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Um Lugar Qualquer

Diretor
Sofia Coppola
Elenco
Stephen Dorff, Elle Fanning, Chris Pontius
Ano
2010
País
EUA

Drama netflix ml-real ml-relacoes ml-biografia ml-familia ml-cinema ml-hc

Um Lugar Qualquer

"Um Lugar Qualquer" fala de solidão, mas em uma outra camada, talvez até de uma forma mais cruel que é a de ter a impressão que temos tudo sob controle e que apenas as escolhas do passado foram a causa dessa situação. Entender que a felicidade não está no dinheiro ou na realização pessoal é um processo doloroso e, sim, o personagem Johnny Marco (Stephen Dorff) sente isso na pele - eu diria, inclusive, que por se tratar de uma relação "pai e filha" é até mais difícil lidar do que a situação do Bob Harris (Bill Murray) em "Encontros e Desencontros" (2003) - filme que discute sentimentos e sensações parecidos.


Em "Somewhere" (título original), acompanhamos o já citado Johnny Marco, um bem sucedido ator norte-americano que mora no lendário, mas impessoal, hotel Chateau Marmont enquanto se recupera de um leve acidente. A rotina do ator se resume em diversão, álcool e sexo, mas também no vazio, na falta de relação afetiva e muita melancolia, pois tudo (ou quase tudo) na vida de Marco lhe é entregue de bandeja, sem esforço, por conveniência da profissão. Quando sua filha Cleo (Elle Fanning) chega para passar uma temporada com ele, Marco percebe que a verdadeira felicidade não está nas conquistas profissionais ou na farra irresponsável, e sim na cumplicidade entre pai e filha, mas talvez já seja tarde demais para mudar algo que ele mesmo provocou. Confira o trailer:

Ser filha de um grande diretor não deve ser tarefa das mais fáceis, mas acredite: não foi por acaso que Sofia Coppola conquistou alguns dos principais prêmios que um diretor pode almejar na carreira - do Oscar de melhor roteiro original ao Leão de Ouro do Festival de Veneza. Dito isso, meu conselho é: quem não viu "Um Lugar Qualquer", veja, pois Sofia não é só a filha de Francis Ford Coppola! O filme é, de fato, muito bom, tem um roteiro muito bem escrito, com uma direção focada nos detalhes e toda aquela capacidade de captar o sentimento que ela mostrou em"Encontros e Desencontros" está ali, com a mesma maestria e sensibilidade.

Embora não seja uma jornada das mais fáceis, pelo estilo cadenciado do filme e pelo assunto que ele discute, "Um Lugar Qualquer" é muito provocador e merece muitos elogios. Claro que ele vai impactar um número limitado da audiência, possivelmente aquele que mergulha nas inúmeras camadas de um personagem bastante complexo e que se permite projetar na história suas próprias experiências e aqui, o silêncio e uma trilha sonora lindíssima facilitam essa imersão. Outro detalhe bem interessante: reparem como a Sofia Coppola conta essa história: ela usa  uma câmera fixa, como se o ação fizesse parte de um quadro, de uma pintura, para que possamos acompanhar a cena e só julgar o que estamos vendo; e aí vem o golaço, porque ela nos mostra um dos lados em profundidade e logo depois já nos pergunta" qual é o seu lado que sentiria, justamente, aquele julgamento? É incrível, pois mesmo sem perceber, estamos julgando aquele estilo de vida o tempo todo, mas depois vamos entendendo o preço que se paga por esse tipo "escolha".

"Um Lugar Qualquer" é um grande filme, mas será preciso uma certa sensibilidade para entender o "vazio" que a diretora propõe e em muitas passagens não vamos nos permitir encarar esse sentimento de frente, com sinceridade - e isso vai refletir na sua critica perante o que você assistiu! Para nós, imperdível!

Assista Agora

"Um Lugar Qualquer" fala de solidão, mas em uma outra camada, talvez até de uma forma mais cruel que é a de ter a impressão que temos tudo sob controle e que apenas as escolhas do passado foram a causa dessa situação. Entender que a felicidade não está no dinheiro ou na realização pessoal é um processo doloroso e, sim, o personagem Johnny Marco (Stephen Dorff) sente isso na pele - eu diria, inclusive, que por se tratar de uma relação "pai e filha" é até mais difícil lidar do que a situação do Bob Harris (Bill Murray) em "Encontros e Desencontros" (2003) - filme que discute sentimentos e sensações parecidos.


Em "Somewhere" (título original), acompanhamos o já citado Johnny Marco, um bem sucedido ator norte-americano que mora no lendário, mas impessoal, hotel Chateau Marmont enquanto se recupera de um leve acidente. A rotina do ator se resume em diversão, álcool e sexo, mas também no vazio, na falta de relação afetiva e muita melancolia, pois tudo (ou quase tudo) na vida de Marco lhe é entregue de bandeja, sem esforço, por conveniência da profissão. Quando sua filha Cleo (Elle Fanning) chega para passar uma temporada com ele, Marco percebe que a verdadeira felicidade não está nas conquistas profissionais ou na farra irresponsável, e sim na cumplicidade entre pai e filha, mas talvez já seja tarde demais para mudar algo que ele mesmo provocou. Confira o trailer:

Ser filha de um grande diretor não deve ser tarefa das mais fáceis, mas acredite: não foi por acaso que Sofia Coppola conquistou alguns dos principais prêmios que um diretor pode almejar na carreira - do Oscar de melhor roteiro original ao Leão de Ouro do Festival de Veneza. Dito isso, meu conselho é: quem não viu "Um Lugar Qualquer", veja, pois Sofia não é só a filha de Francis Ford Coppola! O filme é, de fato, muito bom, tem um roteiro muito bem escrito, com uma direção focada nos detalhes e toda aquela capacidade de captar o sentimento que ela mostrou em"Encontros e Desencontros" está ali, com a mesma maestria e sensibilidade.

Embora não seja uma jornada das mais fáceis, pelo estilo cadenciado do filme e pelo assunto que ele discute, "Um Lugar Qualquer" é muito provocador e merece muitos elogios. Claro que ele vai impactar um número limitado da audiência, possivelmente aquele que mergulha nas inúmeras camadas de um personagem bastante complexo e que se permite projetar na história suas próprias experiências e aqui, o silêncio e uma trilha sonora lindíssima facilitam essa imersão. Outro detalhe bem interessante: reparem como a Sofia Coppola conta essa história: ela usa  uma câmera fixa, como se o ação fizesse parte de um quadro, de uma pintura, para que possamos acompanhar a cena e só julgar o que estamos vendo; e aí vem o golaço, porque ela nos mostra um dos lados em profundidade e logo depois já nos pergunta" qual é o seu lado que sentiria, justamente, aquele julgamento? É incrível, pois mesmo sem perceber, estamos julgando aquele estilo de vida o tempo todo, mas depois vamos entendendo o preço que se paga por esse tipo "escolha".

"Um Lugar Qualquer" é um grande filme, mas será preciso uma certa sensibilidade para entender o "vazio" que a diretora propõe e em muitas passagens não vamos nos permitir encarar esse sentimento de frente, com sinceridade - e isso vai refletir na sua critica perante o que você assistiu! Para nós, imperdível!

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