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Midsommar.jpg

Midsommar

Diretor
Ari Aster
Elenco
Florence Pugh, Jack Reynor, Vilhelm Blomgren
Ano
2019
País
EUA

Suspense ml-psicologico ml-religiao ml-investigação ml-independente ml-sobrenatural ml-livro Youtube ml-vc

Midsommar

"Midsommar" é uma experiência interessante, principalmente se você entender a proposta, se permitir mergulhar na dinâmica narrativa e na psique dos personagens. Veja, a história acompanha Dani (Florence Pugh) que após um terrível incidente que tirou a vida de toda sua família, se vê sozinha. Ao buscar o apoio em seu namorado Christian (Jack Reynor), ela percebe que os dois passam por um momento delicado do relacionamento - o que só aumenta sua insegurança. Quando Pelle (Vilhelm Blomgren), amigo sueco de Christian, convida ele e mais dois amigos para uma tradicional celebração de verão na aldeia onde cresceu, Dani não lida muito bem com a situação e praticamente obriga o namorado a convidá-la. O fato é que ela vê nessa viagem a chance de processar seu luto, porém o que ela encontra é algo completamente fora do esperado, do seu entendimento, o que transforma essa experiência em algo extremamente macabro. Confira o trailer:

"Midsommar" é o segundo trabalho do diretor Ari Aster, do excelente e premiadíssimo "Hereditário" - talvez por essa razão, o filme chegou cheio de expectativas entre os amantes de suspense com uma levada mais "Boa Noite, Mamãe" de 2014. Embora completamente distintos, existe um ponto de convergência entre esses filmes que nos ajuda a entender o fascínio pela forma como Ari Aster constrói a história: o desenvolvimento na relação dos personagens com o ambiente que eles estão inseridos é delicadamente formatado por camadas que, juntas, intensificam a sensação de angústia e que separadas focam em elementos essências para um bom suspense: umas são mais delicadas, outras mais brutas, mas quando tudo nos leva a crer que o problema é externo - visualmente representada por cenas bem impactantes; entendemos que é o íntimo que transforma a situação em algo quase insuportável. Isso tudo para dizer que "Midsommar" é um filme que vai além do que vemos na tela e isso não deve agradar a todos, porém é preciso elogiar o trabalho conceitual que o diretor nos entrega. Vale muito a pena se você gostar do gênero e da forma como ele é representado!

É característica desse diretor/roteirista trabalhar muita coisa ao mesmo tempo, e nem sempre isso é visto com bons olhos - até porque o filme acaba ficando longo e, para alguns, cansativo. O relacionamento dos protagonistas trazem a sutileza do desconforto mútuo entre pessoas que já não se gostam mais como antes, mas também o medo de perder aquilo que já faz parte da sua vida. Mesmo inconstante psicologicamente, Christian não quer deixar Dani, mas ela já entendeu que tudo que viveu com ele talvez já não faça mais sentido - só que ele não sabe ainda. Essa relação de insegurança perante a vida do ser humano é extremamente difícil de se retratar sem estereotipar uma ou outra situação e é aí que Ari Aster brilha: ele deixa para estereotipar o "em torno" e nunca o sentimento dos personagens, então quando misturamos tudo isso, parece loucura, algo sem noção, mas na verdade é só a forma natural como ele provoca os personagens a lidarem com suas dores mais profundas em um universo tão distante da realidade deles! Quando Aster se dedica na construção de uma atmosfera misteriosa, com um toque de terror pastoral - bem mais intenso que Shayamalan imprimiu em "A Vila", entendemos porque o comportamento daquelas pessoas que vivem na Aldeia nos causam tanto desconforto. O trabalho sutil do medo é validado por atitudes extremas, esse é o conceito!

Se em alguns momentos tudo aquilo parece um pouco ensaiado demais, logo lembramos que se trata de um culto e a repetição trás essa característica. É tão interessante o impacto que isso causa nos outros personagens, mesmo que superficialmente, que eu diria que se "Midsommar" fosse uma série, estaríamos tão intrigados como nos tempos de "Lost". O fato é que o filme trabalha muito bem o que pode ser mostrado e o que deve ser sugerido e isso pode causar um certo distanciamento do público que quer "tomar sustos" - não estamos falando desse tipo de filme, que fique claro, porém o que vemos no primeiro ato, para mim, já foi mais que o suficiente e me deixou ansioso e receoso pelo o que eu poderia encontrar no restante da história. Para alguns isso pode parecer inconstância, para mim foi estratégico e no final do filme, a sensação de alivio foi tão intensa que as próprias escolhas duvidosas do roteiro foram esquecidas.

Reparem como "Midsommar" tem cara de suspense psicológico independente, mas está fantasiado de filme comercial! No final das contas eu gostei e indico para o assinante mais disposto a refletir sobre o que vai ver na tela e sobre o que poderia ter visto, mas o diretor preferiu não entregar!

Assista Agora

"Midsommar" é uma experiência interessante, principalmente se você entender a proposta, se permitir mergulhar na dinâmica narrativa e na psique dos personagens. Veja, a história acompanha Dani (Florence Pugh) que após um terrível incidente que tirou a vida de toda sua família, se vê sozinha. Ao buscar o apoio em seu namorado Christian (Jack Reynor), ela percebe que os dois passam por um momento delicado do relacionamento - o que só aumenta sua insegurança. Quando Pelle (Vilhelm Blomgren), amigo sueco de Christian, convida ele e mais dois amigos para uma tradicional celebração de verão na aldeia onde cresceu, Dani não lida muito bem com a situação e praticamente obriga o namorado a convidá-la. O fato é que ela vê nessa viagem a chance de processar seu luto, porém o que ela encontra é algo completamente fora do esperado, do seu entendimento, o que transforma essa experiência em algo extremamente macabro. Confira o trailer:

"Midsommar" é o segundo trabalho do diretor Ari Aster, do excelente e premiadíssimo "Hereditário" - talvez por essa razão, o filme chegou cheio de expectativas entre os amantes de suspense com uma levada mais "Boa Noite, Mamãe" de 2014. Embora completamente distintos, existe um ponto de convergência entre esses filmes que nos ajuda a entender o fascínio pela forma como Ari Aster constrói a história: o desenvolvimento na relação dos personagens com o ambiente que eles estão inseridos é delicadamente formatado por camadas que, juntas, intensificam a sensação de angústia e que separadas focam em elementos essências para um bom suspense: umas são mais delicadas, outras mais brutas, mas quando tudo nos leva a crer que o problema é externo - visualmente representada por cenas bem impactantes; entendemos que é o íntimo que transforma a situação em algo quase insuportável. Isso tudo para dizer que "Midsommar" é um filme que vai além do que vemos na tela e isso não deve agradar a todos, porém é preciso elogiar o trabalho conceitual que o diretor nos entrega. Vale muito a pena se você gostar do gênero e da forma como ele é representado!

É característica desse diretor/roteirista trabalhar muita coisa ao mesmo tempo, e nem sempre isso é visto com bons olhos - até porque o filme acaba ficando longo e, para alguns, cansativo. O relacionamento dos protagonistas trazem a sutileza do desconforto mútuo entre pessoas que já não se gostam mais como antes, mas também o medo de perder aquilo que já faz parte da sua vida. Mesmo inconstante psicologicamente, Christian não quer deixar Dani, mas ela já entendeu que tudo que viveu com ele talvez já não faça mais sentido - só que ele não sabe ainda. Essa relação de insegurança perante a vida do ser humano é extremamente difícil de se retratar sem estereotipar uma ou outra situação e é aí que Ari Aster brilha: ele deixa para estereotipar o "em torno" e nunca o sentimento dos personagens, então quando misturamos tudo isso, parece loucura, algo sem noção, mas na verdade é só a forma natural como ele provoca os personagens a lidarem com suas dores mais profundas em um universo tão distante da realidade deles! Quando Aster se dedica na construção de uma atmosfera misteriosa, com um toque de terror pastoral - bem mais intenso que Shayamalan imprimiu em "A Vila", entendemos porque o comportamento daquelas pessoas que vivem na Aldeia nos causam tanto desconforto. O trabalho sutil do medo é validado por atitudes extremas, esse é o conceito!

Se em alguns momentos tudo aquilo parece um pouco ensaiado demais, logo lembramos que se trata de um culto e a repetição trás essa característica. É tão interessante o impacto que isso causa nos outros personagens, mesmo que superficialmente, que eu diria que se "Midsommar" fosse uma série, estaríamos tão intrigados como nos tempos de "Lost". O fato é que o filme trabalha muito bem o que pode ser mostrado e o que deve ser sugerido e isso pode causar um certo distanciamento do público que quer "tomar sustos" - não estamos falando desse tipo de filme, que fique claro, porém o que vemos no primeiro ato, para mim, já foi mais que o suficiente e me deixou ansioso e receoso pelo o que eu poderia encontrar no restante da história. Para alguns isso pode parecer inconstância, para mim foi estratégico e no final do filme, a sensação de alivio foi tão intensa que as próprias escolhas duvidosas do roteiro foram esquecidas.

Reparem como "Midsommar" tem cara de suspense psicológico independente, mas está fantasiado de filme comercial! No final das contas eu gostei e indico para o assinante mais disposto a refletir sobre o que vai ver na tela e sobre o que poderia ter visto, mas o diretor preferiu não entregar!

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