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Sugar

Diretor
Fernando Meirelles, Adam Arkin
Elenco
Colin Farrell, Kirby Howell-Baptiste, Amy Ryan
Ano
2024
País
EUA

Drama AppleTV+ ml-investigação ml-dramedia ml-relacoes ml-crime ml-livro ml-noir

Sugar

Olha, "Sugar" é realmente muito boa - daquelas séries gostosas de assistir, onde tudo funciona tão bem que você até espera uma derrapada, que, ainda bem, acaba não acontecendo. Essa produção da AppleTV+ criada por Mark Protosevich (de "Eu sou a Lenda") e dirigida pelo premiado cineasta brasileiro Fernando Meirelles (ao lado de Adam Arkin), combina toda uma atmosfera de investigação, mistério, drama psicológico e ação, para entregar uma experiência verdadeiramente imersiva e tecnicamente muito sofisticada. A série utiliza de um conceito noir para potencializar sua narrativa densa e envolvente, explorando de maneira divertida e, claro, cínica, as entranhas da obsessão, da corrupção e da fragilidade das relações humanas em uma Los Angeles aparentemente caótica, mas que busca encontrar algum tipo de ordem graças ao protagonista.

"Sugar", basicamente, conta a história de John Sugar (Colin Farrell), um detetive particular que investiga o desaparecimento de Olivia Siegel (Sydney Chandler), neta do produtor de Hollywood Jonathan Siegel (James Cromwell). A série combina essa complexa investigação de Sugar com alguns de seus dilemas mais pessoais, o que só complica sua jornada pela verdade. À medida que a história avança, a audiência se percebe imersa em uma teia de conspirações que desafia tanto a moralidade quanto os limites da confiança. Confira o trailer (em inglês)

O roteiro de Mark Protosevich, sem a menor dúvida, se destaca por sua dinâmica e pela forma como ela impacta nas decisões dos personagens. Desde sua narração em off mais sóbria até os diálogos afiados e cheios de subtexto, "Sugar", de fato, nos envolve de tal maneira que soa impossível parar de assistir. O conceito narrativo é inteligente, elegante - ele mistura elementos de "Entre Facas e Segredos" com "Tokyo Vice", sempre com o intuito de brincar com nossa percepção, revelando de maneira homeopática nuances sobre os personagens que refletem diretamente na trama e na nossa experiência como audiência. O que eu quero dizer é que aqui, a gente nunca sabe em quem acreditar ou onde o perigo está. A narrativa, em momento algum, se limita em ser um mistério simples e tradicional; muito pelo contrário, ela nos leva por um caminho menos seguro, mas que sabe explorar os dilemas enfrentados por Sugar, se aprofundando em suas motivações sem nunca esquecer o valor de seu passado. 

Sabendo disso, Fernando Meirelles traz para a direção sua assinatura visual única - com planos abertos belíssimos que destacam o contraste entre a grandiosidade da cidade de Los Angeles e a opressão emocional de seu protagonista. Sua habilidade em capturar a complexidade das interações humanas com uma criatividade exemplar, vista em filmes como "Cidade de Deus" ou "O Jardineiro Fiel", se reflete em "Sugar", especialmente nas dinâmicas entre o protagonista e Melanie (Amy Ryan) e Ruby (Kirby Howell-Baptiste) - repare como Meirelles joga com o silêncio, com os cortes rápidos, com a fotografia estourada, para criar sensações muito particulares em quem assiste - da solidão à euforia. Farrell entrega uma performance das mais carismáticas - um personagem que me lembrou o Hank Moody de David Duchovny, navegando entre o charme e a vulnerabilidade de um homem que carrega mais marcas do que parece.

Tecnicamente, "Sugar" é mesmo impecável. A fotografia do grande César Charlone é impressionante! Com uma paleta de cores que transita entre o vivo e o sombrio, Charlone praticamente transforma Los Angelees (e seus cenários) em um personagem introspectivo e misterioso, essencial para que essa atmosfera noir da série funcione. O fato é que "Sugar" é um projeto muito ambicioso que deu certo - em sua forma e em seu conteúdo. Repleta de mistério, drama e suspense, com uma narrativa habilmente construída, eu diria que eles é uma jornada imperdível para quem gosta de um bom policial, na sua face mais charmosa e envolvente.

Vale demais o seu play!

Assista Agora

Olha, "Sugar" é realmente muito boa - daquelas séries gostosas de assistir, onde tudo funciona tão bem que você até espera uma derrapada, que, ainda bem, acaba não acontecendo. Essa produção da AppleTV+ criada por Mark Protosevich (de "Eu sou a Lenda") e dirigida pelo premiado cineasta brasileiro Fernando Meirelles (ao lado de Adam Arkin), combina toda uma atmosfera de investigação, mistério, drama psicológico e ação, para entregar uma experiência verdadeiramente imersiva e tecnicamente muito sofisticada. A série utiliza de um conceito noir para potencializar sua narrativa densa e envolvente, explorando de maneira divertida e, claro, cínica, as entranhas da obsessão, da corrupção e da fragilidade das relações humanas em uma Los Angeles aparentemente caótica, mas que busca encontrar algum tipo de ordem graças ao protagonista.

"Sugar", basicamente, conta a história de John Sugar (Colin Farrell), um detetive particular que investiga o desaparecimento de Olivia Siegel (Sydney Chandler), neta do produtor de Hollywood Jonathan Siegel (James Cromwell). A série combina essa complexa investigação de Sugar com alguns de seus dilemas mais pessoais, o que só complica sua jornada pela verdade. À medida que a história avança, a audiência se percebe imersa em uma teia de conspirações que desafia tanto a moralidade quanto os limites da confiança. Confira o trailer (em inglês)

O roteiro de Mark Protosevich, sem a menor dúvida, se destaca por sua dinâmica e pela forma como ela impacta nas decisões dos personagens. Desde sua narração em off mais sóbria até os diálogos afiados e cheios de subtexto, "Sugar", de fato, nos envolve de tal maneira que soa impossível parar de assistir. O conceito narrativo é inteligente, elegante - ele mistura elementos de "Entre Facas e Segredos" com "Tokyo Vice", sempre com o intuito de brincar com nossa percepção, revelando de maneira homeopática nuances sobre os personagens que refletem diretamente na trama e na nossa experiência como audiência. O que eu quero dizer é que aqui, a gente nunca sabe em quem acreditar ou onde o perigo está. A narrativa, em momento algum, se limita em ser um mistério simples e tradicional; muito pelo contrário, ela nos leva por um caminho menos seguro, mas que sabe explorar os dilemas enfrentados por Sugar, se aprofundando em suas motivações sem nunca esquecer o valor de seu passado. 

Sabendo disso, Fernando Meirelles traz para a direção sua assinatura visual única - com planos abertos belíssimos que destacam o contraste entre a grandiosidade da cidade de Los Angeles e a opressão emocional de seu protagonista. Sua habilidade em capturar a complexidade das interações humanas com uma criatividade exemplar, vista em filmes como "Cidade de Deus" ou "O Jardineiro Fiel", se reflete em "Sugar", especialmente nas dinâmicas entre o protagonista e Melanie (Amy Ryan) e Ruby (Kirby Howell-Baptiste) - repare como Meirelles joga com o silêncio, com os cortes rápidos, com a fotografia estourada, para criar sensações muito particulares em quem assiste - da solidão à euforia. Farrell entrega uma performance das mais carismáticas - um personagem que me lembrou o Hank Moody de David Duchovny, navegando entre o charme e a vulnerabilidade de um homem que carrega mais marcas do que parece.

Tecnicamente, "Sugar" é mesmo impecável. A fotografia do grande César Charlone é impressionante! Com uma paleta de cores que transita entre o vivo e o sombrio, Charlone praticamente transforma Los Angelees (e seus cenários) em um personagem introspectivo e misterioso, essencial para que essa atmosfera noir da série funcione. O fato é que "Sugar" é um projeto muito ambicioso que deu certo - em sua forma e em seu conteúdo. Repleta de mistério, drama e suspense, com uma narrativa habilmente construída, eu diria que eles é uma jornada imperdível para quem gosta de um bom policial, na sua face mais charmosa e envolvente.

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