Antes mais nada é preciso alinhar as expectativas: talvez a história de "A Ordem" seja até mais interessante que o filme em si, mas posso te adiantar, é impressionante como a narrativa acerta em cheio ao explorar a insanidade de um ser humano desprezível pautado pelo extremismo. Nesse sentido, poucos diretores têm o dom de transformar o desconforto em uma experiência cinematográfica tão impactante quanto Justin Kurzel. Depois de dissecar a mente de assassinos em "Snowtown" e "Nitram", o cineasta retorna ao submundo da violência ideológica com um competente "A Ordem" - baseado no livro "The Order: Inside America's Racist Underground", de Kevin Flynn e Gary Gerhardt. Se seus trabalhos anteriores já demonstravam uma obsessão pelo processo de radicalização e suas consequências mais devastadoras, aqui ele expande essa análise para o cenário político e social dos EUA, expondo como um movimento neonazista saiu das sombras e marcou a história real americana.
O filme mergulha na ascensão do grupo extremista The Order, que operou nos anos 1980, liderado por Robert Jay Mathews (Nicholas Hoult) e que foi responsável por crimes que transitaram entre assaltos a bancos até assassinatos políticos e atentados terroristas. O roteiro, que mistura elementos ficcionais com uma reconstituição fiel dos eventos documentados no livro, constrói uma atmosfera densa e angustiante pela perspectiva do agente do FBI, Terry Husk (Jude Law). Confira o trailer (em inglês):
Em vez de tratar seus personagens como meros vilões superficiais, Kurzel acerta demais ao estudar a personalidade de cada um deles como peças de um sistema corrompido pela paranoia, pelo ressentimento e pela necessidade de pertencimento - uma abordagem semelhante ao que Drew e John Erick Dowdle fizeram na excelente minissérie "Waco". Desde os primeiros minutos, Kurzel estabelece um tom opressivo que permanece constante ao longo da narrativa - conceito potencializado pelo fotógrafo Adam Arkapaw (seu parceiro em "Macbeth"). Repare como Arkapaw prioriza cores pouco saturadas com uma iluminação dura e planos bem construídos que nos remetem aos filmes de ação, mas sem esquecer a potência do drama íntimo daqueles personagens. É palpável o ambiente de desesperança de uma realidade brutal que assola aquelas comunidades do noroeste do EUA - o uso calculado de sombras e desfoques para isolar figuras em meio ao caos, com o diretor de fotografia frequentemente usando lentes de 50mm e 75mm, gera um efeito claustrofóbico muito interessante, aprisionando os personagens dentro de sua própria narrativa de ódio.
Enquanto o roteiro oferece momentos de introspecção e inquietação, a trilha sonora original de Jed Kurzel (de "Encounter") opta por uma abordagem minimalista, deixando o desenho de som e seus ruídos de ambiente assumirem um papel fundamental. O impacto das armas, o som abafado de uma discussão dentro de um carro, a estática de um rádio da polícia, ou seja, cada detalhe sonoro amplifica a sensação de estarmos à beira de um colapso iminente - a nossa percepção de desintegração social é angustiante. Veja, Justin Kurzel não está interessado na ação gratuita, ou seja, ele praticamente se desfaz de figuras unidimensionais de uma maneira extremamente orgânica - e todo esse cuidado conceitual, do desenho de produção ao trabalho da mixagem, reflete diretamente na performance do elenco. Tal qual Taylor Kitsch como David Koresh, Nicholas Hoult expõe a desconexão com a realidade de "Bob" Mathews com uma precisão cirúrgica - aliás, evocando momentos que nos remetem a Edward Norton em "A Outra História Americana". Já Jude Law, como o agente do FBI obcecado em desmontar o grupo, entrega outra atuação perturbadora - ao ponto de trazer para cena aquela atmosfera de mal-estar emocional que encontramos em "True Detective" e em "Se7en".
Ao contrário de filmes que romantizam o universo do crime, "A Ordem" se esforça para destruir qualquer ilusão de grandiosidade ao "humanizar" figuras extremistas - com certo tato, é verdade, O roteiro de Zach Baylin (de "King Richard: Criando Campeãs") evita simplificações, mostrando como a radicalização se alimenta de ciclos de frustração, medo e manipulação. O filme não cai na armadilha de dar voz à retórica do ódio sem contraponto, mas também não se apressa em oferecer respostas fáceis. No final, "A Ordem" se apresenta mais do que um thriller sobre terrorismo doméstico (não espere muita ação), se colocando como um retrato brutal e necessário sobre como a ideologia supremacista continua a contaminar sociedades, muitas vezes sob novas roupagens. O filme vai além de sua estética impecável; ele provoca, incomoda e força a audiência a refletir - eu dia até que, mesmo como um golpe seco no estômago, "A Ordem" é uma obra necessária e impossível de ignorar.
Vale muito o seu play!
Antes mais nada é preciso alinhar as expectativas: talvez a história de "A Ordem" seja até mais interessante que o filme em si, mas posso te adiantar, é impressionante como a narrativa acerta em cheio ao explorar a insanidade de um ser humano desprezível pautado pelo extremismo. Nesse sentido, poucos diretores têm o dom de transformar o desconforto em uma experiência cinematográfica tão impactante quanto Justin Kurzel. Depois de dissecar a mente de assassinos em "Snowtown" e "Nitram", o cineasta retorna ao submundo da violência ideológica com um competente "A Ordem" - baseado no livro "The Order: Inside America's Racist Underground", de Kevin Flynn e Gary Gerhardt. Se seus trabalhos anteriores já demonstravam uma obsessão pelo processo de radicalização e suas consequências mais devastadoras, aqui ele expande essa análise para o cenário político e social dos EUA, expondo como um movimento neonazista saiu das sombras e marcou a história real americana.
O filme mergulha na ascensão do grupo extremista The Order, que operou nos anos 1980, liderado por Robert Jay Mathews (Nicholas Hoult) e que foi responsável por crimes que transitaram entre assaltos a bancos até assassinatos políticos e atentados terroristas. O roteiro, que mistura elementos ficcionais com uma reconstituição fiel dos eventos documentados no livro, constrói uma atmosfera densa e angustiante pela perspectiva do agente do FBI, Terry Husk (Jude Law). Confira o trailer (em inglês):
Em vez de tratar seus personagens como meros vilões superficiais, Kurzel acerta demais ao estudar a personalidade de cada um deles como peças de um sistema corrompido pela paranoia, pelo ressentimento e pela necessidade de pertencimento - uma abordagem semelhante ao que Drew e John Erick Dowdle fizeram na excelente minissérie "Waco". Desde os primeiros minutos, Kurzel estabelece um tom opressivo que permanece constante ao longo da narrativa - conceito potencializado pelo fotógrafo Adam Arkapaw (seu parceiro em "Macbeth"). Repare como Arkapaw prioriza cores pouco saturadas com uma iluminação dura e planos bem construídos que nos remetem aos filmes de ação, mas sem esquecer a potência do drama íntimo daqueles personagens. É palpável o ambiente de desesperança de uma realidade brutal que assola aquelas comunidades do noroeste do EUA - o uso calculado de sombras e desfoques para isolar figuras em meio ao caos, com o diretor de fotografia frequentemente usando lentes de 50mm e 75mm, gera um efeito claustrofóbico muito interessante, aprisionando os personagens dentro de sua própria narrativa de ódio.
Enquanto o roteiro oferece momentos de introspecção e inquietação, a trilha sonora original de Jed Kurzel (de "Encounter") opta por uma abordagem minimalista, deixando o desenho de som e seus ruídos de ambiente assumirem um papel fundamental. O impacto das armas, o som abafado de uma discussão dentro de um carro, a estática de um rádio da polícia, ou seja, cada detalhe sonoro amplifica a sensação de estarmos à beira de um colapso iminente - a nossa percepção de desintegração social é angustiante. Veja, Justin Kurzel não está interessado na ação gratuita, ou seja, ele praticamente se desfaz de figuras unidimensionais de uma maneira extremamente orgânica - e todo esse cuidado conceitual, do desenho de produção ao trabalho da mixagem, reflete diretamente na performance do elenco. Tal qual Taylor Kitsch como David Koresh, Nicholas Hoult expõe a desconexão com a realidade de "Bob" Mathews com uma precisão cirúrgica - aliás, evocando momentos que nos remetem a Edward Norton em "A Outra História Americana". Já Jude Law, como o agente do FBI obcecado em desmontar o grupo, entrega outra atuação perturbadora - ao ponto de trazer para cena aquela atmosfera de mal-estar emocional que encontramos em "True Detective" e em "Se7en".
Ao contrário de filmes que romantizam o universo do crime, "A Ordem" se esforça para destruir qualquer ilusão de grandiosidade ao "humanizar" figuras extremistas - com certo tato, é verdade, O roteiro de Zach Baylin (de "King Richard: Criando Campeãs") evita simplificações, mostrando como a radicalização se alimenta de ciclos de frustração, medo e manipulação. O filme não cai na armadilha de dar voz à retórica do ódio sem contraponto, mas também não se apressa em oferecer respostas fáceis. No final, "A Ordem" se apresenta mais do que um thriller sobre terrorismo doméstico (não espere muita ação), se colocando como um retrato brutal e necessário sobre como a ideologia supremacista continua a contaminar sociedades, muitas vezes sob novas roupagens. O filme vai além de sua estética impecável; ele provoca, incomoda e força a audiência a refletir - eu dia até que, mesmo como um golpe seco no estômago, "A Ordem" é uma obra necessária e impossível de ignorar.
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