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Quatro dias com ela

Diretor
Rodrigo García
Elenco
Glenn Close, Mila Kunis, Stephen Root
Ano
2020
País
EUA

Drama netflix ml-real ml-relacoes ml-independente ml-jovem ml-drogas ml-livro ml-hc

Quatro dias com ela

"Quatro dias com ela"Glenn Close e de uma irreconhecível, Mila Kunis. Na linha de "Querido Menino", o filme do diretor colombiano Rodrigo García (o mesmo de "Raymond e Ray") se apoia na jornada de sofrimento que é ter um filho drogado. Mesmo que o roteiro transite pelas perspectivas da mãe e da filha para um mesmo problema, sem dúvida que é no medo, na insegurança e no sentimento de culpa da mãe, que a trama alcança outro patamar. É como se a personagem de Close precisasse enfrentar seus próprios problemas antes mesmo de lidar com o problema de sua filha e ela faz isso não com os diálogos, mas sim com o olhar, com as pausas, com a respiração - tudo muito introspectivo. Lindo de ver!

A história é razoavelmente simples - após uma década de recaídas, mentiras e manipulações, Deb (Glenn Close) precisa acreditar que sua filha de 30 e poucos anos, Molly (Mila Kunis), finalmente está disposta a se livrar das drogas. Nos quatro dias mais cruciais da desintoxicação, antes de iniciar um tratamentos inovador, o relacionamento entre elas é colocado à prova e é quando todos os fantasmas do passado voltam a assombrar aquela relação completamente destruída pela heroína e por decisões que vão além do vício. Confira o trailer (em inglês):

Em 2016, Eli Saslow publicou um artigo no Washington Post intitulado “How’s Amanda? A Story of Truth, Lies and an American Addiction”. O texto explorava a onda de toxicodependência nos EUA através de um caso especifico: o de Amanda Wendler. Foi esse trabalho jornalístico que serviu de base para o argumento que o próprio Saslow viria a escrever, trazendo para ficção uma junção desse caso com outros casos reais que fizeram parte de sua pesquisa e que, olha, impressionam demais pela densidade dramática e pela realidade avassaladora do problema.

Eu diria até que existe uma certa sensibilidade na escolha conceitual de Garcia, que construiu o roteiro a partir do material de Saslow, ao utilizar um recorte mais pontual da relação entre Deb e Molly, onde a convivência de alguns dias acaba criando uma forte conexão de empatia entre a audiência e a viciada, sem necessariamente se apoiar no julgamento perante o problema em si, mas sim na busca por justificativas que teriam gerado aquele problema. Mesmo que uma certa visão preconceituosa da mãe para com a própria filha dite as regras dessa relação (o que é até natural), é pela expectativa de que dias melhores aconteçam que nos mantemos dispostos à acompanhar o drama das personagens.

Como era de se esperar, claro, "Four Good Days" (no original) segue ponto a ponto aquela cartilha dramática dos filmes que abordam a luta de pais que buscam não desistir de seus filhos viciados, com uma boa dose de resiliência e amor, mas que, mesmo nas melhores intenções, tendem a fragilizar o problema por não saberem lidar muito bem com sua causa. Sim, talvez o filme possa mesmo parecer linear demais para parte da audiência, daqueles que não arriscam e que acabam preferindo o dramalhão, mas não se engane, pois existe um profundidade na história que merece demais sua atenção.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

"Quatro dias com ela"Glenn Close e de uma irreconhecível, Mila Kunis. Na linha de "Querido Menino", o filme do diretor colombiano Rodrigo García (o mesmo de "Raymond e Ray") se apoia na jornada de sofrimento que é ter um filho drogado. Mesmo que o roteiro transite pelas perspectivas da mãe e da filha para um mesmo problema, sem dúvida que é no medo, na insegurança e no sentimento de culpa da mãe, que a trama alcança outro patamar. É como se a personagem de Close precisasse enfrentar seus próprios problemas antes mesmo de lidar com o problema de sua filha e ela faz isso não com os diálogos, mas sim com o olhar, com as pausas, com a respiração - tudo muito introspectivo. Lindo de ver!

A história é razoavelmente simples - após uma década de recaídas, mentiras e manipulações, Deb (Glenn Close) precisa acreditar que sua filha de 30 e poucos anos, Molly (Mila Kunis), finalmente está disposta a se livrar das drogas. Nos quatro dias mais cruciais da desintoxicação, antes de iniciar um tratamentos inovador, o relacionamento entre elas é colocado à prova e é quando todos os fantasmas do passado voltam a assombrar aquela relação completamente destruída pela heroína e por decisões que vão além do vício. Confira o trailer (em inglês):

Em 2016, Eli Saslow publicou um artigo no Washington Post intitulado “How’s Amanda? A Story of Truth, Lies and an American Addiction”. O texto explorava a onda de toxicodependência nos EUA através de um caso especifico: o de Amanda Wendler. Foi esse trabalho jornalístico que serviu de base para o argumento que o próprio Saslow viria a escrever, trazendo para ficção uma junção desse caso com outros casos reais que fizeram parte de sua pesquisa e que, olha, impressionam demais pela densidade dramática e pela realidade avassaladora do problema.

Eu diria até que existe uma certa sensibilidade na escolha conceitual de Garcia, que construiu o roteiro a partir do material de Saslow, ao utilizar um recorte mais pontual da relação entre Deb e Molly, onde a convivência de alguns dias acaba criando uma forte conexão de empatia entre a audiência e a viciada, sem necessariamente se apoiar no julgamento perante o problema em si, mas sim na busca por justificativas que teriam gerado aquele problema. Mesmo que uma certa visão preconceituosa da mãe para com a própria filha dite as regras dessa relação (o que é até natural), é pela expectativa de que dias melhores aconteçam que nos mantemos dispostos à acompanhar o drama das personagens.

Como era de se esperar, claro, "Four Good Days" (no original) segue ponto a ponto aquela cartilha dramática dos filmes que abordam a luta de pais que buscam não desistir de seus filhos viciados, com uma boa dose de resiliência e amor, mas que, mesmo nas melhores intenções, tendem a fragilizar o problema por não saberem lidar muito bem com sua causa. Sim, talvez o filme possa mesmo parecer linear demais para parte da audiência, daqueles que não arriscam e que acabam preferindo o dramalhão, mas não se engane, pois existe um profundidade na história que merece demais sua atenção.

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