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Elementos

Diretor
Peter Sohn
Elenco
Leah Lewis, Mamoudou Athie, Ronnie Del Carmen
Ano
2023
País
EUA

animação ml-fantasia ml-oscar ml-aventura ml-disney ml-ts Disney+

Elementos

Lindo e leve como uma animação da Pixar deve ser, mas é preciso que se diga: fica a impressão que faltou alguma coisa! Calma, esse "mas" não impacta em absolutamente nada nossa experiência como audiência se olharmos para o filme isoladamente - o grande problema é justamente quando olhamos para trás e o comparamos com "Divertidamente", por exemplo, já que o conceito narrativo dos dois filmes é muito próximo. De cara, é preciso elogiar a criação do universo de Element City e a forma como o diretor Peter Sohn (de "O Bom Dinossauro") transforma os elementos (fogo, água, terra, ar) em personagens tão simpáticos, no entanto, e tirando a relação entre os protagonistas Faísca (fogo) e Gota (água), parece que falta desenvolvimento para que todos tenham uma importância, de fato, essencial para a história - um detalhe que já pareceu ter sido mais bem cuidado pelo Estúdio.

Na cidade de "Elementos", todos vivem em harmonia desde que respeitem a regra de não se misturar. No entanto, há alguns anos, os pais de Faísca chegaram ao local, como imigrantes, lutando por uma vida melhor. Aos poucos, montaram uma loja e conseguiram sustentar a filha única, que agora deve seguir os passos do pai na administração do negócio de família, porém uma amizade improvável coloca todas as relações daquele universo em uma outra perspectiva. Confira o trailer:

É perceptível nos olhos atentos da audiência o quanto a premissa de "Elementos" soa original e criativa - funcionando como potencial gatilho para que as brechas do roteiro nem ao menos sejam percebidas. A ideia de explorar as relações entre os elementos que vivem em harmonia, mas soam preconceituosos entre eles, é fascinante e abre espaço para uma série de metáforas e reflexões das mais interessantes - ao assistirmos com nossos pequenos, a sensação de estarmos mostrando a realidade e como é importante transforma-la em algo melhor, é realmente potente.

A história escrita por 3 roteiristas (John Hoberg, Kat Likkel e Brenda Hsueh) que nunca trabalharam antes com animações e que possuem uma carreira na televisão, em séries de comédia, ajuda a criar uma fluidez interessante para a narrativa - ela é bem contada e envolvente, com personagens carismáticos e um desenvolvimento emocional sincero, mas que não se apega a tantos detalhes. Veja, o ponto alto do filme parece ser uma linha temática que discute a imigração e as relações sociais entre indivíduos de diferentes raças. Essa abordagem ganha uma representação encantadora na forma gráfica de uma cidade, com bairros completamente diferentes e uma interação igualmente distinta entre os elementos e os espaços urbanos - algo como a mente da garotinha de onze anos, Riley, que ao ser guiada por suas Emoções (Alegria, Nojinho, Medo, Raiva e Tristeza) conectava elementos diferentes em um mesmo universo. A grande diferença, no entanto, é o valor dos detalhes que em  "Divertidamente" fazia muito mais sentido, tudo tinha uma razão de ser e o impacto nos personagens - isso, inclusive, criava uma "identificação" com um público maior.

Sinceramente acho que "Elementos" é o tipo da animação que vai agradar a todos, mas vai impactar mais alguns perfis de audiência. Como obra, tem uma história divertida e emocionante (especialmente se você já tiver filhos) que tem muito a dizer sobre aceitação e diversidade. Como não poderia deixar de ser, a trilha sonora é brilhante, com músicas que sabem exatamente onde nos tocar, e o visual, olha, sensacional - quebrando aquele principio que soava como o maior desafio dos animadores: o de replicar a complexidade da água e do fogo em CGI sem parecer papel celofane se mexendo. Lindo de ver!

Vale seu play!

Assista Agora

Lindo e leve como uma animação da Pixar deve ser, mas é preciso que se diga: fica a impressão que faltou alguma coisa! Calma, esse "mas" não impacta em absolutamente nada nossa experiência como audiência se olharmos para o filme isoladamente - o grande problema é justamente quando olhamos para trás e o comparamos com "Divertidamente", por exemplo, já que o conceito narrativo dos dois filmes é muito próximo. De cara, é preciso elogiar a criação do universo de Element City e a forma como o diretor Peter Sohn (de "O Bom Dinossauro") transforma os elementos (fogo, água, terra, ar) em personagens tão simpáticos, no entanto, e tirando a relação entre os protagonistas Faísca (fogo) e Gota (água), parece que falta desenvolvimento para que todos tenham uma importância, de fato, essencial para a história - um detalhe que já pareceu ter sido mais bem cuidado pelo Estúdio.

Na cidade de "Elementos", todos vivem em harmonia desde que respeitem a regra de não se misturar. No entanto, há alguns anos, os pais de Faísca chegaram ao local, como imigrantes, lutando por uma vida melhor. Aos poucos, montaram uma loja e conseguiram sustentar a filha única, que agora deve seguir os passos do pai na administração do negócio de família, porém uma amizade improvável coloca todas as relações daquele universo em uma outra perspectiva. Confira o trailer:

É perceptível nos olhos atentos da audiência o quanto a premissa de "Elementos" soa original e criativa - funcionando como potencial gatilho para que as brechas do roteiro nem ao menos sejam percebidas. A ideia de explorar as relações entre os elementos que vivem em harmonia, mas soam preconceituosos entre eles, é fascinante e abre espaço para uma série de metáforas e reflexões das mais interessantes - ao assistirmos com nossos pequenos, a sensação de estarmos mostrando a realidade e como é importante transforma-la em algo melhor, é realmente potente.

A história escrita por 3 roteiristas (John Hoberg, Kat Likkel e Brenda Hsueh) que nunca trabalharam antes com animações e que possuem uma carreira na televisão, em séries de comédia, ajuda a criar uma fluidez interessante para a narrativa - ela é bem contada e envolvente, com personagens carismáticos e um desenvolvimento emocional sincero, mas que não se apega a tantos detalhes. Veja, o ponto alto do filme parece ser uma linha temática que discute a imigração e as relações sociais entre indivíduos de diferentes raças. Essa abordagem ganha uma representação encantadora na forma gráfica de uma cidade, com bairros completamente diferentes e uma interação igualmente distinta entre os elementos e os espaços urbanos - algo como a mente da garotinha de onze anos, Riley, que ao ser guiada por suas Emoções (Alegria, Nojinho, Medo, Raiva e Tristeza) conectava elementos diferentes em um mesmo universo. A grande diferença, no entanto, é o valor dos detalhes que em  "Divertidamente" fazia muito mais sentido, tudo tinha uma razão de ser e o impacto nos personagens - isso, inclusive, criava uma "identificação" com um público maior.

Sinceramente acho que "Elementos" é o tipo da animação que vai agradar a todos, mas vai impactar mais alguns perfis de audiência. Como obra, tem uma história divertida e emocionante (especialmente se você já tiver filhos) que tem muito a dizer sobre aceitação e diversidade. Como não poderia deixar de ser, a trilha sonora é brilhante, com músicas que sabem exatamente onde nos tocar, e o visual, olha, sensacional - quebrando aquele principio que soava como o maior desafio dos animadores: o de replicar a complexidade da água e do fogo em CGI sem parecer papel celofane se mexendo. Lindo de ver!

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