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A Mosca

Diretor
David Cronenberg
Elenco
Jeff Goldblum, Geena Davis, John Getz
Ano
1986
País
EUA

Suspense ml-psicologico ml-shyamalan ml-relacoes ml-independente ml-crime Disney+ ml-monstro ml-classico

A Mosca

Essa recomendação faz parte do nosso projeto "Semana dos Clássicos", onde convidamos você a revisitar filmes que mudaram os rumos da narrativa cinematográfica e que merecem um olhar mais critico sem esquecer, claro, do que pode ter representado emocionalmente na nossa vida!

Brutal, angustiante, visceral - não sei nem se esses adjetivos conseguem definir o que representa "A Mosca"! Lançado em 1986 e dirigido por David Cronenberg, "The Fly" (no original) é um dos filmes de ficção científica, com fortes elementos de terror, mais icônicos dos anos 80. Remake de uma obra de 1958, essa versão de Cronenberg não só reimaginou a premissa original, como também a elevou a novos patamares ao fundir o body horror em uma jornada que conecta a tragédia clássica com o romance moderno. Combinando efeitos especiais inovadores para época, uma maquiagem que lhe rendeu o Oscar em 1987, uma performance marcante de um jovem Jeff Goldblum e a visão única de um promissor Cronenberg, posso adiantar: "A Mosca" foi e continua sendo uma obra profundamente perturbadora e emocionalmente impactante que serve de referência para muitas produções até hoje - uma delas: "O Homem Invisível" de Leigh Whannell.

A trama segue o cientista Seth Brundle (Jeff Goldblum), que está trabalhando em uma invenção revolucionária: uma máquina de teletransporte. Inicialmente hesitante, Brundle decide testar o dispositivo em si mesmo. Porém, sem perceber, uma mosca entra na cabine de teletransporte com ele, causando uma fusão genética entre homem e inseto. O filme acompanha a progressiva e grotesca transformação de Brundle, enquanto ele se torna cada vez menos humano, tanto física quanto mentalmente. Ao mesmo tempo, sua namorada, a jornalista Veronica Quaife (Geena Davis), observa impotente a desintegração do homem que ama. Confira o trailer clássico em inglês:

Com uma atmosfera de filme independente, Cronenberg aborda com muita inteligência o drama mais íntimo da deterioração física e psicológica sem esquecer do impacto que o "body horror" pode gerar. Em "A Mosca", o diretor explora de forma implacável os medos do ser humano em relação as doenças, ao envelhecimento e até perante a perda de identidade. A transformação de Seth Brundle é (também metaforicamente) gradual, e Cronenberg não poupa a audiência dos detalhes grotescos dessa mutação, no entanto essa repulsa visual que a mutação provoca é equilibrada com o lado emocional do filme, já que a relação entre Brundle e Veronica se torna mais trágica à medida que a monstruosidade física do protagonista avança. Nesse sentido, o desempenho de Jeff Goldblum é essencial para o sucesso do filme - ele traz profundidade e vulnerabilidade para o seu personagem, fazendo com que quem assiste sinta empatia por ele, mesmo quando seu corpo e mente começam a se desintegrar - essa abordagem é ao mesmo tempo fascinante e cruel. 

Veja, Cronenberg vai criando uma atmosfera densa e cada vez mais perturbadora pontuando a transformação física de Brundle - as sutis mudanças do inicio, como aumento de força e agilidade, logo evolui para a perda de controle sobre seu próprio corpo, com pele descamando, apêndices surgindo e secreções nojentas aparecendo. A transformação final de Brundle em uma mosca gigante é chocante, mas saiba que o horror é amplificado mesmo porque, nesse momento, a audiência já está emocionalmente conectada com o destino trágico do personagem. Aqui, os efeitos práticos, criados por Chris Walas (de "Gremlins") e Stephan Dupuis (de "Venon"), ganham força - cada estágio da mutação é feito com detalhes meticulosos, utilizando maquiagem e próteses, conferindo à transformação uma fisicalidade aterrorizante.

Em sua essência, "A Mosca" é uma palpável história de amor e perda. A deterioração de Brundle reflete o inevitável declínio físico e mental que todas as pessoas enfrentam com o tempo, e sua relação com Veronica se alinha com essa proposta - o que começa com paixão e descoberta, acaba se tornando um estudo sobre o luto e a impotência perante o fim. O filme sugere uma reflexão sobre o impacto devastador de uma doença, não apenas sobre aqueles que a sofrem, mas também sobre os entes queridos que ficam para assistir essa transformação. O medo da perda de identidade, do controle sobre o próprio corpo e da irreversível separação emocional são temas centrais que, analisando hoje em dia, fazem de "A Mosca" muito mais do que um simples filme de terror.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Essa recomendação faz parte do nosso projeto "Semana dos Clássicos", onde convidamos você a revisitar filmes que mudaram os rumos da narrativa cinematográfica e que merecem um olhar mais critico sem esquecer, claro, do que pode ter representado emocionalmente na nossa vida!

Brutal, angustiante, visceral - não sei nem se esses adjetivos conseguem definir o que representa "A Mosca"! Lançado em 1986 e dirigido por David Cronenberg, "The Fly" (no original) é um dos filmes de ficção científica, com fortes elementos de terror, mais icônicos dos anos 80. Remake de uma obra de 1958, essa versão de Cronenberg não só reimaginou a premissa original, como também a elevou a novos patamares ao fundir o body horror em uma jornada que conecta a tragédia clássica com o romance moderno. Combinando efeitos especiais inovadores para época, uma maquiagem que lhe rendeu o Oscar em 1987, uma performance marcante de um jovem Jeff Goldblum e a visão única de um promissor Cronenberg, posso adiantar: "A Mosca" foi e continua sendo uma obra profundamente perturbadora e emocionalmente impactante que serve de referência para muitas produções até hoje - uma delas: "O Homem Invisível" de Leigh Whannell.

A trama segue o cientista Seth Brundle (Jeff Goldblum), que está trabalhando em uma invenção revolucionária: uma máquina de teletransporte. Inicialmente hesitante, Brundle decide testar o dispositivo em si mesmo. Porém, sem perceber, uma mosca entra na cabine de teletransporte com ele, causando uma fusão genética entre homem e inseto. O filme acompanha a progressiva e grotesca transformação de Brundle, enquanto ele se torna cada vez menos humano, tanto física quanto mentalmente. Ao mesmo tempo, sua namorada, a jornalista Veronica Quaife (Geena Davis), observa impotente a desintegração do homem que ama. Confira o trailer clássico em inglês:

Com uma atmosfera de filme independente, Cronenberg aborda com muita inteligência o drama mais íntimo da deterioração física e psicológica sem esquecer do impacto que o "body horror" pode gerar. Em "A Mosca", o diretor explora de forma implacável os medos do ser humano em relação as doenças, ao envelhecimento e até perante a perda de identidade. A transformação de Seth Brundle é (também metaforicamente) gradual, e Cronenberg não poupa a audiência dos detalhes grotescos dessa mutação, no entanto essa repulsa visual que a mutação provoca é equilibrada com o lado emocional do filme, já que a relação entre Brundle e Veronica se torna mais trágica à medida que a monstruosidade física do protagonista avança. Nesse sentido, o desempenho de Jeff Goldblum é essencial para o sucesso do filme - ele traz profundidade e vulnerabilidade para o seu personagem, fazendo com que quem assiste sinta empatia por ele, mesmo quando seu corpo e mente começam a se desintegrar - essa abordagem é ao mesmo tempo fascinante e cruel. 

Veja, Cronenberg vai criando uma atmosfera densa e cada vez mais perturbadora pontuando a transformação física de Brundle - as sutis mudanças do inicio, como aumento de força e agilidade, logo evolui para a perda de controle sobre seu próprio corpo, com pele descamando, apêndices surgindo e secreções nojentas aparecendo. A transformação final de Brundle em uma mosca gigante é chocante, mas saiba que o horror é amplificado mesmo porque, nesse momento, a audiência já está emocionalmente conectada com o destino trágico do personagem. Aqui, os efeitos práticos, criados por Chris Walas (de "Gremlins") e Stephan Dupuis (de "Venon"), ganham força - cada estágio da mutação é feito com detalhes meticulosos, utilizando maquiagem e próteses, conferindo à transformação uma fisicalidade aterrorizante.

Em sua essência, "A Mosca" é uma palpável história de amor e perda. A deterioração de Brundle reflete o inevitável declínio físico e mental que todas as pessoas enfrentam com o tempo, e sua relação com Veronica se alinha com essa proposta - o que começa com paixão e descoberta, acaba se tornando um estudo sobre o luto e a impotência perante o fim. O filme sugere uma reflexão sobre o impacto devastador de uma doença, não apenas sobre aqueles que a sofrem, mas também sobre os entes queridos que ficam para assistir essa transformação. O medo da perda de identidade, do controle sobre o próprio corpo e da irreversível separação emocional são temas centrais que, analisando hoje em dia, fazem de "A Mosca" muito mais do que um simples filme de terror.

Vale muito o seu play!

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