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As Faces da Marca

Diretor
Jenner Furst, Julia Willoughby Nason
Elenco
DeAnne Brady, Mark Stidham
Ano
2021
País
EUA

Documentário Prime Video ml-real ml-empreendedorismo ml-biografia ml-celebridade ml-ff ml-fraude

As Faces da Marca

"As Faces da Marca", ou no original "LuLaRich", mostra a jornada de ascensão e queda de um dos maiores fenômenos da moda feminina nos EUA nos últimos tempos: aquelas calças leggings chamativas, e de gosto bem duvidoso, da LuLaRoe. Na verdade, o interessante dessa minissérie em 4 episódios, Original Prime Vídeo, é justamente entender como algumas estratégias da empresa faziam muito sentido e outras foram completamente amadoras, para não dizer gananciosas, e que praticamente transformaram uma marca que era idolatrada por suas consumidoras (fiéis) em sinônimo de arrogância, mal cartismo e péssima qualidade produto.

A produção desvenda o segredo do sucesso LuLaRoe, mas da pior forma possível. Conhecida por suas leggings, a infame empresa de marketing multi-nível viralizou prometendo para jovens mães, uma salvação financeira, trabalhando de casa, em meio período, mas ganhando muito dinheiro. Os excêntricos fundadores da LuLaRoe, DeAnne Brady e Mark Stidham, recrutaram um exército de vendedoras independentes para vender suas roupas cada vez mais bizarras e defeituosas, até que tudo começou a dar errado. Confira o trailer (em inglês):

Os diretores Jenner Furst e Julia Willoughby Nason (do ótimo "Prescrição Fatal") constroem uma narrativa bastante tradicional para esse documentário, porém com uma dinâmica brilhantemente pontuada por uma trilha sonora que define exatamente o sentimento que temos ao assistir os depoimentos de DeAnne e Mark, de seus antigos funcionários e, especialmente, de suas vendedoras mais relevantes e que um dia foram embaixadoras da marca. Apoiada em imagens de arquivo, algumas extremamente constrangedoras, "LuLaRich" tem muito mais a nos ensinar do que podemos imaginar.

Para aqueles envolvidos com empreendedorismo eu destaco dois pontos: a importância de encontrar o público ideal que vai consumir seu produto (a famosa "persona") e a estratégia de comunicação para construção de uma comunidade fiel, defensora da marca e de todos seus produtos. Por outro lado, e aqui aprender com os erros dos outros deixa a experiência ainda mais completa, a forma como os fundadores da LuLaRoe constituíram suas lideranças dentro da empresa soa patético - que transformou uma cultura que parecia ser bastante saudável em uma postura tão tóxica, onde suas práticas lembravam (e muito) algumas seitas abusivas que já vimos em outros documentários como "The Vow", por exemplo.

Impressiona o fato de que DeAnne e Mark parecem não entender as consequências de suas péssimas atitudes como empresários - a não ser que eles sejam atores incríveis, parece que eles realmente acreditam que convidar as próprias clientes como vendedoras oficiais da marca, oferecendo comissões apenas quando outras mulheres são recrutadas por elas, para aí sim vender LuLaRoe, com custo fixo de aquisição de produto garantido; não seja uma pirâmide!

"As Faces da Marca" é muito feliz em discutir os limites éticos de um negócio de família que deu certo muito rápido. A linha tênue entre uma cultura corporativa marcada pela informalidade e um ambiente de trabalho abusivo pode ser até sutil, mas em escala acaba destruindo algo que tinha, de fato, muito potencial. O problema é que o preço foi caro, principalmente para aquele lado da corda mais fraco, que enxergavam na LuLaRoe uma oportunidade de mudar de vida, de ascensão social, mas que na verdade não passava de uma grande fantasia (para não dizer "furada").

Vale muito seu play!

Assista Agora

"As Faces da Marca", ou no original "LuLaRich", mostra a jornada de ascensão e queda de um dos maiores fenômenos da moda feminina nos EUA nos últimos tempos: aquelas calças leggings chamativas, e de gosto bem duvidoso, da LuLaRoe. Na verdade, o interessante dessa minissérie em 4 episódios, Original Prime Vídeo, é justamente entender como algumas estratégias da empresa faziam muito sentido e outras foram completamente amadoras, para não dizer gananciosas, e que praticamente transformaram uma marca que era idolatrada por suas consumidoras (fiéis) em sinônimo de arrogância, mal cartismo e péssima qualidade produto.

A produção desvenda o segredo do sucesso LuLaRoe, mas da pior forma possível. Conhecida por suas leggings, a infame empresa de marketing multi-nível viralizou prometendo para jovens mães, uma salvação financeira, trabalhando de casa, em meio período, mas ganhando muito dinheiro. Os excêntricos fundadores da LuLaRoe, DeAnne Brady e Mark Stidham, recrutaram um exército de vendedoras independentes para vender suas roupas cada vez mais bizarras e defeituosas, até que tudo começou a dar errado. Confira o trailer (em inglês):

Os diretores Jenner Furst e Julia Willoughby Nason (do ótimo "Prescrição Fatal") constroem uma narrativa bastante tradicional para esse documentário, porém com uma dinâmica brilhantemente pontuada por uma trilha sonora que define exatamente o sentimento que temos ao assistir os depoimentos de DeAnne e Mark, de seus antigos funcionários e, especialmente, de suas vendedoras mais relevantes e que um dia foram embaixadoras da marca. Apoiada em imagens de arquivo, algumas extremamente constrangedoras, "LuLaRich" tem muito mais a nos ensinar do que podemos imaginar.

Para aqueles envolvidos com empreendedorismo eu destaco dois pontos: a importância de encontrar o público ideal que vai consumir seu produto (a famosa "persona") e a estratégia de comunicação para construção de uma comunidade fiel, defensora da marca e de todos seus produtos. Por outro lado, e aqui aprender com os erros dos outros deixa a experiência ainda mais completa, a forma como os fundadores da LuLaRoe constituíram suas lideranças dentro da empresa soa patético - que transformou uma cultura que parecia ser bastante saudável em uma postura tão tóxica, onde suas práticas lembravam (e muito) algumas seitas abusivas que já vimos em outros documentários como "The Vow", por exemplo.

Impressiona o fato de que DeAnne e Mark parecem não entender as consequências de suas péssimas atitudes como empresários - a não ser que eles sejam atores incríveis, parece que eles realmente acreditam que convidar as próprias clientes como vendedoras oficiais da marca, oferecendo comissões apenas quando outras mulheres são recrutadas por elas, para aí sim vender LuLaRoe, com custo fixo de aquisição de produto garantido; não seja uma pirâmide!

"As Faces da Marca" é muito feliz em discutir os limites éticos de um negócio de família que deu certo muito rápido. A linha tênue entre uma cultura corporativa marcada pela informalidade e um ambiente de trabalho abusivo pode ser até sutil, mas em escala acaba destruindo algo que tinha, de fato, muito potencial. O problema é que o preço foi caro, principalmente para aquele lado da corda mais fraco, que enxergavam na LuLaRoe uma oportunidade de mudar de vida, de ascensão social, mas que na verdade não passava de uma grande fantasia (para não dizer "furada").

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