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Meu Querido Zelador

Diretor
Mariano Cohn, Gastón Duprat
Elenco
Guillermo Francella, Gastón Cocchiarale, Gabriel Goity
Ano
2022
País
Argentina

Comédia ml-dramedia ml-relacoes ml-amigos ml-wood-allen ml-mk Disney+

Meu Querido Zelador

Simplesmente genial - e vou mais longe, se "O Urso" despontou como uma das mais agradáveis surpresas de 2022, eu diria que, para nós, "Meu Querido Zelador" tem tudo para assumir esse papel em 2023. Muito inteligente, divertida, envolvente e especialmente irônica, bem ao estilo de seus criadores, os geniais Mariano Cohn e Gastón Duprat (aqui com Martin Bustos também), a série se destaca por uma abordagem única de eventos da vida real explorados com um certo exagero, claro, mas nunca fugindo das nuances cotidianas do relacionamento entre um "zelador" e os moradores de um prédio. Oferecendo uma experiência que vai além do humor convencional, Cohn e Duprat acertam de novo e provam, mais uma vez, que o sucesso de "Cidadão Ilustre" e "O Faz Nada" não foi por acaso.

Eliseo (Guillermo Francella) é um dedicado zelador de um edifício de alto padrão em Buenos Aires. Trabalhando há 30 anos no mesmo local, ele conhece todos aqueles que moram e trabalham por ali. Apesar de dedicar-se ao seu trabalho, Eliseo possui uma habilidade única de persuasão, aprimorada ao longo dos anos, que lhe permite saber tudo o que acontece no prédio. Quando necessário, inclusive, ele abusa desse seu poder de manipular os moradores para seu próprio bem. No entanto, seu senso de justiça o faz distinguir quem merece ou não sua proteção, e quando ele passa a ser a "vítima" de um grupo de moradores que querem modernizar o local, o que obviamente custaria seu emprego, Eliseu inicia uma cruzada para provar o seu real valor, custe o que custar. Confira o trailer (em espanhol):

Em um primeiro olhar, é impossível não ficar entusiasmado com a capacidade de Francella em nos conquistar com o seu Eliseo. E aqui eu peço licença para citar duas referências importantes sobre o personagem - ele, nem de longe, é unidimensional. Eliseu tem uma complexidade emocional que vai além do estereótipo que a própria narrativa procura pontuar para que a história ganhe um tom mais leve. Veja, ele faz com que  "Meu Querido Zelador" transite entre a critica social dos personagens de "Parasita" e a dualidade genial de Walter White em "Breaking Bad". Eu sei que pode parecer exagerado, mas os elementos que constroem a trama, e consequentemente o seu protagonista, nos faz refletir sobre o que é certo e o que é errado a cada nosso desafio que Eliseo precisa superar para manter o seu emprego.

Sim, ao assistir "Meu Querido Zelador" somos cativados por uma nova perspectiva sobre as relações humanas - especialmente aquela que chamamos de "ocasião". A maneira como  o roteiro subverte nossas expectativas é tão genial quanto as ferramentas corporais de Francella ao se desconstruir de acordo com a situação que acabou de lidar. Não tenho certeza se a série não transcende os estereótipos de tão real que é aquela dinâmica entre zelador e moradores; o que eu sei é que é muito fácil se conectar com tudo aquilo. A direção está 100% alinhada ao ótimo texto, capturando a essência de cada conflito sem esquecer do equilíbrio vital do cômico com o dramático - reparem como o texto brinca com essa gramática a todo instante de forma tão genuína.

"Meu Querido Zelador" oferece uma experiência imperdível, que vai muito além das risadas superficiais e das bengalas que algumas comédias insistem em repetir. Os elementos que poderiam passar despercebidos, como um olhar, uma pausa ou um sorriso amarelo, se revelam essenciais para a riqueza que é a narrativa da série. Não se surpreenda se você se sentir nervoso, ansioso ou angustiado ao assistir algum dos onze episódios dessa primeira temporada, pois aquele clima constante de “vai dar m...” vai sendo construído, se acumulando, criando brechas até que, de repente, vem aquela deliciosa sensação de alivio. 

Viciante e com um leve sabor vingança, seu play é obrigatório!

Assista Agora

Simplesmente genial - e vou mais longe, se "O Urso" despontou como uma das mais agradáveis surpresas de 2022, eu diria que, para nós, "Meu Querido Zelador" tem tudo para assumir esse papel em 2023. Muito inteligente, divertida, envolvente e especialmente irônica, bem ao estilo de seus criadores, os geniais Mariano Cohn e Gastón Duprat (aqui com Martin Bustos também), a série se destaca por uma abordagem única de eventos da vida real explorados com um certo exagero, claro, mas nunca fugindo das nuances cotidianas do relacionamento entre um "zelador" e os moradores de um prédio. Oferecendo uma experiência que vai além do humor convencional, Cohn e Duprat acertam de novo e provam, mais uma vez, que o sucesso de "Cidadão Ilustre" e "O Faz Nada" não foi por acaso.

Eliseo (Guillermo Francella) é um dedicado zelador de um edifício de alto padrão em Buenos Aires. Trabalhando há 30 anos no mesmo local, ele conhece todos aqueles que moram e trabalham por ali. Apesar de dedicar-se ao seu trabalho, Eliseo possui uma habilidade única de persuasão, aprimorada ao longo dos anos, que lhe permite saber tudo o que acontece no prédio. Quando necessário, inclusive, ele abusa desse seu poder de manipular os moradores para seu próprio bem. No entanto, seu senso de justiça o faz distinguir quem merece ou não sua proteção, e quando ele passa a ser a "vítima" de um grupo de moradores que querem modernizar o local, o que obviamente custaria seu emprego, Eliseu inicia uma cruzada para provar o seu real valor, custe o que custar. Confira o trailer (em espanhol):

Em um primeiro olhar, é impossível não ficar entusiasmado com a capacidade de Francella em nos conquistar com o seu Eliseo. E aqui eu peço licença para citar duas referências importantes sobre o personagem - ele, nem de longe, é unidimensional. Eliseu tem uma complexidade emocional que vai além do estereótipo que a própria narrativa procura pontuar para que a história ganhe um tom mais leve. Veja, ele faz com que  "Meu Querido Zelador" transite entre a critica social dos personagens de "Parasita" e a dualidade genial de Walter White em "Breaking Bad". Eu sei que pode parecer exagerado, mas os elementos que constroem a trama, e consequentemente o seu protagonista, nos faz refletir sobre o que é certo e o que é errado a cada nosso desafio que Eliseo precisa superar para manter o seu emprego.

Sim, ao assistir "Meu Querido Zelador" somos cativados por uma nova perspectiva sobre as relações humanas - especialmente aquela que chamamos de "ocasião". A maneira como  o roteiro subverte nossas expectativas é tão genial quanto as ferramentas corporais de Francella ao se desconstruir de acordo com a situação que acabou de lidar. Não tenho certeza se a série não transcende os estereótipos de tão real que é aquela dinâmica entre zelador e moradores; o que eu sei é que é muito fácil se conectar com tudo aquilo. A direção está 100% alinhada ao ótimo texto, capturando a essência de cada conflito sem esquecer do equilíbrio vital do cômico com o dramático - reparem como o texto brinca com essa gramática a todo instante de forma tão genuína.

"Meu Querido Zelador" oferece uma experiência imperdível, que vai muito além das risadas superficiais e das bengalas que algumas comédias insistem em repetir. Os elementos que poderiam passar despercebidos, como um olhar, uma pausa ou um sorriso amarelo, se revelam essenciais para a riqueza que é a narrativa da série. Não se surpreenda se você se sentir nervoso, ansioso ou angustiado ao assistir algum dos onze episódios dessa primeira temporada, pois aquele clima constante de “vai dar m...” vai sendo construído, se acumulando, criando brechas até que, de repente, vem aquela deliciosa sensação de alivio. 

Viciante e com um leve sabor vingança, seu play é obrigatório!

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