"The Old Guard" é claramente a tentativa da Netflix de emplacar uma franquia de herói consistente com seu selo "Originals" e de quebra ainda fidelizar um público que pode migrar de plataforma com a chegada do Disney+. Dito isso, é preciso analisar o filme sob dois aspectos: o primeiro, mercadológico - baseado na HQ daImage Comics, escrita pelo Greg Rucka e desenhada pelo Leandro Fernández, "The Old Guard" caiu como uma luva dentro da estratégia da Netflix desde o momento em que ela trás para o time criativo o próprio Rucka para escrever o roteiro. Outro golaço foi escolher Charlize Theron como protagonista, já acostumada com a dinâmica de heroína em filmes de ação/ficção como em "Prometheus", "Mad Max: Estrada da Fúria" e até mesmo em "Atômica". O segundo aspecto relevante, sem dúvida, diz respeito à história escolhida - ao trazer a memória afetiva de "Highlander – O Guerreiro Imortal", o filme usa e abusa de uma narrativa atual (bem no estilo Marvel) ao mesmo tempo em que tenta construir uma mitologia própria (em flashbacks) que possibilita inúmeras ramificações dramáticas que podem resultar em várias sequências - a "cena pós crédito" (que na verdade nem é pós crédito, mas serve como uma espécie de "gancho") é um exemplo descarado desse planejamento. Bom, vamos ao trailer e depois voltamos para a discussão:
"The Old Guard" acompanha Andrômaca ou Andy (Charlize Theron) uma espécie de guerreira imortal que lidera uma equipe com outros três imortais, Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicki (Luca Marinelli), que se encontraram ao longo dos séculos para lutar, como o próprio Booker diz, "por aquilo que eles acreditam ser o certo". Porém eles passam a ser perseguidos por um bilionário, Merrick (Harry Melling), CEO de uma gigante da industria farmacêutica, que pretende captura-los e assim descobrir os segredos dessa longevidade. É aí que entra Nile Freeman (KiKi Layne), uma soldada americana que depois de muitos séculos surge como uma nova imortal e precisa do auxílio de Andy para entender essa nova condição até se tornar mais um membro da equipe.
De fato, "The Old Guard" tem potencial para ser uma franquia de sucesso. Nesse primeiro filme encontramos a ação que o gênero sugere, a discussão filosófica e íntima que os personagens precisam e ainda uma série elementos fantásticos que nos acompanham e nos instigam até o final. Se tem algo que não funciona, certamente é o vilão de Harry Melling - sua motivação é fraca e a performance completamente estereotipada, mas sobre isso falaremos mais adiante. No geral achei o filme divertido, dinâmico (nem sentimos as duas horas de duração) e interessante por tudo que é contado, mas mais ainda por um background que ainda vai ser explorado. Se você gosta de filme de herói, com uma pegada bem de fantasia, pode dar o play sem medo!
Embora seja um filme de herói, a força de "The Old Guard", definitivamente, não está na luta para vencer um vilão e sim na jornada da protagonista para encontrar a paz, mesmo que para isso ela tenha que vencer seu inimigo que, como já citamos, não tem elementos suficientes para nos causar alguma dúvida de que não será facilmente derrotado - não existe uma forte motivação que mova esse vilão na busca de redenção, por exemplo. O próprio Copley (Chiwetel Ejiofor), ex-agente da CIA que já havia trabalhado em uma missão com a equipe de Andy e que perdeu a esposa recentemente devido a uma doença degenerativa, "ELA", teria um papel muito mais relevante se fosse um vilão de verdade do que o Merrick.
Quando Greg Rucka adapta sua história, ele não só se mantém muito fiel à HQ, como ele acrescenta elementos que tornam a jornada de Andrômacaainda mais complexa e profunda - a sua dor ao encarar o seu dom como uma terrível maldição durante séculos (mais uma vez evocando a música "Who wants to live forever!") e a relação que ela estabelece com seus pares, inclusive com sua parceira Quynh (Van Veronica Ngo), é sensacional! Mas aqui cabe uma pequena crítica: tenho a impressão que a produção das cenas em flashback poderia ter sido melhor trabalhada - achei tudo muito flat, fake até,; sem a menor identidade! A fotografia não ajudou em nada e a forma como a diretora Gina Prince-Bythewood (do aclamado "Além dos Limites") comandou a construção da mitologia não me agradou - faltou uma Patty Jenkins de "Mulher Maravilha". Por outro lado, nas cenas de ação e pancadaria, Prince-Bythewood soube se equilibrar e em nenhum momento usou de piruetas ou explosões para roubar no jogo ou entregar algo que já não tivesse sugerido.
No fima das contas, "The Old Guard" tem qualidade! Nasceu bom: com um roteiro que soube trabalhar o drama e a ação sem cansar quem assiste e ao mesmo tempo apresentar uma história que ainda tem muito para contar. Charlize Theron ajudou a levantar o filme, mas não deve seguir por muito tempo na franquia, sabendo disso, achei muito inteligente a forma como Greg Rucka já nos oferece as opções de continuação - e pode ter certeza: ela virá!
Vale pelo entretenimento, com certeza!
"The Old Guard" é claramente a tentativa da Netflix de emplacar uma franquia de herói consistente com seu selo "Originals" e de quebra ainda fidelizar um público que pode migrar de plataforma com a chegada do Disney+. Dito isso, é preciso analisar o filme sob dois aspectos: o primeiro, mercadológico - baseado na HQ daImage Comics, escrita pelo Greg Rucka e desenhada pelo Leandro Fernández, "The Old Guard" caiu como uma luva dentro da estratégia da Netflix desde o momento em que ela trás para o time criativo o próprio Rucka para escrever o roteiro. Outro golaço foi escolher Charlize Theron como protagonista, já acostumada com a dinâmica de heroína em filmes de ação/ficção como em "Prometheus", "Mad Max: Estrada da Fúria" e até mesmo em "Atômica". O segundo aspecto relevante, sem dúvida, diz respeito à história escolhida - ao trazer a memória afetiva de "Highlander – O Guerreiro Imortal", o filme usa e abusa de uma narrativa atual (bem no estilo Marvel) ao mesmo tempo em que tenta construir uma mitologia própria (em flashbacks) que possibilita inúmeras ramificações dramáticas que podem resultar em várias sequências - a "cena pós crédito" (que na verdade nem é pós crédito, mas serve como uma espécie de "gancho") é um exemplo descarado desse planejamento. Bom, vamos ao trailer e depois voltamos para a discussão:
"The Old Guard" acompanha Andrômaca ou Andy (Charlize Theron) uma espécie de guerreira imortal que lidera uma equipe com outros três imortais, Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicki (Luca Marinelli), que se encontraram ao longo dos séculos para lutar, como o próprio Booker diz, "por aquilo que eles acreditam ser o certo". Porém eles passam a ser perseguidos por um bilionário, Merrick (Harry Melling), CEO de uma gigante da industria farmacêutica, que pretende captura-los e assim descobrir os segredos dessa longevidade. É aí que entra Nile Freeman (KiKi Layne), uma soldada americana que depois de muitos séculos surge como uma nova imortal e precisa do auxílio de Andy para entender essa nova condição até se tornar mais um membro da equipe.
De fato, "The Old Guard" tem potencial para ser uma franquia de sucesso. Nesse primeiro filme encontramos a ação que o gênero sugere, a discussão filosófica e íntima que os personagens precisam e ainda uma série elementos fantásticos que nos acompanham e nos instigam até o final. Se tem algo que não funciona, certamente é o vilão de Harry Melling - sua motivação é fraca e a performance completamente estereotipada, mas sobre isso falaremos mais adiante. No geral achei o filme divertido, dinâmico (nem sentimos as duas horas de duração) e interessante por tudo que é contado, mas mais ainda por um background que ainda vai ser explorado. Se você gosta de filme de herói, com uma pegada bem de fantasia, pode dar o play sem medo!
Embora seja um filme de herói, a força de "The Old Guard", definitivamente, não está na luta para vencer um vilão e sim na jornada da protagonista para encontrar a paz, mesmo que para isso ela tenha que vencer seu inimigo que, como já citamos, não tem elementos suficientes para nos causar alguma dúvida de que não será facilmente derrotado - não existe uma forte motivação que mova esse vilão na busca de redenção, por exemplo. O próprio Copley (Chiwetel Ejiofor), ex-agente da CIA que já havia trabalhado em uma missão com a equipe de Andy e que perdeu a esposa recentemente devido a uma doença degenerativa, "ELA", teria um papel muito mais relevante se fosse um vilão de verdade do que o Merrick.
Quando Greg Rucka adapta sua história, ele não só se mantém muito fiel à HQ, como ele acrescenta elementos que tornam a jornada de Andrômacaainda mais complexa e profunda - a sua dor ao encarar o seu dom como uma terrível maldição durante séculos (mais uma vez evocando a música "Who wants to live forever!") e a relação que ela estabelece com seus pares, inclusive com sua parceira Quynh (Van Veronica Ngo), é sensacional! Mas aqui cabe uma pequena crítica: tenho a impressão que a produção das cenas em flashback poderia ter sido melhor trabalhada - achei tudo muito flat, fake até,; sem a menor identidade! A fotografia não ajudou em nada e a forma como a diretora Gina Prince-Bythewood (do aclamado "Além dos Limites") comandou a construção da mitologia não me agradou - faltou uma Patty Jenkins de "Mulher Maravilha". Por outro lado, nas cenas de ação e pancadaria, Prince-Bythewood soube se equilibrar e em nenhum momento usou de piruetas ou explosões para roubar no jogo ou entregar algo que já não tivesse sugerido.
No fima das contas, "The Old Guard" tem qualidade! Nasceu bom: com um roteiro que soube trabalhar o drama e a ação sem cansar quem assiste e ao mesmo tempo apresentar uma história que ainda tem muito para contar. Charlize Theron ajudou a levantar o filme, mas não deve seguir por muito tempo na franquia, sabendo disso, achei muito inteligente a forma como Greg Rucka já nos oferece as opções de continuação - e pode ter certeza: ela virá!
Vale pelo entretenimento, com certeza!
Embora não seja minha preferência, eu definitivamente entendo as escolhas conceituais de "Thor: Amor e Trovão" e como a escolha do diretor Taika Waititi (de "Jojo Rabbit") potencializou uma construção de um sub-gênero dentro do MCU muito mais próximo do "pastelão" do que de um desenvolvimento de um realismo mais fantástico ou até mitológico dos personagens - não que isso não exista, mas é inegável que a aposta da Marvel em trazer um mood mais leve para alguns de seus heróis, agora ganhou status de "receita de bolo". Em outras palavras, "Thor: Amor e Trovão" é tão divertido quanto bobinho, bem na levada autoral que Waititi imprimiu em “Ragnarok”, de 2017, definido pelo próprio Estúdio como "uma aventura cósmica e cômica".
Aqui, o "Deus do Trovão" embarca em uma jornada diferente de tudo que já viveu: uma jornada de autoconhecimento. Contudo, sua busca é comprometida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que deseja a extinção dessas figuras mitológicas. Para combater essa ameaça, Thor (Chris Hemsworth) pede a ajuda de Rei Valkiria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman). Juntos, eles se lançam em uma terrível aventura cósmica para desvendar o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais. Confira o trailer:
Essa liberdade autoral que a Marvel vem imprimindo cada vez mais em seus títulos, sem dúvida alguma, traz algum frescor para os filmes de herói, mas ao mesmo tempo nos afasta daquela unidade dramática que o próprio Estúdio apresentou em suas primeiras fases (principalmente no inicio da jornada, nas fases 1 e 2). Na prática, os filmes perdem certa coerência e passam a servir muito mais de vitrine para que os diretores deixem sua marca, onde, normalmente, eles se sentem mais confortáveis, ao invés de trabalhar a favor do "todo". Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", por exemplo, Sam Raimi deu o seu tom e funcionou magistralmente; em "Eternos", Chloé Zhao impôs o seu ritmo com status de "super star" ganhadora do Oscar e já não conseguiu o mesmo sucesso, porém em ambos os casos era perceptível uma linha mais, digamos, adulta.
Em "Thor: Amor e Trovão" pegue isso e jogue fora, pois existe uma certa infantilização da narrativa que vai dividir opiniões - mesmo quando o diretor traz o drama para os holofotes. Ok, mas o filme é ruim? Claro que não - a aventura é muito divertida, temos muitas cenas de ação bem construídas e até várias sacadas inteligentes do roteiro - mas a sensação que fica é que o filme é bobo! Talvez o Gorr de Christian Bale seja o único personagem que traz uma certa profundidade dramática - nem o fato das vitimas serem crianças nos fazem ter empatia pela jornada de Thor. Por outro lado a chegada da "Poderosa Thor" na história é impactante - lembra um pouco a chegada da Capitã Marvel em "Vingadores - Ultimato" e aí sim temos uma conexão mais forte com a personagem.
O fato é que essa produção da Marvel se encaixa muito mais naquela prateleira de "entretenimento despretensioso" do que na de um "grande filme do gênero" - eu diria que "Thor: Amor e Trovão" é o filme que mais se apoia na comédia de todo MCU até aqui. Eu, pessoalmente, não gosto - até porquê eu tenho a referência saudosista da animação clássica de 1966, que no Brasil teve sua exibição nas décadas de 70 e 80. Essa informalidade cinematográfica de Waititi rende sim algumas boas risadas, muita criatividade (destaco a trilha sonora e a homenagem ao "Guns N'Roses" que o diretor faz) e umas ótimas duas horas de diversão em meio a um visual deslumbrante (até quando o "preto e branco" ganha força em seu simbolismo); o que nos facilita muito no momento da indicação: se você gostou de “Thor: Ragnarok” vai gostar de "Thor: Amor e Trovão" (porém o inverso também será verdadeiro).
Embora não seja minha preferência, eu definitivamente entendo as escolhas conceituais de "Thor: Amor e Trovão" e como a escolha do diretor Taika Waititi (de "Jojo Rabbit") potencializou uma construção de um sub-gênero dentro do MCU muito mais próximo do "pastelão" do que de um desenvolvimento de um realismo mais fantástico ou até mitológico dos personagens - não que isso não exista, mas é inegável que a aposta da Marvel em trazer um mood mais leve para alguns de seus heróis, agora ganhou status de "receita de bolo". Em outras palavras, "Thor: Amor e Trovão" é tão divertido quanto bobinho, bem na levada autoral que Waititi imprimiu em “Ragnarok”, de 2017, definido pelo próprio Estúdio como "uma aventura cósmica e cômica".
Aqui, o "Deus do Trovão" embarca em uma jornada diferente de tudo que já viveu: uma jornada de autoconhecimento. Contudo, sua busca é comprometida por um assassino galáctico conhecido como Gorr (Christian Bale), o Carniceiro dos Deuses, que deseja a extinção dessas figuras mitológicas. Para combater essa ameaça, Thor (Chris Hemsworth) pede a ajuda de Rei Valkiria (Tessa Thompson), Korg (Taika Waititi) e da ex-namorada Jane Foster (Natalie Portman). Juntos, eles se lançam em uma terrível aventura cósmica para desvendar o mistério da vingança do Carniceiro dos Deuses e detê-lo antes que seja tarde demais. Confira o trailer:
Essa liberdade autoral que a Marvel vem imprimindo cada vez mais em seus títulos, sem dúvida alguma, traz algum frescor para os filmes de herói, mas ao mesmo tempo nos afasta daquela unidade dramática que o próprio Estúdio apresentou em suas primeiras fases (principalmente no inicio da jornada, nas fases 1 e 2). Na prática, os filmes perdem certa coerência e passam a servir muito mais de vitrine para que os diretores deixem sua marca, onde, normalmente, eles se sentem mais confortáveis, ao invés de trabalhar a favor do "todo". Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", por exemplo, Sam Raimi deu o seu tom e funcionou magistralmente; em "Eternos", Chloé Zhao impôs o seu ritmo com status de "super star" ganhadora do Oscar e já não conseguiu o mesmo sucesso, porém em ambos os casos era perceptível uma linha mais, digamos, adulta.
Em "Thor: Amor e Trovão" pegue isso e jogue fora, pois existe uma certa infantilização da narrativa que vai dividir opiniões - mesmo quando o diretor traz o drama para os holofotes. Ok, mas o filme é ruim? Claro que não - a aventura é muito divertida, temos muitas cenas de ação bem construídas e até várias sacadas inteligentes do roteiro - mas a sensação que fica é que o filme é bobo! Talvez o Gorr de Christian Bale seja o único personagem que traz uma certa profundidade dramática - nem o fato das vitimas serem crianças nos fazem ter empatia pela jornada de Thor. Por outro lado a chegada da "Poderosa Thor" na história é impactante - lembra um pouco a chegada da Capitã Marvel em "Vingadores - Ultimato" e aí sim temos uma conexão mais forte com a personagem.
O fato é que essa produção da Marvel se encaixa muito mais naquela prateleira de "entretenimento despretensioso" do que na de um "grande filme do gênero" - eu diria que "Thor: Amor e Trovão" é o filme que mais se apoia na comédia de todo MCU até aqui. Eu, pessoalmente, não gosto - até porquê eu tenho a referência saudosista da animação clássica de 1966, que no Brasil teve sua exibição nas décadas de 70 e 80. Essa informalidade cinematográfica de Waititi rende sim algumas boas risadas, muita criatividade (destaco a trilha sonora e a homenagem ao "Guns N'Roses" que o diretor faz) e umas ótimas duas horas de diversão em meio a um visual deslumbrante (até quando o "preto e branco" ganha força em seu simbolismo); o que nos facilita muito no momento da indicação: se você gostou de “Thor: Ragnarok” vai gostar de "Thor: Amor e Trovão" (porém o inverso também será verdadeiro).
Assisti "Vidro" (Glass), filme que "teoricamente" fecha a trilogia de "Corpo Fechado" e "Fragmentado", e "ok"! Na verdade talvez eu tenha me decepcionado mais do que não gostado o filme. Minha expectativa era alta, pois eu tinha a esperança que a trilogia havia sido planejada desde o começo e muito bem desenvolvida para ter um grande final ou até mesmo para fomentar o início de mais uma ótima franquia de heróis! Ilusão!!!!
Conhecendo o negócio, eu tenho absoluta certeza que o M. Night Shyamalan aproveitou a provocação de colocar o David Dunn em uma aparição rápida no filme anterior (e que funcionou para muita gente) para inventar essa trilogia! Eu digo isso tranquilamente porque "Vidro" comete um erro clássico de arco narrativo: tem uma quantidade absurda de diálogos explicativos - o que coloca o roteiro do filme em um nível muito medíocre (principalmente tendo um cara tão criativo como o Shyamalan no comando). Desde do inicio do filme a impressão que fica é a de uma necessidade enorme em unir a história dos outros dois filmes com a trama de "Vidro" - e não funciona, fica forçado, nada surpreende e, na boa, muito superficial!!!!
Eu sou um fã do M. Night Shyamalan, defendo o cara até quando o filme é ruim porque acho ele um excelente cineasta. Ele tem um domínio impressionante da gramatica cinematográfica, principalmente quando o assunto é criar tensão e por isso, me decepcionei. Ele estava irreconhecível, mesmo tendo escolhido a "ação" para vender seu filme e não o "suspense". Teve lapsos de genialidade, uma ou outra sequência bem filmada - como a cena em que a câmera está dentro do furgão enquanto Dunn e a Fera brigam do lado de fora - ali ele nos coloca dentro do filme de verdade, mas não durou muito!!! Ele abusou das câmeras em primeira pessoa e não ficou bacana. Eu sempre digo: se você não é o Spielberg, evite esse plano. Talvez em dois momentos tenha até funcionado, mas não mais que isso!
Outro momento de pouca inspiração foi na escolha de trabalhar com planos fechados demais, normalmente no rosto do ator, em algumas cenas de ação ou quando a câmera acompanhava os movimentos do ator por estar presa a ele - aqui cabe uma observação: juro que só vi essa técnica funcionar nas mãos do Vince Gilligan em Breaking Bad e porque tinha tudo a ver com a escolha conceitual da série. "Vidro" não tem unidade narrativa ou estética que lembre os outros filmes, da mesma forma como Fragmentado não tinha com o Corpo Fechado - são filmes tão diferentes que poderiam se completar tão genialmente, que chega a dar raiva esse terceiro ato!
Talvez quem leia esse Review tenha a certeza que eu odiei o filme. Não foi o caso, de verdade! Eu me diverti em alguns momentos. O filme tem sacadas excelentes como a do plano que antecede o prólogo de Corpo Fechado que o Shyamalan trouxe de volta ou até mesmo as cenas em que James McAvoy vai trocando de personalidade em sequência - o cara realmente é muito bom! Em compensação a participação dos personagens Casey Cooke (Fragmentado), Joseph Dunn e da Mrs. Price (Corpo Fechado) chega a ser constrangedora!
O fato é que a tentativa de criar uma franquia de heróis não deu certo na minha opinião - a solução que ele encontrou para uma possível sequência lembra os piores anos de "Heroes" - que aliás era tão genial na primeira temporada que se tornou case de como destruir uma idéia com tanto potencial - e acho que "Vidro" deixa o mesmo gosto amargo!!!
Shyamalan vinha bem, fez dois filmes ótimos, quando trouxe para tela o que mais domina - a tensão e o foco no diálogo! "Vidro" para mim, não funciona porque não tem nenhum desses pilares. A minha torcida é para que ele volte a fazer filme sem muito orçamento onde a sua criatividade realmente aparece e que, no gênero certo, faz toda a diferença! Já para "Vidro", eu sugiro: assista e depois me diga se eu fui duro demais; porque juro que eu queria mesmo era poder fazer um review mais bacana sobre o filme, mas não deu!!
Vale como entretenimento e só!
Assisti "Vidro" (Glass), filme que "teoricamente" fecha a trilogia de "Corpo Fechado" e "Fragmentado", e "ok"! Na verdade talvez eu tenha me decepcionado mais do que não gostado o filme. Minha expectativa era alta, pois eu tinha a esperança que a trilogia havia sido planejada desde o começo e muito bem desenvolvida para ter um grande final ou até mesmo para fomentar o início de mais uma ótima franquia de heróis! Ilusão!!!!
Conhecendo o negócio, eu tenho absoluta certeza que o M. Night Shyamalan aproveitou a provocação de colocar o David Dunn em uma aparição rápida no filme anterior (e que funcionou para muita gente) para inventar essa trilogia! Eu digo isso tranquilamente porque "Vidro" comete um erro clássico de arco narrativo: tem uma quantidade absurda de diálogos explicativos - o que coloca o roteiro do filme em um nível muito medíocre (principalmente tendo um cara tão criativo como o Shyamalan no comando). Desde do inicio do filme a impressão que fica é a de uma necessidade enorme em unir a história dos outros dois filmes com a trama de "Vidro" - e não funciona, fica forçado, nada surpreende e, na boa, muito superficial!!!!
Eu sou um fã do M. Night Shyamalan, defendo o cara até quando o filme é ruim porque acho ele um excelente cineasta. Ele tem um domínio impressionante da gramatica cinematográfica, principalmente quando o assunto é criar tensão e por isso, me decepcionei. Ele estava irreconhecível, mesmo tendo escolhido a "ação" para vender seu filme e não o "suspense". Teve lapsos de genialidade, uma ou outra sequência bem filmada - como a cena em que a câmera está dentro do furgão enquanto Dunn e a Fera brigam do lado de fora - ali ele nos coloca dentro do filme de verdade, mas não durou muito!!! Ele abusou das câmeras em primeira pessoa e não ficou bacana. Eu sempre digo: se você não é o Spielberg, evite esse plano. Talvez em dois momentos tenha até funcionado, mas não mais que isso!
Outro momento de pouca inspiração foi na escolha de trabalhar com planos fechados demais, normalmente no rosto do ator, em algumas cenas de ação ou quando a câmera acompanhava os movimentos do ator por estar presa a ele - aqui cabe uma observação: juro que só vi essa técnica funcionar nas mãos do Vince Gilligan em Breaking Bad e porque tinha tudo a ver com a escolha conceitual da série. "Vidro" não tem unidade narrativa ou estética que lembre os outros filmes, da mesma forma como Fragmentado não tinha com o Corpo Fechado - são filmes tão diferentes que poderiam se completar tão genialmente, que chega a dar raiva esse terceiro ato!
Talvez quem leia esse Review tenha a certeza que eu odiei o filme. Não foi o caso, de verdade! Eu me diverti em alguns momentos. O filme tem sacadas excelentes como a do plano que antecede o prólogo de Corpo Fechado que o Shyamalan trouxe de volta ou até mesmo as cenas em que James McAvoy vai trocando de personalidade em sequência - o cara realmente é muito bom! Em compensação a participação dos personagens Casey Cooke (Fragmentado), Joseph Dunn e da Mrs. Price (Corpo Fechado) chega a ser constrangedora!
O fato é que a tentativa de criar uma franquia de heróis não deu certo na minha opinião - a solução que ele encontrou para uma possível sequência lembra os piores anos de "Heroes" - que aliás era tão genial na primeira temporada que se tornou case de como destruir uma idéia com tanto potencial - e acho que "Vidro" deixa o mesmo gosto amargo!!!
Shyamalan vinha bem, fez dois filmes ótimos, quando trouxe para tela o que mais domina - a tensão e o foco no diálogo! "Vidro" para mim, não funciona porque não tem nenhum desses pilares. A minha torcida é para que ele volte a fazer filme sem muito orçamento onde a sua criatividade realmente aparece e que, no gênero certo, faz toda a diferença! Já para "Vidro", eu sugiro: assista e depois me diga se eu fui duro demais; porque juro que eu queria mesmo era poder fazer um review mais bacana sobre o filme, mas não deu!!
Vale como entretenimento e só!
Olha, se você acompanhou pelo menos 70% desses 11 anos de filmes da Marvel, você PRECISA assistir "Vingadores - Ultimato" de preferência em uma tela enorme e com o melhor sistema de som que você encontrar!!! O filme é realmente grandioso em todos os elementos narrativos, estéticos, técnicos e de produção que você possa imaginar! Sério, é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti no cinema na minha vida!!! Aí você pode me perguntar: "Mas é um filme tão bom assim"? Sim e não! "Não????"....rs
Vamos lá, vou tentar explicar... O Filme tem o grande mérito de ter conseguido amarrar as histórias principais desses 11 anos de construção do Universo - coisa muito rara de acontecer, diga-se de passagem! Embora ele não tenha a dinâmica de "Guerra do Infinito", "Ultimato" trabalha tão bem cada um dos plots que você nem sente as 3 horas de filme passar. Ele resgata elementos de muito filmes anteriores e vai costurando de uma forma tão orgânica que dá a impressão que tudo foi minimamente planejado desde o primeiro "Homem de Ferro" - e não foi, ok? Mas parece! A maneira como eles introduziram a questão da viagem no tempo foi de uma sagacidade impressionante, principalmente por se tratar de uma solução narrativa muito comum em produções recentes. "Ultimato" fez o que "Lost" tinha que ter feito e não fez - ou melhor, fez muito mal! Em "Utimato" essa escolha narrativa é tão explicita que os roteiristas fizeram questão de citar as referências que os levaram aquelas soluções e como o Universo da Marvel permite "alívios cômicos" como nenhum outro, essas citações se tornaram engraçadas e elegantes - o comunidade NERD deve ter pirado!!!!...rs.
É obvio que em um determinado momento se iniciou um planejamento para que as histórias se fechassem nesse filme e isso ficou claro em cada ação dos personagens. Filmes com personagens menos conhecidos como do "Homem-Formiga" ou da "Capitã Marvel" , por exemplo, acabaram se tornando essenciais para o entendimento, ou melhor, para uma total imersão em "Ultimato". O filme tem cenas espetaculares. A Batalha final é daquelas coisas que você não consegue tirar os olhos da tela! Um excelente exemplo de como os efeitos especiais devem ser usados à favor da história. Ficou lindo! Parecia tão real que comecei a achar que Game of Thrones deveria ter deixado para lançar a Temporada Final só depois que passasse o "hype" do filme! Acho que é a batalha mais intensa e bem feita que eu já assisti ou pelo menos no mesmo nível de "Senhor do Anéis" - desculpem os românticos, mas tenho a impressão que o filme é tão grandioso quanto o "Retorno do Rei"!!!
Por que então eu disse que o filme também não é tão bom?! - E aqui eu preciso deixar claro que é uma opinião muito pessoal: Tem muita piada fora de hora e alguns personagens foram infantilizados de uma forma ofensiva para quem gosta de filmes de herói. O Hulk, por exemplo, já tinha sido uma das minhas maiores críticas quando assisti "Thor: Ragnarok". Poxa, o Hulk é para se ter medo só de olhar!!! Mas entendo que a estratégia do Estúdio que precisava "humanizar" o personagem - tanto é que a aplicação gráfica das reações do Mark Ruffalo ficaram impressionantes nesse filme. Mas, desculpa, o Hulk é um animal incontrolável, não um personagem de roupa e óculos que tira self em restaurante!!!! Atrapalha a história? Não, pelo fato que você aceitar o tom sugerido, mas enfraquece o arco de um herói tão único que já foi muitas vezes classificado como "anti-herói". Agora, por outro lado, o roteiro tem várias sacadas, bem pontuais (e pertinentes), que um bom observador vai se divertir. São muitas referências e easter-eggs durante o filme todo que fica impossível não se envolver!
"Vingadores - Ultimato" foi feito para os fans e entregou um final de fase à altura das expectativas. Ponto para Marvel!!! Acabou??? Duvido!!! A Disney vai lançar seu serviço de streaming e certamente vai produzir histórias paralelas que vão ampliar ainda mais esse Universo. Reboot então? Acho que ainda não, mas uma sensível transformação virá naturalmente - eu não descartaria essa saga de jeito nenhum! Tem muita coisa boa (e algumas nem tanto - Homem de Ferro 3 confirma isso!). A Disney ainda comprou a FOX e com isso X-men, Quarteto Fantástico, Deadpool passam a fazer parte de um mesmo guarda-chuva e que, com inteligência, devem ser inseridos pouco a pouco nas histórias que vem pela frente. O fato é que "Vingadores - Ultimato" fez história e abriu novos caminhos, que, eu diria, são infinitos!!! Ainda bem que eles perceberam que as sagas de heróis poderiam ser bem sucedidos também no cinema, porque à longo prazo (entendeu DC?) se transformam em uma grande franquia, ou melhor, em uma máquina de fazer dinheiro sem fim.
Olha, se você acompanhou pelo menos 70% desses 11 anos de filmes da Marvel, você PRECISA assistir "Vingadores - Ultimato" de preferência em uma tela enorme e com o melhor sistema de som que você encontrar!!! O filme é realmente grandioso em todos os elementos narrativos, estéticos, técnicos e de produção que você possa imaginar! Sério, é uma das coisas mais bacanas que eu já assisti no cinema na minha vida!!! Aí você pode me perguntar: "Mas é um filme tão bom assim"? Sim e não! "Não????"....rs
Vamos lá, vou tentar explicar... O Filme tem o grande mérito de ter conseguido amarrar as histórias principais desses 11 anos de construção do Universo - coisa muito rara de acontecer, diga-se de passagem! Embora ele não tenha a dinâmica de "Guerra do Infinito", "Ultimato" trabalha tão bem cada um dos plots que você nem sente as 3 horas de filme passar. Ele resgata elementos de muito filmes anteriores e vai costurando de uma forma tão orgânica que dá a impressão que tudo foi minimamente planejado desde o primeiro "Homem de Ferro" - e não foi, ok? Mas parece! A maneira como eles introduziram a questão da viagem no tempo foi de uma sagacidade impressionante, principalmente por se tratar de uma solução narrativa muito comum em produções recentes. "Ultimato" fez o que "Lost" tinha que ter feito e não fez - ou melhor, fez muito mal! Em "Utimato" essa escolha narrativa é tão explicita que os roteiristas fizeram questão de citar as referências que os levaram aquelas soluções e como o Universo da Marvel permite "alívios cômicos" como nenhum outro, essas citações se tornaram engraçadas e elegantes - o comunidade NERD deve ter pirado!!!!...rs.
É obvio que em um determinado momento se iniciou um planejamento para que as histórias se fechassem nesse filme e isso ficou claro em cada ação dos personagens. Filmes com personagens menos conhecidos como do "Homem-Formiga" ou da "Capitã Marvel" , por exemplo, acabaram se tornando essenciais para o entendimento, ou melhor, para uma total imersão em "Ultimato". O filme tem cenas espetaculares. A Batalha final é daquelas coisas que você não consegue tirar os olhos da tela! Um excelente exemplo de como os efeitos especiais devem ser usados à favor da história. Ficou lindo! Parecia tão real que comecei a achar que Game of Thrones deveria ter deixado para lançar a Temporada Final só depois que passasse o "hype" do filme! Acho que é a batalha mais intensa e bem feita que eu já assisti ou pelo menos no mesmo nível de "Senhor do Anéis" - desculpem os românticos, mas tenho a impressão que o filme é tão grandioso quanto o "Retorno do Rei"!!!
Por que então eu disse que o filme também não é tão bom?! - E aqui eu preciso deixar claro que é uma opinião muito pessoal: Tem muita piada fora de hora e alguns personagens foram infantilizados de uma forma ofensiva para quem gosta de filmes de herói. O Hulk, por exemplo, já tinha sido uma das minhas maiores críticas quando assisti "Thor: Ragnarok". Poxa, o Hulk é para se ter medo só de olhar!!! Mas entendo que a estratégia do Estúdio que precisava "humanizar" o personagem - tanto é que a aplicação gráfica das reações do Mark Ruffalo ficaram impressionantes nesse filme. Mas, desculpa, o Hulk é um animal incontrolável, não um personagem de roupa e óculos que tira self em restaurante!!!! Atrapalha a história? Não, pelo fato que você aceitar o tom sugerido, mas enfraquece o arco de um herói tão único que já foi muitas vezes classificado como "anti-herói". Agora, por outro lado, o roteiro tem várias sacadas, bem pontuais (e pertinentes), que um bom observador vai se divertir. São muitas referências e easter-eggs durante o filme todo que fica impossível não se envolver!
"Vingadores - Ultimato" foi feito para os fans e entregou um final de fase à altura das expectativas. Ponto para Marvel!!! Acabou??? Duvido!!! A Disney vai lançar seu serviço de streaming e certamente vai produzir histórias paralelas que vão ampliar ainda mais esse Universo. Reboot então? Acho que ainda não, mas uma sensível transformação virá naturalmente - eu não descartaria essa saga de jeito nenhum! Tem muita coisa boa (e algumas nem tanto - Homem de Ferro 3 confirma isso!). A Disney ainda comprou a FOX e com isso X-men, Quarteto Fantástico, Deadpool passam a fazer parte de um mesmo guarda-chuva e que, com inteligência, devem ser inseridos pouco a pouco nas histórias que vem pela frente. O fato é que "Vingadores - Ultimato" fez história e abriu novos caminhos, que, eu diria, são infinitos!!! Ainda bem que eles perceberam que as sagas de heróis poderiam ser bem sucedidos também no cinema, porque à longo prazo (entendeu DC?) se transformam em uma grande franquia, ou melhor, em uma máquina de fazer dinheiro sem fim.
"Viúva Negra" me parece o maior erro estratégico da Marvel até aqui. Não que o filme seja ruim, eu não achei pelo menos, mas não dá para negar que ele está completamente deslocado na linha do tempo - na ficção e na realidade. Antes de mais nada vamos lembrar que estamos falando de um "filme de herói", ou seja, toda suspensão de realidade é praticamente um pré-requisito para embarcar na jornada sem torcer o nariz para cada cena impossível de explicar para aqueles que se apegam ao realismo fantástico só para criticar o gênero! Dito isso, eu afirmo: "Viúva Negra" é entretenimento puro, como suas falhas narrativas, mas com o mérito de ser um filme de ação dinâmico e divertido!
O filme acompanhaa vida de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) após os eventos de "Guerra Civil". Se escondendo do governo norte-americano devido a sua aliança com o time do Capitão América, Natasha ainda precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, ela tem que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores. Confira o trailer:
"Viúva Negra" é uma mistura de muitas histórias e com um visual muito similar a algumas produções recentes do gênero e isso impacta diretamente na sua identidade como obra de um universo cinematográfico que é reconhecido justamente por sua originalidade. A diretora Cate Shortland até procura impor algum conceito narrativo, mas o roteiro de Eric Pearson, baseado na história de Jac Schaeffer e Ned Benson, soa como uma colcha de retalhos que repetem elementos (já pouco originais) de "Bloodshot", "Anna"e "Projeto Gemini".
Natasha Romanoff nunca foi uma personagem de primeira linha, mas Scarlett Johansson acabou transformando a Viúva Negra em queridinha da Marvel - o que sem dúvida fomentou a ideia de lhe entregar um filme solo em uma época onde o Disney+ era apenas um projeto ambicioso. Pois bem, ao posicionar sua história na linha temporal do MCU entre "Capitão América: Guerra Civil" e "Vingadores: Guerra Infinita", a solução do Estúdio acabou criando um problema já que a produção sofreu em seu desenvolvimento e depois em sua distribuição (graças à pandemia). Já na fase 4 do MCU e com o destino da personagem traçado, ficou claro que contar essa história ganhou status de "projeto datado", perdendo uma grande chance de coroar o ótimo trabalho de Johansson e do próprio Estúdio até aqui - é como se o desejo de conhecer a história de Romanoff tenha esfriado ou tenha sido esquecido pelo tempo (e os números de sua estreia só colaboram com essa tese).
"Viúva Negra" não é um filme de origem e não vai influenciar em nada no MCU daqui para frente - mesmo com uma cena pós-crédito completamente desconectada do resto da história, mas que tende a funcionar como gancho (mesmo que improvisado). Eu diria que se o filme fosse uma minissérie de 6 episódios no streaming, tudo faria mais sentido já que os inúmeros (e ótimos) momentos de ação se equilibrariam com uma construção mais honesta de motivação e desenvolvimento de personagens - tanto o vilão "Treinador" quanto o "Guardião Vermelho". O fato é que "Viúva Negra" tem ação para dar e vender, mas poderia ter mais - algo que chamamos de "história"!
Vale o play para os fãs de ação e para quem curte filme de herói, mas você não vai encontrar nada de novo, que saltem aos olhos ou que nos transportem para os melhores momentos (até mesmo dos inusitados como "Guardiões da Galáxia") do MCU.
"Viúva Negra" me parece o maior erro estratégico da Marvel até aqui. Não que o filme seja ruim, eu não achei pelo menos, mas não dá para negar que ele está completamente deslocado na linha do tempo - na ficção e na realidade. Antes de mais nada vamos lembrar que estamos falando de um "filme de herói", ou seja, toda suspensão de realidade é praticamente um pré-requisito para embarcar na jornada sem torcer o nariz para cada cena impossível de explicar para aqueles que se apegam ao realismo fantástico só para criticar o gênero! Dito isso, eu afirmo: "Viúva Negra" é entretenimento puro, como suas falhas narrativas, mas com o mérito de ser um filme de ação dinâmico e divertido!
O filme acompanhaa vida de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) após os eventos de "Guerra Civil". Se escondendo do governo norte-americano devido a sua aliança com o time do Capitão América, Natasha ainda precisa confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, ela tem que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores. Confira o trailer:
"Viúva Negra" é uma mistura de muitas histórias e com um visual muito similar a algumas produções recentes do gênero e isso impacta diretamente na sua identidade como obra de um universo cinematográfico que é reconhecido justamente por sua originalidade. A diretora Cate Shortland até procura impor algum conceito narrativo, mas o roteiro de Eric Pearson, baseado na história de Jac Schaeffer e Ned Benson, soa como uma colcha de retalhos que repetem elementos (já pouco originais) de "Bloodshot", "Anna"e "Projeto Gemini".
Natasha Romanoff nunca foi uma personagem de primeira linha, mas Scarlett Johansson acabou transformando a Viúva Negra em queridinha da Marvel - o que sem dúvida fomentou a ideia de lhe entregar um filme solo em uma época onde o Disney+ era apenas um projeto ambicioso. Pois bem, ao posicionar sua história na linha temporal do MCU entre "Capitão América: Guerra Civil" e "Vingadores: Guerra Infinita", a solução do Estúdio acabou criando um problema já que a produção sofreu em seu desenvolvimento e depois em sua distribuição (graças à pandemia). Já na fase 4 do MCU e com o destino da personagem traçado, ficou claro que contar essa história ganhou status de "projeto datado", perdendo uma grande chance de coroar o ótimo trabalho de Johansson e do próprio Estúdio até aqui - é como se o desejo de conhecer a história de Romanoff tenha esfriado ou tenha sido esquecido pelo tempo (e os números de sua estreia só colaboram com essa tese).
"Viúva Negra" não é um filme de origem e não vai influenciar em nada no MCU daqui para frente - mesmo com uma cena pós-crédito completamente desconectada do resto da história, mas que tende a funcionar como gancho (mesmo que improvisado). Eu diria que se o filme fosse uma minissérie de 6 episódios no streaming, tudo faria mais sentido já que os inúmeros (e ótimos) momentos de ação se equilibrariam com uma construção mais honesta de motivação e desenvolvimento de personagens - tanto o vilão "Treinador" quanto o "Guardião Vermelho". O fato é que "Viúva Negra" tem ação para dar e vender, mas poderia ter mais - algo que chamamos de "história"!
Vale o play para os fãs de ação e para quem curte filme de herói, mas você não vai encontrar nada de novo, que saltem aos olhos ou que nos transportem para os melhores momentos (até mesmo dos inusitados como "Guardiões da Galáxia") do MCU.
Existe um certo tom melancólico em "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" que o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler consegue transformar em homenagem - embora as imagens sejam lindas e as performances dos atores notavelmente sinceras, é no silêncio que a emoção explode quando a lembrança de Chadwick Boseman é invocada. Talvez esse seja o gatilho emocional que Coogler precisava para entregar, mais uma vez, um filme de herói com certo diferencial - o roteiro, de fato, exige mais dos atores e em muitos momentos a própria direção se apoia na câmera mais solta, naquele close-up escolhido cirurgicamente e no bem executado "foco e desfoco" da cena, para que aquela poesia mais intimista seja capaz de colocar o filme em outro patamar. Sim, o "Pantera Negra 2" tem muita ação, muita piadinha "estilo Marvel", mas é inegavelmente mais equilibrado e inteligente do que normalmente encontramos no MCU!
Após a morte de T'Challa (Boseman) e com a nação de Wakanda já fragilizada, Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje precisam lutar contra uma grande pressão internacional para que o país divida suas reservas de Vibranium, material que permitiu grandes avanços tecnológicos no país. Ao mesmo tempo em que uma nova raça, também detentora de reservas de Vibranium, os Talokan, emerge das profundezas do oceano, sob a liderança de seu rei Namor (Tenoch Huerta), para cobrar por séculos e séculos de exploração. Confira o trailer:
Visualmente, um verdadeiro espetáculo - o que justifica três das cinco indicações ao Oscar 2023: cabelo e maquiagem, figurino e, finalmente o favorito, efeitos especiais. O interessante, no entanto, é que especificamente na franquia Pantera Negra, o visual serve muito mais como elemento de apoio ao ator e sua história, do que como bengala para as inúmeras (e muito bem feitas) cenas de ação. Veja, é muito claro o cuidado de Coogler em usar todos esses elementos visuais para potencializar seu propósito de mexer com a emoção da audiência - o que talvez tenha justificado, inclusive, as duas outras indicações: canção original com "Lift Me Up" de Rhianna e Angela Bassett como atriz coadjuvante.
Bassett dá um show - ela é o ponto de conexão entre a dor e o instinto de proteção. Sua Ramonda é a personificação do sentimento materno mais puro e o que para muitos críticos soou piegas demais, para mim funcionou como uma luva. Dizer que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" tende para o sentimentalismo em detrimento ao aspecto transgressor e politico, desculpe, mas me parece superficial demais. É óbvio que a morte de Boseman influenciou em algumas escolhas conceituais e narrativas do filme, mas, embora longa, a história funciona como um excelente entretenimento. Veja, as provocações sobre racismo, colonialismo e representação cultural continuam lá, mesmo que sem aquela enorme bandeira levantada - e isso é mais um ponto para se aplaudir, não para criticar.
O risco de trazer uma sequência para um personagem que fez tanto sucesso no passado recente e que não pode contar mais com a figura carismática de seu protagonista, era um risco e todos sabiam disso. Porém, independente de qualquer coisa, eu posso te dizer tranquilamente que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" mesmo não sendo tão autoral quando o primeiro, mesmo sem um roteiro tão redondinho e até sem aquela história surpreendente de origem que chamou atenção até do Oscar, ainda sim é muito divertido e muito bem realizado, com muitos momentos tão emocionantes quanto marcantes.
Vale o seu play!
Up-date: "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" levou o Oscar na categoria "Melhor Figurino" em 2023!
Existe um certo tom melancólico em "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" que o talentoso diretor e roteirista Ryan Coogler consegue transformar em homenagem - embora as imagens sejam lindas e as performances dos atores notavelmente sinceras, é no silêncio que a emoção explode quando a lembrança de Chadwick Boseman é invocada. Talvez esse seja o gatilho emocional que Coogler precisava para entregar, mais uma vez, um filme de herói com certo diferencial - o roteiro, de fato, exige mais dos atores e em muitos momentos a própria direção se apoia na câmera mais solta, naquele close-up escolhido cirurgicamente e no bem executado "foco e desfoco" da cena, para que aquela poesia mais intimista seja capaz de colocar o filme em outro patamar. Sim, o "Pantera Negra 2" tem muita ação, muita piadinha "estilo Marvel", mas é inegavelmente mais equilibrado e inteligente do que normalmente encontramos no MCU!
Após a morte de T'Challa (Boseman) e com a nação de Wakanda já fragilizada, Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as Dora Milaje precisam lutar contra uma grande pressão internacional para que o país divida suas reservas de Vibranium, material que permitiu grandes avanços tecnológicos no país. Ao mesmo tempo em que uma nova raça, também detentora de reservas de Vibranium, os Talokan, emerge das profundezas do oceano, sob a liderança de seu rei Namor (Tenoch Huerta), para cobrar por séculos e séculos de exploração. Confira o trailer:
Visualmente, um verdadeiro espetáculo - o que justifica três das cinco indicações ao Oscar 2023: cabelo e maquiagem, figurino e, finalmente o favorito, efeitos especiais. O interessante, no entanto, é que especificamente na franquia Pantera Negra, o visual serve muito mais como elemento de apoio ao ator e sua história, do que como bengala para as inúmeras (e muito bem feitas) cenas de ação. Veja, é muito claro o cuidado de Coogler em usar todos esses elementos visuais para potencializar seu propósito de mexer com a emoção da audiência - o que talvez tenha justificado, inclusive, as duas outras indicações: canção original com "Lift Me Up" de Rhianna e Angela Bassett como atriz coadjuvante.
Bassett dá um show - ela é o ponto de conexão entre a dor e o instinto de proteção. Sua Ramonda é a personificação do sentimento materno mais puro e o que para muitos críticos soou piegas demais, para mim funcionou como uma luva. Dizer que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" tende para o sentimentalismo em detrimento ao aspecto transgressor e politico, desculpe, mas me parece superficial demais. É óbvio que a morte de Boseman influenciou em algumas escolhas conceituais e narrativas do filme, mas, embora longa, a história funciona como um excelente entretenimento. Veja, as provocações sobre racismo, colonialismo e representação cultural continuam lá, mesmo que sem aquela enorme bandeira levantada - e isso é mais um ponto para se aplaudir, não para criticar.
O risco de trazer uma sequência para um personagem que fez tanto sucesso no passado recente e que não pode contar mais com a figura carismática de seu protagonista, era um risco e todos sabiam disso. Porém, independente de qualquer coisa, eu posso te dizer tranquilamente que "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" mesmo não sendo tão autoral quando o primeiro, mesmo sem um roteiro tão redondinho e até sem aquela história surpreendente de origem que chamou atenção até do Oscar, ainda sim é muito divertido e muito bem realizado, com muitos momentos tão emocionantes quanto marcantes.
Vale o seu play!
Up-date: "Pantera Negra: Wakanda para Sempre" levou o Oscar na categoria "Melhor Figurino" em 2023!
"WandaVision" além de ser mais uma aula de storytelling da Marvel, escancara, mais uma vez, a capacidade do Estúdio de se reinventar baseado em um planejamento cuidadosamente construído para que tudo faça sentido independente do canal de distribuição! Dito isso, fica fácil considerar que essa primeira experiência do MCU no streaming da Disney foi mais um acerto nessa construção única de uma grande jornada, principalmente porquê nem Wanda e nem Vision teriam força o suficiente para segurar um filme solo nos cinemas, então por que não em uma série (ou melhor, em uma minissérie pelo que tudo indica)?
Após os eventos de "Vingadores: Ultimato"(2019), Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), misteriosamente, passam a levar uma vida normal em uma cidade do interior dos EUA. Escondendo seus poderes, a dupla logo começa a suspeitar que nem tudo está tão tranquilo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo vai passando, Wanda e Visão começam a perder a noção daquela "realidade", a "ficção" vai mostrando outras camadas e a certeza de que algo realmente está muito errado se torna uma questão de tempo. Confira o trailer:
O que vemos em "WandaVision" é selo da Marvel do cinema agora no streaming. Esquece tudo que você já viu antes: de "Demolidor" (que é incrível) à "Agentes da S.H.I.E.L.D." - estamos em uma outra era! A série (vamos chamar assim até que se prove o contrário) segue a cartilha de outras produções de sucesso em seu "conteúdo", alternando momentos de comédia com suspense e ação com maestria, mas, na minha opinião, o que coloca o projeto em outro patamar é a sua "forma". Construir duas linhas narrativas completamente distintas (realidade e ficção) e depois cruzá-las para entregar um final sensacional, com o surgimento de toda mitologia em cima da Feiticeira Escarlate, foi de uma sabedoria para deixar a DC de boca aberta!
Além de uma qualidade técnica e artística em toda produção, que é indiscutível, reparem como elenco, com Kathryn Hahn (Agnes) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) está sensacional! Paul Bettany e sua versão "atrapalhada" do Visão subverte aquela postura de herói tecnológico, sem emoções, da sua estreia em "A Era de Ultron" - e faz todo o sentido, diferente da versão pastelão do Hulk que, inclusive, já critiquei anteriormente. Elizabeth Olsen com sua Wanda, que até aqui estava limitada ao segundo plano dos Vingadores, dá um show, equilibrando com muita naturalidade a comédia e o drama - digna de prêmios!
Com um uma trama que discute como lidar com o luto, depois de estarem presos em um eterno vai e vem, da Era de Ouro da TV nos EUA, com imagens em preto e branco, até o presente e vice-versa; "WandaVision" vai além do que vemos nessa tela, pois usa de uma estrutura narrativa complexa para guiar com muita inteligência aos novos caminhos que aquele sensacional Universo tem a oferecer. Imperdível!
"WandaVision" além de ser mais uma aula de storytelling da Marvel, escancara, mais uma vez, a capacidade do Estúdio de se reinventar baseado em um planejamento cuidadosamente construído para que tudo faça sentido independente do canal de distribuição! Dito isso, fica fácil considerar que essa primeira experiência do MCU no streaming da Disney foi mais um acerto nessa construção única de uma grande jornada, principalmente porquê nem Wanda e nem Vision teriam força o suficiente para segurar um filme solo nos cinemas, então por que não em uma série (ou melhor, em uma minissérie pelo que tudo indica)?
Após os eventos de "Vingadores: Ultimato"(2019), Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), misteriosamente, passam a levar uma vida normal em uma cidade do interior dos EUA. Escondendo seus poderes, a dupla logo começa a suspeitar que nem tudo está tão tranquilo assim. Eles se encontram, na verdade, dentro de uma constante sitcom, que vai desde a década de 50 até os dias de hoje. Conforme o tempo vai passando, Wanda e Visão começam a perder a noção daquela "realidade", a "ficção" vai mostrando outras camadas e a certeza de que algo realmente está muito errado se torna uma questão de tempo. Confira o trailer:
O que vemos em "WandaVision" é selo da Marvel do cinema agora no streaming. Esquece tudo que você já viu antes: de "Demolidor" (que é incrível) à "Agentes da S.H.I.E.L.D." - estamos em uma outra era! A série (vamos chamar assim até que se prove o contrário) segue a cartilha de outras produções de sucesso em seu "conteúdo", alternando momentos de comédia com suspense e ação com maestria, mas, na minha opinião, o que coloca o projeto em outro patamar é a sua "forma". Construir duas linhas narrativas completamente distintas (realidade e ficção) e depois cruzá-las para entregar um final sensacional, com o surgimento de toda mitologia em cima da Feiticeira Escarlate, foi de uma sabedoria para deixar a DC de boca aberta!
Além de uma qualidade técnica e artística em toda produção, que é indiscutível, reparem como elenco, com Kathryn Hahn (Agnes) e Teyonah Parris (Monica Rambeau) está sensacional! Paul Bettany e sua versão "atrapalhada" do Visão subverte aquela postura de herói tecnológico, sem emoções, da sua estreia em "A Era de Ultron" - e faz todo o sentido, diferente da versão pastelão do Hulk que, inclusive, já critiquei anteriormente. Elizabeth Olsen com sua Wanda, que até aqui estava limitada ao segundo plano dos Vingadores, dá um show, equilibrando com muita naturalidade a comédia e o drama - digna de prêmios!
Com um uma trama que discute como lidar com o luto, depois de estarem presos em um eterno vai e vem, da Era de Ouro da TV nos EUA, com imagens em preto e branco, até o presente e vice-versa; "WandaVision" vai além do que vemos nessa tela, pois usa de uma estrutura narrativa complexa para guiar com muita inteligência aos novos caminhos que aquele sensacional Universo tem a oferecer. Imperdível!
Analisar "What If...?" sob o contexto pontual de uma série de animação que subverte o Universo da Marvel sem a menor preocupação de ser imparcial é um erro tão claro quanto imaginar que esse mesmo produto é uma espécie de alivio narrativo sem a pretensão de se conectar com tudo que foi construído até aqui. Se você está lendo esse review, você já deveria saber: a Marvel não entrega uma produção que não possa fazer parte do seu enorme quebra-cabeça - mesmo que isso gere criticas como: "What If…? termina como uma oportunidade perdida". Não meu caro critico, provavelmente você ainda não entendeu a diferença entre planejamento e criatividade!
"What If...?" parte de um conceito genial vindo das HQs: "E se..." a história de determinado personagem fosse outra, baseada em algumas decisões específicas de uma jornada, transformando certos momentos-chave em outros acontecimentos que mudam seu destino? Confira o trailer para ficar um pouco mais claro:
Tecnicamente os episódios de "What…If?" tem uma estética sensacional - muito próximo do princípio cinematográfico de que uma ação é o resultado de uma sobreposição de 24 desenhos por segundo. Ou seja, é como se estivéssemos lendo uma página com 24 quadros de uma HQ com cenários belíssimos, uma fotografia repleta de luzes e sombras e uma colorização que parece uma pintura. Em muitos momentos você terá a exata sensação de estar assistindo alguns dos filmes em live-action da Marvel, só que em animação 2D. Soma-se a isso um conceito narrativo poético embarcada no off do brilhante Jeffrey Wright, que me fez lembrar os bons tempos da primeira temporada de "Heroes" de 2006. É lindo!
Durante os episódios de "What If…?", a montagem cria uma dinâmica sem atropelos, que apresenta uma situação, um personagem e, imediatamente, a sua nova versão, para aí sim desenrolar a trama - é preciso dizer, porém, que muitos episódios deixam pontas abertas e nem todas são fechadas durante o episódio final que tem a clara intenção de conectar essa experiência ao MCU, servindo como uma espécie de prólogo, ambientando a audiência para as novas propostas narrativas que estão sendo criadas para a nova fase e fortalecendo o entendimento do que já foi feito, principalmente sobre o propósito de alguns personagens (mesmo sob o olhar de um novo contexto).
Eu diria que essa primeira temporada de "What…If?" tem um elemento nostálgico que coloca suas histórias além do entretenimento superficial - é como se cada um dos detalhes (e são muitos) funcionassem como um primeiro esboço de um novo universo cheio de possibilidades, mas igualmente divertido. Você não será o único a refletir sobre o potencial escondido atrás de personagens incríveis que podem ganhar muito com a liberdade criativa de mentes como A.C. Bradley e Matthew Chauncey (os roteiristas da série).
Se você gosta do gênero, sua diversão está garantida e, provavelmente, muito das criticas que a série recebeu nessa temporada se transformarão em um pedido de desculpas no futuro quando outras peças começarem a se encaixar.
Veremos!
Analisar "What If...?" sob o contexto pontual de uma série de animação que subverte o Universo da Marvel sem a menor preocupação de ser imparcial é um erro tão claro quanto imaginar que esse mesmo produto é uma espécie de alivio narrativo sem a pretensão de se conectar com tudo que foi construído até aqui. Se você está lendo esse review, você já deveria saber: a Marvel não entrega uma produção que não possa fazer parte do seu enorme quebra-cabeça - mesmo que isso gere criticas como: "What If…? termina como uma oportunidade perdida". Não meu caro critico, provavelmente você ainda não entendeu a diferença entre planejamento e criatividade!
"What If...?" parte de um conceito genial vindo das HQs: "E se..." a história de determinado personagem fosse outra, baseada em algumas decisões específicas de uma jornada, transformando certos momentos-chave em outros acontecimentos que mudam seu destino? Confira o trailer para ficar um pouco mais claro:
Tecnicamente os episódios de "What…If?" tem uma estética sensacional - muito próximo do princípio cinematográfico de que uma ação é o resultado de uma sobreposição de 24 desenhos por segundo. Ou seja, é como se estivéssemos lendo uma página com 24 quadros de uma HQ com cenários belíssimos, uma fotografia repleta de luzes e sombras e uma colorização que parece uma pintura. Em muitos momentos você terá a exata sensação de estar assistindo alguns dos filmes em live-action da Marvel, só que em animação 2D. Soma-se a isso um conceito narrativo poético embarcada no off do brilhante Jeffrey Wright, que me fez lembrar os bons tempos da primeira temporada de "Heroes" de 2006. É lindo!
Durante os episódios de "What If…?", a montagem cria uma dinâmica sem atropelos, que apresenta uma situação, um personagem e, imediatamente, a sua nova versão, para aí sim desenrolar a trama - é preciso dizer, porém, que muitos episódios deixam pontas abertas e nem todas são fechadas durante o episódio final que tem a clara intenção de conectar essa experiência ao MCU, servindo como uma espécie de prólogo, ambientando a audiência para as novas propostas narrativas que estão sendo criadas para a nova fase e fortalecendo o entendimento do que já foi feito, principalmente sobre o propósito de alguns personagens (mesmo sob o olhar de um novo contexto).
Eu diria que essa primeira temporada de "What…If?" tem um elemento nostálgico que coloca suas histórias além do entretenimento superficial - é como se cada um dos detalhes (e são muitos) funcionassem como um primeiro esboço de um novo universo cheio de possibilidades, mas igualmente divertido. Você não será o único a refletir sobre o potencial escondido atrás de personagens incríveis que podem ganhar muito com a liberdade criativa de mentes como A.C. Bradley e Matthew Chauncey (os roteiristas da série).
Se você gosta do gênero, sua diversão está garantida e, provavelmente, muito das criticas que a série recebeu nessa temporada se transformarão em um pedido de desculpas no futuro quando outras peças começarem a se encaixar.
Veremos!