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Gran Turismo

Diretor
Neill Blomkamp
Elenco
David Harbour, Orlando Bloom, Archie Madekwe
Ano
2023
País
EUA

Drama Max ml-real ml-esporte ml-automobilismo ml-superação ml-gb

Gran Turismo

"Gran Turismo", que ganhou o expositivo subtítulo "De Jogador a Corredor", é divertido como uma partida de video-game, mas não espere um roteiro tão bem desenvolvido, com personagens cheio de camadas ou até com uma qualidade artística como "Rush" ou "Ford vs Ferrari". Na verdade, o filme dirigido pelo Neill Blomkamp (que fez fama com seu "Distrito 9") está muito mais para aquele entretenimento despretensioso do saudoso "Dias de Trovão". Blomkamp, que ficou conhecido por sua narrativa criativa, envolvente e com um apuro conceitual marcante, se aproveita de uma proposta bastante curiosa, adaptar um complexo simulador de corrida de carros, para criar uma experiência mais leve, interessante ao ponto de tornar uma história desconhecida, embora real, em algo emocionante e dinâmica que nem damos conta de suas várias limitações como obra cinematográfica.

Na trama, acompanhamos a jornada do jovem Jann Mardenborough (Archie Madekwe), um jogador de Gran Turismo que recebe a oportunidade de se tornar piloto de verdade após o diretor de marketing da Nissan, Danny Moore (Orlando Bloom), convencer os executivos japoneses a criar uma competição onde os melhores jogadores do simulador treinariam na GT Academy e o que mais de destacasse seria contratado para competir pela equipe oficial da montadora no Mundial de Marcas - isso, claro, com a ajuda do engenheiro e lendário ex-piloto, Jack Salter (David Harbour). Confira o trailer:

Em um primeiro olhar, é inegável que "Gran Turismo" soe como uma grandiosa peça de marketing -  o que de fato é, mas que não chega a incomodar tanto graças a honestidade com que o próprio personagem de Bloom contextualiza aquele ambiente corporativo e a proposta inovadora da Nissan de olhar para potenciais novos clientes - leia-se "jovens que gostam de jogos de carros". Veja, Gran Turismo, o jogo, por si só já é conhecido pela sua experiência pouco narrativa justamente por emular, em detalhes, a complexa física de dirigir, onde estudar as pistas, traçados, fabricantes e toda a dinâmica de configurar um carro de corrida faz toda a diferença. Pois bem, se o amante da velocidade já se frustra com a dificuldade do jogo ao ponto de correr para títulos mais populares como "Burnout", o que pensar de uma adaptação para o cinema com essa matéria prima, digamos, técnica demais?

É aí que a proposta do "Branded Entertainment" de "Gran Turismo" titubeia, já que é o fator humano que nos prende ao filme. Pouca gente conhece a improvável história de Jann Mardenborough - ele é o astro, sua jornada para o sucesso é o ponto de conexão, não o jogo do Sony ou os carros da Nissan! Embora o diretor até acerte ao criar mais pontos de sinergia estética entre o "digital" e o "real", o filme nos prende mesmo é por causa da situação inusitada que colocou o protagonista em um universo que até ali não era para amadores. Obviamente que Blomkamp sabia que a gramática cinematográfica do jogo poderia ser replicada no filme com muito CGI e com a ajuda do competente diretor de fotografia francês, Jacques Jouffret (de "Bloodshot" - outra adaptação com esse aspecto mais "video-game" de ação), mas é na relação entre um outsider, Mardenborough, e um desconfiado "macaco-velho", Jack Salter, que o filme ganha sua alma.

Embora o roteiro, dos indicados ao Oscar, Jason Hall (por "Sniper Americano") e Zach Baylin (por "King Richard"), siga a receita de qualquer drama esportivo onde um azarão com um sonho impossível recebe uma oportunidade única, passando por obstáculos profissionais e emocionais, empecilhos de classe, rejeição de colegas e familiares, chega ao seu destino com muita resiliência; eu diria que "Gran Turismo - De Jogador a Corredor" está mais para a celebração de uma paixão que a tecnologia nos fez o favor de tornar palpável, seja jogando uma boa partida no playstation ou simplesmente dando um play nesse longa-metragem bastante fiel ao que o jogo representa.

Vale pela diversão e, por que não, pela nostalgia de quem um dia esteve com o controle na mão.

Assista Agora

"Gran Turismo", que ganhou o expositivo subtítulo "De Jogador a Corredor", é divertido como uma partida de video-game, mas não espere um roteiro tão bem desenvolvido, com personagens cheio de camadas ou até com uma qualidade artística como "Rush" ou "Ford vs Ferrari". Na verdade, o filme dirigido pelo Neill Blomkamp (que fez fama com seu "Distrito 9") está muito mais para aquele entretenimento despretensioso do saudoso "Dias de Trovão". Blomkamp, que ficou conhecido por sua narrativa criativa, envolvente e com um apuro conceitual marcante, se aproveita de uma proposta bastante curiosa, adaptar um complexo simulador de corrida de carros, para criar uma experiência mais leve, interessante ao ponto de tornar uma história desconhecida, embora real, em algo emocionante e dinâmica que nem damos conta de suas várias limitações como obra cinematográfica.

Na trama, acompanhamos a jornada do jovem Jann Mardenborough (Archie Madekwe), um jogador de Gran Turismo que recebe a oportunidade de se tornar piloto de verdade após o diretor de marketing da Nissan, Danny Moore (Orlando Bloom), convencer os executivos japoneses a criar uma competição onde os melhores jogadores do simulador treinariam na GT Academy e o que mais de destacasse seria contratado para competir pela equipe oficial da montadora no Mundial de Marcas - isso, claro, com a ajuda do engenheiro e lendário ex-piloto, Jack Salter (David Harbour). Confira o trailer:

Em um primeiro olhar, é inegável que "Gran Turismo" soe como uma grandiosa peça de marketing -  o que de fato é, mas que não chega a incomodar tanto graças a honestidade com que o próprio personagem de Bloom contextualiza aquele ambiente corporativo e a proposta inovadora da Nissan de olhar para potenciais novos clientes - leia-se "jovens que gostam de jogos de carros". Veja, Gran Turismo, o jogo, por si só já é conhecido pela sua experiência pouco narrativa justamente por emular, em detalhes, a complexa física de dirigir, onde estudar as pistas, traçados, fabricantes e toda a dinâmica de configurar um carro de corrida faz toda a diferença. Pois bem, se o amante da velocidade já se frustra com a dificuldade do jogo ao ponto de correr para títulos mais populares como "Burnout", o que pensar de uma adaptação para o cinema com essa matéria prima, digamos, técnica demais?

É aí que a proposta do "Branded Entertainment" de "Gran Turismo" titubeia, já que é o fator humano que nos prende ao filme. Pouca gente conhece a improvável história de Jann Mardenborough - ele é o astro, sua jornada para o sucesso é o ponto de conexão, não o jogo do Sony ou os carros da Nissan! Embora o diretor até acerte ao criar mais pontos de sinergia estética entre o "digital" e o "real", o filme nos prende mesmo é por causa da situação inusitada que colocou o protagonista em um universo que até ali não era para amadores. Obviamente que Blomkamp sabia que a gramática cinematográfica do jogo poderia ser replicada no filme com muito CGI e com a ajuda do competente diretor de fotografia francês, Jacques Jouffret (de "Bloodshot" - outra adaptação com esse aspecto mais "video-game" de ação), mas é na relação entre um outsider, Mardenborough, e um desconfiado "macaco-velho", Jack Salter, que o filme ganha sua alma.

Embora o roteiro, dos indicados ao Oscar, Jason Hall (por "Sniper Americano") e Zach Baylin (por "King Richard"), siga a receita de qualquer drama esportivo onde um azarão com um sonho impossível recebe uma oportunidade única, passando por obstáculos profissionais e emocionais, empecilhos de classe, rejeição de colegas e familiares, chega ao seu destino com muita resiliência; eu diria que "Gran Turismo - De Jogador a Corredor" está mais para a celebração de uma paixão que a tecnologia nos fez o favor de tornar palpável, seja jogando uma boa partida no playstation ou simplesmente dando um play nesse longa-metragem bastante fiel ao que o jogo representa.

Vale pela diversão e, por que não, pela nostalgia de quem um dia esteve com o controle na mão.

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