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Amour

Diretor
Michael Haneke
Elenco
Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert
Ano
2012
País
França

Drama ml-real ml-relacoes ml-frança ml-cannes ml-oscar ml-familia ml-casal ml-teatro ml-hc Imovision

Amour

Lindo e sensível - talvez não tenha melhor forma de definir o francês, "Amour". Lançado em 2012 e dirigido por Michael Haneke (de "Happy End"), posso dizer que esse é um drama austero e profundamente comovente que explora as complexidades do amor pela perspectiva da velhice e da realidade que vai se tornando o fim da vida. O filme, que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2012 e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013, é um retrato intimista, e de certa forma brutal, da devoção entre um casal idoso que enfrenta os desafios de uma doença e da inevitável perda. Com performances impecáveis e uma direção bastante minimalista, "Amour" oferece uma reflexão implacável sobre o amor e a dignidade no final da vida. Para aqueles que gostaram de "Meu Pai", "Amour" é uma experiência parecida e, justamente por isso, imperdível.

A trama segue Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), um casal de aposentados que vive uma vida tranquila e culta em Paris. Ambos são ex-professores de música e compartilham uma vida de amor e companheirismo. No entanto, sua rotina é abalada quando Anne sofre um derrame que paralisa um lado de seu corpo. À medida que sua condição se deteriora, Georges assume o papel de cuidador, enfrentando a dor emocional e física de ver sua amada esposa perder gradualmente sua independência e dignidade. Confira o trailer:

Michael Haneke é conhecido por sua abordagem fria e meticulosa diante de uma narrativa cinematográfica que muitas vezes se comunica pelo subtexto. Certamente ele aplica seu estilo em "Amour" de uma maneira que intensifica o impacto emocional da história. Haneke evita qualquer sentimentalismo ou melodrama, optando por uma direção precisa e uma câmera fixa que conta a história por si só - é lindo e angustiante. Repare como essa abordagem permite que a audiência experimente a crueza e a realidade da situação, oferecendo uma visão não filtrada da fragilidade humana e da natureza implacável de uma doença - como se estivéssemos observando os fatos, ali, no silêncio. A direção de fotografia de Darius Khondji (indicado ao Oscar por "Bardo" e "Evita") é igualmente discreta, utilizando luz natural e uma paleta de cores suaves para criar uma sensação de intimidade e desolação. No entanto, como o apartamento do casal serve como o único cenário do filme, Khondji brinca com as limitações, criando uma extensão da experiência dos personagens, se apropriando dos espaços cada vez mais confinados para refletir o mundo em declínio de Anne e Georges. Aliás, as escolhas visuais de Haneke e Khondji enfatizam demais essa claustrofobia e esse isolamento, aumentando a sensação de impotência e desespero que permeia toda a narrativa.

Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva entregam performances extraordinárias como Georges e Anne. Trintignant, com uma contenção emocional notável, retrata Georges como um homem dedicado, cuja paciência e compaixão são testadas ao limite enquanto ele cuida de sua esposa. Sua atuação é uma masterclass de sutileza, capturando a força silenciosa e a vulnerabilidade de um homem confrontado com a perda iminente. Riva, em uma performance profundamente corajosa, retrata Anne com uma dignidade e graça comoventes, mesmo quando sua personagem está sendo consumida pela doença. A deterioração de Anne é retratada com uma autenticidade dolorosa, e Riva lida com os desafios físicos do papel de maneira que é ao mesmo tempo devastadora e inspiradora. O filme também conta com uma breve, mas impactante, participação de Isabelle Huppert como Eva, a filha do casal, cuja incapacidade de compreender plenamente o que seus pais estão enfrentando adiciona outra camada de complexidade emocional à narrativa. Huppert representa o ponto de vista externo, mostrando o conflito entre as obrigações familiares e as realidades da vida cotidiana. Uma pancada!

"Amour" não é um filme fácil de assistir, é preciso que se diga - sua narrativa lenta e implacável, combinada com a recusa de Haneke em fornecer qualquer forma de alívio emocional ou resolução simples. No entanto, é justamente essa honestidade brutal em não suavizar a experiência do envelhecimento e da morte que tornam "Amour" tão poderoso - você vai se sentir forçado a confrontar a realidade da mortalidade de uma maneira que é desconfortável, mas necessária; e isso é lindo! Um filme que não se esquiva das verdades difíceis da vida, um retrato corajoso e honesto do amor e da dor - em sua ambiguidade e incômodo! Filmaço!

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Lindo e sensível - talvez não tenha melhor forma de definir o francês, "Amour". Lançado em 2012 e dirigido por Michael Haneke (de "Happy End"), posso dizer que esse é um drama austero e profundamente comovente que explora as complexidades do amor pela perspectiva da velhice e da realidade que vai se tornando o fim da vida. O filme, que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2012 e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013, é um retrato intimista, e de certa forma brutal, da devoção entre um casal idoso que enfrenta os desafios de uma doença e da inevitável perda. Com performances impecáveis e uma direção bastante minimalista, "Amour" oferece uma reflexão implacável sobre o amor e a dignidade no final da vida. Para aqueles que gostaram de "Meu Pai", "Amour" é uma experiência parecida e, justamente por isso, imperdível.

A trama segue Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), um casal de aposentados que vive uma vida tranquila e culta em Paris. Ambos são ex-professores de música e compartilham uma vida de amor e companheirismo. No entanto, sua rotina é abalada quando Anne sofre um derrame que paralisa um lado de seu corpo. À medida que sua condição se deteriora, Georges assume o papel de cuidador, enfrentando a dor emocional e física de ver sua amada esposa perder gradualmente sua independência e dignidade. Confira o trailer:

Michael Haneke é conhecido por sua abordagem fria e meticulosa diante de uma narrativa cinematográfica que muitas vezes se comunica pelo subtexto. Certamente ele aplica seu estilo em "Amour" de uma maneira que intensifica o impacto emocional da história. Haneke evita qualquer sentimentalismo ou melodrama, optando por uma direção precisa e uma câmera fixa que conta a história por si só - é lindo e angustiante. Repare como essa abordagem permite que a audiência experimente a crueza e a realidade da situação, oferecendo uma visão não filtrada da fragilidade humana e da natureza implacável de uma doença - como se estivéssemos observando os fatos, ali, no silêncio. A direção de fotografia de Darius Khondji (indicado ao Oscar por "Bardo" e "Evita") é igualmente discreta, utilizando luz natural e uma paleta de cores suaves para criar uma sensação de intimidade e desolação. No entanto, como o apartamento do casal serve como o único cenário do filme, Khondji brinca com as limitações, criando uma extensão da experiência dos personagens, se apropriando dos espaços cada vez mais confinados para refletir o mundo em declínio de Anne e Georges. Aliás, as escolhas visuais de Haneke e Khondji enfatizam demais essa claustrofobia e esse isolamento, aumentando a sensação de impotência e desespero que permeia toda a narrativa.

Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva entregam performances extraordinárias como Georges e Anne. Trintignant, com uma contenção emocional notável, retrata Georges como um homem dedicado, cuja paciência e compaixão são testadas ao limite enquanto ele cuida de sua esposa. Sua atuação é uma masterclass de sutileza, capturando a força silenciosa e a vulnerabilidade de um homem confrontado com a perda iminente. Riva, em uma performance profundamente corajosa, retrata Anne com uma dignidade e graça comoventes, mesmo quando sua personagem está sendo consumida pela doença. A deterioração de Anne é retratada com uma autenticidade dolorosa, e Riva lida com os desafios físicos do papel de maneira que é ao mesmo tempo devastadora e inspiradora. O filme também conta com uma breve, mas impactante, participação de Isabelle Huppert como Eva, a filha do casal, cuja incapacidade de compreender plenamente o que seus pais estão enfrentando adiciona outra camada de complexidade emocional à narrativa. Huppert representa o ponto de vista externo, mostrando o conflito entre as obrigações familiares e as realidades da vida cotidiana. Uma pancada!

"Amour" não é um filme fácil de assistir, é preciso que se diga - sua narrativa lenta e implacável, combinada com a recusa de Haneke em fornecer qualquer forma de alívio emocional ou resolução simples. No entanto, é justamente essa honestidade brutal em não suavizar a experiência do envelhecimento e da morte que tornam "Amour" tão poderoso - você vai se sentir forçado a confrontar a realidade da mortalidade de uma maneira que é desconfortável, mas necessária; e isso é lindo! Um filme que não se esquiva das verdades difíceis da vida, um retrato corajoso e honesto do amor e da dor - em sua ambiguidade e incômodo! Filmaço!

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