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Segredos Oficiais

Diretor
Gavin Hood
Elenco
Keira Knightley, Matt Smith, Matthew Goode
Ano
2019
País
Reino Unido

Drama AppleTV+ ml-real ml-investigação ml-terrorismo ml-politico ml-hoc

Segredos Oficiais

"Segredos Oficiais" é um daqueles dramas políticos de revirar o estômago, ainda mais por se tratar de um história real e muito recente. Seguindo a história por trás do excelente "Vice", que mostra o lado americano, ou melhor: os bastidores da decisão que levaram o EUA atacar o Iraque pós 11 de setembro; esse filme do diretor sul-africano Gavin Hood (de X-Men Origens: Wolverine), acompanha a história de Katherine Gun (Keira Knightley), uma agente britânica da GCHQ (ou Government Communications Headquarters) que atuava, basicamente, coletando informações como tradutora de mandarim. Porém, em 2003, ela e seus colegas receberam ordens através de um e-mail para que buscassem informações sobre membros do Conselho de Segurança da ONU que pudessem ser utilizados para chantagear seis países a votarem a favor da Guerra do Iraque. Reconhecendo a ilegalidade daquela ordem e a maneira manipuladora como Tony Blair informava os cidadãos britânicos sobre sua relação com Bush, Katherine resolveu divulgar esse e-mail através do “The Observer”, quebrando assim o "Ato de Segredos Oficiais" - o que resultou em um processo que colocou em risco sua vida, sua carreira e seu casamento! Confira o trailer:

Talvez sem o peso de tantas informações bastante complexas ou até de uma cadeia de intrigas tão bem estruturadas como em "O Relatório""Segredos Oficiais" entrega um filme interessante, dinâmico e muito bem realizado - uma excelente opção para quem gosta do gênero. Talvez o grande mérito do filme seja o de humanizar a protagonista, mostrando suas fraquezas e dúvidas, ao mesmo tempo em que age baseada em seus princípios e se enche de coragem para vazar o documento. Mesmo sem grandes inovações narrativas, temos um roteiro equilibrado e que não se preocupa com alegorias visuais e sim em traçar uma linha temporal coerente com os acontecimentos que marcaram a história e, principalmente, transformaram a vida de Katherine Gun durante pouco mais de um ano! Vale seu play, com a mais absoluta certeza!

Apesar de se tratar de um filme baseado em histórias reais e relativamente recente, "Segredos Oficiais" resiste ao impulso de idealizar seus heróis ou exacerbar um patriotismo unilateral pautado em uma bandeira pacifista. O fato de vermos Katherine insegura em diversos momentos ou de se arrepender de suas decisões, ao mesmo tempo em que acompanhamos as falhas de revisão do próprio “The Observer” ao publicar a matéria do jornalista Martin Bright (Matt Smith) que se delicia com o meteórico sucesso, mas logo depois é questionado sobre a veracidade da sua reportagem ou até quando Ben Emmerson (Ralph Fiennes), advogado que se utiliza de um argumento extremamente arriscado na defesa de Gun na tentativa de desqualificar a procuradoria nos tribunais. Essa humanização dos personagens, mostrando suas falhas e egos ajuda demais na identificação com o público e cria uma tensão quase documental durante a apresentação dos fatos.

Gavin Hood faz o seu arroz com feijão de uma forma muito competente e acredito que sua familiaridade com a atuação tenha contribuído para o excelente trabalho que realizou com todo o elenco. Keira Knightley e Ralph Fiennes chamam atenção por uma performance sem nenhum exagero (acreditem se quiser). O conceito estético que Hood imprimiu também me agradou: misturar ficção com imagens de arquivo da época sempre funciona, mas a forma como ele integrou na narrativa ficou extremamente natural - até quando vem um tom mais crítico sobre meios de comunicação que colocam suas ideologias e interesses acima da própria notícia ou que mudam seus discursos de acordo com a quantidade de dinheiro e exposição que uma matéria pode gerar.

O filme chegou a concorrer ao prêmio de melhor filme no Festival de Hamburgo em 2019, o que chancela a qualidade de "Segredos Oficiais". Vale muito pela história, pela qualidade da produção e do elenco. Um ótimo entretenimento e um material quase complementar ao já citado "Vice" do Adam McKay.

Assista Agora

"Segredos Oficiais" é um daqueles dramas políticos de revirar o estômago, ainda mais por se tratar de um história real e muito recente. Seguindo a história por trás do excelente "Vice", que mostra o lado americano, ou melhor: os bastidores da decisão que levaram o EUA atacar o Iraque pós 11 de setembro; esse filme do diretor sul-africano Gavin Hood (de X-Men Origens: Wolverine), acompanha a história de Katherine Gun (Keira Knightley), uma agente britânica da GCHQ (ou Government Communications Headquarters) que atuava, basicamente, coletando informações como tradutora de mandarim. Porém, em 2003, ela e seus colegas receberam ordens através de um e-mail para que buscassem informações sobre membros do Conselho de Segurança da ONU que pudessem ser utilizados para chantagear seis países a votarem a favor da Guerra do Iraque. Reconhecendo a ilegalidade daquela ordem e a maneira manipuladora como Tony Blair informava os cidadãos britânicos sobre sua relação com Bush, Katherine resolveu divulgar esse e-mail através do “The Observer”, quebrando assim o "Ato de Segredos Oficiais" - o que resultou em um processo que colocou em risco sua vida, sua carreira e seu casamento! Confira o trailer:

Talvez sem o peso de tantas informações bastante complexas ou até de uma cadeia de intrigas tão bem estruturadas como em "O Relatório""Segredos Oficiais" entrega um filme interessante, dinâmico e muito bem realizado - uma excelente opção para quem gosta do gênero. Talvez o grande mérito do filme seja o de humanizar a protagonista, mostrando suas fraquezas e dúvidas, ao mesmo tempo em que age baseada em seus princípios e se enche de coragem para vazar o documento. Mesmo sem grandes inovações narrativas, temos um roteiro equilibrado e que não se preocupa com alegorias visuais e sim em traçar uma linha temporal coerente com os acontecimentos que marcaram a história e, principalmente, transformaram a vida de Katherine Gun durante pouco mais de um ano! Vale seu play, com a mais absoluta certeza!

Apesar de se tratar de um filme baseado em histórias reais e relativamente recente, "Segredos Oficiais" resiste ao impulso de idealizar seus heróis ou exacerbar um patriotismo unilateral pautado em uma bandeira pacifista. O fato de vermos Katherine insegura em diversos momentos ou de se arrepender de suas decisões, ao mesmo tempo em que acompanhamos as falhas de revisão do próprio “The Observer” ao publicar a matéria do jornalista Martin Bright (Matt Smith) que se delicia com o meteórico sucesso, mas logo depois é questionado sobre a veracidade da sua reportagem ou até quando Ben Emmerson (Ralph Fiennes), advogado que se utiliza de um argumento extremamente arriscado na defesa de Gun na tentativa de desqualificar a procuradoria nos tribunais. Essa humanização dos personagens, mostrando suas falhas e egos ajuda demais na identificação com o público e cria uma tensão quase documental durante a apresentação dos fatos.

Gavin Hood faz o seu arroz com feijão de uma forma muito competente e acredito que sua familiaridade com a atuação tenha contribuído para o excelente trabalho que realizou com todo o elenco. Keira Knightley e Ralph Fiennes chamam atenção por uma performance sem nenhum exagero (acreditem se quiser). O conceito estético que Hood imprimiu também me agradou: misturar ficção com imagens de arquivo da época sempre funciona, mas a forma como ele integrou na narrativa ficou extremamente natural - até quando vem um tom mais crítico sobre meios de comunicação que colocam suas ideologias e interesses acima da própria notícia ou que mudam seus discursos de acordo com a quantidade de dinheiro e exposição que uma matéria pode gerar.

O filme chegou a concorrer ao prêmio de melhor filme no Festival de Hamburgo em 2019, o que chancela a qualidade de "Segredos Oficiais". Vale muito pela história, pela qualidade da produção e do elenco. Um ótimo entretenimento e um material quase complementar ao já citado "Vice" do Adam McKay.

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