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Being the Ricardos

Diretor
Aaron Sorkin
Elenco
Nicole Kidman, Javier Bardem, J.K. Simmons, Nina Arianda
Ano
2021
País
EUA

Drama Comédia Prime Video ml-real ml-biografia ml-celebridade ml-cinema ml-gb

Being the Ricardos

“Being the Ricardos” é muito bacana - e certamente vai se conectar melhor com aqueles, digamos, um pouco mais velhos e que se lembram (mesmo que vagamente) o que representou o show “I Love Lucy” na história da TV. Obviamente que o filme chega chancelado pelo selo de qualidade do diretor e roteirista Aaron Sorkin que, mesmo tendo como sua característica narrativa a verborragia desde os tempos onde a escrita era seu único expediente, entrega um pouco mais de duas horas de um ótimo entretenimento, equilibrando uma dinâmica visual simples com uma história que, aí sim, vai além das piadas que deram fama para a sua protagonista.

Lucille Ball (Nicole Kidman, mais uma vez brilhante) e Desi Arnaz (Javier Bardem) se casaram em 1940 e viram sua fama decolar após estrearem uma das mais memoráveis sitcoms americanas, “I Love Lucy”. Entretanto, quando tudo parecia estar indo bem, os dois se veem envolvidos em uma trama de acusações chocantes que ameaçam sua vida pessoal e profissional. Ao longo da semana mais tensa de gravações do show, o relacionamento complexo dos dois é posto à prova, enquanto algumas verdades vêm à tona. Confira o trailer:

Essa biografia produzida pela Amazon para o seu Prime Vídeo apresenta uma personagem que se encaixa perfeitamente na maior habilidade de Sorkin como roteirista: construir diálogos. Desde o primeiro momento, se estabelece um conceito narrativo documental onde a radiografia que vai sendo construída para Lucille Ball se apoia, justamente, em como ela se comunica - o que eu quero dizer é que os diálogos de “Being the Ricardos” são intensos, mas afiadíssimos. O problema é que a capacidade de Sorkin como diretor não é a mesma que escrevendo - não que seja ruim, até existe algum vislumbre criativo no filme (mas é pouco), principalmente quando Lucy visualiza as cenas que serão filmadas de acordo com sua imaginação e que nos remete ao material original do show (mesmo não sendo). O ponto fraco da sua direção está na forma como ele cuida do elenco coadjuvante, pois ele não respeita a individualidade dos personagens - reparem como todos se expressam com vocabulários, ritmos e tiques exatamente da mesma forma. É como se cada diálogo tivesse que ser carregado com um tom de ironia e uma pitada sarcasmo!

Esse ponto fraco não atrapalha nossa jornada como audiência porque Nicole Kidman está simplesmente fantástica no papel de protagonista. Quatro vezes indicadas ao Oscar e com uma vitória em "As Horas", Kidman está impecável nos gestos, na fala e no visual - me surpreendeu que “Being the Ricardos” não tenha sido nem pré-selecionado para concorrer na categoria "Cabelo e Maquiagem" do Oscar 2022. Javier Bardem, mesmo sendo espanhol, interpreta um cubano - sinceramente não acho isso um grande problema, embora o esteriótipo de Latin Lover esteja muito presente na sua performance. Quando Bardem tira essa máscara (que pediram para ele colocar), ele brilha - e não falo isso com demérito, já que seu personagem pede essa dualidade, mas é nítido como nas cenas mais profundas, ele vai muito além.

“Being the Ricardos” se baseia na genialidade de uma artista que fazia dos seus instintos sua diferença - e é na constatação dessa densidade como ser humano que o filme cresce. Saiba que Lucy, diferente de Judy (por exemplo), foi uma artista que precisou se provar de tantas formas ao longo de tantos anos que soa improvável que, a cada episódio, seu show alcançasse 60 milhões de americanos todas as segundas - hoje um show de muito sucesso talvez alcance 1/4 disso. O filme mostra algumas passagens onde discutiam sobre seu talento, sobre sua capacidade dramática, sobre sua aparência e até sobre sua relação com o comunismo; mas “Being the Ricardos” é bom mesmo quando mostra a força e a capacidade de uma mulher que, desacreditada, fez de tudo para vencer na vida!

Vale muito a pena! 

Assista Agora

“Being the Ricardos” é muito bacana - e certamente vai se conectar melhor com aqueles, digamos, um pouco mais velhos e que se lembram (mesmo que vagamente) o que representou o show “I Love Lucy” na história da TV. Obviamente que o filme chega chancelado pelo selo de qualidade do diretor e roteirista Aaron Sorkin que, mesmo tendo como sua característica narrativa a verborragia desde os tempos onde a escrita era seu único expediente, entrega um pouco mais de duas horas de um ótimo entretenimento, equilibrando uma dinâmica visual simples com uma história que, aí sim, vai além das piadas que deram fama para a sua protagonista.

Lucille Ball (Nicole Kidman, mais uma vez brilhante) e Desi Arnaz (Javier Bardem) se casaram em 1940 e viram sua fama decolar após estrearem uma das mais memoráveis sitcoms americanas, “I Love Lucy”. Entretanto, quando tudo parecia estar indo bem, os dois se veem envolvidos em uma trama de acusações chocantes que ameaçam sua vida pessoal e profissional. Ao longo da semana mais tensa de gravações do show, o relacionamento complexo dos dois é posto à prova, enquanto algumas verdades vêm à tona. Confira o trailer:

Essa biografia produzida pela Amazon para o seu Prime Vídeo apresenta uma personagem que se encaixa perfeitamente na maior habilidade de Sorkin como roteirista: construir diálogos. Desde o primeiro momento, se estabelece um conceito narrativo documental onde a radiografia que vai sendo construída para Lucille Ball se apoia, justamente, em como ela se comunica - o que eu quero dizer é que os diálogos de “Being the Ricardos” são intensos, mas afiadíssimos. O problema é que a capacidade de Sorkin como diretor não é a mesma que escrevendo - não que seja ruim, até existe algum vislumbre criativo no filme (mas é pouco), principalmente quando Lucy visualiza as cenas que serão filmadas de acordo com sua imaginação e que nos remete ao material original do show (mesmo não sendo). O ponto fraco da sua direção está na forma como ele cuida do elenco coadjuvante, pois ele não respeita a individualidade dos personagens - reparem como todos se expressam com vocabulários, ritmos e tiques exatamente da mesma forma. É como se cada diálogo tivesse que ser carregado com um tom de ironia e uma pitada sarcasmo!

Esse ponto fraco não atrapalha nossa jornada como audiência porque Nicole Kidman está simplesmente fantástica no papel de protagonista. Quatro vezes indicadas ao Oscar e com uma vitória em "As Horas", Kidman está impecável nos gestos, na fala e no visual - me surpreendeu que “Being the Ricardos” não tenha sido nem pré-selecionado para concorrer na categoria "Cabelo e Maquiagem" do Oscar 2022. Javier Bardem, mesmo sendo espanhol, interpreta um cubano - sinceramente não acho isso um grande problema, embora o esteriótipo de Latin Lover esteja muito presente na sua performance. Quando Bardem tira essa máscara (que pediram para ele colocar), ele brilha - e não falo isso com demérito, já que seu personagem pede essa dualidade, mas é nítido como nas cenas mais profundas, ele vai muito além.

“Being the Ricardos” se baseia na genialidade de uma artista que fazia dos seus instintos sua diferença - e é na constatação dessa densidade como ser humano que o filme cresce. Saiba que Lucy, diferente de Judy (por exemplo), foi uma artista que precisou se provar de tantas formas ao longo de tantos anos que soa improvável que, a cada episódio, seu show alcançasse 60 milhões de americanos todas as segundas - hoje um show de muito sucesso talvez alcance 1/4 disso. O filme mostra algumas passagens onde discutiam sobre seu talento, sobre sua capacidade dramática, sobre sua aparência e até sobre sua relação com o comunismo; mas “Being the Ricardos” é bom mesmo quando mostra a força e a capacidade de uma mulher que, desacreditada, fez de tudo para vencer na vida!

Vale muito a pena! 

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