fugir já que seu tio Star o culpa pela morte. Com a ajuda dos seus dois novos amigos, Timon e Pumbba, Simba cresce e descobre um outro propósito de vida, mas que é interrompido no encontro com sua melhor amiga de infância Nala. Sabendo por ela que seu tio está destruindo o Reino, Simba resolve retornar para reivindicar sua posição de herdeiro do rei e trazer novamente paz para o Reino. Embora essa nova versão tenha 30 minutos a mais que a animação original,  90% das cenas são iguais. O fato é que na nova versão ganhamos com a tecnologia, com planos muito bem filmados, movimentos de câmera muito inventivos e composições quase perfeitas. Ganhamos com o visual, com a perfeição dos animais, com o lindo cenário que parece ter sido tirado de um documentário da National Geographic.

O filme é lindo e espero que a nova geração se relacione com a história da mesma forma com que fizemos em 94. Para nós, maiores de 30 anos, o novo "Rei Leão" é um convite à nostalgia, à memória emotiva, ao saudosismo... Para os mais novos, a oportunidade de experienciar uma bela narrativa, com animais incrivelmente "reais" e lindas mensagens que podem trazer algum sentimento e aprendizado. A verdade é que são outros tempos e seria até injusto querer comparar as duas obras. Para mim, foi divertido, mas faltou aquele "algo mais"; para quem está assistindo pela primeira vez, provavelmente, terá mais valor!

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Pinóquio

Essa versão de "Pinóquio" feita em animação stop-motion pelo diretor Guillermo del Toro é uma graça! Além de uma estética espetacular (com uma técnica que mistura o artesanal da animação com composições em CGI de cair o queixo), o roteiro ainda explora temas delicados e relevantes sobre relações familiares, politica, bullying, luto e, claro, sobre a importância de aceitar as diferenças. Lindo como uma poesia visual, "Pinocchio" (no original - que ainda leva o nome de Del Toro em seu título para deixar claro sua chancela), na minha opinião, é a melhor animação de 2022 e com potencial de ser bastante celebrada na temporada de premiações.

Situada nos anos 1930, na Itália facista da Segunda Guerra, acompanhamos a jornada de um pai solitário, Geppetto (David Bradley), e seu desejo em dar vida para um boneco de madeira na tentativa de suprir a saudade de seu filho recém falecido. Com a ajuda dos espíritos mágicos, Pinóquio (Gregory Mann) ganha vida, porém sua condição cria uma atmosfera de confusão por ser tão diferente das outras crianças e pelo seu desejo de ser amado pelo pai. Quando Pinóquio foge de casa buscando encontrar seu lugar no mundo, ele se depara com uma série de perigos em uma aventura que vai muito além do clássico de Carlo Collodi. Confira o trailer:

Ao lado de Mark Gustafson (de "The PJs" e "Claymation Easter"), Del Toro busca discutir a relação entre pai e filho deixando de lado aquele tom de "conto de fadas" (eternizada pela versão Disney de 1940) em prol de uma narrativa mais contemporânea no seu contexto, onde mesmo em um universo de fantasia, ainda constrói uma trama com o intuito de gerar identificação de uma forma mais palpável, transportando para Geppetto a responsabilidade de lidar com suas escolhas - seja em uma posição de super proteção afetiva ao tentar impedir que Pinóquio se conecte com o mundo e sofra por ser diferente, seja se resguardar para não perder a própria reputação diante dessa mesma "diferença".

Obviamente que é possível encontrar na adaptação, muito do que já conhecemos da obra clássica de Collodi - principalmente no que diz respeito ao arquétipo da inocência em sua forma mais pura e em que condições o meio é capaz de tornar essa inocência influenciável. É muito interessante como Del Toro e Gustafson vão criando camadas muito mais profundas nos personagens secundários que ajudam a moldar a personalidade do protagonista a partir das lições aprendidas por ele durante a jornada - essa dinâmica cria um caráter menos infantil ao roteiro, promovendo uma experiência única que, eu diria, impacta mais os pais do que os filhos. Não serão raros os momentos em que você vai se pegar refletindo sobre a maneira como você se relaciona com seu filho e como isso poderia impactar em suas escolhas futuras.

Mesmo apresentado como um musical, "Pinóquio" é muito mais Pixar do que Disney, ou seja, o que vale é o que está sendo falado - as (poucas) performances musicais funcionam muito mais como uma ferramenta de gatilho emocional do que propriamente como uma estratégia narrativa que vai conduzir a trama até o seu final. Mesmo sem essa responsabilidade, as músicas são realmente lindas e acredite, a trilha sonora assinada por Alexandre Desplat, é só um dos vários elementos técnicos e artísticos que chegam como forte concorrente ao próximo Oscar - pode anotar!

Vale muito a pena!

Up-date: "Pinóquio" foi o grande vencedor do Oscar 2023 na categoria "Melhor Animação"!

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Essa versão de "Pinóquio" feita em animação stop-motion pelo diretor Guillermo del Toro é uma graça! Além de uma estética espetacular (com uma técnica que mistura o artesanal da animação com composições em CGI de cair o queixo), o roteiro ainda explora temas delicados e relevantes sobre relações familiares, politica, bullying, luto e, claro, sobre a importância de aceitar as diferenças. Lindo como uma poesia visual, "Pinocchio" (no original - que ainda leva o nome de Del Toro em seu título para deixar claro sua chancela), na minha opinião, é a melhor animação de 2022 e com potencial de ser bastante celebrada na temporada de premiações.

Situada nos anos 1930, na Itália facista da Segunda Guerra, acompanhamos a jornada de um pai solitário, Geppetto (David Bradley), e seu desejo em dar vida para um boneco de madeira na tentativa de suprir a saudade de seu filho recém falecido. Com a ajuda dos espíritos mágicos, Pinóquio (Gregory Mann) ganha vida, porém sua condição cria uma atmosfera de confusão por ser tão diferente das outras crianças e pelo seu desejo de ser amado pelo pai. Quando Pinóquio foge de casa buscando encontrar seu lugar no mundo, ele se depara com uma série de perigos em uma aventura que vai muito além do clássico de Carlo Collodi. Confira o trailer:

Ao lado de Mark Gustafson (de "The PJs" e "Claymation Easter"), Del Toro busca discutir a relação entre pai e filho deixando de lado aquele tom de "conto de fadas" (eternizada pela versão Disney de 1940) em prol de uma narrativa mais contemporânea no seu contexto, onde mesmo em um universo de fantasia, ainda constrói uma trama com o intuito de gerar identificação de uma forma mais palpável, transportando para Geppetto a responsabilidade de lidar com suas escolhas - seja em uma posição de super proteção afetiva ao tentar impedir que Pinóquio se conecte com o mundo e sofra por ser diferente, seja se resguardar para não perder a própria reputação diante dessa mesma "diferença".

Obviamente que é possível encontrar na adaptação, muito do que já conhecemos da obra clássica de Collodi - principalmente no que diz respeito ao arquétipo da inocência em sua forma mais pura e em que condições o meio é capaz de tornar essa inocência influenciável. É muito interessante como Del Toro e Gustafson vão criando camadas muito mais profundas nos personagens secundários que ajudam a moldar a personalidade do protagonista a partir das lições aprendidas por ele durante a jornada - essa dinâmica cria um caráter menos infantil ao roteiro, promovendo uma experiência única que, eu diria, impacta mais os pais do que os filhos. Não serão raros os momentos em que você vai se pegar refletindo sobre a maneira como você se relaciona com seu filho e como isso poderia impactar em suas escolhas futuras.

Mesmo apresentado como um musical, "Pinóquio" é muito mais Pixar do que Disney, ou seja, o que vale é o que está sendo falado - as (poucas) performances musicais funcionam muito mais como uma ferramenta de gatilho emocional do que propriamente como uma estratégia narrativa que vai conduzir a trama até o seu final. Mesmo sem essa responsabilidade, as músicas são realmente lindas e acredite, a trilha sonora assinada por Alexandre Desplat, é só um dos vários elementos técnicos e artísticos que chegam como forte concorrente ao próximo Oscar - pode anotar!

Vale muito a pena!

Up-date: "Pinóquio" foi o grande vencedor do Oscar 2023 na categoria "Melhor Animação"!

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Red: Crescer é Uma Fera

“Red: Crescer É Uma Fera” é uma belíssima e divertida animação sobre crescimento e desafios da adolescência - bem ao "estilo Pixar" (como não poderia ser diferente, mas que se justifica por si só).

Na trama, Mei, uma adolescente de 13 anos que quando fica muito nervosa, agitada, emocionada ou estressada, se transforma em um panda vermelho gigante, e isso só resulta em mais problemas para a jovem. Confira o trailer (dublado):

Como o próprio trailer deixa muito claro, “Red: Crescer É Uma Fera” explora o amadurecimento e as inseguranças dessa fase tão particular da vida de uma garota que sempre foi reprimida pela mãe - e por isso está dividida entre ser a filha obediente ou se permitir ser seu novo "eu", que parece muito mais disposto a viver suas aventuras e emoções. Através dessa transformação incomum, a animação foi muito feliz ao usar de uma inteligente metáfora para discutir os desafios da adolescência e assim explorar o maior conflito interno da protagonista: viver uma vida dupla - já que fora de casa ela esbanja auto-confiança e dentro é como se vivesse em um casulo por medo do que sua mãe possa achar sobre seus gostos, desejos e vontades.

O roteiro além de abordar questões culturais, certamente fará os pais refletirem sobre algumas decisões em relação aos filhos, mas também garantirá aos pequeninos diversão, boas doses de fofura e muito humor genuíno. O público adulto, aliás, também vai se conectar com a história pelo elemento nostálgico, já que Mei usa um bichinho virtual, é apaixonada por uma boys band, os "4-Town" (que lembra bastante N’Sync e Backstreet Boys), além das revistas que logo remetem as famosas "Caprichos".

Dirigido por Domee Shi, que venceu o Oscar por Melhor Curta-Metragem de Animação por ”Bao”, o filme repete um pouco o conceito narrativo das relações entre mães e filhos, por isso percebe-se um certo cuidado nesse tratamento, já que a mãe não soa apenas como alguém autoritária, mas também alguém que ama sua filha e procura da maneira exagerada (como qualquer mãe) manter esse laço familiar tão forte.

O relacionamento "mãe e filha" facilmente vai conectar a audiência, pois o que vemos na tela é o que de fato acontece em muitas famílias - encontrar o equilíbrio perfeito entre uma mãe superprotetora e uma criança que também precisa de momentos de lazer, nem sempre é tarefa das mais fáceis. Sendo assim, como a maioria das animações da Pixar, na reta final a megalomania acaba tomando conta da narrativa e o foco mais certeiro dos primeiros atos, se dissolve em uma aventura mais genérica. Prejudica? Não, mas é um fato. Ainda assim, ”Red: Crescer é Uma Fera” finaliza com uma belíssima mensagem sobre amadurecimento e amor que vale a pena ser apreciada.

Escrito por Mark Hewes - uma parceria @indiqueipraver

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“Red: Crescer É Uma Fera” é uma belíssima e divertida animação sobre crescimento e desafios da adolescência - bem ao "estilo Pixar" (como não poderia ser diferente, mas que se justifica por si só).

Na trama, Mei, uma adolescente de 13 anos que quando fica muito nervosa, agitada, emocionada ou estressada, se transforma em um panda vermelho gigante, e isso só resulta em mais problemas para a jovem. Confira o trailer (dublado):

Como o próprio trailer deixa muito claro, “Red: Crescer É Uma Fera” explora o amadurecimento e as inseguranças dessa fase tão particular da vida de uma garota que sempre foi reprimida pela mãe - e por isso está dividida entre ser a filha obediente ou se permitir ser seu novo "eu", que parece muito mais disposto a viver suas aventuras e emoções. Através dessa transformação incomum, a animação foi muito feliz ao usar de uma inteligente metáfora para discutir os desafios da adolescência e assim explorar o maior conflito interno da protagonista: viver uma vida dupla - já que fora de casa ela esbanja auto-confiança e dentro é como se vivesse em um casulo por medo do que sua mãe possa achar sobre seus gostos, desejos e vontades.

O roteiro além de abordar questões culturais, certamente fará os pais refletirem sobre algumas decisões em relação aos filhos, mas também garantirá aos pequeninos diversão, boas doses de fofura e muito humor genuíno. O público adulto, aliás, também vai se conectar com a história pelo elemento nostálgico, já que Mei usa um bichinho virtual, é apaixonada por uma boys band, os "4-Town" (que lembra bastante N’Sync e Backstreet Boys), além das revistas que logo remetem as famosas "Caprichos".

Dirigido por Domee Shi, que venceu o Oscar por Melhor Curta-Metragem de Animação por ”Bao”, o filme repete um pouco o conceito narrativo das relações entre mães e filhos, por isso percebe-se um certo cuidado nesse tratamento, já que a mãe não soa apenas como alguém autoritária, mas também alguém que ama sua filha e procura da maneira exagerada (como qualquer mãe) manter esse laço familiar tão forte.

O relacionamento "mãe e filha" facilmente vai conectar a audiência, pois o que vemos na tela é o que de fato acontece em muitas famílias - encontrar o equilíbrio perfeito entre uma mãe superprotetora e uma criança que também precisa de momentos de lazer, nem sempre é tarefa das mais fáceis. Sendo assim, como a maioria das animações da Pixar, na reta final a megalomania acaba tomando conta da narrativa e o foco mais certeiro dos primeiros atos, se dissolve em uma aventura mais genérica. Prejudica? Não, mas é um fato. Ainda assim, ”Red: Crescer é Uma Fera” finaliza com uma belíssima mensagem sobre amadurecimento e amor que vale a pena ser apreciada.

Escrito por Mark Hewes - uma parceria @indiqueipraver

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Soul

"Soul" é mais uma daquelas animações da Pixar que temos vontade de agradecer assim que ela termina, só pela oportunidade de ter assistido algo tão bacana! A delicadeza como assuntos tão profundos são retratados e a criatividade para transformar cada um dos elementos narrativos em signos que nos ajudam refletir a todo momento, é de uma sabedoria impressionante, embora, e é preciso que se diga, o filme não tenha alcançado o brilhantismo e a originalidade de "Divertidamente" ou de "A Vida é uma Festa" - o que não tem problema algum na verdade. Tenho, inclusive, a impressão que mesmo assim, "Soul" pode ser considerado um dos melhores filmes de 2020, pelo roteiro inteligente e pela qualidade técnica - essa sim, impecável!

Insatisfeito com a sua vida como professor, o sonhador Joe Gardner (Jamie Foxx) tem certeza absoluta que nasceu para ser um astro da música - esse era sua missão! Porém, após inúmeras tentativas fracassadas, sua auto-confiança parece estar tão abalada quanto a enorme pressão que sofre da família para encontrar um trabalho "de verdade". Até que ele recebe a oportunidade de sua vida ao ser convidado para tocar em um show de uma famosa banda de jazz. Acontece que tudo muda quando o Gardner sofre um repentino acidente e morre. Já no mundo astral, ele precisa encontrar uma forma de retornar a Terra para cumprir sua missão e dar um propósito a sua existência e para isso ele vai contar com a ajuda de 22, uma alma que precisa reencarnar, mas que tem verdadeiro pavor de lidar com a possibilidade de voltar a viver.

"Soul" é perfeito tecnicamente! A construção de Nova York chega a impressionar - sério, em vários momentos, não dá para saber se estamos diante de um live-action ou de uma animação, tamanho é o realismo. Outro elemento que me impressionou diz respeito a mixagem: tanto o desenho de som quanto a trilha sonora são tão bem ajustados que eu diria que é justamente eles que criam a dinâmica narrativa que a história pede - as sequências de jazz são de cair o queixo tanto quanto os momentos de silêncio que se equilibram com as músicas mais etéreas e que nos levam até uma outra dimensão. É quase um experiência sensorial - reparem! 

Olha, o filme é sensível, agradável, profundo e super reflexivo, além de muito simpático na composição de cada um dos seus personagens ao melhor "estilo Pixar" - aqui cabe o registro: Jamie Foxx e Tina Fey (22) estão afinadíssimos! "Soul", como o próprio nome sugere, vale muito a pena, pelo que vemos e pelo que sentimos!

Assista Agora 

"Soul" é mais uma daquelas animações da Pixar que temos vontade de agradecer assim que ela termina, só pela oportunidade de ter assistido algo tão bacana! A delicadeza como assuntos tão profundos são retratados e a criatividade para transformar cada um dos elementos narrativos em signos que nos ajudam refletir a todo momento, é de uma sabedoria impressionante, embora, e é preciso que se diga, o filme não tenha alcançado o brilhantismo e a originalidade de "Divertidamente" ou de "A Vida é uma Festa" - o que não tem problema algum na verdade. Tenho, inclusive, a impressão que mesmo assim, "Soul" pode ser considerado um dos melhores filmes de 2020, pelo roteiro inteligente e pela qualidade técnica - essa sim, impecável!

Insatisfeito com a sua vida como professor, o sonhador Joe Gardner (Jamie Foxx) tem certeza absoluta que nasceu para ser um astro da música - esse era sua missão! Porém, após inúmeras tentativas fracassadas, sua auto-confiança parece estar tão abalada quanto a enorme pressão que sofre da família para encontrar um trabalho "de verdade". Até que ele recebe a oportunidade de sua vida ao ser convidado para tocar em um show de uma famosa banda de jazz. Acontece que tudo muda quando o Gardner sofre um repentino acidente e morre. Já no mundo astral, ele precisa encontrar uma forma de retornar a Terra para cumprir sua missão e dar um propósito a sua existência e para isso ele vai contar com a ajuda de 22, uma alma que precisa reencarnar, mas que tem verdadeiro pavor de lidar com a possibilidade de voltar a viver.

"Soul" é perfeito tecnicamente! A construção de Nova York chega a impressionar - sério, em vários momentos, não dá para saber se estamos diante de um live-action ou de uma animação, tamanho é o realismo. Outro elemento que me impressionou diz respeito a mixagem: tanto o desenho de som quanto a trilha sonora são tão bem ajustados que eu diria que é justamente eles que criam a dinâmica narrativa que a história pede - as sequências de jazz são de cair o queixo tanto quanto os momentos de silêncio que se equilibram com as músicas mais etéreas e que nos levam até uma outra dimensão. É quase um experiência sensorial - reparem! 

Olha, o filme é sensível, agradável, profundo e super reflexivo, além de muito simpático na composição de cada um dos seus personagens ao melhor "estilo Pixar" - aqui cabe o registro: Jamie Foxx e Tina Fey (22) estão afinadíssimos! "Soul", como o próprio nome sugere, vale muito a pena, pelo que vemos e pelo que sentimos!

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