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A Fera

"A Fera" é uma espécie de "Orca - A Baleia Assassina" com "Jurassic Park", que se passa na África. Dito isso, fica muito simples alinhar as expectativas e entender o que esperar dessa produção dirigida pelo islandês Baltasar Kormákur (de "Vidas à Deriva"). De fato "Beast" (no original) não é um grande filme: ele é cheio de clichês, tem um roteiro que se apoia em esteriótipos bem batidos e toma decisões narrativas no terceiro ato, digamos, duvidosas; mas por outro lado, entrega exatamente o que promete: entretenimento, ação e alguns (bons) sustos. 

O Dr. Nate Daniels (Idris Elba) é um recém viúvo que retorna para África do Sul, onde conheceu sua esposa, em uma viagem há muito tempo planejada com suas duas filhas. Em uma reserva gerenciada por Martin Battles (Sharlto Copley), um antigo amigo da família e biólogo da natureza selvagem, o que seria uma jornada de cura e redescobrimento, se desdobra em uma luta por sobrevivência quando um leão passa a enxergar todos os humanos como inimigos e começa a persegui-los até a morte. Confira o trailer:

O ponto alto do filme é a atmosfera de tensão que Kormákur constrói ao impor um conceito visual muito próximo do documental - com uma câmera bem solta, quase sempre dentro das cenas de ação ao lado dos personagens, uma montagem bem alinhada com a gramática do gênero que se apoia em poucos cortes, porém bruscos, no time certo de um desenho de som impactante e de uma trilha sonora incrível (aqui mérito do vencedor do Oscar por "Gravidade", Steven Price).

Obviamente que o visual da geografia africana ajuda muito na composição desse mood, inclusive com planos belíssimos da natureza local - o aspecto da imagem em 2.35 (mais alongado nas laterais do que o normal) dá uma sensação de amplitude que se encaixa perfeitamente na proposta de "A Fera" durante as cenas diurnas e na relação de sombra e luz, dos planos mais fechados, nas cenas noturnas, reparem! Ao optar pelo constante movimento, Kormákur cria uma dinâmica interessante para uma história que é bem morna, mas que ganha muita força quando o leão (em um belíssimo trabalho de composição e CGI) entra em cena. A Fera, como é conhecido o animal, é realmente tão assustador quanto os Velociraptors que perseguiam as crianças no primeiro Jurassic Park - aliás, as referências (e homenagens) da obra de Spielberg estão em várias sequências do filme, inclusive na camiseta de uma das filhas de Daniels.

Idris Elba como protagonista convence tanto quanto "The Rock" - ambos têm porte fisico para um filme tão movimentado como esse (embora o roteiro abuse narrativamente dessa qualidade do ator). Suas filhas na ficção: Meredith (Iyana Halley) de 18 anos, e Norah (Leah Sava Jeffries) de 13 anos, poderiam ser melhor aproveitadas caso o texto do Ryan Engle (de "Rampage") fosse um pouco mais inteligente ou criasse algumas camadas emocionais para que o talento delas pudessem sobressair - uma pena. Mas esperar muito de "A Fera" talvez fosse pedir demais, ou seja, se você quer apenas se divertir, esse filme é para você, mas saiba que ele exigirá uma boa dose de suspensão da realidade para que a experiência venha valer a pena.

Assista Agora

"A Fera" é uma espécie de "Orca - A Baleia Assassina" com "Jurassic Park", que se passa na África. Dito isso, fica muito simples alinhar as expectativas e entender o que esperar dessa produção dirigida pelo islandês Baltasar Kormákur (de "Vidas à Deriva"). De fato "Beast" (no original) não é um grande filme: ele é cheio de clichês, tem um roteiro que se apoia em esteriótipos bem batidos e toma decisões narrativas no terceiro ato, digamos, duvidosas; mas por outro lado, entrega exatamente o que promete: entretenimento, ação e alguns (bons) sustos. 

O Dr. Nate Daniels (Idris Elba) é um recém viúvo que retorna para África do Sul, onde conheceu sua esposa, em uma viagem há muito tempo planejada com suas duas filhas. Em uma reserva gerenciada por Martin Battles (Sharlto Copley), um antigo amigo da família e biólogo da natureza selvagem, o que seria uma jornada de cura e redescobrimento, se desdobra em uma luta por sobrevivência quando um leão passa a enxergar todos os humanos como inimigos e começa a persegui-los até a morte. Confira o trailer:

O ponto alto do filme é a atmosfera de tensão que Kormákur constrói ao impor um conceito visual muito próximo do documental - com uma câmera bem solta, quase sempre dentro das cenas de ação ao lado dos personagens, uma montagem bem alinhada com a gramática do gênero que se apoia em poucos cortes, porém bruscos, no time certo de um desenho de som impactante e de uma trilha sonora incrível (aqui mérito do vencedor do Oscar por "Gravidade", Steven Price).

Obviamente que o visual da geografia africana ajuda muito na composição desse mood, inclusive com planos belíssimos da natureza local - o aspecto da imagem em 2.35 (mais alongado nas laterais do que o normal) dá uma sensação de amplitude que se encaixa perfeitamente na proposta de "A Fera" durante as cenas diurnas e na relação de sombra e luz, dos planos mais fechados, nas cenas noturnas, reparem! Ao optar pelo constante movimento, Kormákur cria uma dinâmica interessante para uma história que é bem morna, mas que ganha muita força quando o leão (em um belíssimo trabalho de composição e CGI) entra em cena. A Fera, como é conhecido o animal, é realmente tão assustador quanto os Velociraptors que perseguiam as crianças no primeiro Jurassic Park - aliás, as referências (e homenagens) da obra de Spielberg estão em várias sequências do filme, inclusive na camiseta de uma das filhas de Daniels.

Idris Elba como protagonista convence tanto quanto "The Rock" - ambos têm porte fisico para um filme tão movimentado como esse (embora o roteiro abuse narrativamente dessa qualidade do ator). Suas filhas na ficção: Meredith (Iyana Halley) de 18 anos, e Norah (Leah Sava Jeffries) de 13 anos, poderiam ser melhor aproveitadas caso o texto do Ryan Engle (de "Rampage") fosse um pouco mais inteligente ou criasse algumas camadas emocionais para que o talento delas pudessem sobressair - uma pena. Mas esperar muito de "A Fera" talvez fosse pedir demais, ou seja, se você quer apenas se divertir, esse filme é para você, mas saiba que ele exigirá uma boa dose de suspensão da realidade para que a experiência venha valer a pena.

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A Guerra do Amanhã

"A Guerra do Amanhã" é um típico filme de ação com toques de ficção cientifica que mistura viagem no tempo, aliens, fim do mundo e relações familiares. Sim, é isso mesmo: é como se o roteirista Zach Dean (A fuga) tivesse buscado os principais elementos narrativos de vários filmes do passado para construir a sua história - uma mistura de "Independence Day", "Armageddon" e "Alien". 

Em plena final da Copa do Mundo de 2022 (onde, inclusive, o Brasil está prestes a fazer o seu gol), um exército chega do futuro para pedir socorro já que a humanidade está perdendo uma batalha global contra uma espécie mortal de alienígenas em 2051. Para garantir a sobrevivência dos humanos, soldados e civis do presente são recrutados e enviados para o futuro para continuar uma luta que parece ser em vão. Determinado a salvar o mundo por sua filha, Dan Forester (Chris Pratt) se une a uma cientista brilhante e a seu pai afastado para reescrever o destino do planeta. Confira o trailer:

Produzido originalmente pela Paramount Pictures, almejando um grande lançamento cinematográfico, o filme acabou sendo adquirido pela Amazon Studios e chegando no catálogo do Prime Vídeo de onde se transformou na maior estreia da história do serviço de streaming (pelo menos até o momento em que escrevemos esse review). Claramente referenciado por alguns jogos de video game como "Halo" ou "Destiny", o filme é entretenimento puro, ou seja, não espere um roteiro profundo, cheio de discussões existenciais ou construções narrativas surpreendentes. O filme é ação pura, em três cenários distintos, com objetivos e missões se renovando em cada ato, e com uma dinâmica totalmente ajustada ao gênero - de fato como um bom game. 

Será preciso um boa dose de suspensão da realidade, mesmo considerando que essa realidade é uma ficção cientifica. O roteiro vai muito bem nos dois primeiros atos e talvez vacile no terceiro, porém não deve ser cobrado por isso já que ele entrega ação, tiros e pancadaria - ponto final! Algumas soluções são infantis? Sim. Temos a sensação de já termos assistido algo parecido? Muito. Mesmo assim é divertido? Completamente.

Tecnicamente muito bem dirigido pelo ótimo Chris McKay (LEGO Batman: O Filme), "A Guerra do Amanhã" tem um design de produção fantástico,  especialmente com uma criatura muito bem concebida pelo Ken Barthelmey, das franquias "Maze Runner" e "Animais Fantásticos" - digno de Oscar e no nível de "Alien". Outro ponto que merece destaque são as ótimas sequências de ação - muito bem realizadas. Os efeitos visuais também não decepcionam e o Desenho de Som e Mixagem são incríveis! De fato teríamos uma ótima experiência cinematográfica se esse fosse o caso!

"A Guerra do Amanhã" é tão previsível quanto divertido! O filme se beneficia especialmente do carisma de Chris Pratt e de uma química bastante honesta com Yvonne Strahovski. Os aliens criam uma sensação de terror e desespero, dando a real situação de caos - completamente imersiva. Mesmo não sendo um exemplo de originalidade, posso dizer que para os fãs de ação e "ficção científica pipoca", o filme será uma ótima pedida. Então aumente o som, assista na maior tela que puder e dê play - nessas condições a experiência será das mais bacanas! 

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"A Guerra do Amanhã" é um típico filme de ação com toques de ficção cientifica que mistura viagem no tempo, aliens, fim do mundo e relações familiares. Sim, é isso mesmo: é como se o roteirista Zach Dean (A fuga) tivesse buscado os principais elementos narrativos de vários filmes do passado para construir a sua história - uma mistura de "Independence Day", "Armageddon" e "Alien". 

Em plena final da Copa do Mundo de 2022 (onde, inclusive, o Brasil está prestes a fazer o seu gol), um exército chega do futuro para pedir socorro já que a humanidade está perdendo uma batalha global contra uma espécie mortal de alienígenas em 2051. Para garantir a sobrevivência dos humanos, soldados e civis do presente são recrutados e enviados para o futuro para continuar uma luta que parece ser em vão. Determinado a salvar o mundo por sua filha, Dan Forester (Chris Pratt) se une a uma cientista brilhante e a seu pai afastado para reescrever o destino do planeta. Confira o trailer:

Produzido originalmente pela Paramount Pictures, almejando um grande lançamento cinematográfico, o filme acabou sendo adquirido pela Amazon Studios e chegando no catálogo do Prime Vídeo de onde se transformou na maior estreia da história do serviço de streaming (pelo menos até o momento em que escrevemos esse review). Claramente referenciado por alguns jogos de video game como "Halo" ou "Destiny", o filme é entretenimento puro, ou seja, não espere um roteiro profundo, cheio de discussões existenciais ou construções narrativas surpreendentes. O filme é ação pura, em três cenários distintos, com objetivos e missões se renovando em cada ato, e com uma dinâmica totalmente ajustada ao gênero - de fato como um bom game. 

Será preciso um boa dose de suspensão da realidade, mesmo considerando que essa realidade é uma ficção cientifica. O roteiro vai muito bem nos dois primeiros atos e talvez vacile no terceiro, porém não deve ser cobrado por isso já que ele entrega ação, tiros e pancadaria - ponto final! Algumas soluções são infantis? Sim. Temos a sensação de já termos assistido algo parecido? Muito. Mesmo assim é divertido? Completamente.

Tecnicamente muito bem dirigido pelo ótimo Chris McKay (LEGO Batman: O Filme), "A Guerra do Amanhã" tem um design de produção fantástico,  especialmente com uma criatura muito bem concebida pelo Ken Barthelmey, das franquias "Maze Runner" e "Animais Fantásticos" - digno de Oscar e no nível de "Alien". Outro ponto que merece destaque são as ótimas sequências de ação - muito bem realizadas. Os efeitos visuais também não decepcionam e o Desenho de Som e Mixagem são incríveis! De fato teríamos uma ótima experiência cinematográfica se esse fosse o caso!

"A Guerra do Amanhã" é tão previsível quanto divertido! O filme se beneficia especialmente do carisma de Chris Pratt e de uma química bastante honesta com Yvonne Strahovski. Os aliens criam uma sensação de terror e desespero, dando a real situação de caos - completamente imersiva. Mesmo não sendo um exemplo de originalidade, posso dizer que para os fãs de ação e "ficção científica pipoca", o filme será uma ótima pedida. Então aumente o som, assista na maior tela que puder e dê play - nessas condições a experiência será das mais bacanas! 

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A Morte do Superman

Quando eu era criança meu desenho favorito era a "Liga da Justiça" (mesmo com o Irmãos Gêmeos...rs). Na época era muito difícil encontrar uma animação da Marvel - única excessão era o Homem-Aranha e olhe lá. Thor, Homem de Ferro eram ótimos tbm, mas muito difícil de acompanhar, pois as temporadas eram curtas, quase cults (pelo formato e raridade de encontrar na TV). Com o sucesso da Marvel e o desespero da DC em se estabelecer, vimos uma série de bobagens no cinema recente de heróis (impossível não lembrar do "Martha?" de Batman vs Superman ou até da "Liga da Justiça"). Bem, assisti um longa-metragem de animação da DC chamado "A Morte do Superman" dirigido pelo Jake Castorina e pelo Sam Liu, e olha, fiquei impressionado com a qualidade do roteiro!

Na história, um monstro gigantesco batizado de Doomsday surge do mundo subterrâneo para começar uma destruição em massa na cidade de Metrópoles. A Liga da Justiça precisa intervir imediatamente, mas parece que só os poderes do Super-Homem são compatíveis com o do terrível monstro. Em uma luta mortal, o destino do super-herói torna-se incerto. Veja o trailer:

Para começar, o conceito da animação é totalmente retrô, modernizada apenas no visual do universo; mas o ponto forte é mesmo o roteiro e não tem como não se perguntar: Por que não usaram esse roteiro no universo live action para estabelecer a Liga da Justiça no UDC? É uma questão de um ou outro ajuste, cortar ou adaptar algumas sequências e só! A animação em o equilíbrio certo entre alívio cômico e ação, sem apelar para o óbvio!! E aqui vai um comentário que sempre repito sobre a DC: não adianta forçar, o Universo DC é muito mais "sombrio" e/ou "Fantástico" que o da Marvel - não cabe tanta piadinha; que aliás no último Thor passou dos limites em muito, só faltou o Hulk usar um boné para trás e cantar rap (um lixo para composição de personagens, chega a ser patético), embora o filme tenha sido até divertido por ser tão despretensioso.

Pois bem, voltando a "The Death of Superman": o filme é simples, direto, bem construído, com um começo/meio/fim que faz sentido e um arco maior muito mais forte e inteligente do que qualquer filme da DC já feito até aqui. Vale muito a pena, tem muito (mas muito) dos quadrinhos e chega dar um fio de esperança que as coisas podem melhorar se os roteiristas e produtores entenderem que a DC já tem um identidade estabelecida e que, mesmo atrasada, sua mitologia é muito bacana!!!

Para quem gosta do gênero, com uma animação mais "raiz"; imperdível!!!!

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Quando eu era criança meu desenho favorito era a "Liga da Justiça" (mesmo com o Irmãos Gêmeos...rs). Na época era muito difícil encontrar uma animação da Marvel - única excessão era o Homem-Aranha e olhe lá. Thor, Homem de Ferro eram ótimos tbm, mas muito difícil de acompanhar, pois as temporadas eram curtas, quase cults (pelo formato e raridade de encontrar na TV). Com o sucesso da Marvel e o desespero da DC em se estabelecer, vimos uma série de bobagens no cinema recente de heróis (impossível não lembrar do "Martha?" de Batman vs Superman ou até da "Liga da Justiça"). Bem, assisti um longa-metragem de animação da DC chamado "A Morte do Superman" dirigido pelo Jake Castorina e pelo Sam Liu, e olha, fiquei impressionado com a qualidade do roteiro!

Na história, um monstro gigantesco batizado de Doomsday surge do mundo subterrâneo para começar uma destruição em massa na cidade de Metrópoles. A Liga da Justiça precisa intervir imediatamente, mas parece que só os poderes do Super-Homem são compatíveis com o do terrível monstro. Em uma luta mortal, o destino do super-herói torna-se incerto. Veja o trailer:

Para começar, o conceito da animação é totalmente retrô, modernizada apenas no visual do universo; mas o ponto forte é mesmo o roteiro e não tem como não se perguntar: Por que não usaram esse roteiro no universo live action para estabelecer a Liga da Justiça no UDC? É uma questão de um ou outro ajuste, cortar ou adaptar algumas sequências e só! A animação em o equilíbrio certo entre alívio cômico e ação, sem apelar para o óbvio!! E aqui vai um comentário que sempre repito sobre a DC: não adianta forçar, o Universo DC é muito mais "sombrio" e/ou "Fantástico" que o da Marvel - não cabe tanta piadinha; que aliás no último Thor passou dos limites em muito, só faltou o Hulk usar um boné para trás e cantar rap (um lixo para composição de personagens, chega a ser patético), embora o filme tenha sido até divertido por ser tão despretensioso.

Pois bem, voltando a "The Death of Superman": o filme é simples, direto, bem construído, com um começo/meio/fim que faz sentido e um arco maior muito mais forte e inteligente do que qualquer filme da DC já feito até aqui. Vale muito a pena, tem muito (mas muito) dos quadrinhos e chega dar um fio de esperança que as coisas podem melhorar se os roteiristas e produtores entenderem que a DC já tem um identidade estabelecida e que, mesmo atrasada, sua mitologia é muito bacana!!!

Para quem gosta do gênero, com uma animação mais "raiz"; imperdível!!!!

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A Mulher Rei

Desde a sua estreia nos cinemas, "A Mulher Rei" vem colecionando elogios do público e da crítica por evidenciar o poder da mulher ao assumir o protagonismo de sua história sem esquecer do entretenimento de excelente qualidade. Em uma narrativa que mistura vários elementos de "Pantera Negra" com "Vikings", o filme dirigido pela Gina Prince-Bythewood (de "The Old Guard"estabelece uma dinâmica tão interessante que praticamente nos impede de tirar os olhos da tela. Com uma trama consistente, personagens complexos e com conexões realmente emocionantes, além de sequências de ação muito bem coreografadas, "A Mulher Rei" surpreende tanto pela qualidade quanto pela maturidade e justifica a enorme quantidade prêmios que conquistou pelos Festivais ao redor do globo e as duas indicações ao BAFTA 2023 - Melhor Direção e Melhor Atriz.

Na trama acompanhamos Nanisca (Viola Davis) uma comandante do exército do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África nos séculos XVIII e XIX. Durante o período, esse grupo de elite era composto apenas por mulheres que, juntas, combateram seus colonizadores, tribos rivais e todos aqueles que tentaram escravizar seu povo e destruir suas terras. Conhecidas como Agojie, esse grupo foi criado por conta da população masculina que sofria com a violência da guerra e com a frequente comercialização de escravos pelo Império Oyo. Quando um novo inimigo decide destruir seu modo de vida, Nanisca precisa treinar a próxima geração de guerreiras para um sangrento combate que está por vir. Confira o trailer:

A habilidade de Gina Prince-Bythewood em equilibrar ação e emoção ao longo do filme, impressiona - dadas as devidas proporções e respeitando um subgênero mais, digamos, "realista", lembra muito "O Predador: A Caçada". A direção é bastante cuidadosa, com sequências de ação realmente empolgantes, mas também com momentos de introspecção que permitem aos personagens explorar suas motivações e desenvolver relacionamentos, de fato, significativos - essa construção de camadas mais profundas é o que dá certa "alma" ao filme. Aliás, é aí que Prince-Bythewood brilha, ao demonstrar a mesma maestria em criar um ritmo adequado para a narrativa, mantendo a história realmente envolvente do início ao fim.

O roteiro escrito pela Dana Stevens (criadora de uma série que eu adorava chamada "What About Brian" e roteirista de "Paternidade") e pela Maria Bello (de "Treta" da Netflix) proporciona momentos de tirar o fôlego ao mesmo tempo em que traz para discussão temas como propósito e a luta pela justiça, explorando questões filosóficas e éticas de uma maneira bastante interessante. Obviamente que o elenco só potencializa o texto, e nesse ponto Viola Davis toma conta do jogo - ela entrega uma performance emocionalmente complexa, capaz de capturar a dor de uma mulher marcada pelo passado com a mesma vibração e determinação de uma guerreira que parece imortal. A jovem Thuso Mbedu (que vive Nawi) também merece elogios - reparem como ela transita entre a altivez e a coragem sempre com um certo toque melancolia.

Resumindo, "A Mulher Rei" se destaca como um filme que vai além das convenções do gênero de ação, oferecendo uma abordagem envolvente e relevante culturalmente. Sob a direção de Prince-Bythewood, o filme encontra exatamente o valor de suas sequências de ação poderosas com os momentos de profundidade emocional de seus personagens, resultando em uma experiência cinematográfica das mais cativantes - eu diria que é uma prova da força do cinema em proporcionar um entretenimento impactante e reflexões tão significativas.

Vale muito seu play!

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Desde a sua estreia nos cinemas, "A Mulher Rei" vem colecionando elogios do público e da crítica por evidenciar o poder da mulher ao assumir o protagonismo de sua história sem esquecer do entretenimento de excelente qualidade. Em uma narrativa que mistura vários elementos de "Pantera Negra" com "Vikings", o filme dirigido pela Gina Prince-Bythewood (de "The Old Guard"estabelece uma dinâmica tão interessante que praticamente nos impede de tirar os olhos da tela. Com uma trama consistente, personagens complexos e com conexões realmente emocionantes, além de sequências de ação muito bem coreografadas, "A Mulher Rei" surpreende tanto pela qualidade quanto pela maturidade e justifica a enorme quantidade prêmios que conquistou pelos Festivais ao redor do globo e as duas indicações ao BAFTA 2023 - Melhor Direção e Melhor Atriz.

Na trama acompanhamos Nanisca (Viola Davis) uma comandante do exército do Reino de Daomé, um dos locais mais poderosos da África nos séculos XVIII e XIX. Durante o período, esse grupo de elite era composto apenas por mulheres que, juntas, combateram seus colonizadores, tribos rivais e todos aqueles que tentaram escravizar seu povo e destruir suas terras. Conhecidas como Agojie, esse grupo foi criado por conta da população masculina que sofria com a violência da guerra e com a frequente comercialização de escravos pelo Império Oyo. Quando um novo inimigo decide destruir seu modo de vida, Nanisca precisa treinar a próxima geração de guerreiras para um sangrento combate que está por vir. Confira o trailer:

A habilidade de Gina Prince-Bythewood em equilibrar ação e emoção ao longo do filme, impressiona - dadas as devidas proporções e respeitando um subgênero mais, digamos, "realista", lembra muito "O Predador: A Caçada". A direção é bastante cuidadosa, com sequências de ação realmente empolgantes, mas também com momentos de introspecção que permitem aos personagens explorar suas motivações e desenvolver relacionamentos, de fato, significativos - essa construção de camadas mais profundas é o que dá certa "alma" ao filme. Aliás, é aí que Prince-Bythewood brilha, ao demonstrar a mesma maestria em criar um ritmo adequado para a narrativa, mantendo a história realmente envolvente do início ao fim.

O roteiro escrito pela Dana Stevens (criadora de uma série que eu adorava chamada "What About Brian" e roteirista de "Paternidade") e pela Maria Bello (de "Treta" da Netflix) proporciona momentos de tirar o fôlego ao mesmo tempo em que traz para discussão temas como propósito e a luta pela justiça, explorando questões filosóficas e éticas de uma maneira bastante interessante. Obviamente que o elenco só potencializa o texto, e nesse ponto Viola Davis toma conta do jogo - ela entrega uma performance emocionalmente complexa, capaz de capturar a dor de uma mulher marcada pelo passado com a mesma vibração e determinação de uma guerreira que parece imortal. A jovem Thuso Mbedu (que vive Nawi) também merece elogios - reparem como ela transita entre a altivez e a coragem sempre com um certo toque melancolia.

Resumindo, "A Mulher Rei" se destaca como um filme que vai além das convenções do gênero de ação, oferecendo uma abordagem envolvente e relevante culturalmente. Sob a direção de Prince-Bythewood, o filme encontra exatamente o valor de suas sequências de ação poderosas com os momentos de profundidade emocional de seus personagens, resultando em uma experiência cinematográfica das mais cativantes - eu diria que é uma prova da força do cinema em proporcionar um entretenimento impactante e reflexões tão significativas.

Vale muito seu play!

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Adão Negro

Adão Negro

Mesmo com algumas críticas, eu te garanto: "Adão Negro" é um ótimo filme de herói - daqueles bem realizados, com boas cenas de ação, uma história descomplicada e um personagem para lá de cativante (muito mérito do The Rock, diga-se de passagem)! Seu único "problema" é que ele não parece um filme da DC, ele é uma cópia descarada da cartilha da Marvel - então não espere aquele belíssimo visual mais sombrio (e requintado) dos tempos de Snyder e muito menos o refinamento e a densidade narrativa de "The Batman" ou de "Coringa".

Alter ego de Teth-Adam e filho do faraó Ramsés II, "Adão Negro" conta a história de origem do anti-herói que foi consumido por poderes mágicos e transformado em um feiticeiro com habilidades inimagináveis com um forte sentimento de vingança. Campeão de Kahndaq que combateu a escravidão para salvar seu povo na Antiguidade, Adam é libertado por caçadores de relíquias no Oriente Médio após mais de 5.000 anos e agora precisa encontrar o seu verdadeiro caminho, além de impor o seu senso de justiça perante um mundo onde a humanidade está à beira do caos. Confira o trailer:

Embora descartado da primeira fase do que tende a ser uma nova era no Universo DC no cinema e no streaming, "Adão Negro" cumpre o seu papel como entretenimento e ganha uma sobrevida para um futuro retorno em melhores condições, digamos, de planejamento. Dinâmico e mais equilibrado que muitos dos últimos filmes da Marvel, incluindo "Thor: Amor e Trovão", o filme dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra (de "Jungle Cruise" e "Águas Rasas") tem o mérito de mexer com a nossa curiosidade ao apresentar um personagem com potencial de encarar ícones da cultura pop como o próprio Super-Homem, afinal sua super força, sua velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios são a maior representatividade do que esses personagens míticos podem representar perante os humanos - algo muito bem trabalhado no passado, como vimos em "O Homem de Aço" e "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", e que vinha sendo descartado aos poucos.

Ao citar essas duas obras de Zack Snyder e justamente por isso colocar na balança a qualidade cinematográfica do filme de Collet-Serra, percebemos um outro nível de experiência (inferior, claro); no entanto os elementos narrativos testados e aprovados pelo MCU estão lá e isso faz com que "Adão Negro" mais acerte do que erre como filme de gênero, mesmo que aquela incômoda sensação de "já vi isso em algum lugar" nos acompanhe durante toda a jornada - o dispensável arco de apresentação da Sociedade da Justiça e de seus membros são um bom exemplo disso: tem um Senhor Destino que parece o Doutor Estranho, um Esmaga-Átomo que é a "cara" do Homem-Formiga com um toque de "Homem-Aranha", sem falar no Pantera, digo Gavião Negro, e até aquele QG com nave espacial e tudo, ao melhor estilo "X-Men".

Se a cena pós-crédito de "Liga da Justiça"(o "Snyder Cut", óbvio) nos encheu de esperança, eu diria que a de "Adão Negro" foi capaz de definir exatamente o que um verdadeiro fã de HQ imaginou durante muitos anos. Pena que o atual "todo poderoso da DC" já disse que aquilo não vai acontecer exatamente como nos foi apresentado (e aqui vou te poupar de spolers - você vai entender rapidamente quando assistir), mas é inegável que "Adão Negro" prova que a pancadaria muitas vezes se justifica como escolha narrativa e que a profundidade dos personagens e suas cruzadas mais íntimas não necessariamente precisam conviver em harmonia em todo projeto, desde que, claro, a identidade tenha solidez, o conceito seja respeitado e que a construção do Universo se mantenha coerente com a proposta como um todo.

"Adão Negro" vale sim o seu play, mesmo com as derrapadas cômicas que não se encaixam na DC, mas que tanta gente adora que nem a cópia vai incomodar! 

Assista Agora

Mesmo com algumas críticas, eu te garanto: "Adão Negro" é um ótimo filme de herói - daqueles bem realizados, com boas cenas de ação, uma história descomplicada e um personagem para lá de cativante (muito mérito do The Rock, diga-se de passagem)! Seu único "problema" é que ele não parece um filme da DC, ele é uma cópia descarada da cartilha da Marvel - então não espere aquele belíssimo visual mais sombrio (e requintado) dos tempos de Snyder e muito menos o refinamento e a densidade narrativa de "The Batman" ou de "Coringa".

Alter ego de Teth-Adam e filho do faraó Ramsés II, "Adão Negro" conta a história de origem do anti-herói que foi consumido por poderes mágicos e transformado em um feiticeiro com habilidades inimagináveis com um forte sentimento de vingança. Campeão de Kahndaq que combateu a escravidão para salvar seu povo na Antiguidade, Adam é libertado por caçadores de relíquias no Oriente Médio após mais de 5.000 anos e agora precisa encontrar o seu verdadeiro caminho, além de impor o seu senso de justiça perante um mundo onde a humanidade está à beira do caos. Confira o trailer:

Embora descartado da primeira fase do que tende a ser uma nova era no Universo DC no cinema e no streaming, "Adão Negro" cumpre o seu papel como entretenimento e ganha uma sobrevida para um futuro retorno em melhores condições, digamos, de planejamento. Dinâmico e mais equilibrado que muitos dos últimos filmes da Marvel, incluindo "Thor: Amor e Trovão", o filme dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra (de "Jungle Cruise" e "Águas Rasas") tem o mérito de mexer com a nossa curiosidade ao apresentar um personagem com potencial de encarar ícones da cultura pop como o próprio Super-Homem, afinal sua super força, sua velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios são a maior representatividade do que esses personagens míticos podem representar perante os humanos - algo muito bem trabalhado no passado, como vimos em "O Homem de Aço" e "Batman vs Superman: A Origem da Justiça", e que vinha sendo descartado aos poucos.

Ao citar essas duas obras de Zack Snyder e justamente por isso colocar na balança a qualidade cinematográfica do filme de Collet-Serra, percebemos um outro nível de experiência (inferior, claro); no entanto os elementos narrativos testados e aprovados pelo MCU estão lá e isso faz com que "Adão Negro" mais acerte do que erre como filme de gênero, mesmo que aquela incômoda sensação de "já vi isso em algum lugar" nos acompanhe durante toda a jornada - o dispensável arco de apresentação da Sociedade da Justiça e de seus membros são um bom exemplo disso: tem um Senhor Destino que parece o Doutor Estranho, um Esmaga-Átomo que é a "cara" do Homem-Formiga com um toque de "Homem-Aranha", sem falar no Pantera, digo Gavião Negro, e até aquele QG com nave espacial e tudo, ao melhor estilo "X-Men".

Se a cena pós-crédito de "Liga da Justiça"(o "Snyder Cut", óbvio) nos encheu de esperança, eu diria que a de "Adão Negro" foi capaz de definir exatamente o que um verdadeiro fã de HQ imaginou durante muitos anos. Pena que o atual "todo poderoso da DC" já disse que aquilo não vai acontecer exatamente como nos foi apresentado (e aqui vou te poupar de spolers - você vai entender rapidamente quando assistir), mas é inegável que "Adão Negro" prova que a pancadaria muitas vezes se justifica como escolha narrativa e que a profundidade dos personagens e suas cruzadas mais íntimas não necessariamente precisam conviver em harmonia em todo projeto, desde que, claro, a identidade tenha solidez, o conceito seja respeitado e que a construção do Universo se mantenha coerente com a proposta como um todo.

"Adão Negro" vale sim o seu play, mesmo com as derrapadas cômicas que não se encaixam na DC, mas que tanta gente adora que nem a cópia vai incomodar! 

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Aves de Rapina

"Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" não é o tipo de filme de herói que me agrada, mas é preciso reconhecer que existe um público enorme que até prefere essemood mais suave e descompromissado do que algo mais denso com as discussões filosóficas que o Zack Snyder estava propondo para o DCU. Quando analisei"Coringa" escrevi o seguinte comentário: "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA". 

Pois bem, o sucesso de "Coringa" é indiscutível, com o público e com a crítica, e mesmo assim a DC ainda volta no tempo e ainda luta para se afirmar como selo! "Aves de Rapina", por exemplo, fica em cima do muro: tem muito do que eu acreditava que a DC deveria deixar de lado para fortalecer sua identidade, mas também foi muito elogiada pela forma como a história foi contada, mesmo com um roteiro infantilizado (infelizmente) - embora o filme tenha muita ação e não esconde a violência, o universo de "Aves de Rapina" é muito mais próximo de "Esquadrão Suicida" - que sempre foi tido como um fracasso que deveria ser esquecido - do que aquele de "Coringa", trazendo um look menos sombrio e com personagens coadjuvantes muito mais engraçadinhos do que bem desenvolvidos - ou seja, a DC assume a violência, mas não pesa na mão quando o assunto é se aprofundar na história e nas motivações dos personagens. A mensagem que fica é essa: "só assista o filme e se divirta!" - e eu complemento: "por sua conta e risco, claro!"

O filme passa rapidamente pela história de Harleen Quinzel, desde criança, até conhecer o Sr. C (aquele "Coringa Rapper" do Jared Leto e não aquele Coringa genial do Joaquin Phoenix) - as inserções gráficas já nos posicionam sobre o tom do filme, inclusive. Assim que restabelece a personagem Arlequina com uma premissa pseudo-dramática sobre o término do seu relacionamento com o Coringa, começa uma corrida (desesperada) para construir algumas situações que possam justificar a criação do grupo que dá nome ao filme: "Aves de Rapina"; e mesmo o roteiro sendo inteligente na apresentação de cada uma das personagens: Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Renee Montoya (Rosie Perez) e Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), quebrando muitas vezes a linearidade do tempo, as motivações de cada uma delas, são tão superficiais e batidas que refletem até em um personagem que tinha tudo para ser assustador ao melhor estilo Hannibal Lecter, o Máscara Negra (Ewan McGregor), mas que acaba soando como um garoto mimado que se irrita quando ele acha que alguém "está rindo da cara dele" (sim, existe essa cena no filme)!

Como é possível observar no trailer, e talvez por isso criou-se uma expectativa enorme sobre o seu lançamento, a novata diretora Cathy Yan assume a violência nua e crua em cenas de lutas extremamente bem coreografadas ao melhor estilo Demolidor (Netflix) na tentativa explícita de empoderar suas personagens femininas - e ela consegue cumprir sua missão com louvor. O balé da ação por trás das habilidades circenses de Arlequina pode não ter a mesma tensão e potência como em "Esquadrão Suicida", mas continua com aquele enorme carisma graças ao excelente trabalho da Margot Robbie - ela funciona tanto nas cenas mais dramáticas, quando nas escrachadas. A precisão cirúrgica da Caçadora e a habilidade natural de Renee Montoya estão muito bem justificadas e completamente dentro do contexto do filme, apenas o poder da Canário Negro que cai de para-quedas e ninguém nunca mais toca no assunto - é quase como se sua habilidade fosse a luta de rua e não a força de sua voz!

A partir daqui peço licença para refletir sobre as escolhas da DC, sem clubismo: "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" tem o seu mérito como subproduto da DC, mas o que me incomodou novamente, e isso não deve influenciar no gosto pessoal de ninguém, foi a falta de planejamento da DC, já que ela está tentando reconstruir seu Universo depois de algumas bobagens. Se houve um acerto tão claro e reconhecido como "Coringa" e mesmo que a proposta dos produtos sejam completamente diferentes (e são!), não se pode esquecer dos pontos de convergência entre as histórias, afinal ambas se passam em Gotham, por exemplo: então por que é tudo tão diferente? Os anos passaram entre uma história e outra, claro, mas houve algum reflexo na cidade, nos personagens? Nada é falado... Tudo fica  ainda mais confuso quando os executivos vem à público dizer que o filme é independente - mas meu amigo, existem várias referências ao (para muitos) desastroso primeiro "Esquadrão Suicida" e nenhuma sobre o novo Universo DC... cadê a coerência?

"Aves de Rapina" pode ser um acerto para quem entende que existe uma dinâmica diferente entre as obras e um distanciamento natural entre as histórias, que a liberdade artística pode influenciar no resultado individual, mas nunca como um todo e que a forma como está sendo pensado e criado o novo DCU é só para um ou outro selo da marca, com os personagens principais e tal... Não sei, para mim não convenceu, mas, como reforço, essa é só a minha opinião!

Se você gosta de filmes de ação, cheio de piadas e com alguma referência aos quadrinhos, é possível que você se divirta com "Aves de Rapina", se você espera um filmaço como "Coringa" nem perca seu tempo!

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"Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" não é o tipo de filme de herói que me agrada, mas é preciso reconhecer que existe um público enorme que até prefere essemood mais suave e descompromissado do que algo mais denso com as discussões filosóficas que o Zack Snyder estava propondo para o DCU. Quando analisei"Coringa" escrevi o seguinte comentário: "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA". 

Pois bem, o sucesso de "Coringa" é indiscutível, com o público e com a crítica, e mesmo assim a DC ainda volta no tempo e ainda luta para se afirmar como selo! "Aves de Rapina", por exemplo, fica em cima do muro: tem muito do que eu acreditava que a DC deveria deixar de lado para fortalecer sua identidade, mas também foi muito elogiada pela forma como a história foi contada, mesmo com um roteiro infantilizado (infelizmente) - embora o filme tenha muita ação e não esconde a violência, o universo de "Aves de Rapina" é muito mais próximo de "Esquadrão Suicida" - que sempre foi tido como um fracasso que deveria ser esquecido - do que aquele de "Coringa", trazendo um look menos sombrio e com personagens coadjuvantes muito mais engraçadinhos do que bem desenvolvidos - ou seja, a DC assume a violência, mas não pesa na mão quando o assunto é se aprofundar na história e nas motivações dos personagens. A mensagem que fica é essa: "só assista o filme e se divirta!" - e eu complemento: "por sua conta e risco, claro!"

O filme passa rapidamente pela história de Harleen Quinzel, desde criança, até conhecer o Sr. C (aquele "Coringa Rapper" do Jared Leto e não aquele Coringa genial do Joaquin Phoenix) - as inserções gráficas já nos posicionam sobre o tom do filme, inclusive. Assim que restabelece a personagem Arlequina com uma premissa pseudo-dramática sobre o término do seu relacionamento com o Coringa, começa uma corrida (desesperada) para construir algumas situações que possam justificar a criação do grupo que dá nome ao filme: "Aves de Rapina"; e mesmo o roteiro sendo inteligente na apresentação de cada uma das personagens: Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Renee Montoya (Rosie Perez) e Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), quebrando muitas vezes a linearidade do tempo, as motivações de cada uma delas, são tão superficiais e batidas que refletem até em um personagem que tinha tudo para ser assustador ao melhor estilo Hannibal Lecter, o Máscara Negra (Ewan McGregor), mas que acaba soando como um garoto mimado que se irrita quando ele acha que alguém "está rindo da cara dele" (sim, existe essa cena no filme)!

Como é possível observar no trailer, e talvez por isso criou-se uma expectativa enorme sobre o seu lançamento, a novata diretora Cathy Yan assume a violência nua e crua em cenas de lutas extremamente bem coreografadas ao melhor estilo Demolidor (Netflix) na tentativa explícita de empoderar suas personagens femininas - e ela consegue cumprir sua missão com louvor. O balé da ação por trás das habilidades circenses de Arlequina pode não ter a mesma tensão e potência como em "Esquadrão Suicida", mas continua com aquele enorme carisma graças ao excelente trabalho da Margot Robbie - ela funciona tanto nas cenas mais dramáticas, quando nas escrachadas. A precisão cirúrgica da Caçadora e a habilidade natural de Renee Montoya estão muito bem justificadas e completamente dentro do contexto do filme, apenas o poder da Canário Negro que cai de para-quedas e ninguém nunca mais toca no assunto - é quase como se sua habilidade fosse a luta de rua e não a força de sua voz!

A partir daqui peço licença para refletir sobre as escolhas da DC, sem clubismo: "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa" tem o seu mérito como subproduto da DC, mas o que me incomodou novamente, e isso não deve influenciar no gosto pessoal de ninguém, foi a falta de planejamento da DC, já que ela está tentando reconstruir seu Universo depois de algumas bobagens. Se houve um acerto tão claro e reconhecido como "Coringa" e mesmo que a proposta dos produtos sejam completamente diferentes (e são!), não se pode esquecer dos pontos de convergência entre as histórias, afinal ambas se passam em Gotham, por exemplo: então por que é tudo tão diferente? Os anos passaram entre uma história e outra, claro, mas houve algum reflexo na cidade, nos personagens? Nada é falado... Tudo fica  ainda mais confuso quando os executivos vem à público dizer que o filme é independente - mas meu amigo, existem várias referências ao (para muitos) desastroso primeiro "Esquadrão Suicida" e nenhuma sobre o novo Universo DC... cadê a coerência?

"Aves de Rapina" pode ser um acerto para quem entende que existe uma dinâmica diferente entre as obras e um distanciamento natural entre as histórias, que a liberdade artística pode influenciar no resultado individual, mas nunca como um todo e que a forma como está sendo pensado e criado o novo DCU é só para um ou outro selo da marca, com os personagens principais e tal... Não sei, para mim não convenceu, mas, como reforço, essa é só a minha opinião!

Se você gosta de filmes de ação, cheio de piadas e com alguma referência aos quadrinhos, é possível que você se divirta com "Aves de Rapina", se você espera um filmaço como "Coringa" nem perca seu tempo!

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Batman

"Batman" é muito bom! Eu diria que é um filme com a identidade de uma DC que a gente, de fato, quer ver! Embora seja um filme longo, com mais de 3 horas de duração, "Batman" é dinâmico na sua proposta narrativa e belíssimo no seu conceito visual. O filme do talentoso Matt Reeves, sem dúvida, tem mais de Nolan do que de Snyder - mas eu vou explicar melhor isso abaixo.

Nos dois anos em que protegeu asruas como Batman (Robert Pattinson), provocando medo no coração dos criminosos, Bruce Wayne mergulhou nas sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados confiáveis – Alfred Pennyworth (Andy Serkis), o comissário James Gordon (Jeffrey Wright); e com uma enorme rede de corrupção, inclusive com personalidades de destaque e muitos policiais da cidade, o vigilante solitário tornou-se a única esperança de vingança entre seus concidadãos. Quando um assassino mira a elite de Gotham com uma série de maquinações sádicas, um rastro de pistas enigmáticas leva Batman, a investigar o submundo da cidade, onde encontra personagens como Selina Kyle, a Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton, também conhecido como Charada (Paul Dano). À medida que surgem evidências e as ações do criminoso apontam para uma direção mais clara, Batman precisa forjar novas relações, desmascarar o culpado e trazer justiça para Gotham City, há tanto tempo atormentada pelo abuso de poder e pela corrupção. Confira o trailer:

"Batman" tem um roteiro muito inteligente e foi muito estratégico ao posicionar a história do filme depois de "Coringa"de Todd Phillips, que se passa no inicio dos anos 80, e antes do "Cavaleiro das Trevas" - aqui vou citar como referência a HQ, não desdenhando da versão do Nolan (longe disso), mas apenas porque a trilogia acabou criando um linha temporal própria e se analisada em retrospectiva, muita coisa pode não se encaixar nessa nova visão do herói. Se em "Coringa" Bruce Wayne era apenas uma criança e em "Cavaleiro das Trevas", uma versão mais madura, amargurada e cansada; em "Batman", Wayne ainda é jovem, mas depois de dois anos defendendo Gotham, alguns questionamentos já começam assombrar sua cabeça - aliás, esses questionamentos são poeticamente narrados por Pattinson, com uma Gotham chuvosa de fundo, criando uma atmosfera noir ao melhor estilo Sin City (do também, Frank Miller).

Se em "Cavaleiro da Trevas" tínhamos um vilão sádico, doente, imprevisível e cruel, posso dizer que Paul Dano bebe da mesma fonte com seu "Charada" - sua caracterização e seu modus operandi se encaixam perfeitamente naquele mood escuro e depressivo de Gotham, dando uma conotação de "Jogos Mortais" ao filme e provocando o herói a ser o que ele realmente é: um detetive! O plano do Charada é tão obscuro quanto sua identidade, mas a forma como o roteiro vai arquitetando os fatos é surpreendentemente bom - o inicio do terceiro ato chega a ser épico. Pattinson como Batman também convence, as cenas de ação lembram o melhor daquele primeiro ano inesquecível de "Demolidor" e o espirito perturbador do herói que soa como entidade macabra para os vilões, está ali. O problema é o Bruce Wayne do ator - talvez até pelo pouco tempo de tela, faltou desenvolvimento (que facilmente pode ser resolvido em um futuro próximo).

A fotografia do genial Greig Fraser (de "Duna" e "Lion") trabalha tão bem o contraste entre luz e sombra que mesmo com a escuridão (visual) da noite, conseguimos assistir tudo perfeitamente - uma aula de cinematografia para produções recentes com "Game of Thrones", por exemplo. A trilha sonora de Michael Giacchino (vencedor do Oscar por "Up") é outro espetáculo - as sequências com a versão de "Ave Maria" de Franz Schubert são lindas. Agora uma coisa é fato, tudo isso sem uma direção como a de Matt Reeves cairia no lugar comum e em "Batman" nada está no lugar comum, porque tudo se encaixa perfeitamente  - até a armadura e o batmóvel estão incríveis!

"The Batman" (no original) parece entender que o universo sombrio da DC é muito mais interessante do que o amontoado de piadas que só funcionam nos filmes da Marvel. Com "Coringa" nas entrelinhas (prestem muita atenção porque os detalhes estão lá), Reeves dá mais um passo importante para a construção de um universo que, já sabemos, terá uma série do Pinguim (com o mesmo Colin Farrell) na HBO Max. A dúvida que fica é se esse universo pode ser expandido além das fronteiras de Gotham - eu acho que seria um perigo, porque, sinceramente, parece que a DC acertou a mão, mas é melhor não abusar.

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"Batman" é muito bom! Eu diria que é um filme com a identidade de uma DC que a gente, de fato, quer ver! Embora seja um filme longo, com mais de 3 horas de duração, "Batman" é dinâmico na sua proposta narrativa e belíssimo no seu conceito visual. O filme do talentoso Matt Reeves, sem dúvida, tem mais de Nolan do que de Snyder - mas eu vou explicar melhor isso abaixo.

Nos dois anos em que protegeu asruas como Batman (Robert Pattinson), provocando medo no coração dos criminosos, Bruce Wayne mergulhou nas sombras de Gotham City. Com apenas alguns aliados confiáveis – Alfred Pennyworth (Andy Serkis), o comissário James Gordon (Jeffrey Wright); e com uma enorme rede de corrupção, inclusive com personalidades de destaque e muitos policiais da cidade, o vigilante solitário tornou-se a única esperança de vingança entre seus concidadãos. Quando um assassino mira a elite de Gotham com uma série de maquinações sádicas, um rastro de pistas enigmáticas leva Batman, a investigar o submundo da cidade, onde encontra personagens como Selina Kyle, a Mulher-Gato (Zoë Kravitz), Oswald Cobblepot, também conhecido como Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro) e Edward Nashton, também conhecido como Charada (Paul Dano). À medida que surgem evidências e as ações do criminoso apontam para uma direção mais clara, Batman precisa forjar novas relações, desmascarar o culpado e trazer justiça para Gotham City, há tanto tempo atormentada pelo abuso de poder e pela corrupção. Confira o trailer:

"Batman" tem um roteiro muito inteligente e foi muito estratégico ao posicionar a história do filme depois de "Coringa"de Todd Phillips, que se passa no inicio dos anos 80, e antes do "Cavaleiro das Trevas" - aqui vou citar como referência a HQ, não desdenhando da versão do Nolan (longe disso), mas apenas porque a trilogia acabou criando um linha temporal própria e se analisada em retrospectiva, muita coisa pode não se encaixar nessa nova visão do herói. Se em "Coringa" Bruce Wayne era apenas uma criança e em "Cavaleiro das Trevas", uma versão mais madura, amargurada e cansada; em "Batman", Wayne ainda é jovem, mas depois de dois anos defendendo Gotham, alguns questionamentos já começam assombrar sua cabeça - aliás, esses questionamentos são poeticamente narrados por Pattinson, com uma Gotham chuvosa de fundo, criando uma atmosfera noir ao melhor estilo Sin City (do também, Frank Miller).

Se em "Cavaleiro da Trevas" tínhamos um vilão sádico, doente, imprevisível e cruel, posso dizer que Paul Dano bebe da mesma fonte com seu "Charada" - sua caracterização e seu modus operandi se encaixam perfeitamente naquele mood escuro e depressivo de Gotham, dando uma conotação de "Jogos Mortais" ao filme e provocando o herói a ser o que ele realmente é: um detetive! O plano do Charada é tão obscuro quanto sua identidade, mas a forma como o roteiro vai arquitetando os fatos é surpreendentemente bom - o inicio do terceiro ato chega a ser épico. Pattinson como Batman também convence, as cenas de ação lembram o melhor daquele primeiro ano inesquecível de "Demolidor" e o espirito perturbador do herói que soa como entidade macabra para os vilões, está ali. O problema é o Bruce Wayne do ator - talvez até pelo pouco tempo de tela, faltou desenvolvimento (que facilmente pode ser resolvido em um futuro próximo).

A fotografia do genial Greig Fraser (de "Duna" e "Lion") trabalha tão bem o contraste entre luz e sombra que mesmo com a escuridão (visual) da noite, conseguimos assistir tudo perfeitamente - uma aula de cinematografia para produções recentes com "Game of Thrones", por exemplo. A trilha sonora de Michael Giacchino (vencedor do Oscar por "Up") é outro espetáculo - as sequências com a versão de "Ave Maria" de Franz Schubert são lindas. Agora uma coisa é fato, tudo isso sem uma direção como a de Matt Reeves cairia no lugar comum e em "Batman" nada está no lugar comum, porque tudo se encaixa perfeitamente  - até a armadura e o batmóvel estão incríveis!

"The Batman" (no original) parece entender que o universo sombrio da DC é muito mais interessante do que o amontoado de piadas que só funcionam nos filmes da Marvel. Com "Coringa" nas entrelinhas (prestem muita atenção porque os detalhes estão lá), Reeves dá mais um passo importante para a construção de um universo que, já sabemos, terá uma série do Pinguim (com o mesmo Colin Farrell) na HBO Max. A dúvida que fica é se esse universo pode ser expandido além das fronteiras de Gotham - eu acho que seria um perigo, porque, sinceramente, parece que a DC acertou a mão, mas é melhor não abusar.

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Batman - A Piada Mortal

Se alguém me perguntasse o que eu faria depois de "Coringa" do Todd Phillips e do "Batman"do Matt Reeves, eu responderia tranquilamente: adaptaria "Batman - A Piada Mortal" em live-action - minha única dúvida seria se eu usaria o final que vemos na tela ou de fato mostraria o que aconteceu após a "piada" do Coringa pela mente brilhante de Alan Moore! Dito isso, posso afirmar sem medo de errar que esse filme em animação da DC é simplesmente sensacional, mas, como já é possível imaginar, é também polêmico - já que nem todos vão entender a genialidade do diretor Sam Liu (A Morte do Superman) a partir do roteiro de Brian Azzarello e da HQ de Moore.

Na história acompanhamos um Batman enfurecido procurando o fugitivo Coringa depois de uma ataque covarde à família Gordon com o único intuito de provar sua tese, da maneira mais diabólica, que inocentaria sua própria descendência na loucura. Confira o trailer (em inglês):

"A Piada Mortal" foi lançada em 1988 e rapidamente se tornou um enorme sucesso e referência entre os leitores das HQs do Batman. Depois de assistir uma adaptação tão fiel como "Batman e o Longo dia das Bruxas", eu diria que a DC se superou, pois ela conseguiu expandir ainda mais o universo criado por Moore e ainda honrar a sua obra original sem deixar de lado toda aquela autenticidade e visão criativa.

Veja, se na HQ a Batgirl estava inserida na história somente para alavancar a trama de outros personagens, aqui ela é peça importante na humanização do herói - que casa perfeitamente com o perfil estabelecido por Reeves em "The Batman". Outro ponto alto e muito bem explorado, sem dúvida, é a participação do Coringa - e aqui é impossível não fazer a conexão que citei na apresentação desse review. Brilhantemente interpretado por Mark Hamill (o Luke Skywalker de "Star Wars"), esse Coringa tem o sadismo no olhar, a loucura nos gestos e a inteligência nos discursos como na performance deJoaquin Phoenix - sua última piada é uma resposta simplesmente genial para uma "proposta" (que nunca seria cumprida) do Batman. É lindo de ver (e de imaginar na voz do ator).

Essa animação é basicamente sobre a "loucura". Sabendo que o original de Moore se baseou no livro "A História da Loucura" do sociólogo Michel Foucault, fica clara a preocupação do diretor em explorar cada detalhe da psiquê dos personagens e os gatilhos (ou atitudes) que fariam cada um deles serem classificados como "loucos" dentro de um contexto. São várias passagens, da violência da Batgirl às atitudes do Comissário Gordon e do próprio Batman no final da história - algumas referências nas cenas onde a animação explora o passado do Coringa, embora diferentes do filme de Phillips, na essência transformadora são as mesmas; e muito marcantes!

Visualmente, "A Piada Mortal" não tem a beleza e mood  depressivo de "Batman e o Longo dia das Bruxas", mas também está longe de ser simplista. Existe um charme nos traços, principalmente dos personagens - eu só senti falta de uma Gotham mais sombria, opressora, escura. A própria narração da Batgirl no inicio da jornada pontua esse clima menos denso. Resumindo, essa animação consegue mostrar, mais uma vez, a força de um personagem que parece vai ser levado a sério daqui para frente nos cinemas, com um universo rico, cheio de conexões entre passado e presente, e que estão prontos para serem aproveitados - sem se esquecer da reflexão honesta e profunda sobre a diferença ente propósito e loucura.

Vale muito seu play!

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Se alguém me perguntasse o que eu faria depois de "Coringa" do Todd Phillips e do "Batman"do Matt Reeves, eu responderia tranquilamente: adaptaria "Batman - A Piada Mortal" em live-action - minha única dúvida seria se eu usaria o final que vemos na tela ou de fato mostraria o que aconteceu após a "piada" do Coringa pela mente brilhante de Alan Moore! Dito isso, posso afirmar sem medo de errar que esse filme em animação da DC é simplesmente sensacional, mas, como já é possível imaginar, é também polêmico - já que nem todos vão entender a genialidade do diretor Sam Liu (A Morte do Superman) a partir do roteiro de Brian Azzarello e da HQ de Moore.

Na história acompanhamos um Batman enfurecido procurando o fugitivo Coringa depois de uma ataque covarde à família Gordon com o único intuito de provar sua tese, da maneira mais diabólica, que inocentaria sua própria descendência na loucura. Confira o trailer (em inglês):

"A Piada Mortal" foi lançada em 1988 e rapidamente se tornou um enorme sucesso e referência entre os leitores das HQs do Batman. Depois de assistir uma adaptação tão fiel como "Batman e o Longo dia das Bruxas", eu diria que a DC se superou, pois ela conseguiu expandir ainda mais o universo criado por Moore e ainda honrar a sua obra original sem deixar de lado toda aquela autenticidade e visão criativa.

Veja, se na HQ a Batgirl estava inserida na história somente para alavancar a trama de outros personagens, aqui ela é peça importante na humanização do herói - que casa perfeitamente com o perfil estabelecido por Reeves em "The Batman". Outro ponto alto e muito bem explorado, sem dúvida, é a participação do Coringa - e aqui é impossível não fazer a conexão que citei na apresentação desse review. Brilhantemente interpretado por Mark Hamill (o Luke Skywalker de "Star Wars"), esse Coringa tem o sadismo no olhar, a loucura nos gestos e a inteligência nos discursos como na performance deJoaquin Phoenix - sua última piada é uma resposta simplesmente genial para uma "proposta" (que nunca seria cumprida) do Batman. É lindo de ver (e de imaginar na voz do ator).

Essa animação é basicamente sobre a "loucura". Sabendo que o original de Moore se baseou no livro "A História da Loucura" do sociólogo Michel Foucault, fica clara a preocupação do diretor em explorar cada detalhe da psiquê dos personagens e os gatilhos (ou atitudes) que fariam cada um deles serem classificados como "loucos" dentro de um contexto. São várias passagens, da violência da Batgirl às atitudes do Comissário Gordon e do próprio Batman no final da história - algumas referências nas cenas onde a animação explora o passado do Coringa, embora diferentes do filme de Phillips, na essência transformadora são as mesmas; e muito marcantes!

Visualmente, "A Piada Mortal" não tem a beleza e mood  depressivo de "Batman e o Longo dia das Bruxas", mas também está longe de ser simplista. Existe um charme nos traços, principalmente dos personagens - eu só senti falta de uma Gotham mais sombria, opressora, escura. A própria narração da Batgirl no inicio da jornada pontua esse clima menos denso. Resumindo, essa animação consegue mostrar, mais uma vez, a força de um personagem que parece vai ser levado a sério daqui para frente nos cinemas, com um universo rico, cheio de conexões entre passado e presente, e que estão prontos para serem aproveitados - sem se esquecer da reflexão honesta e profunda sobre a diferença ente propósito e loucura.

Vale muito seu play!

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Batman e o Longo dia das Bruxas - parte 1

"Batman e o Longo dia das Bruxas" é uma adaptação em duas partes de uma série de HQs deJeph Loeb eTim Sale, publicadas entre os anos de 1996 e 1997. O interessante dessa animação é que muito do momento do herói, o clima completamente noir e alguns personagens não tão conhecidos do grande público, também estarão no filme "The Batman" do Matt Reeves - é o caso, por exemplo, do mafioso Carmine Falcone.

Aliás, nessa primeira parte da adaptação, enquanto Batman, o capitão Jim Gordon e o promotor público Harvey Dent (ainda sem se transformar no "Duas Caras", mas com ótimas sacadas do que o personagem pode vir a ser) trabalham lado a lado para eliminar com as atividades ilegais de Falcone em Gotham, porém uma série de assassinatos misteriosos que acontecem apenas nos feriados e que parecem estar vinculados ao mundo da máfia, passam a chamar atenção do herói que agora também precisa lidar com o desconhecido. Confira o trailer:

Veja, se você leu "Batman e o Longo dia das Bruxas" a sensação de assistir a animação será basicamente a mesma - o que faz alguns fãs vibrarem e outros não se interessarem pela mesma obra só que em uma nova mídia. O fato é que o diretor Chris Palmer (de "Superman: O Homem do Amanhã") conseguiu, com a ajuda do roteirista Tim Sheridan, replicar o conceito narrativo e visual da HQ e ainda criar uma dinâmica cinematográfica repleta de mistério e drama - essa é uma característica muito particular da história que funciona perfeitamente na HQ, mas que acaba prejudicando um pouco a experiência na animação por que falta ação - e é até importante que se diga que esse Batman não é um herói maduro, ele soa estar no começo de sua jornada, tentando encontrar um equilíbrio e entendendo que, para realmente livrar a cidade do crime, ele precisará desenvolver suas habilidades como detetive e nem sempre sair para o embate fisico. 

O elenco conta com Josh Duhamel (como Harvey Dent), Billy Burke (como Comissário Gordon), Jensen Ackles (como Batman), Naya Rivera (como Mulher Gato) e Troy Baker (como Coringa). Todos fizeram um competente trabalho, sem ter nenhum tipo de descompasso entre a voz e seus personagens, mas não tem como não referenciar Jensen Ackles - certamente uma das vozes mais consistentes que já tiveram a oportunidade de dublar o homem-morcego.

Esteticamente "Batman e o Longo dia das Bruxas" é lindo, com uma técnica 2D e um traço bem particular, funciona como uma HQ em movimento - as cenas em que Gotham é o cenário, com sua profunda escuridão, um certo brilho de neon e a chuva na contra-luz, olha, deslumbrante. Com relação a jornada, ela é de fato bastante imersiva e traz um mistério que realmente nos provoca - obviamente se você nunca leu a história isso vai ser ainda mais impactante. A fidelidade ao material original traz mais acertos do que erros e o que vemos ao final dessa primeira parte só nos faz querer assistir a segunda o quanto antes.

Para você que gosta de filmes de herói, mas com um roteiro um pouco mais profundo e até provocador, tenho certeza que o play será diversão na certa!

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"Batman e o Longo dia das Bruxas" é uma adaptação em duas partes de uma série de HQs deJeph Loeb eTim Sale, publicadas entre os anos de 1996 e 1997. O interessante dessa animação é que muito do momento do herói, o clima completamente noir e alguns personagens não tão conhecidos do grande público, também estarão no filme "The Batman" do Matt Reeves - é o caso, por exemplo, do mafioso Carmine Falcone.

Aliás, nessa primeira parte da adaptação, enquanto Batman, o capitão Jim Gordon e o promotor público Harvey Dent (ainda sem se transformar no "Duas Caras", mas com ótimas sacadas do que o personagem pode vir a ser) trabalham lado a lado para eliminar com as atividades ilegais de Falcone em Gotham, porém uma série de assassinatos misteriosos que acontecem apenas nos feriados e que parecem estar vinculados ao mundo da máfia, passam a chamar atenção do herói que agora também precisa lidar com o desconhecido. Confira o trailer:

Veja, se você leu "Batman e o Longo dia das Bruxas" a sensação de assistir a animação será basicamente a mesma - o que faz alguns fãs vibrarem e outros não se interessarem pela mesma obra só que em uma nova mídia. O fato é que o diretor Chris Palmer (de "Superman: O Homem do Amanhã") conseguiu, com a ajuda do roteirista Tim Sheridan, replicar o conceito narrativo e visual da HQ e ainda criar uma dinâmica cinematográfica repleta de mistério e drama - essa é uma característica muito particular da história que funciona perfeitamente na HQ, mas que acaba prejudicando um pouco a experiência na animação por que falta ação - e é até importante que se diga que esse Batman não é um herói maduro, ele soa estar no começo de sua jornada, tentando encontrar um equilíbrio e entendendo que, para realmente livrar a cidade do crime, ele precisará desenvolver suas habilidades como detetive e nem sempre sair para o embate fisico. 

O elenco conta com Josh Duhamel (como Harvey Dent), Billy Burke (como Comissário Gordon), Jensen Ackles (como Batman), Naya Rivera (como Mulher Gato) e Troy Baker (como Coringa). Todos fizeram um competente trabalho, sem ter nenhum tipo de descompasso entre a voz e seus personagens, mas não tem como não referenciar Jensen Ackles - certamente uma das vozes mais consistentes que já tiveram a oportunidade de dublar o homem-morcego.

Esteticamente "Batman e o Longo dia das Bruxas" é lindo, com uma técnica 2D e um traço bem particular, funciona como uma HQ em movimento - as cenas em que Gotham é o cenário, com sua profunda escuridão, um certo brilho de neon e a chuva na contra-luz, olha, deslumbrante. Com relação a jornada, ela é de fato bastante imersiva e traz um mistério que realmente nos provoca - obviamente se você nunca leu a história isso vai ser ainda mais impactante. A fidelidade ao material original traz mais acertos do que erros e o que vemos ao final dessa primeira parte só nos faz querer assistir a segunda o quanto antes.

Para você que gosta de filmes de herói, mas com um roteiro um pouco mais profundo e até provocador, tenho certeza que o play será diversão na certa!

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Batman e o Longo dia das Bruxas - parte 2

A parte 2 do "Batman e o Longo dia das Bruxas" é ainda melhor, mais dinâmica, que a "parte 1", embora o roteiro vacile um pouquinho mais na transição que Gotham está vivendo devido a chegada de um vigilante noturno e justiceiro implacável como "Batman" - e mais uma vez: essa animação insere várias informações que serão relevantes, inclusive, no novo filme de Matt Reeves, "The Batman".

Na parte final de "Batman e o Longo dia das Bruxas", o assassino conhecido como Feriado (sim, o nome em inglês é muito mais charmoso) continua à solta e Batman, mesmo sofrendo com uma crise de identidade após os eventos da primeira parte, precisa ajudar Harvey Dent e o Comissário Gordon que tentam de todas as formas acabar de uma vez por todas com a onda de mortes causadas pelo serial killer,porém uma nova leva (agora) de super-vilões vem surgindo em Gotham e o Homem-Morcego precisa lidar com o peso da sua existência e o reflexo das suas ações no mundo do crime. Confira o trailer:

Obviamente que a premissa segue as consequências da primeira parte da animação, com a mesma atmosfera noir de uma Gotham, que mesmo atemporal, tem um ar “anos 30”, porém a mudança na jornada do herói parece mais claro e o que foi apenas sugerido com a presença do Coringa antes, agora ganha força e os vilões normais, mafiosos e corruptos, passam a ter a ajuda de personagens com poderes e naturalmente mais insanos - aliás, aqui pode estar uma vacilada do roteiro, pois ele não estabelece exatamente o ponto de virada e nem justifica algumas aproximações que vemos na animação, digamos que fica "subentendido": a relação de Bruce Wayne e Hera Venenosa (Katee Sackhoff), é um exemplo.

Por outro lado, essa continuação tem mais ação, não se preocupando tanto em mergulhar nas dores ou nas aflições dos personagens - nesse sentido, o ponto alto é a conclusão do arco de Harvey Dent que finalmente se transforma em Duas Caras. Dent tem suas motivações claras, mas ainda assim alguns pontos soaram nebulosos para mim: a razão pela qual a psique assassinada começa a domina-lo (qual foi o gatilho para isso acontecer?) e a sua aliança (improvável) com Solomon Grundy (Fred Tatasciore) são mais dois "vacilos" do roteiro. Claro que  que eu sei que os vilões aparecem de maneira substancialmente semelhante na HQ, mas a fidelidade com a história original que funcionou muito bem na parte 1, quando o número de personagens era infinitamente menor, aqui me pareceu um pouco atropelado demais.

Veja, não que os vilões clássicos não devessem aparecer, mas é que eles simplesmente caem de paraquedas, sem nenhum pretexto aparente - tanto a já comentada Hera Venenosa, como o Espantalho (Robin Atkin Downes), o Chapeleiro Maluco (John DiMaggio) e, principalmente, o Pinguim (David Dastmalchian), poderiam ser melhor apresentados. E aqui cabe um comentário, no filme "The Batman" essa transição parece melhor desenvolvida, então se você usar as duas histórias, se posicionando na linha temporal de Gotham, é possível que sua experiência seja mais completa - a própria cena de Falcone sendo salvo por Thomas Wayne e de Bruce discutindo sobre o caráter do seu pai com Alfred, que funcionam muito bem no filme, na animação parecem até ser uma uma expansão da narrativa.

As duas partes de "Batman e o Longo dia das Bruxas" são extremamente satisfatórias, mas como adaptação acabou ficando muito presa ao material original e essas gaps apareceram na hora que a história pediu mais ação. Um pouco mais de ousadia e de tempo de tela poderiam transformar essa jornada em algo épico - uma minissérie de de 4 ou 6 episódios para estabelecer algumas relações funcionaria perfeitamente, mas também não podemos esquecer que agora temos o cinema e o HBO Max para cumprir com esse papel - o jogo não está perdido, ele está só começando. "Star Wars" que o diga! 

Vale seu play!

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A parte 2 do "Batman e o Longo dia das Bruxas" é ainda melhor, mais dinâmica, que a "parte 1", embora o roteiro vacile um pouquinho mais na transição que Gotham está vivendo devido a chegada de um vigilante noturno e justiceiro implacável como "Batman" - e mais uma vez: essa animação insere várias informações que serão relevantes, inclusive, no novo filme de Matt Reeves, "The Batman".

Na parte final de "Batman e o Longo dia das Bruxas", o assassino conhecido como Feriado (sim, o nome em inglês é muito mais charmoso) continua à solta e Batman, mesmo sofrendo com uma crise de identidade após os eventos da primeira parte, precisa ajudar Harvey Dent e o Comissário Gordon que tentam de todas as formas acabar de uma vez por todas com a onda de mortes causadas pelo serial killer,porém uma nova leva (agora) de super-vilões vem surgindo em Gotham e o Homem-Morcego precisa lidar com o peso da sua existência e o reflexo das suas ações no mundo do crime. Confira o trailer:

Obviamente que a premissa segue as consequências da primeira parte da animação, com a mesma atmosfera noir de uma Gotham, que mesmo atemporal, tem um ar “anos 30”, porém a mudança na jornada do herói parece mais claro e o que foi apenas sugerido com a presença do Coringa antes, agora ganha força e os vilões normais, mafiosos e corruptos, passam a ter a ajuda de personagens com poderes e naturalmente mais insanos - aliás, aqui pode estar uma vacilada do roteiro, pois ele não estabelece exatamente o ponto de virada e nem justifica algumas aproximações que vemos na animação, digamos que fica "subentendido": a relação de Bruce Wayne e Hera Venenosa (Katee Sackhoff), é um exemplo.

Por outro lado, essa continuação tem mais ação, não se preocupando tanto em mergulhar nas dores ou nas aflições dos personagens - nesse sentido, o ponto alto é a conclusão do arco de Harvey Dent que finalmente se transforma em Duas Caras. Dent tem suas motivações claras, mas ainda assim alguns pontos soaram nebulosos para mim: a razão pela qual a psique assassinada começa a domina-lo (qual foi o gatilho para isso acontecer?) e a sua aliança (improvável) com Solomon Grundy (Fred Tatasciore) são mais dois "vacilos" do roteiro. Claro que  que eu sei que os vilões aparecem de maneira substancialmente semelhante na HQ, mas a fidelidade com a história original que funcionou muito bem na parte 1, quando o número de personagens era infinitamente menor, aqui me pareceu um pouco atropelado demais.

Veja, não que os vilões clássicos não devessem aparecer, mas é que eles simplesmente caem de paraquedas, sem nenhum pretexto aparente - tanto a já comentada Hera Venenosa, como o Espantalho (Robin Atkin Downes), o Chapeleiro Maluco (John DiMaggio) e, principalmente, o Pinguim (David Dastmalchian), poderiam ser melhor apresentados. E aqui cabe um comentário, no filme "The Batman" essa transição parece melhor desenvolvida, então se você usar as duas histórias, se posicionando na linha temporal de Gotham, é possível que sua experiência seja mais completa - a própria cena de Falcone sendo salvo por Thomas Wayne e de Bruce discutindo sobre o caráter do seu pai com Alfred, que funcionam muito bem no filme, na animação parecem até ser uma uma expansão da narrativa.

As duas partes de "Batman e o Longo dia das Bruxas" são extremamente satisfatórias, mas como adaptação acabou ficando muito presa ao material original e essas gaps apareceram na hora que a história pediu mais ação. Um pouco mais de ousadia e de tempo de tela poderiam transformar essa jornada em algo épico - uma minissérie de de 4 ou 6 episódios para estabelecer algumas relações funcionaria perfeitamente, mas também não podemos esquecer que agora temos o cinema e o HBO Max para cumprir com esse papel - o jogo não está perdido, ele está só começando. "Star Wars" que o diga! 

Vale seu play!

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Beekeeper

Se você está disposto a mergulhar em um filme de ação raiz, bem estilo "Sylvester Stallone anos 90", nem perca seu tempo lendo essa análise, role o cursor para baixo e clique em "assista agora" que seu entretenimento está garantido!Dirigido pelo experiente David Ayer (de "Esquadrão Suicida") e estrelado pelo carismático Jason Statham, "Beekeeper: Rede de Vingança" é um verdadeiro jogo de video-game, com muita pancadaria e alguma (mas pouca) história -tudo embalado, obviamente, por uma produção caprichada. O que eu quero dizer é que aqui não dá para esperar um roteiro dos mais inteligentes e complexos, embora ele seja realmente conciso, ou performances inesquecíveis; o inegável é que o filme entrega muita diversão para quem gosta do gênero e isso é mais que suficiente!

Aposentado da organização secreta “Beekeepers”, Adam Clay (Statham) volta à ativa quando sua vizinha sofre um golpe financeiro e acaba morrendo. Ao descobrir uma rede criminosa gerenciada por um grupo influente politicamente, a missão de Adam evolui, expondo um sistema de corrupção que ameaça toda sociedade americana. Confira o trailer:

Mesmo que Ayer se esforce para criar camadas mais profundas para um mero filme de ação com uma história onde o pano de fundo explora temas como ganância, impunidade e busca por justiça, "The Beekeeper" (no original) é bom mesmo por causa da pancadaria e dos tiroteios. O roteiro, escrito por Kurt Wimmer (de "Código de Conduta") é até que bem construído, com uma dinâmica bem estabelecida, mas os diálogos, meu Deus, são fracos demais - os paralelos entre os males da sociedade contemporânea e as particularidades do ecossistema das abelhas chegam a ser constrangedores. Mas isso é um problema? Claro que não, pois quem se propõe a dar um play em um filme de Jason Statham quer mesmo é assistir as cenas de ação - muito bem coreografadas e executadas com perfeição pelo protagonista, diga-se de passagem.

A direção de Ayer, como não podia deixar de ser, sabe muito bem como é potente sua estrela. Com uma condução precisa e muito dinâmica, o diretor se apropria de takes longos e planos bem pensados para aumentar a imersão da audiência em uma história que tem o mérito de nos prender desde o início. Veja, essa é uma  história de um herói rústico, um Rambo da vida, que solitário detona os falsos mocinhos e não se importa quem é o Papa ou o Presidente dos EUA, mas simcom o que está certo e o que está errado. Em cima desse conceito que a fotografia de Gabriel Beristain (de "Viúva Negra") gira, capturando a beleza ostensiva do sucesso (leia-se dinheiro e poder) a qualquer custo e a brutalidade de um homem em busca de justiça.

"Beekeeper" é só um filme de vingança - fácil na sua essência e divertido na sua proposta. Eu diria até que em tempos tão complexos como o nosso, normalmente retratado em filmes tão mais pretensiosos, ganhar quase duas horas se entretendo com uma história tão fantasiosa quanto inocente como essa, olha, é de se aplaudir sem o receio de parecer superficial. 

Vale o seu play e a pipoca que nos acompanha!

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Se você está disposto a mergulhar em um filme de ação raiz, bem estilo "Sylvester Stallone anos 90", nem perca seu tempo lendo essa análise, role o cursor para baixo e clique em "assista agora" que seu entretenimento está garantido!Dirigido pelo experiente David Ayer (de "Esquadrão Suicida") e estrelado pelo carismático Jason Statham, "Beekeeper: Rede de Vingança" é um verdadeiro jogo de video-game, com muita pancadaria e alguma (mas pouca) história -tudo embalado, obviamente, por uma produção caprichada. O que eu quero dizer é que aqui não dá para esperar um roteiro dos mais inteligentes e complexos, embora ele seja realmente conciso, ou performances inesquecíveis; o inegável é que o filme entrega muita diversão para quem gosta do gênero e isso é mais que suficiente!

Aposentado da organização secreta “Beekeepers”, Adam Clay (Statham) volta à ativa quando sua vizinha sofre um golpe financeiro e acaba morrendo. Ao descobrir uma rede criminosa gerenciada por um grupo influente politicamente, a missão de Adam evolui, expondo um sistema de corrupção que ameaça toda sociedade americana. Confira o trailer:

Mesmo que Ayer se esforce para criar camadas mais profundas para um mero filme de ação com uma história onde o pano de fundo explora temas como ganância, impunidade e busca por justiça, "The Beekeeper" (no original) é bom mesmo por causa da pancadaria e dos tiroteios. O roteiro, escrito por Kurt Wimmer (de "Código de Conduta") é até que bem construído, com uma dinâmica bem estabelecida, mas os diálogos, meu Deus, são fracos demais - os paralelos entre os males da sociedade contemporânea e as particularidades do ecossistema das abelhas chegam a ser constrangedores. Mas isso é um problema? Claro que não, pois quem se propõe a dar um play em um filme de Jason Statham quer mesmo é assistir as cenas de ação - muito bem coreografadas e executadas com perfeição pelo protagonista, diga-se de passagem.

A direção de Ayer, como não podia deixar de ser, sabe muito bem como é potente sua estrela. Com uma condução precisa e muito dinâmica, o diretor se apropria de takes longos e planos bem pensados para aumentar a imersão da audiência em uma história que tem o mérito de nos prender desde o início. Veja, essa é uma  história de um herói rústico, um Rambo da vida, que solitário detona os falsos mocinhos e não se importa quem é o Papa ou o Presidente dos EUA, mas simcom o que está certo e o que está errado. Em cima desse conceito que a fotografia de Gabriel Beristain (de "Viúva Negra") gira, capturando a beleza ostensiva do sucesso (leia-se dinheiro e poder) a qualquer custo e a brutalidade de um homem em busca de justiça.

"Beekeeper" é só um filme de vingança - fácil na sua essência e divertido na sua proposta. Eu diria até que em tempos tão complexos como o nosso, normalmente retratado em filmes tão mais pretensiosos, ganhar quase duas horas se entretendo com uma história tão fantasiosa quanto inocente como essa, olha, é de se aplaudir sem o receio de parecer superficial. 

Vale o seu play e a pipoca que nos acompanha!

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Bloodshot

"Bloodshot" é uma agradável surpresa para quem gosta de filmes de ação, de heróis e quer entretenimento enquanto saboreia um pacote de pipoca! Partindo do principio que eu não conhecia a história do herói dos quadrinhos da editora americanaValiant Comics, posso afirmar tranquilamente que "Bloodshot" é muito divertido e extremamente bem filmado pelo diretor estreante Dave Wilson - e aqui, meu amigo, vem uma informação essencial e que refletiu perfeitamente na tela: Wilson foi Supervisor Criativo dos efeitos visuais de "Vingadores - Era de Ultron" e trabalhou em vários games como "The Division", "Mass Effect 2" e "BioShock Infinite", esse último, inclusive, foi referência fundamental na construção do mooddas cenas de ação de "Bloodshot". Confira o trailer:

Vin Diesel interpreta Ray Garrison, um soldado morto recentemente em combate que foi trazido de volta à vida pela corporação RST como um super-humano. Com um exército nano-tecnológico correndo em suas veias que regeneram os danos do seu corpo, ele se torna uma força insuperável – mais forte do que nunca e com o poder de cura instantâneo. Mas, ao controlar seu corpo, a corporação também toma controle de sua mente, especialmente das suas memórias - afinal, a forma mais eficaz de potencializar uma arma como Ray é através da vingança! Como Ray não sabe diferenciar o que é real do que não é; ele precisa descobrir a verdade a qualquer custo para se tornar independente!

QueVin Diesel consegue segurar uma franquia, isso não é segredo para ninguém. Sabemos do que ele é capaz e por isso nem nos importamos com o tamanho da sua canastrice - tem um diálogo no filme onde ele confronta o Dr. Emil Harting (Guy Pearce), que chega a ser constrangedor, mas, sinceramente, o que vale é a pancadaria e isso ele segura bem! Embora o roteiro de "Bloodshot" não seja lá um primor de originalidade, ele cumpre muito bem o seu papel - ele estabelece o universo, apresenta os personagens (novos para a grande maioria) e ainda entrega muita ação. Mesmo sendo o primeiro longa-metragem dirigido pelo Dave Wilson, ele equilibra muito bem as cenas mais poéticas com as de ação completamente frenética - ele trabalha muito bem a velocidade de captação, usando cirurgicamente as técnicas de Matrix (mas sem o movimento de eixo). A fotografia do Jacques Jouffret se encaixou perfeitamente com o estilo de Wilson - a cena no túnel é um belíssimo exemplo! Reparem!

Olha, eu diria que o diretor Dave Wilson trouxe o melhor do games de ação, um cuidado muito interessante com os efeitos visuais (seu forte) e uma sensibilidade muito grande na humanização da câmera no enquadramento dos personagens em cenas de diálogo - o que faltou então? Direção de Atores, mas se tratando de um filme de herói, não impactou no resultado final. Gostei muito, vou acompanhar esse diretor mais de perto, "Bloodshot" terá uma continuação e eu diria que a parceria Sony e Valiant Comics pode render bons frutos para ambos!

Vale a pena!

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"Bloodshot" é uma agradável surpresa para quem gosta de filmes de ação, de heróis e quer entretenimento enquanto saboreia um pacote de pipoca! Partindo do principio que eu não conhecia a história do herói dos quadrinhos da editora americanaValiant Comics, posso afirmar tranquilamente que "Bloodshot" é muito divertido e extremamente bem filmado pelo diretor estreante Dave Wilson - e aqui, meu amigo, vem uma informação essencial e que refletiu perfeitamente na tela: Wilson foi Supervisor Criativo dos efeitos visuais de "Vingadores - Era de Ultron" e trabalhou em vários games como "The Division", "Mass Effect 2" e "BioShock Infinite", esse último, inclusive, foi referência fundamental na construção do mooddas cenas de ação de "Bloodshot". Confira o trailer:

Vin Diesel interpreta Ray Garrison, um soldado morto recentemente em combate que foi trazido de volta à vida pela corporação RST como um super-humano. Com um exército nano-tecnológico correndo em suas veias que regeneram os danos do seu corpo, ele se torna uma força insuperável – mais forte do que nunca e com o poder de cura instantâneo. Mas, ao controlar seu corpo, a corporação também toma controle de sua mente, especialmente das suas memórias - afinal, a forma mais eficaz de potencializar uma arma como Ray é através da vingança! Como Ray não sabe diferenciar o que é real do que não é; ele precisa descobrir a verdade a qualquer custo para se tornar independente!

QueVin Diesel consegue segurar uma franquia, isso não é segredo para ninguém. Sabemos do que ele é capaz e por isso nem nos importamos com o tamanho da sua canastrice - tem um diálogo no filme onde ele confronta o Dr. Emil Harting (Guy Pearce), que chega a ser constrangedor, mas, sinceramente, o que vale é a pancadaria e isso ele segura bem! Embora o roteiro de "Bloodshot" não seja lá um primor de originalidade, ele cumpre muito bem o seu papel - ele estabelece o universo, apresenta os personagens (novos para a grande maioria) e ainda entrega muita ação. Mesmo sendo o primeiro longa-metragem dirigido pelo Dave Wilson, ele equilibra muito bem as cenas mais poéticas com as de ação completamente frenética - ele trabalha muito bem a velocidade de captação, usando cirurgicamente as técnicas de Matrix (mas sem o movimento de eixo). A fotografia do Jacques Jouffret se encaixou perfeitamente com o estilo de Wilson - a cena no túnel é um belíssimo exemplo! Reparem!

Olha, eu diria que o diretor Dave Wilson trouxe o melhor do games de ação, um cuidado muito interessante com os efeitos visuais (seu forte) e uma sensibilidade muito grande na humanização da câmera no enquadramento dos personagens em cenas de diálogo - o que faltou então? Direção de Atores, mas se tratando de um filme de herói, não impactou no resultado final. Gostei muito, vou acompanhar esse diretor mais de perto, "Bloodshot" terá uma continuação e eu diria que a parceria Sony e Valiant Comics pode render bons frutos para ambos!

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Coringa

É preciso dizer que "Coringa" é o melhor filme que a DC produziu desde o "Cavaleiro das Trevas" do Nolan!!! O filme é simplesmente sensacional - eu diria que quase perfeito (e mais abaixo vou explicar por onde, na minha opinião, escapou a perfeição). Algumas observações para você que está muito ansioso para assistir: o filme é uma verdadeira imersão na "sombra" do personagem, na construção da jornada de transformação e nas suas motivações. "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA. Esse novo selo da DC deu a liberdade que algumas histórias pediam e fica claro na tela que a violência, a profundidade psíquica, o cuidado no roteiro e o conceito estético são pilares que devem ser seguidos daqui para frente, porque o resultado é incrível!

"Coringa" segue a vida Arthur Fleck, um aspirante a comediante, completamente fracassado e com uma condição mental bastante peculiar onde, em determinados momentos,  o faz rir compulsivamente (normalmente o gatilho vem do seu estado emocional fragilizado ou ameaçado). Morando com mãe, Fleck é um pacato ser humano, vítima de uma sociedade elitista e preconceituosa. Aliás, aqui vem o primeiro elogio ao roteiro: situar a história no começo dos anos 80 permitiu não só construir um novo personagem como também iniciar uma gênese que pode servir de base para futuros filmes. Em "Coringa" vemos porque Gothan se tornou tão violenta e como a dinastia Wayne interferiu nessa realidade. Aliás não foi preciso citar nada além do que vemos na tela para nos sentirmos familiarizados com aquele Universo de tão bem construído que foi. Só espero que a DC saiba usar isso com inteligência e que as informações que foram veiculadas sobre a independência dos filmes desse selo seja revista, porque seria um pecado não aproveitar "Coringa" para nada!

O roteiro é poético ao mesmo tempo que é extremamente violento. O diretor Todd Phillips ("Se beber, não case") merece uma indicação ao Oscar, pois seu trabalho é simplesmente perfeito. Ele achou o tom do filme, alinhou com a espetacular atuação de Joaquin Phoenix (que também vai ser indicado) e finalizou com uma fotografia lindíssima de um surpreendente Lawrence Sher (Godzilla II e Cães de Guerra). O roteiro é super original até para quem ama o personagem e acompanha os quadrinhos, porém peca em dois únicos momentos (e aí parece muito mais culpa ou pressão do Estúdio, do que um preciosismo dos roteiristas): quando explica as alucinações de Fleck (não precisava explicar, estava claro, o corte já contava essa história, não precisava mastigar para o público - deu raiva) e quando, mais uma vez, mostra o destino dos Wayne saindo do cinema - sério, eu já não aguento mais assistir aquele colar de pérolas caindo (desperdício de oportunidade de só sugestionar uma situação e trabalhar com a memória emotiva de quem acompanha a saga do Batman há anos). A edição de som, mixagem, a trilha sonora e o desenho de produção, olha, estão primorosos!

"Coringa" vai levar Phoenix ao Oscar por entregar um personagem tão bem construído (ou mais) que Heath Ledger. A comparação será inevitável, mas injusta, pois não se trata de um filme do Batman e sim do Coringa, mas se pensarmos como uma homenagem, meu Deus, que personagem complexo e profundo que vemos nesse filme - os caras deveriam ter feito uma série sobre ele (rs)! O filme é tão bom, tão dinâmico, tão redondo, que nem vemos o tempo passar e chegamos a torcer para que ele não acabe - e são duas horas de filme!!! Puxa, é preciso admitir que foi um grande trabalho da DC e, pode apostar, vai render pelo menos umas 5 indicações no próximo Oscar - me cobrem! Grande acerto, só, por favor, não estraguem essa obra-prima com o que já está planejado!!!

Assistam o que foi, para mim, um dos melhore filmes do ano até aqui! Mesmo!!!

Up-date: "Coringa" ganhou em duas categorias no Oscar 2020: Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator!

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É preciso dizer que "Coringa" é o melhor filme que a DC produziu desde o "Cavaleiro das Trevas" do Nolan!!! O filme é simplesmente sensacional - eu diria que quase perfeito (e mais abaixo vou explicar por onde, na minha opinião, escapou a perfeição). Algumas observações para você que está muito ansioso para assistir: o filme é uma verdadeira imersão na "sombra" do personagem, na construção da jornada de transformação e nas suas motivações. "Coringa" merece servir de modelo para todos os filmes que a DC vai produzir daqui para frente, pois trouxe para o selo (black / dark) a identidade que foi se perdendo depois dos sucessos da Marvel - e aqui cabe o comentário: a DC não é a Marvel e o seu maior erro foi querer suavizar suas histórias para se enquadrar em uma classificação que não está no seu DNA. Esse novo selo da DC deu a liberdade que algumas histórias pediam e fica claro na tela que a violência, a profundidade psíquica, o cuidado no roteiro e o conceito estético são pilares que devem ser seguidos daqui para frente, porque o resultado é incrível!

"Coringa" segue a vida Arthur Fleck, um aspirante a comediante, completamente fracassado e com uma condição mental bastante peculiar onde, em determinados momentos,  o faz rir compulsivamente (normalmente o gatilho vem do seu estado emocional fragilizado ou ameaçado). Morando com mãe, Fleck é um pacato ser humano, vítima de uma sociedade elitista e preconceituosa. Aliás, aqui vem o primeiro elogio ao roteiro: situar a história no começo dos anos 80 permitiu não só construir um novo personagem como também iniciar uma gênese que pode servir de base para futuros filmes. Em "Coringa" vemos porque Gothan se tornou tão violenta e como a dinastia Wayne interferiu nessa realidade. Aliás não foi preciso citar nada além do que vemos na tela para nos sentirmos familiarizados com aquele Universo de tão bem construído que foi. Só espero que a DC saiba usar isso com inteligência e que as informações que foram veiculadas sobre a independência dos filmes desse selo seja revista, porque seria um pecado não aproveitar "Coringa" para nada!

O roteiro é poético ao mesmo tempo que é extremamente violento. O diretor Todd Phillips ("Se beber, não case") merece uma indicação ao Oscar, pois seu trabalho é simplesmente perfeito. Ele achou o tom do filme, alinhou com a espetacular atuação de Joaquin Phoenix (que também vai ser indicado) e finalizou com uma fotografia lindíssima de um surpreendente Lawrence Sher (Godzilla II e Cães de Guerra). O roteiro é super original até para quem ama o personagem e acompanha os quadrinhos, porém peca em dois únicos momentos (e aí parece muito mais culpa ou pressão do Estúdio, do que um preciosismo dos roteiristas): quando explica as alucinações de Fleck (não precisava explicar, estava claro, o corte já contava essa história, não precisava mastigar para o público - deu raiva) e quando, mais uma vez, mostra o destino dos Wayne saindo do cinema - sério, eu já não aguento mais assistir aquele colar de pérolas caindo (desperdício de oportunidade de só sugestionar uma situação e trabalhar com a memória emotiva de quem acompanha a saga do Batman há anos). A edição de som, mixagem, a trilha sonora e o desenho de produção, olha, estão primorosos!

"Coringa" vai levar Phoenix ao Oscar por entregar um personagem tão bem construído (ou mais) que Heath Ledger. A comparação será inevitável, mas injusta, pois não se trata de um filme do Batman e sim do Coringa, mas se pensarmos como uma homenagem, meu Deus, que personagem complexo e profundo que vemos nesse filme - os caras deveriam ter feito uma série sobre ele (rs)! O filme é tão bom, tão dinâmico, tão redondo, que nem vemos o tempo passar e chegamos a torcer para que ele não acabe - e são duas horas de filme!!! Puxa, é preciso admitir que foi um grande trabalho da DC e, pode apostar, vai render pelo menos umas 5 indicações no próximo Oscar - me cobrem! Grande acerto, só, por favor, não estraguem essa obra-prima com o que já está planejado!!!

Assistam o que foi, para mim, um dos melhore filmes do ano até aqui! Mesmo!!!

Up-date: "Coringa" ganhou em duas categorias no Oscar 2020: Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator!

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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

Muita gente criticou, mas eu me diverti muito assistindo "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" - mesmo entendendo a estratégia da Marvel como uma aposta complicada de realizar, já que a interdependência entre as produções vem se tornando cada vez mais latente. Por outro lado, o Estúdio vem dando uma liberdade (até surpreendente) para que os diretores imponham sua identidade ao ponto de transformar um gênero (bastante criticado por sua pasteurização) em algo cada vez mais autoral - e foi aí que Sam Raimi brilhou!

Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de "Vingadores: Ultimato", o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Jóia do Tempo. Mas uma velha conhecida coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso contextualizar onde estamos nessa complicada (e cheia de detalhes) linha temporal do MCU. Mas que fique claro, nossa função aqui não é fazer estudo aprofundado de caso e sim posicionar a audiência menos especializada em um ótimo cenário de entretenimento onde estão os filmes de heróis. Pois bem, em "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", o Dr. Stephen Strange tenta ajudar Peter Parker, que teve sua identidade revelada em "Longe de Casa", com um feitiço que acaba dando errado, criando uma certa, digamos, confusão através de vários Universos. Mas não é só isso, toda uma preparação foi criada com as séries do Disney+, "WandaVision", "Loki" e, especialmente "What if...?", que se conectam diretamente com o filme, trazendo uma sensação de complementariedade para quem assistiu e de alguma confusão para quem não assistiu.

Em "What If…?", mais especificamente no 4º episódio (embora tenhamos outras referências da série no filme), há um Stephen Strange diferente que acaba enlouquecendo. Em “E se… O Doutor Estranho perdesse o coração em vez das mãos?”, uma realidade inteira é destruída após uma sequência desastrosa de atitudes precipitadas do personagem, após a morte do amor de sua vida, Christine Palmer (Rachel McAdams), em um acidente. Seguindo essa linha narrativa, o roteirista Michael Waldron (não por coincidência, o mesmo de "Loki") se esforça ao máximo para conectar as pontas sem a necessidade de explicações muito elaboradas e, na minha opinião, ele não é tão bem sucedido - não por culpa dele, mas pela aposta da Marvel de que todos que assistem seus filmes, também assistem suas séries e estão interessados em mergulhar muito fundo naquele universo que ela vem criando.

Isoladamente, o filme continua muito divertido, com excelentes sequências de ação e um toque magistral de Raimi que traz vários elementos de terror e suspense, variando a gramática cinematográfica entre diferentes subgêneros, que vai do slasher ao psicológico, pontuando a violência gráfica sem a necessidade de impactar com "sangue" - o que interferiria diretamente na classificação do filme. Elizabeth Olsen é outro grande destaque - ela transita brilhantemente entre a doçura de Wanda e a crueldade da Feiticeira Escarlate, enquanto Benedict Cumberbatch se afasta do piadista do primeiro filme e nos apresenta seu lado infeliz, amargurado, arrependido e, ao mesmo tempo, egoísta (muito do que vimos em "What If…?", inclusive)

Em um filme que se aproveita do equilíbrio conseguido em "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", onde os ótimos efeitos em CGI estão completamente alinhados ao caráter mais místico das artes marciais, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", acaba sendo um delicioso espetáculo visual digno de um personagem que finalmente parece ter encontrado o seu tom e uma história consistente para contar. Palmas para Sam Raimi!

Assista Agora

Muita gente criticou, mas eu me diverti muito assistindo "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" - mesmo entendendo a estratégia da Marvel como uma aposta complicada de realizar, já que a interdependência entre as produções vem se tornando cada vez mais latente. Por outro lado, o Estúdio vem dando uma liberdade (até surpreendente) para que os diretores imponham sua identidade ao ponto de transformar um gênero (bastante criticado por sua pasteurização) em algo cada vez mais autoral - e foi aí que Sam Raimi brilhou!

Em "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", após derrotar Dormammu e enfrentar Thanos nos eventos de "Vingadores: Ultimato", o Mago Supremo, Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), e seu parceiro Wong (Benedict Wong), continuam suas pesquisas sobre a Jóia do Tempo. Mas uma velha conhecida coloca um ponto final nos seus planos e faz com que Strange desencadeie um mal indescritível, o obrigando a enfrentar uma nova e poderosa ameaça. Confira o trailer:

Antes de mais nada é preciso contextualizar onde estamos nessa complicada (e cheia de detalhes) linha temporal do MCU. Mas que fique claro, nossa função aqui não é fazer estudo aprofundado de caso e sim posicionar a audiência menos especializada em um ótimo cenário de entretenimento onde estão os filmes de heróis. Pois bem, em "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa", o Dr. Stephen Strange tenta ajudar Peter Parker, que teve sua identidade revelada em "Longe de Casa", com um feitiço que acaba dando errado, criando uma certa, digamos, confusão através de vários Universos. Mas não é só isso, toda uma preparação foi criada com as séries do Disney+, "WandaVision", "Loki" e, especialmente "What if...?", que se conectam diretamente com o filme, trazendo uma sensação de complementariedade para quem assistiu e de alguma confusão para quem não assistiu.

Em "What If…?", mais especificamente no 4º episódio (embora tenhamos outras referências da série no filme), há um Stephen Strange diferente que acaba enlouquecendo. Em “E se… O Doutor Estranho perdesse o coração em vez das mãos?”, uma realidade inteira é destruída após uma sequência desastrosa de atitudes precipitadas do personagem, após a morte do amor de sua vida, Christine Palmer (Rachel McAdams), em um acidente. Seguindo essa linha narrativa, o roteirista Michael Waldron (não por coincidência, o mesmo de "Loki") se esforça ao máximo para conectar as pontas sem a necessidade de explicações muito elaboradas e, na minha opinião, ele não é tão bem sucedido - não por culpa dele, mas pela aposta da Marvel de que todos que assistem seus filmes, também assistem suas séries e estão interessados em mergulhar muito fundo naquele universo que ela vem criando.

Isoladamente, o filme continua muito divertido, com excelentes sequências de ação e um toque magistral de Raimi que traz vários elementos de terror e suspense, variando a gramática cinematográfica entre diferentes subgêneros, que vai do slasher ao psicológico, pontuando a violência gráfica sem a necessidade de impactar com "sangue" - o que interferiria diretamente na classificação do filme. Elizabeth Olsen é outro grande destaque - ela transita brilhantemente entre a doçura de Wanda e a crueldade da Feiticeira Escarlate, enquanto Benedict Cumberbatch se afasta do piadista do primeiro filme e nos apresenta seu lado infeliz, amargurado, arrependido e, ao mesmo tempo, egoísta (muito do que vimos em "What If…?", inclusive)

Em um filme que se aproveita do equilíbrio conseguido em "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", onde os ótimos efeitos em CGI estão completamente alinhados ao caráter mais místico das artes marciais, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", acaba sendo um delicioso espetáculo visual digno de um personagem que finalmente parece ter encontrado o seu tom e uma história consistente para contar. Palmas para Sam Raimi!

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Eternos

"Eternos" é mais um filme de heróis e absolutamente nada mais do que isso. É ruim? Não, longe disso - continua sendo um bom entretenimento, mas que não traz nenhum sopro de criatividade como as recentes séries exclusivas para o streaming vem fazendo, por exemplo. O que "Eternos" traz é uma tentativa de transformar um grupo desconhecido de heróis (e aqui não estou falando com especialistas do universo nerd) em importantes peças para a continuidade do MCU onde, lá na frente, tudo isso fará um sentido maior. Ah, e tem outro elemento que pode chamar atenção dos mais atentos: a tentativa de uma identidade mais autoral da diretora Chloé Zhao (vencedora do Oscar por seu belíssimo Nomadland), que infelizmente não encaixou tão bem na proposta dinâmica de um filme de herói - como fez, por exemplo, Zack Snyder em "O Homem de Aço" (de 2003).

No filme acompanhamos os Eternos, seres super poderosos com características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, frutos de experiências de seu próprio criador, o Celestial Arishem, desde o surgimento da Terra há milhões de anos. Criados para a salvar o mundo dos Deviantes, os Eternos convivem com a humanidade através de séculos com esse único objetivo, sendo impedidos de interferir em qualquer outra situação que possa impedir a evolução dos humanos - mesmo que a duras penas. Depois de extinguir os Deviantes o grupo de heróis se separa, mas após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato (2019), eles precisam se reunir novamente para enfrentar uma nova ameaça. Muitos conflitos internos surgem, entre o amor que sentem pela Terra e a necessidade de protegê-la acima de tudo, e a fé naquilo que está acima deles. Confira o trailer:

De fato "Eternos" é grandioso, mas o impacto de uma marketing duvidoso em compara-lo com toda uma saga construída por anos como a dos "Vingadores" certamente jogou mais contra do que a favor - é até injusto, pois ainda não temos uma conexão profunda com os personagens, muitos menos com seu propósito heróico e sua importância para o planeta dentro daquele contexto. 

Além disso, existe uma reclamação quase repetitiva de que os recentes filmes (apenas filmes) da Marvel se encontram em uma espécie de estado de inércia. Suas produções vem se padronizando apenas como uma experiência de entretenimento dinâmico, com muitos (cada vez mais) alívios cômicos, mas pouco ou quase nada de profundidade emocional. Obviamente que isso não surpreende, da mesma forma que também não pode incomodar os amantes do MCU, afinal estamos falando de um "filme de herói". A grande questão, porém, é que o gênero deixou de surpreender com antes, mesmo continuando sendo muito divertido de assistir. "Eternos" tem tudo que a cartilha pede: ação, CGI, pancadaria, piadinhas, perigo de extinção da raça humana e final feliz - e até aí está tudo certo, mas essa situação começa a preocupar quando nem uma diretora como Zhao consegue entregar algo novo - e olha que ela tentou. Sim, ela traz alguns planos mais poéticos, enquadramentos mais reflexivos, com o sol de contra-luz e a câmera de baixo pra cima, além de algumas panorâmicas contemplativas; o que faltou mesmo foi mergulhar nas dores dos personagens, criar camadas, provocar suas fraquezas e ela tinha esse poder por ser também roteirista - Richard Donner fez isso com Super-Homem em 1978. 

A conclusão acaba sendo muito simples: "Eternos" não vai te surpreender, mas vai te divertir - se para você basta, dê o play sem medo porque serão mais de duas horas e meia de diversão; e mesmo com todas as alegorias religiosas e mitológicas que estão escondidas no roteiro de Zhao, você não vai encontrar uma história que vai além do que já estamos acostumados.

Dito isso, vale o play pelo entretenimento e pela expectativa de mordermos a língua quando o quebra-cabeça estiver completo "Deus lá sabe quando"!

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"Eternos" é mais um filme de heróis e absolutamente nada mais do que isso. É ruim? Não, longe disso - continua sendo um bom entretenimento, mas que não traz nenhum sopro de criatividade como as recentes séries exclusivas para o streaming vem fazendo, por exemplo. O que "Eternos" traz é uma tentativa de transformar um grupo desconhecido de heróis (e aqui não estou falando com especialistas do universo nerd) em importantes peças para a continuidade do MCU onde, lá na frente, tudo isso fará um sentido maior. Ah, e tem outro elemento que pode chamar atenção dos mais atentos: a tentativa de uma identidade mais autoral da diretora Chloé Zhao (vencedora do Oscar por seu belíssimo Nomadland), que infelizmente não encaixou tão bem na proposta dinâmica de um filme de herói - como fez, por exemplo, Zack Snyder em "O Homem de Aço" (de 2003).

No filme acompanhamos os Eternos, seres super poderosos com características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, frutos de experiências de seu próprio criador, o Celestial Arishem, desde o surgimento da Terra há milhões de anos. Criados para a salvar o mundo dos Deviantes, os Eternos convivem com a humanidade através de séculos com esse único objetivo, sendo impedidos de interferir em qualquer outra situação que possa impedir a evolução dos humanos - mesmo que a duras penas. Depois de extinguir os Deviantes o grupo de heróis se separa, mas após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato (2019), eles precisam se reunir novamente para enfrentar uma nova ameaça. Muitos conflitos internos surgem, entre o amor que sentem pela Terra e a necessidade de protegê-la acima de tudo, e a fé naquilo que está acima deles. Confira o trailer:

De fato "Eternos" é grandioso, mas o impacto de uma marketing duvidoso em compara-lo com toda uma saga construída por anos como a dos "Vingadores" certamente jogou mais contra do que a favor - é até injusto, pois ainda não temos uma conexão profunda com os personagens, muitos menos com seu propósito heróico e sua importância para o planeta dentro daquele contexto. 

Além disso, existe uma reclamação quase repetitiva de que os recentes filmes (apenas filmes) da Marvel se encontram em uma espécie de estado de inércia. Suas produções vem se padronizando apenas como uma experiência de entretenimento dinâmico, com muitos (cada vez mais) alívios cômicos, mas pouco ou quase nada de profundidade emocional. Obviamente que isso não surpreende, da mesma forma que também não pode incomodar os amantes do MCU, afinal estamos falando de um "filme de herói". A grande questão, porém, é que o gênero deixou de surpreender com antes, mesmo continuando sendo muito divertido de assistir. "Eternos" tem tudo que a cartilha pede: ação, CGI, pancadaria, piadinhas, perigo de extinção da raça humana e final feliz - e até aí está tudo certo, mas essa situação começa a preocupar quando nem uma diretora como Zhao consegue entregar algo novo - e olha que ela tentou. Sim, ela traz alguns planos mais poéticos, enquadramentos mais reflexivos, com o sol de contra-luz e a câmera de baixo pra cima, além de algumas panorâmicas contemplativas; o que faltou mesmo foi mergulhar nas dores dos personagens, criar camadas, provocar suas fraquezas e ela tinha esse poder por ser também roteirista - Richard Donner fez isso com Super-Homem em 1978. 

A conclusão acaba sendo muito simples: "Eternos" não vai te surpreender, mas vai te divertir - se para você basta, dê o play sem medo porque serão mais de duas horas e meia de diversão; e mesmo com todas as alegorias religiosas e mitológicas que estão escondidas no roteiro de Zhao, você não vai encontrar uma história que vai além do que já estamos acostumados.

Dito isso, vale o play pelo entretenimento e pela expectativa de mordermos a língua quando o quebra-cabeça estiver completo "Deus lá sabe quando"!

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Falcão e o Soldado Invernal

Diferente de "WandaVision", "Falcão e o Soldado Invernal" não me pareceu uma série essencial para a nova fase que a Marvel está construindo, agora com o suporte do serviço de streaming da Disney; mas é! Claro que não falo isso como critica, ou diminuindo a qualidade da série, muito pelo contrário, achei a série divertida, bem produzida e, embora com algumas subtramas frágeis como a de Sharon Carter (Emily VanCamp), me satisfez como audiência que acompanha filmes de heróis.

E é isso: se você gosta de filmes de heróis, a série vai te agradar!

Sam Wilson (Anthony Mackie) desde os acontecimentos de "Ultimato" recebe o legado de ser o dono do escudo do Capitão América, pois Steve o escolhe ao invés de Bucky (Sebastian Stan). Entretanto, o Falcão abdica do símbolo, mas o governo dos Estados Unidos não vai ficar sem um Sentinela da Liberdade, sem uma peça de marketing tão potente em um momento onde o mundo está se reconstruindo. Enquanto isso, um grupo denominado Apátridas se forma para derrubar as fronteiras das nações, buscando unir o mundo e criar um só território, com igualdade e paz. 

Se em "WandaVision" tivemos uma trama que se apropriava com muita criatividade de um relato profundo de uma mulher em luto e perturbada pela solidão, em "Falcão e o Soldado Invernal" a questão é muito mais politica e filosófica, trazendo uma grande discussão sobre fronteiras, legados e símbolos. A partir dessa observação fica claro para quem acompanha o MCU que a série quer expandir alguns pontos pessoais dos personagens. Na série, enquanto o "Falcão" tenta se convencer que pode ser o novo Capitão América, o "Soldado Invernal" busca reparar o mal que causou em seus dias como assassino da HIDRA. 

O surgimento de um novo Capitão América na figura de John Walker (Wyatt Russell), os atentados dos Apátridas, e até o retorno de Batroc (Georges St-Pierre) contribuem de alguma forma para que a série discuta sobre conceitos de justiça que vão além do maniqueísmo simplista de “bem e mal”, além, obviamente, de proporcionar ótimas cenas de ação e de se estabelecer como um excelente entretenimento - as sequências com os heróis atuando são espetaculares. Acontece que o conceito inicial de expandir histórias, fica um pouco raso devido a quantidade de pontas que o roteiro abre e que rapidamente precisa fechar, nos dando a impressão de não nos levar a lugar algum. 

E é apenas uma impressão, já que no final da temporada é possível imaginar como a Marvel vai se aproveitar de toda essa jornada. Novos personagens são inseridos e outros foram bem recuperados, porém é preciso ser dito: faltou roteiro para segurar 6 horas de série - os episódios vacilaram muito. Olhando em retrospectiva isso não é um problema já que o Kevin Feige é mestre em usar uma passagem aparentemente sem importância para criar o link necessário para algo que realmente vai mover a história, eu só acho que, depois de "WandaVision", algo espetacular estava sendo construído e que "Falcão e o Soldado Invernal" nos entregaria mais que o Blip de Thanos nos entregou em "Vingadores: Ultimato".

"Falcão e o Soldado Invernal" vale a pena, é muito visual mas não tem uma história inesquecível... pelo menos até sabermos que sua continuidade não se dará na segunda temporada e sim em uma obra série ("Armor Wars") ou em um filme que será produzido em breve (Capitão América 4)!

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Diferente de "WandaVision", "Falcão e o Soldado Invernal" não me pareceu uma série essencial para a nova fase que a Marvel está construindo, agora com o suporte do serviço de streaming da Disney; mas é! Claro que não falo isso como critica, ou diminuindo a qualidade da série, muito pelo contrário, achei a série divertida, bem produzida e, embora com algumas subtramas frágeis como a de Sharon Carter (Emily VanCamp), me satisfez como audiência que acompanha filmes de heróis.

E é isso: se você gosta de filmes de heróis, a série vai te agradar!

Sam Wilson (Anthony Mackie) desde os acontecimentos de "Ultimato" recebe o legado de ser o dono do escudo do Capitão América, pois Steve o escolhe ao invés de Bucky (Sebastian Stan). Entretanto, o Falcão abdica do símbolo, mas o governo dos Estados Unidos não vai ficar sem um Sentinela da Liberdade, sem uma peça de marketing tão potente em um momento onde o mundo está se reconstruindo. Enquanto isso, um grupo denominado Apátridas se forma para derrubar as fronteiras das nações, buscando unir o mundo e criar um só território, com igualdade e paz. 

Se em "WandaVision" tivemos uma trama que se apropriava com muita criatividade de um relato profundo de uma mulher em luto e perturbada pela solidão, em "Falcão e o Soldado Invernal" a questão é muito mais politica e filosófica, trazendo uma grande discussão sobre fronteiras, legados e símbolos. A partir dessa observação fica claro para quem acompanha o MCU que a série quer expandir alguns pontos pessoais dos personagens. Na série, enquanto o "Falcão" tenta se convencer que pode ser o novo Capitão América, o "Soldado Invernal" busca reparar o mal que causou em seus dias como assassino da HIDRA. 

O surgimento de um novo Capitão América na figura de John Walker (Wyatt Russell), os atentados dos Apátridas, e até o retorno de Batroc (Georges St-Pierre) contribuem de alguma forma para que a série discuta sobre conceitos de justiça que vão além do maniqueísmo simplista de “bem e mal”, além, obviamente, de proporcionar ótimas cenas de ação e de se estabelecer como um excelente entretenimento - as sequências com os heróis atuando são espetaculares. Acontece que o conceito inicial de expandir histórias, fica um pouco raso devido a quantidade de pontas que o roteiro abre e que rapidamente precisa fechar, nos dando a impressão de não nos levar a lugar algum. 

E é apenas uma impressão, já que no final da temporada é possível imaginar como a Marvel vai se aproveitar de toda essa jornada. Novos personagens são inseridos e outros foram bem recuperados, porém é preciso ser dito: faltou roteiro para segurar 6 horas de série - os episódios vacilaram muito. Olhando em retrospectiva isso não é um problema já que o Kevin Feige é mestre em usar uma passagem aparentemente sem importância para criar o link necessário para algo que realmente vai mover a história, eu só acho que, depois de "WandaVision", algo espetacular estava sendo construído e que "Falcão e o Soldado Invernal" nos entregaria mais que o Blip de Thanos nos entregou em "Vingadores: Ultimato".

"Falcão e o Soldado Invernal" vale a pena, é muito visual mas não tem uma história inesquecível... pelo menos até sabermos que sua continuidade não se dará na segunda temporada e sim em uma obra série ("Armor Wars") ou em um filme que será produzido em breve (Capitão América 4)!

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Flash

Por mais que meu comentário possa parecer redundante, é preciso pontuar alguns detalhes antes de entrarmos em uma análise mais profunda: "Flash" é um filme de herói e como tal, eu diria que é um ótimo entretenimento para quem gosta do gênero - embora tenha alguns gaps de roteiro que provavelmente se devem as incontáveis montagens e alterações que o filme sofreu para se adequar ao novo DCU. Ao olhar para o filme como uma obra individual, tenha certeza que sua diversão está garantida (mesmo que para o meu gosto, ainda falte uma identidade estética para a DC desde que Zack Snyder deixou a direção artística do Estúdio). A síndrome de vira-lata da DC em querer transformar seus projetos em um conjunto de "piadinhas" como da Marvel, chega a irritar mesmo tendo momentos engraçados - mas isso a gente deixa para os fãs discutirem. O fato é que essa adaptação livremente baseada na HQ do personagem, "Ponto de Ignição", tem mais méritos do que problemas e se o James Gunn e o Peter Safran forem inteligentes (e acho que são), o pontapé inicial que eles precisavam para a nova fase, sem jogar fora tudo que já foi produzido até aqui, está no filme!

Depois dos eventos de "Liga da Justiça", Barry Allen decide viajar no tempo para evitar o assassinato de sua mãe, pelo qual seu pai foi injustamente condenado. O que ele não imaginava é que essa escolha teria consequências catastróficas para todo universo. Ao voltar no tempo, Allen se vê em uma espécie de efeito borboleta que vai muito além do seu drama pessoal, com isso ele precisa voltar ao seu plano original para tentar reestabelecer a ordem natural das coisas. Confira o trailer:

O criativo Andy Muschietti (que alcançou fama mundial após comandar os dois capítulos do terror "IT") faz um trabalho primoroso ao trazer elementos visuais vibrantes e muito bem estilizados de um personagem secundário da DC que veio ganhando cada vez mais a atenção do grande público. É perceptível que Muschietti ainda titubeia entre as cenas de ação e a narrativa mais dramática do roteiro, no entanto é preciso elogiar sua capacidade de criar uma dinâmica eletrizante para contar essa história. Os efeitos visuais oscilam entre a alta qualidade que dá vida à velocidade impressionante do Flash e as composições "Chapolin Colorado" de alguns eventos do filme como, por exemplo, a cena dos bebês em perigo do prólogo - os bebês eram tão falsos que nem angustiados ficamos. É importante ressaltar aqui, como a fotografia do inglês Henry Braham (parceiro de Gunn em "O Esquadrão Suicida") é importante: ele  brinca com o conceito de tempo e espaço, utilizando técnicas de câmera lenta e panorâmicas rápidas para transmitir a sensação de movimento supersônico com maestria. Golaço do filme!

Jogando um pouco na contramão do "épico de herói" com muita inteligência, "Flash" sabe aproveitar o drama emocionalmente marcante - algo como vimos no "Batman" do Nolan (não na forma, mas no conceito). O filme sabe muito bem mergulhar fundo nas consequências das escolhas do personagem fortalecendo o dilema central de sacrificar sua felicidade pessoal em prol de um mundo melhor - o relacionamento entre Barry e sua mãe Iris West (Kiersey Clemons), simboliza exatamente esse paradoxo! A relação entre eles na linha do tempo alternativa, adiciona uma dimensão de afeto e saudade que resolve o problema da falta de desenvolvimento que precede o drama de seu pai (Ron Livingston) e que potencializa os eventos do terceiro ato conectando toda a jornada do protagonista com um tom mais clássico.

Se o clímax de "Flash" está justamente na colisão dos mundos ao assumir que a sequência é um retalho de referências e homenagens que vão de Christopher Reeve até Nicolas Cage, passando por Jack Nicholson e até Adam West, fica fácil argumentar que estamos diante de um final de ciclo e de um inicio promissor de outro (essencialmente se o novo Batman for o George Clooney - se não for, Gunn pode ter perdido uma oportunidade marcante de apresentar o novo personagem e você vai entender ao assistir o filme). A verdade é que "Flash", surpreendentemente, cumpre muito bem o seu papel e não apenas como uma peça de quebra-cabeça, mas sim como um novo olhar para uma jornada que explora as consequências das escolhas e o peso do sacrifício pessoal perante o todo, mesmo que repleto de ação, alguma emoção e até funcionando como gatilho para um futuro que nos gera boas expectativas - então que venha "Superman: Legacy"!

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Por mais que meu comentário possa parecer redundante, é preciso pontuar alguns detalhes antes de entrarmos em uma análise mais profunda: "Flash" é um filme de herói e como tal, eu diria que é um ótimo entretenimento para quem gosta do gênero - embora tenha alguns gaps de roteiro que provavelmente se devem as incontáveis montagens e alterações que o filme sofreu para se adequar ao novo DCU. Ao olhar para o filme como uma obra individual, tenha certeza que sua diversão está garantida (mesmo que para o meu gosto, ainda falte uma identidade estética para a DC desde que Zack Snyder deixou a direção artística do Estúdio). A síndrome de vira-lata da DC em querer transformar seus projetos em um conjunto de "piadinhas" como da Marvel, chega a irritar mesmo tendo momentos engraçados - mas isso a gente deixa para os fãs discutirem. O fato é que essa adaptação livremente baseada na HQ do personagem, "Ponto de Ignição", tem mais méritos do que problemas e se o James Gunn e o Peter Safran forem inteligentes (e acho que são), o pontapé inicial que eles precisavam para a nova fase, sem jogar fora tudo que já foi produzido até aqui, está no filme!

Depois dos eventos de "Liga da Justiça", Barry Allen decide viajar no tempo para evitar o assassinato de sua mãe, pelo qual seu pai foi injustamente condenado. O que ele não imaginava é que essa escolha teria consequências catastróficas para todo universo. Ao voltar no tempo, Allen se vê em uma espécie de efeito borboleta que vai muito além do seu drama pessoal, com isso ele precisa voltar ao seu plano original para tentar reestabelecer a ordem natural das coisas. Confira o trailer:

O criativo Andy Muschietti (que alcançou fama mundial após comandar os dois capítulos do terror "IT") faz um trabalho primoroso ao trazer elementos visuais vibrantes e muito bem estilizados de um personagem secundário da DC que veio ganhando cada vez mais a atenção do grande público. É perceptível que Muschietti ainda titubeia entre as cenas de ação e a narrativa mais dramática do roteiro, no entanto é preciso elogiar sua capacidade de criar uma dinâmica eletrizante para contar essa história. Os efeitos visuais oscilam entre a alta qualidade que dá vida à velocidade impressionante do Flash e as composições "Chapolin Colorado" de alguns eventos do filme como, por exemplo, a cena dos bebês em perigo do prólogo - os bebês eram tão falsos que nem angustiados ficamos. É importante ressaltar aqui, como a fotografia do inglês Henry Braham (parceiro de Gunn em "O Esquadrão Suicida") é importante: ele  brinca com o conceito de tempo e espaço, utilizando técnicas de câmera lenta e panorâmicas rápidas para transmitir a sensação de movimento supersônico com maestria. Golaço do filme!

Jogando um pouco na contramão do "épico de herói" com muita inteligência, "Flash" sabe aproveitar o drama emocionalmente marcante - algo como vimos no "Batman" do Nolan (não na forma, mas no conceito). O filme sabe muito bem mergulhar fundo nas consequências das escolhas do personagem fortalecendo o dilema central de sacrificar sua felicidade pessoal em prol de um mundo melhor - o relacionamento entre Barry e sua mãe Iris West (Kiersey Clemons), simboliza exatamente esse paradoxo! A relação entre eles na linha do tempo alternativa, adiciona uma dimensão de afeto e saudade que resolve o problema da falta de desenvolvimento que precede o drama de seu pai (Ron Livingston) e que potencializa os eventos do terceiro ato conectando toda a jornada do protagonista com um tom mais clássico.

Se o clímax de "Flash" está justamente na colisão dos mundos ao assumir que a sequência é um retalho de referências e homenagens que vão de Christopher Reeve até Nicolas Cage, passando por Jack Nicholson e até Adam West, fica fácil argumentar que estamos diante de um final de ciclo e de um inicio promissor de outro (essencialmente se o novo Batman for o George Clooney - se não for, Gunn pode ter perdido uma oportunidade marcante de apresentar o novo personagem e você vai entender ao assistir o filme). A verdade é que "Flash", surpreendentemente, cumpre muito bem o seu papel e não apenas como uma peça de quebra-cabeça, mas sim como um novo olhar para uma jornada que explora as consequências das escolhas e o peso do sacrifício pessoal perante o todo, mesmo que repleto de ação, alguma emoção e até funcionando como gatilho para um futuro que nos gera boas expectativas - então que venha "Superman: Legacy"!

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Fragmentado

Eu já disse uma vez e não canso de repetir: um dos melhores elogios que um diretor pode receber é quando o publico vê em seu filme o reflexo do seu estilo, do seu trabalho técnico, e isso é muito fácil de encontrar nos filmes do Shyamalan - quando ele acerta e quando ele erra. Ele é criativo demais, ele coloca a câmera sempre em lugares inusitados, os movimentos contam a história sem a necessidade de muitos cortes, ele brinca com os eixos como ninguém e quando o gênero é suspense, o cara domina a gramática como poucos!!! Sou fã do Shyamalan, sempre fui e acho ele um excelente diretor!!!

Pois bem, em "Fragmentado" ele parece ter retomado o que sabe fazer de melhor: nos envolver em uma trama misteriosa onde as respostas vão surgindo conforme a história se desenrola e muitas vezes, nos surpreendendo. Dennis (McAvoy) sequestra três estudantes aparentemente sem motivo algum e ao mantê-las em cativeiro ele vai desenvolvendo uma relação extremamente complexa com as meninas a ponto de duvidarmos da sua consciência. Claro que o filme foca nas multi-personalidades do protagonista, mas na forma com é conduzida. a história passa a ser muito mais interessante do que propriamente pelo seu conteúdo. Confira o trailer:

É um fato que "Fragmentado" funciona como entretenimento com um toque de suspense!!! Como mencionei, o filme é interessante, mas está longe de ser uma obra prima... e ainda bem!!!! Sem dúvida é o melhor filme dele depois da "Vila", mas, olha a crueldade: ainda é um filme inferior à "Sinais", "Corpo Fechado" e, claro, "Sexto Sentido". 

O engraçado é que todo mundo, por muito tempo, assistiu os filmes do Shyamalan esperando a mesma fórmula de sucesso do Sexto Sentido, um plot twist matador no último ato, algo incrivelmente surpreendente que mudasse completamente nosso entendimento e fizesse nossa cabeça explodir! O problema é que ele acabou caindo no erro de querer defender essa expectativa em todo filme e foi decepcionando gradativamente o seu público até cair no ostracismo! Por que estou falando isso? Em  "Fragmentado" ele foge dessa fórmula, mas não abre mão de sua aposta no diálogo bem construído, equilibrando o drama psicológico com uma narrativa estereotipada de gênero que funciona perfeitamente!

"Fragmentado" se torna, no mínimo, um filme divertido, mas no finalzinho que ele vacila ao querer agradar demais seus fãs para um futuro cross-over - ok, tem o propósito de provocar a audiência, claro, mas será que se sustenta, será que faz sentido? Eu admito que curti, mas prefiro esperar pra ver se vai funcionar mesmo! Por enquanto, aperto o play porque você vai se divertir!

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Eu já disse uma vez e não canso de repetir: um dos melhores elogios que um diretor pode receber é quando o publico vê em seu filme o reflexo do seu estilo, do seu trabalho técnico, e isso é muito fácil de encontrar nos filmes do Shyamalan - quando ele acerta e quando ele erra. Ele é criativo demais, ele coloca a câmera sempre em lugares inusitados, os movimentos contam a história sem a necessidade de muitos cortes, ele brinca com os eixos como ninguém e quando o gênero é suspense, o cara domina a gramática como poucos!!! Sou fã do Shyamalan, sempre fui e acho ele um excelente diretor!!!

Pois bem, em "Fragmentado" ele parece ter retomado o que sabe fazer de melhor: nos envolver em uma trama misteriosa onde as respostas vão surgindo conforme a história se desenrola e muitas vezes, nos surpreendendo. Dennis (McAvoy) sequestra três estudantes aparentemente sem motivo algum e ao mantê-las em cativeiro ele vai desenvolvendo uma relação extremamente complexa com as meninas a ponto de duvidarmos da sua consciência. Claro que o filme foca nas multi-personalidades do protagonista, mas na forma com é conduzida. a história passa a ser muito mais interessante do que propriamente pelo seu conteúdo. Confira o trailer:

É um fato que "Fragmentado" funciona como entretenimento com um toque de suspense!!! Como mencionei, o filme é interessante, mas está longe de ser uma obra prima... e ainda bem!!!! Sem dúvida é o melhor filme dele depois da "Vila", mas, olha a crueldade: ainda é um filme inferior à "Sinais", "Corpo Fechado" e, claro, "Sexto Sentido". 

O engraçado é que todo mundo, por muito tempo, assistiu os filmes do Shyamalan esperando a mesma fórmula de sucesso do Sexto Sentido, um plot twist matador no último ato, algo incrivelmente surpreendente que mudasse completamente nosso entendimento e fizesse nossa cabeça explodir! O problema é que ele acabou caindo no erro de querer defender essa expectativa em todo filme e foi decepcionando gradativamente o seu público até cair no ostracismo! Por que estou falando isso? Em  "Fragmentado" ele foge dessa fórmula, mas não abre mão de sua aposta no diálogo bem construído, equilibrando o drama psicológico com uma narrativa estereotipada de gênero que funciona perfeitamente!

"Fragmentado" se torna, no mínimo, um filme divertido, mas no finalzinho que ele vacila ao querer agradar demais seus fãs para um futuro cross-over - ok, tem o propósito de provocar a audiência, claro, mas será que se sustenta, será que faz sentido? Eu admito que curti, mas prefiro esperar pra ver se vai funcionar mesmo! Por enquanto, aperto o play porque você vai se divertir!

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Free Guy

“Free Guy"  que no Brasil ganhou o subtítulo de "Assumindo o Controle” é uma mistura de vários filmes que deram certo como, por exemplo, “Jogador Nº 1” e “O Show de Truman”, mas as semelhanças vão além!

Na trama, Guy (Ryan Reynalds) é um personagem "não-jogável" (NPC) em Free City, um jogo de RPG online. Sem saber que o mundo em que vive é um videogame, ele trabalha como caixa de banco em uma entediante rotina, que se repete diversas vezes (como no clássico “O Feitiço do Tempo”). No jogo, Millie (Jodie Comer), conhecida como Molotov Girl, chama a atenção de Guy cantando sua música favorita da Mariah Carey, é aí que ele começa a se desviar de sua programação. Mas é quando Guy pega um óculos de um jogador, que ele passa a ver Free City através de uma versão única da interface e, surpreendentemente, acaba virando um jogador. Agora ele precisa aceitar sua realidade e lidar com o fato de que é o único personagem-jogável que pode salvar o mundo. Confira o trailer:

Os clichês frequentes acabam tirando o brilho de um filme que poderia ser tão mais criativo e original quanto “Jogador Nº 1” - ainda mais tendo como um dos roteiristas Zak Penn que também colaborou para o filme de Steven Spielberg. Mas em um longa visualmente atrativo e com os carismáticos Ryan Reynalds e Jodie Comer no elenco, chegar até o final e sentir aquele gostinho de que a aventura tinha muito potencial e foi desperdiçada por excessivos clichês acaba sendo um pouco frustrante.

Ainda assim, os efeitos especiais e visuais são mágicos e criam uma dimensão bastante imersiva. É evidente que a aventura descompromissada funciona e entrega momentos divertidíssimos que incluem ótimas sequências de ação e referências da cultura pop. Uma trilha sonora bem gostosinha (daquelas que procuramos a playlist para ouvir) também é um dos bons ingredientes do filme. A canção “Fantasy” da Mariah Carey gruda como chiclete.

“Free Guy” diverte e garante boas risadas, mas não é nenhuma aventura que você já não tenha visto antes, mas se você gosta do estilo "Ryan Reynalds" de filmes, vale o seu play!

Escrito por Mark Hewes - uma parceria @indiqueipraver

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“Free Guy"  que no Brasil ganhou o subtítulo de "Assumindo o Controle” é uma mistura de vários filmes que deram certo como, por exemplo, “Jogador Nº 1” e “O Show de Truman”, mas as semelhanças vão além!

Na trama, Guy (Ryan Reynalds) é um personagem "não-jogável" (NPC) em Free City, um jogo de RPG online. Sem saber que o mundo em que vive é um videogame, ele trabalha como caixa de banco em uma entediante rotina, que se repete diversas vezes (como no clássico “O Feitiço do Tempo”). No jogo, Millie (Jodie Comer), conhecida como Molotov Girl, chama a atenção de Guy cantando sua música favorita da Mariah Carey, é aí que ele começa a se desviar de sua programação. Mas é quando Guy pega um óculos de um jogador, que ele passa a ver Free City através de uma versão única da interface e, surpreendentemente, acaba virando um jogador. Agora ele precisa aceitar sua realidade e lidar com o fato de que é o único personagem-jogável que pode salvar o mundo. Confira o trailer:

Os clichês frequentes acabam tirando o brilho de um filme que poderia ser tão mais criativo e original quanto “Jogador Nº 1” - ainda mais tendo como um dos roteiristas Zak Penn que também colaborou para o filme de Steven Spielberg. Mas em um longa visualmente atrativo e com os carismáticos Ryan Reynalds e Jodie Comer no elenco, chegar até o final e sentir aquele gostinho de que a aventura tinha muito potencial e foi desperdiçada por excessivos clichês acaba sendo um pouco frustrante.

Ainda assim, os efeitos especiais e visuais são mágicos e criam uma dimensão bastante imersiva. É evidente que a aventura descompromissada funciona e entrega momentos divertidíssimos que incluem ótimas sequências de ação e referências da cultura pop. Uma trilha sonora bem gostosinha (daquelas que procuramos a playlist para ouvir) também é um dos bons ingredientes do filme. A canção “Fantasy” da Mariah Carey gruda como chiclete.

“Free Guy” diverte e garante boas risadas, mas não é nenhuma aventura que você já não tenha visto antes, mas se você gosta do estilo "Ryan Reynalds" de filmes, vale o seu play!

Escrito por Mark Hewes - uma parceria @indiqueipraver

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Halo

Existem duas formas de assistir "Halo" da Paramount+. A primeira, obviamente, é para quem conhece o valor estético e narrativo da franquia de videogames da Microsoft. A segunda, por outro lado, é para quem caiu de "para-quedas" na esperança de encontrar uma série de ficção cientifica com uma história interessante e que fosse, de alguma forma, um entretenimento da melhor qualidade. Pois bem, posso te garantir que para ambos, "Halo" cumpre o seu papel! Se em um primeiro olhar o projeto criado pelo Steven Kane (de "Jack Ryan") e pelo Kyle Killen (de "Awake") traz uma premissa mais existencial sobre a humanidade e o seu valor transformador perante o universo (ao melhor estilo "Duna"), rapidamente somos apresentados para uma mitologia complexa e cenas de combate dos mais empolgantes e bem realizados (remetendo ao melhor de "The Mandalorian"). Sim, a série busca expandir o universo dos games com certo equilíbrio, oferecendo uma narrativa rica em ação sem esquecer do drama, explorando com competência os conflitos intergalácticos entre a humanidade e a aliança alienígena (conhecida como Covenant) ao mesmo tempo que nos provoca ótimas reflexões carregadas de muito simbolismo.

A série retrata um período de guerras que acontece durante o século XXVI entre a raça humana, liderada pelo Comando Espacial das Nações Unidas (UNSC), e uma espécie alienígena conhecida como Covenant. Após anos de domínio, quando colônias começam a se rebelar, a liderança dos Covenant declara que humanos são hereges perante seus deuses e inicia uma onda genocida contra a raça humana. Após a redescoberta dos anéis de Halo, o super-soldado Spartan e líder Master Chief (Pablo Schreiber), também conhecido como John-117,  ao lado de sua equipe e a inteligência artificial Cortana, tentam destruir o que para os Covenant é um instrumento poderoso. Em contrapartida, os alienígenas também passam por conflitos internos quando um de seus comandantes é exilado e se alia com outros divergentes já do lado dos humanos. Confira o trailer (em inglês):

É realmente muito bacana como a série se propõe a criar mais camadas e assim explorar a jornada pessoal do Master Chief, enquanto ele confronta questões de identidade, lealdade e propósito. Veja, Pablo Schreiber enfrenta o desafio de ser um personagem conhecido por seu silêncio e por sua força inabalável vinda dos jogos, porém, aqui, sua presença física imponente e intensidade dão lugar a sua humanidade e vulnerabilidade - algo que até dividiu os fãs mais puristas, mas que facilitou a conexão com uma nova audiência. Natascha McElhone como Dra. Halsey, a cientista brilhante e moralmente ambígua responsável pelo programa Spartan, ajuda muito nessa linha mais "Robocop" da série - repare como Chief causa o mesmo desconforto e caos do clássico dos anos 80 de Paul Verhoeven quando, em seu ambiente rigidamente controlado, resolve começar a viver e se sentir como uma pessoa normal.

Já na linha mais épica, "Halo" é um verdadeiro espetáculo visual. A direção de arte e os efeitos visuais são de alta qualidade, recriando fielmente o visual dos jogos - é muito curioso como o diretor Jonathan Liebesman mistura os conceitos narrativos e cria um identidade tão dinâmica para sua versão da franquia. Os designs das armaduras Spartan, das naves espaciais e das paisagens alienígenas são impecáveis e verdadeiramente imersivas. A trilha sonora complementa essa proposta com temas que evocam tanto a grandiosidade das batalhas quanto a melancolia dos momentos mais pessoais - a música ajuda a ancorar a série no universo "Halo", mas não deixa de oferecer algo novo. O roteiro de Kane e Killen luta para equilibrar a fidelidade ao material original com a sua versão palpável do sacrifício e do custo da guerra pela perspectiva mais humana.

Se a narrativa pode parecer densa e confusa para aqueles que não estão familiarizados com a extensa mitologia da franquia, "Halo" também sabe que o sucesso de sua jornada está justamente em colocar seus personagens nas posições certas do tabuleiro para que tudo exploda de tempos em tempos e assim possa se reconstruir e manipular a narrativa de acordo com seu interesse. Dito isso e se a promessa de que a série pretende se estabelecer como uma marco da ficção cientifica também no streaming se cumprir, teremos pelo menos umas 4 ou 5 temporadas para discutir e celebrar como essa nova visão revitalizou um universo tão restrito aos jogos de video-game.

Vale muito seu play!

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Existem duas formas de assistir "Halo" da Paramount+. A primeira, obviamente, é para quem conhece o valor estético e narrativo da franquia de videogames da Microsoft. A segunda, por outro lado, é para quem caiu de "para-quedas" na esperança de encontrar uma série de ficção cientifica com uma história interessante e que fosse, de alguma forma, um entretenimento da melhor qualidade. Pois bem, posso te garantir que para ambos, "Halo" cumpre o seu papel! Se em um primeiro olhar o projeto criado pelo Steven Kane (de "Jack Ryan") e pelo Kyle Killen (de "Awake") traz uma premissa mais existencial sobre a humanidade e o seu valor transformador perante o universo (ao melhor estilo "Duna"), rapidamente somos apresentados para uma mitologia complexa e cenas de combate dos mais empolgantes e bem realizados (remetendo ao melhor de "The Mandalorian"). Sim, a série busca expandir o universo dos games com certo equilíbrio, oferecendo uma narrativa rica em ação sem esquecer do drama, explorando com competência os conflitos intergalácticos entre a humanidade e a aliança alienígena (conhecida como Covenant) ao mesmo tempo que nos provoca ótimas reflexões carregadas de muito simbolismo.

A série retrata um período de guerras que acontece durante o século XXVI entre a raça humana, liderada pelo Comando Espacial das Nações Unidas (UNSC), e uma espécie alienígena conhecida como Covenant. Após anos de domínio, quando colônias começam a se rebelar, a liderança dos Covenant declara que humanos são hereges perante seus deuses e inicia uma onda genocida contra a raça humana. Após a redescoberta dos anéis de Halo, o super-soldado Spartan e líder Master Chief (Pablo Schreiber), também conhecido como John-117,  ao lado de sua equipe e a inteligência artificial Cortana, tentam destruir o que para os Covenant é um instrumento poderoso. Em contrapartida, os alienígenas também passam por conflitos internos quando um de seus comandantes é exilado e se alia com outros divergentes já do lado dos humanos. Confira o trailer (em inglês):

É realmente muito bacana como a série se propõe a criar mais camadas e assim explorar a jornada pessoal do Master Chief, enquanto ele confronta questões de identidade, lealdade e propósito. Veja, Pablo Schreiber enfrenta o desafio de ser um personagem conhecido por seu silêncio e por sua força inabalável vinda dos jogos, porém, aqui, sua presença física imponente e intensidade dão lugar a sua humanidade e vulnerabilidade - algo que até dividiu os fãs mais puristas, mas que facilitou a conexão com uma nova audiência. Natascha McElhone como Dra. Halsey, a cientista brilhante e moralmente ambígua responsável pelo programa Spartan, ajuda muito nessa linha mais "Robocop" da série - repare como Chief causa o mesmo desconforto e caos do clássico dos anos 80 de Paul Verhoeven quando, em seu ambiente rigidamente controlado, resolve começar a viver e se sentir como uma pessoa normal.

Já na linha mais épica, "Halo" é um verdadeiro espetáculo visual. A direção de arte e os efeitos visuais são de alta qualidade, recriando fielmente o visual dos jogos - é muito curioso como o diretor Jonathan Liebesman mistura os conceitos narrativos e cria um identidade tão dinâmica para sua versão da franquia. Os designs das armaduras Spartan, das naves espaciais e das paisagens alienígenas são impecáveis e verdadeiramente imersivas. A trilha sonora complementa essa proposta com temas que evocam tanto a grandiosidade das batalhas quanto a melancolia dos momentos mais pessoais - a música ajuda a ancorar a série no universo "Halo", mas não deixa de oferecer algo novo. O roteiro de Kane e Killen luta para equilibrar a fidelidade ao material original com a sua versão palpável do sacrifício e do custo da guerra pela perspectiva mais humana.

Se a narrativa pode parecer densa e confusa para aqueles que não estão familiarizados com a extensa mitologia da franquia, "Halo" também sabe que o sucesso de sua jornada está justamente em colocar seus personagens nas posições certas do tabuleiro para que tudo exploda de tempos em tempos e assim possa se reconstruir e manipular a narrativa de acordo com seu interesse. Dito isso e se a promessa de que a série pretende se estabelecer como uma marco da ficção cientifica também no streaming se cumprir, teremos pelo menos umas 4 ou 5 temporadas para discutir e celebrar como essa nova visão revitalizou um universo tão restrito aos jogos de video-game.

Vale muito seu play!

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