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Quarta, 28 Agosto 2019 08:50

Tendências - Casos de Assédio e Escândalos Sexuais entram em cena na ficção

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Escândalos sempre renderam boas histórias. Seja em um formato documental ou fictício, contos bombásticos têm o poder de abalar as estruturas da concorrência e maximizar o índice de audiência. Na esteira dos movimentos #metoo e Time’s Up, passamos a observar uma onda de produtos com casos de assédio como um dos seus principais tópicos. Grandes magnatas do establishment da mídia americana ganharam os holofotes e, atualmente, suas histórias estão sendo recontadas em narrativas contemporâneas e críticas, sob a ótica vigilante das vítimas dos abusos sexuais. Hoje, veremos o que já está ou ainda chegará ao mercado sobre os escândalos de assédio que pipocaram nos últimos meses:

Roger Ailes era um nome que figurava na lista dos homens mais importante da indústria audiovisual americana. Presidente do grupo FOX e fundador do canal noticioso FOX News, o empresário chegou a ser consultor de mídia dos ex-presidentes Ronald Reagan, Richard Nixon e George W. Bush. Porém, o apogeu do magnata terminou quando a ex-âncora do canal, Gretchen Carlson, o processou por assédio sexual após ter sido demitida por negar as constantes investidas de Ailes. O evento veio à tona em 2016 e, logo depois, uma leva de funcionárias também o denunciaram por crimes sexuais, entre elas, a jornalista Megyn Kelly. Esse é o enredo que o filme “O Escândalo” irá contar nos cinemas a partir de janeiro de 2020. Dirigido por Jay Roach, a produção apresenta Margot Robbie, Nicole Kidman (Gretchen Carlson), Charlize Theron (Megyn Kelly) e John Lithgow (Roger Ailes). Confira o teaser que foi lançado recentemente:

Outro produto que perfila Roger Ailes é “The Loudest Voice”, do canal pago americano Showtime. Baseado no livro “The Loudest Voice in the Room”, de Gabriel Sherman, a história mostra o processo de transformação da FOX News em uma das emissoras mais influentes e poderosas da história. A série conta como Ailes catapultou sua imagem como um dos símbolos do conservadorismo americano moderno, enquanto perpassa momentos decisivos como os ataques de 11 de setembro, as eleições de 2008 e 2016, além das acusações de assédio sexual e sua morte por câncer. Russell Crowe interpreta Ailes e Naomi Watts vive Gretchen Carlson. O elenco também tem Sienna Miller, Seth MacFarlane e Simon McBurney.

Do lado político, temos o poderoso anúncio de “Impeachment”, terceira temporada da série antológica “American Crime Story”. Depois de "O.J. Simpson" e "Gianni Versace", Ryan Murphy promete recontar um dos maiores escândalos sexuais da Casa Branca, o caso Clinton-Lewinsky. Desta vez, Monica Lewinsky estará como coprodutora da série e isso poderá surtir efeito na narrativa, já que ela sempre esteve alijada de outras produções sobre o assunto ou era vista como a responsável pelos acontecimentos que quase derrubaram Bill Clinton da presidência.

Monica Lewinsky

A produção utilizará como base o livro “A Vast Conspiracy: The Real Story of the Sex Scandal That Nearly Brought Down a President”, de Jeffrey Toobin. Parceira de longa data de Murphy, Sarah Paulson estará na série como Linda Tripp, amiga e confidente de Monica Lewinsky, papel da atriz Beanie Feldstein (Lady Bird). Annaleigh Ashford viverá Paula Jones, mulher que processou Clinton por assédio sexual. Os papeis de Bill e Hillary não serão tão relevantes para a trama, pois John Landgraf (CEO do canal FX, responsável pelo programa) aponta o interesse em contar a história pela perspectiva das mulheres que estavam muito longe do centro do poder. “É realmente uma história revisionista contada pela ótica dessas mulheres que não pareciam nada central para as questões políticas, mas que acabam se transformando no centro”, disse ao Hollywood Reporter. A série estreia durante a corrida presidencial americana do ano que vem, em setembro de 2020. Podemos esperar fortes emoções!  

Sarah Paulson (Linda Tripp acima), Beanie Feldstein (Monica Lewinsky acima) e Annaleigh Ashford (Paula Jones acima)

Recentemente, o serviço de streaming Apple TV+ anunciou uma de suas grandes apostas para o lançamento da plataforma, em novembro de 2019. “The Morning Show” conta com a dupla Reese Witherspoon e Jennifer Aniston na produção executiva e na linha de frente da atração. Aniston é Alex Levy, a apresentadora do fictício programa de notícias “The Morning Show”, atração popular que revolucionou a cara da televisão americana. 

Quando seu parceiro de bancada, Mitch Kessler (Steve Carell) é demitido em meio a um escândalo de abuso sexual, Alex tentará de tudo para manter sua relevância como uma jornalista do primeiro escalão. Mas a competição será feroz com Bradley Jackson, vivida por Witherspoon, uma profissional novata que deseja conquistar o espaço da colega veterana.

No cinema ou na TV, a temática está posta e cada vez mais será debatida com senso crítico e maturidade. Narrativas femininas sobre assédio sexual tendem a ganhar mais espaço com o passar do tempo. Trazer o assunto à tona é dever da mídia, que precisa exorcizar seus próprios demônios.   

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