"Spark Story - Tudo começa com uma idéia" é mais um presente que a Disney nos entrega através da sua plataforma de streaming. Seguindo o conceito de desmistificar seus bastidores, mas ao mesmo tempo exaltar o trabalho e, principalmente, a cultura de seus Estúdios, como vimos em "A História da Pixar" e em "A História do Imagineering", esse documentário de 90 minutos é mais uma aula de empreendedorismo com o foco na criatividade como processo de crescimento de seus ativos.
"A Spark Story" (no original) apresenta Aphton Corbi (diretora de "20 e Poucos") e Louis Gonzales (diretor de "Nona"), que navegam na montanha-russa emocional de assumir um papel de liderança e de inspirar suas equipes ao serem escolhidos para participar do programa SparkShorts. O filme é um olhar exclusivo e imersivo sobre os cineastas e seus projetos, a partir da filosofia criativa que torna a Pixar única. Confira o trailer (em inglês):
Para quem não sabe, o "SparkShorts" é um programa da Pixar que incentiva seus funcionários a buscar novos olhares técnicos, artísticos e narrativos a partir do desenvolvimento e produção de curtas-metragens autorais por um período de seis meses. Todo ano são escolhidos alguns artistas para apresentar suas ideias, montar suas equipes e liderar todo o processo para transformar o projeto em uma obra audiovisual - algumas delas, inclusive, já até ganharam o Oscar de "Melhor Animação em Curta-Metragem" (é o caso de "Bao").
Dirigido por Jason Sterman e Leanne Dare da Supper Club (produtora responsável por "Chef’s Table"), "Spark Story - Tudo começa com uma idéia" é quase um recorte institucional desse programa, mas como tudo na Pixar tem um apelo emocional, honesto e sensível, a jornada dos dois funcionários escolhidos em 2020 para produzir seus filmes é muito bacana. Posicionando a audiência de uma forma bastante simples sobre os estágios de uma processo criativo pelo ponto de vista da Pixar (de seus executivos e de seus artistas), o documentário equilibra perfeitamente elementos bastante didáticos com depoimentos completamente pessoais, onde as referências de vida se misturam com o desejo de colocar na tela algo verdadeiramente humano e inesquecível - e aqui cabe um comentários sobre a produção: os planos, os movimentos de câmera e as inserções gráficas do documentários são a "cereja do bolo"!
Eu diria que "Spark Story" é imperdível para quem trabalha com criatividade e para aquele empreendedor que enxerga na cultura, um pilar importante para o desenvolvimento das pessoas que refletirá de uma forma muito sólida nos resultados da empresa rapidamente. Mais uma vez, ao assistir um documentário, tenho cada vez mais certeza sobre uma afirmação de Roy Disney que dizia: "em uma empresa criativa, será a criatividade o motor propulsor para o sucesso do negócio" - e a Pixar leva isso muito a sério!
Vale muito a pena!
Obs: os dois curtas, "20 e Poucos" e "Nona", também estão disponíveis no Disney+ e valem tanto a pena quanto o documentário!
"Spark Story - Tudo começa com uma idéia" é mais um presente que a Disney nos entrega através da sua plataforma de streaming. Seguindo o conceito de desmistificar seus bastidores, mas ao mesmo tempo exaltar o trabalho e, principalmente, a cultura de seus Estúdios, como vimos em "A História da Pixar" e em "A História do Imagineering", esse documentário de 90 minutos é mais uma aula de empreendedorismo com o foco na criatividade como processo de crescimento de seus ativos.
"A Spark Story" (no original) apresenta Aphton Corbi (diretora de "20 e Poucos") e Louis Gonzales (diretor de "Nona"), que navegam na montanha-russa emocional de assumir um papel de liderança e de inspirar suas equipes ao serem escolhidos para participar do programa SparkShorts. O filme é um olhar exclusivo e imersivo sobre os cineastas e seus projetos, a partir da filosofia criativa que torna a Pixar única. Confira o trailer (em inglês):
Para quem não sabe, o "SparkShorts" é um programa da Pixar que incentiva seus funcionários a buscar novos olhares técnicos, artísticos e narrativos a partir do desenvolvimento e produção de curtas-metragens autorais por um período de seis meses. Todo ano são escolhidos alguns artistas para apresentar suas ideias, montar suas equipes e liderar todo o processo para transformar o projeto em uma obra audiovisual - algumas delas, inclusive, já até ganharam o Oscar de "Melhor Animação em Curta-Metragem" (é o caso de "Bao").
Dirigido por Jason Sterman e Leanne Dare da Supper Club (produtora responsável por "Chef’s Table"), "Spark Story - Tudo começa com uma idéia" é quase um recorte institucional desse programa, mas como tudo na Pixar tem um apelo emocional, honesto e sensível, a jornada dos dois funcionários escolhidos em 2020 para produzir seus filmes é muito bacana. Posicionando a audiência de uma forma bastante simples sobre os estágios de uma processo criativo pelo ponto de vista da Pixar (de seus executivos e de seus artistas), o documentário equilibra perfeitamente elementos bastante didáticos com depoimentos completamente pessoais, onde as referências de vida se misturam com o desejo de colocar na tela algo verdadeiramente humano e inesquecível - e aqui cabe um comentários sobre a produção: os planos, os movimentos de câmera e as inserções gráficas do documentários são a "cereja do bolo"!
Eu diria que "Spark Story" é imperdível para quem trabalha com criatividade e para aquele empreendedor que enxerga na cultura, um pilar importante para o desenvolvimento das pessoas que refletirá de uma forma muito sólida nos resultados da empresa rapidamente. Mais uma vez, ao assistir um documentário, tenho cada vez mais certeza sobre uma afirmação de Roy Disney que dizia: "em uma empresa criativa, será a criatividade o motor propulsor para o sucesso do negócio" - e a Pixar leva isso muito a sério!
Vale muito a pena!
Obs: os dois curtas, "20 e Poucos" e "Nona", também estão disponíveis no Disney+ e valem tanto a pena quanto o documentário!
Se o ótimo documentário francês "Marvel Stories" (que infelizmente saiu do catálogo da Globoplay) dava uma visão mais corporativa sobre a história da Marvel Comics, a produção da Disney, "Stan Lee", basicamente humaniza essa jornada e faz um retrato mais, digamos, "inspirador" sobre a vida de um dos maiores ícones da indústria do entretenimento em todos os tempos. Dirigido com maestria pelo David Gelb (o mesmo de "Wolfgang"), o filme faz um recorte bastante interessante sobre a vida e carreira desse lendário escritor e editor, bem como seu impacto duradouro no universo dos super-heróis e, claro, na cultura pop mundial. Mesmo que em alguns momentos o roteiro pareça um pouco atropelado, te garanto: o documentário é uma aula sobre inovação e resiliência!
Narrado pelo próprio Stan Lee, o documentário fornece um contexto histórico importante ao explorar a participação de Lee no surgimento da indústria de quadrinhos nos Estados Unidos, as mudanças culturais que foram repercutindo na sua arte e, claro, todo o impacto que representou a criação de super-heróis perante a sociedade ao longo de décadas. Essa contextualização nos permite justamente entender melhor como Lee conseguiu captar as oportunidades, inovar em um mercado, para muitos, sem o menor futuro e mesmo assim moldar suas HQs, transformando histórias e personagens em uma forma de arte tão influente quanto rentável. Confira o trailer:
"Stan Lee", em um primeiro olhar, se destaca por dois elementos narrativos que dão um tom todo especial ao projeto. O primeiro, sem dúvida, é o fato de que toda a narrativa é feita a partir de uma série de entrevistas do próprio Lee explanando sobre diversos temas - escutar sua voz, mesmo depois de sua morte, cria um elo emocional tão forte que mesmo quando somos colocados diante de assuntos mais espinhosos, como o seu relacionamento com o ilustrador Steve Ditko (ou de como seu ego praticamente excluiu todos os outros artistas que ajudaram no processo criativo da Marvel), ainda assim enxergamos um senhorzinho simpático que venceu graças apenas aos seus esforços.
O segundo, é como a Gelb resolve com muita criatividade a falta de imagens de arquivo da vida pessoal e profissional de Lee. O diretor usa de maquetes e bonecos em massinha para recriar a infância, a juventude e até o estúdio Marvel que Lee ajudou a consolidar. Reparem como essas escolhas estéticas evocam carinho e afeto, além de nos dar um visão lúdica de momentos e lugares que ele viveu - tudo com detalhes tão delicados que fica impossível não se envolver ainda mais com a história. Já o roteiro traz muitas curiosidades e mesmo que o tom pareça até mais cadenciado (muito pela narração morosa de Lee), é muito bacana entender por uma perspectiva de bastidores, como ele criou personagens imperfeitos, com problemas do mundo real, e como isso ajudou na conexão com o público de uma maneira avassaladora - a passagem sobre o homem-aranha é um ótimo exemplo dessa abordagem criativa.
Lee sempre acreditou que a ideia era muito mais importante que sua materialização, dando assim mais valor para aquele que sonhava e criava, e não para aquele que realizava. Concordem ou não, seu ponto de vista diz muito sobre sua postura perante a vida e, principalmente, perante sua equipe no processo criativo. No entanto é de se exaltar como ele também foi um realizador - sua visão sobre o mercado, sobre as oportunidades que se abriam de acordo com os movimentos políticos em diferentes épocas que marcaram sua trajetória de uma maneira muito criativa e, inegavelmente, de como ele capitalizou suas criações, mesmo entendendo que vacilou quando o assunto era "propriedade intelectual". Enfim, "Stan Lee", o documentário, é muito mais uma peça, a princípio feita para canonizar Stan Lee como o grande pai da Marvel, do que um recorte definitivo sobre o homem imperfeito e artista genial que foi.
Vale seu play!
Se o ótimo documentário francês "Marvel Stories" (que infelizmente saiu do catálogo da Globoplay) dava uma visão mais corporativa sobre a história da Marvel Comics, a produção da Disney, "Stan Lee", basicamente humaniza essa jornada e faz um retrato mais, digamos, "inspirador" sobre a vida de um dos maiores ícones da indústria do entretenimento em todos os tempos. Dirigido com maestria pelo David Gelb (o mesmo de "Wolfgang"), o filme faz um recorte bastante interessante sobre a vida e carreira desse lendário escritor e editor, bem como seu impacto duradouro no universo dos super-heróis e, claro, na cultura pop mundial. Mesmo que em alguns momentos o roteiro pareça um pouco atropelado, te garanto: o documentário é uma aula sobre inovação e resiliência!
Narrado pelo próprio Stan Lee, o documentário fornece um contexto histórico importante ao explorar a participação de Lee no surgimento da indústria de quadrinhos nos Estados Unidos, as mudanças culturais que foram repercutindo na sua arte e, claro, todo o impacto que representou a criação de super-heróis perante a sociedade ao longo de décadas. Essa contextualização nos permite justamente entender melhor como Lee conseguiu captar as oportunidades, inovar em um mercado, para muitos, sem o menor futuro e mesmo assim moldar suas HQs, transformando histórias e personagens em uma forma de arte tão influente quanto rentável. Confira o trailer:
"Stan Lee", em um primeiro olhar, se destaca por dois elementos narrativos que dão um tom todo especial ao projeto. O primeiro, sem dúvida, é o fato de que toda a narrativa é feita a partir de uma série de entrevistas do próprio Lee explanando sobre diversos temas - escutar sua voz, mesmo depois de sua morte, cria um elo emocional tão forte que mesmo quando somos colocados diante de assuntos mais espinhosos, como o seu relacionamento com o ilustrador Steve Ditko (ou de como seu ego praticamente excluiu todos os outros artistas que ajudaram no processo criativo da Marvel), ainda assim enxergamos um senhorzinho simpático que venceu graças apenas aos seus esforços.
O segundo, é como a Gelb resolve com muita criatividade a falta de imagens de arquivo da vida pessoal e profissional de Lee. O diretor usa de maquetes e bonecos em massinha para recriar a infância, a juventude e até o estúdio Marvel que Lee ajudou a consolidar. Reparem como essas escolhas estéticas evocam carinho e afeto, além de nos dar um visão lúdica de momentos e lugares que ele viveu - tudo com detalhes tão delicados que fica impossível não se envolver ainda mais com a história. Já o roteiro traz muitas curiosidades e mesmo que o tom pareça até mais cadenciado (muito pela narração morosa de Lee), é muito bacana entender por uma perspectiva de bastidores, como ele criou personagens imperfeitos, com problemas do mundo real, e como isso ajudou na conexão com o público de uma maneira avassaladora - a passagem sobre o homem-aranha é um ótimo exemplo dessa abordagem criativa.
Lee sempre acreditou que a ideia era muito mais importante que sua materialização, dando assim mais valor para aquele que sonhava e criava, e não para aquele que realizava. Concordem ou não, seu ponto de vista diz muito sobre sua postura perante a vida e, principalmente, perante sua equipe no processo criativo. No entanto é de se exaltar como ele também foi um realizador - sua visão sobre o mercado, sobre as oportunidades que se abriam de acordo com os movimentos políticos em diferentes épocas que marcaram sua trajetória de uma maneira muito criativa e, inegavelmente, de como ele capitalizou suas criações, mesmo entendendo que vacilou quando o assunto era "propriedade intelectual". Enfim, "Stan Lee", o documentário, é muito mais uma peça, a princípio feita para canonizar Stan Lee como o grande pai da Marvel, do que um recorte definitivo sobre o homem imperfeito e artista genial que foi.
Vale seu play!
Tem franquias que não deveriam ter um fim!
Fiz questão de começar o review dessa forma para deixar bem claro que "Toy Story" vai muito além dos 4 filmes que a Pixar (e agora Disney) produziu! "Toy Story" representa uma mudança de paradigmas na animação (desde 1995), claro, mas talvez seu maior valor esteja na maneira como cada uma das 4 histórias foram criadas, contadas e consumidas por toda uma geração que aprendeu que os "valores" estão inseridos desde as pequenas atitudes até as grandes conquistas... Que esses "valores" não são um "fim" e sim um caminho que vale muito a pena ser percorrido ao lado das pessoas (ou brinquedos) que amaramos na construção do nosso caráter!!!
"Toy Story 4" mais uma vez nos faz refletir sobre a importância dessas pequenas conquistas e o quanto ela pode representar no nosso desenvolvimento como ser humano! "Toy Story 4" apresenta Bonnie, uma simpática e adorável criança (e é incrível como nos entregamos à ela - nem parece que estamos falando de uma animação, dada a qualidade emocional que os animadores e roteiristas aplicaram na personagem) que está a caminho do seu primeiro dia na escola. Todo receio de enfrentar essa nova situação é jogada na nossa cara de uma maneira muito real: toda a relação com seus pais, a vontade de se apegar a algum brinquedo como necessidade de estar ao lado de algo conhecido e seguro nessa jornada de descobertas e até a apresentação da primeira professora e daquele novo mundo que vai acompanha-la por muito tempo durante a vida. Confira o trailer:
É muito bacana que já na primeira atividade na sala de aula, Bonnie cria o simpático e descompensado "Garfinho". Nessa atividade solitária de artesanato, Bonnie estabelece sua identificação com o novo personagem e é inacreditável como passamos a nos importar com eles. Woody que não quis deixar Bonnie ir sozinha para escola, chega a duvidar se aquela "colagem" poderia mesmo representar algo para ela e quando ele percebe que aquele garfo plástico também tem vida (e sentimento), mesmo não sendo um brinquedo, tudo muda! "Garfinho" representa tudo que foge do padrão, do "status quo", mas que aos olhos de uma criança, não importa, afinal as crianças não se preocupam com isso e sim com a magia de ter algo que represente algo verdadeiro para elas, mesmo que lúdico! A alegria da criança está na simplicidade e na inocência - "Slapt", tapa na cara!
A história mostra a jornada de Woody para provar que o "Garfinho" é realmente importante para Bonnie. Só que as coisas começam a sair do controle quando, em uma viagem, o "Garfinho" resolve fugir por acreditar que o melhor lugar para ele seria o lixo - afinal ele não é um brinquedo de verdade e foi de lá que ele saiu ("Slapt" de novo!). Entendendo a importância do novo "brinquedinho" de Bonnie, Woody enfrenta os mais diferentes desafios dentro de um "Antiquário" repleto de elementos "assustadores" para recuperar o bendito "Garfinho" antes mesmo que Bonnie se dê conta do seu desaparecimento definitivo. Mas "crianças perdem brinquedos a todo momento!" - essa frase é repetida várias vezes durante o filme, mas não justifica ou não conforta o sentimento de Woody perante aquela simpática criaturinha!!! Woody nunca deixa um brinquedo para trás, certo? É incrível como as metáforas são colocadas em todos os momentos durante o filme e isso, por si só, já credencia "Toy Story 4" como um dos grandes filmes do ano! Soma-se a isso uma animação de cair o queixo, principalmente nas cenas dentro do "Antiquário" cheio de teias de aranha e poeira; e das cenas noturnas do parque de diversão!!! A luz desfocada em segundo plano parece de verdade de tão perfeita que está. É realmente lindo!!!!
O fato é que a franquia "Toy Story" foi se reinventando (para nossa surpresa) e nos provocando para olhar o mundo de uma outra forma, sem vacilar um frame no que tem de mais importante, na sua essência: uma boa história, uma história com alma! "Toy Story 4" não foge disso, é uma aula de storyteling e de representatividade, mas sem levantar nenhuma bandeira, apenas tratando seu propósito com verdade e paixão!
Não deixe de assistir com seu filhos, sozinho, com a namorada... e prepare-se para enxugar aquela lágrima que vai teimar em cair! Vale muito a pena!!!!!
Up-date: "Toy Story 4" ganhou em uma categoria no Oscar 2020: Melhor Animação!
Tem franquias que não deveriam ter um fim!
Fiz questão de começar o review dessa forma para deixar bem claro que "Toy Story" vai muito além dos 4 filmes que a Pixar (e agora Disney) produziu! "Toy Story" representa uma mudança de paradigmas na animação (desde 1995), claro, mas talvez seu maior valor esteja na maneira como cada uma das 4 histórias foram criadas, contadas e consumidas por toda uma geração que aprendeu que os "valores" estão inseridos desde as pequenas atitudes até as grandes conquistas... Que esses "valores" não são um "fim" e sim um caminho que vale muito a pena ser percorrido ao lado das pessoas (ou brinquedos) que amaramos na construção do nosso caráter!!!
"Toy Story 4" mais uma vez nos faz refletir sobre a importância dessas pequenas conquistas e o quanto ela pode representar no nosso desenvolvimento como ser humano! "Toy Story 4" apresenta Bonnie, uma simpática e adorável criança (e é incrível como nos entregamos à ela - nem parece que estamos falando de uma animação, dada a qualidade emocional que os animadores e roteiristas aplicaram na personagem) que está a caminho do seu primeiro dia na escola. Todo receio de enfrentar essa nova situação é jogada na nossa cara de uma maneira muito real: toda a relação com seus pais, a vontade de se apegar a algum brinquedo como necessidade de estar ao lado de algo conhecido e seguro nessa jornada de descobertas e até a apresentação da primeira professora e daquele novo mundo que vai acompanha-la por muito tempo durante a vida. Confira o trailer:
É muito bacana que já na primeira atividade na sala de aula, Bonnie cria o simpático e descompensado "Garfinho". Nessa atividade solitária de artesanato, Bonnie estabelece sua identificação com o novo personagem e é inacreditável como passamos a nos importar com eles. Woody que não quis deixar Bonnie ir sozinha para escola, chega a duvidar se aquela "colagem" poderia mesmo representar algo para ela e quando ele percebe que aquele garfo plástico também tem vida (e sentimento), mesmo não sendo um brinquedo, tudo muda! "Garfinho" representa tudo que foge do padrão, do "status quo", mas que aos olhos de uma criança, não importa, afinal as crianças não se preocupam com isso e sim com a magia de ter algo que represente algo verdadeiro para elas, mesmo que lúdico! A alegria da criança está na simplicidade e na inocência - "Slapt", tapa na cara!
A história mostra a jornada de Woody para provar que o "Garfinho" é realmente importante para Bonnie. Só que as coisas começam a sair do controle quando, em uma viagem, o "Garfinho" resolve fugir por acreditar que o melhor lugar para ele seria o lixo - afinal ele não é um brinquedo de verdade e foi de lá que ele saiu ("Slapt" de novo!). Entendendo a importância do novo "brinquedinho" de Bonnie, Woody enfrenta os mais diferentes desafios dentro de um "Antiquário" repleto de elementos "assustadores" para recuperar o bendito "Garfinho" antes mesmo que Bonnie se dê conta do seu desaparecimento definitivo. Mas "crianças perdem brinquedos a todo momento!" - essa frase é repetida várias vezes durante o filme, mas não justifica ou não conforta o sentimento de Woody perante aquela simpática criaturinha!!! Woody nunca deixa um brinquedo para trás, certo? É incrível como as metáforas são colocadas em todos os momentos durante o filme e isso, por si só, já credencia "Toy Story 4" como um dos grandes filmes do ano! Soma-se a isso uma animação de cair o queixo, principalmente nas cenas dentro do "Antiquário" cheio de teias de aranha e poeira; e das cenas noturnas do parque de diversão!!! A luz desfocada em segundo plano parece de verdade de tão perfeita que está. É realmente lindo!!!!
O fato é que a franquia "Toy Story" foi se reinventando (para nossa surpresa) e nos provocando para olhar o mundo de uma outra forma, sem vacilar um frame no que tem de mais importante, na sua essência: uma boa história, uma história com alma! "Toy Story 4" não foge disso, é uma aula de storyteling e de representatividade, mas sem levantar nenhuma bandeira, apenas tratando seu propósito com verdade e paixão!
Não deixe de assistir com seu filhos, sozinho, com a namorada... e prepare-se para enxugar aquela lágrima que vai teimar em cair! Vale muito a pena!!!!!
Up-date: "Toy Story 4" ganhou em uma categoria no Oscar 2020: Melhor Animação!
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Apesar de a música ter sido banida há algumas gerações em sua família, Miguel (Anthony Gonzalez) sonha em se tornar um grande músico como seu ídolo, Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt). Desesperado para provar o seu talento, Miguel acaba sendo levado para o "Mundo dos Mortos" onde conhece um encantador trapaceiro chamado Hector (Gael García Bernal), e juntos eles partem em uma jornada extraordinária para descobrir a verdade por trás da história da família de Miguel.
De fato, o roteiro não é tão original ou criativo quanto "Divertidamente", mas certamente é uma das mensagens mais bonitas (e generosas) que um filme que Pixar já produziu - além de um visual incrivelmente lindo! Digno de Oscar! Vale dizer que "
"Coco" (título original) é daqueles filmes imperdíveis, para ver e rever quantas vezes nosso coração aguentar!
Up-date: "
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Apesar de a música ter sido banida há algumas gerações em sua família, Miguel (Anthony Gonzalez) sonha em se tornar um grande músico como seu ídolo, Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt). Desesperado para provar o seu talento, Miguel acaba sendo levado para o "Mundo dos Mortos" onde conhece um encantador trapaceiro chamado Hector (Gael García Bernal), e juntos eles partem em uma jornada extraordinária para descobrir a verdade por trás da história da família de Miguel.
De fato, o roteiro não é tão original ou criativo quanto "Divertidamente", mas certamente é uma das mensagens mais bonitas (e generosas) que um filme que Pixar já produziu - além de um visual incrivelmente lindo! Digno de Oscar! Vale dizer que "
"Coco" (título original) é daqueles filmes imperdíveis, para ver e rever quantas vezes nosso coração aguentar!
Up-date: "
"Wish", que aqui no Brasil ganhou o subtítulo de "O Poder dos Desejos", é uma graça - e para muitos uma verdadeira viagem até uma época onde a técnica de animação funcionava a favor da história, não ao contrário. Talvez essa percepção mais nostálgica sobre os valores de uma filme com o "selo Disney" que para muitos representa uma força inimaginável, para outros tenha um impacto diametralmente inverso, ou seja, o da falta de criatividade e de ousadia para inovar - o que, acreditem, não é uma verdade absoluta. Sim, "Wish" pode despertar essa reflexão, mas dentro de um contexto mais amplo eu diria que o filme dirigido por Chris Buck (de "Frozen") e Fawn Veerasunthorn (de "Moana"), é um deleite atemporal para os amantes da animação clássica e um presente honesto e apaixonante pelo centenário do estúdio de animação fundado por Walt Disney.
A história é simples e direta, ela acompanha Asha (Ariana DeBose), uma jovem otimista e talentosa que vive em um reino onde os desejos podem se tornar realidade se o Rei Magnifico (Chris Pine) assim for convencido. Ao perceber que sua maior referência no mundo da magia é na verdade um ser desprezível, egocêntrico e egoísta, Asha embarca em uma aventura épica ao lado de Valentino (Alan Tudyk), determinada a encontrar a estrela cadente que realmente concede desejos e que pode ser a chave para desmascarar o Rei de Rosas. Confira o trailer:
Inteligente, "Wish" se apropria de inúmeras referências e até alguns easter eggs que funcionam como uma verdadeira homenagem aos clássicos do Estúdio, mesmo que em fases distintas de sua história. Com uma paleta de cores que nos remetem aos tons mágicos de uma aquarela, o visual do filme se conecta diretamente ao roteiro de Jennifer Lee (vencedora do Oscar por "Frozen") e de Allison Moore (do live-action de "A Bela e a Fera") que de repente transforma animais em personagens falantes, que entrega um vilão vaidoso e obcecado por espelhos logo de cara, e que dá para a protagonista sete amigos leais que vão ajuda-la em sua nobre missão. Entende o clima? Isso é Disney!
Mas calma, existem pontos que merecem ser mencionados: Asha, por exemplo, é uma protagonista forte e inspiradora que desafia os padrões tradicionais das princesas Disney. Sua inteligência, perspicácia e determinação fazem dela um modelo positivo, mesmo que inconsciente, para a jovem audiência - aqui existe uma atualização de conceito narrativo e de construção de personagem importantes. Ao longo da jornada, ela aprende o verdadeiro significado dos desejos e da felicidade, descobrindo que a força interior e a perseverança são as ferramentas mais poderosas para alcançar seus objetivos. Disney de novo! Já a trilha sonora original, composta por Dave Metzge (também de "Frozen"), é até competente, mas não tão grandiosa como estamos acostumados - talvez por isso "Wish" nos dê a sensação de que algo poderia ser melhor. Se antes as músicas complementavam nossa experiência com performances memoráveis que amplificavam nossas emoções, aqui ela soa mais protocolar. É fofo? Sim, mas não vai entrar naquela prateleira de "Alladin" ou da própria "Frozen".
Em resumo, em seus erros e acertos, "Wish" é uma carta de amor à rica história secular da Disney. Elementos mágicos e inspiradores estão de volta em uma combinação do clássico com o atual em uma narrativa com personagens cativantes que torna o filme uma delicia de assistir com a família. O objetivo de ser uma celebração da esperança, da perseverança e da magia que habita dentro de cada um de nós, é cumprido, no entanto isso não chancela a história como inesquecível - e aqui, os anos podem funcionar muito a seu favor. Tenha certeza que teremos, no futuro, um olhar mais carinhoso por "Wish".
Vale muito pelo entretenimento afetivo, daqueles com um leve sorriso no rosto!
"Wish", que aqui no Brasil ganhou o subtítulo de "O Poder dos Desejos", é uma graça - e para muitos uma verdadeira viagem até uma época onde a técnica de animação funcionava a favor da história, não ao contrário. Talvez essa percepção mais nostálgica sobre os valores de uma filme com o "selo Disney" que para muitos representa uma força inimaginável, para outros tenha um impacto diametralmente inverso, ou seja, o da falta de criatividade e de ousadia para inovar - o que, acreditem, não é uma verdade absoluta. Sim, "Wish" pode despertar essa reflexão, mas dentro de um contexto mais amplo eu diria que o filme dirigido por Chris Buck (de "Frozen") e Fawn Veerasunthorn (de "Moana"), é um deleite atemporal para os amantes da animação clássica e um presente honesto e apaixonante pelo centenário do estúdio de animação fundado por Walt Disney.
A história é simples e direta, ela acompanha Asha (Ariana DeBose), uma jovem otimista e talentosa que vive em um reino onde os desejos podem se tornar realidade se o Rei Magnifico (Chris Pine) assim for convencido. Ao perceber que sua maior referência no mundo da magia é na verdade um ser desprezível, egocêntrico e egoísta, Asha embarca em uma aventura épica ao lado de Valentino (Alan Tudyk), determinada a encontrar a estrela cadente que realmente concede desejos e que pode ser a chave para desmascarar o Rei de Rosas. Confira o trailer:
Inteligente, "Wish" se apropria de inúmeras referências e até alguns easter eggs que funcionam como uma verdadeira homenagem aos clássicos do Estúdio, mesmo que em fases distintas de sua história. Com uma paleta de cores que nos remetem aos tons mágicos de uma aquarela, o visual do filme se conecta diretamente ao roteiro de Jennifer Lee (vencedora do Oscar por "Frozen") e de Allison Moore (do live-action de "A Bela e a Fera") que de repente transforma animais em personagens falantes, que entrega um vilão vaidoso e obcecado por espelhos logo de cara, e que dá para a protagonista sete amigos leais que vão ajuda-la em sua nobre missão. Entende o clima? Isso é Disney!
Mas calma, existem pontos que merecem ser mencionados: Asha, por exemplo, é uma protagonista forte e inspiradora que desafia os padrões tradicionais das princesas Disney. Sua inteligência, perspicácia e determinação fazem dela um modelo positivo, mesmo que inconsciente, para a jovem audiência - aqui existe uma atualização de conceito narrativo e de construção de personagem importantes. Ao longo da jornada, ela aprende o verdadeiro significado dos desejos e da felicidade, descobrindo que a força interior e a perseverança são as ferramentas mais poderosas para alcançar seus objetivos. Disney de novo! Já a trilha sonora original, composta por Dave Metzge (também de "Frozen"), é até competente, mas não tão grandiosa como estamos acostumados - talvez por isso "Wish" nos dê a sensação de que algo poderia ser melhor. Se antes as músicas complementavam nossa experiência com performances memoráveis que amplificavam nossas emoções, aqui ela soa mais protocolar. É fofo? Sim, mas não vai entrar naquela prateleira de "Alladin" ou da própria "Frozen".
Em resumo, em seus erros e acertos, "Wish" é uma carta de amor à rica história secular da Disney. Elementos mágicos e inspiradores estão de volta em uma combinação do clássico com o atual em uma narrativa com personagens cativantes que torna o filme uma delicia de assistir com a família. O objetivo de ser uma celebração da esperança, da perseverança e da magia que habita dentro de cada um de nós, é cumprido, no entanto isso não chancela a história como inesquecível - e aqui, os anos podem funcionar muito a seu favor. Tenha certeza que teremos, no futuro, um olhar mais carinhoso por "Wish".
Vale muito pelo entretenimento afetivo, daqueles com um leve sorriso no rosto!