indika.tv - Paramount

Acredite em Mim: A História de Lisa McVey

Mulheres vítimas de estupro são violentadas duas vezes: uma pelo agressor, e a outra quando precisam provar que foram realmente estupradas. Isso, quando denunciam, pois na maioria dos casos elas não se sentem encorajadas para expor a violência. A ficção, seja no formato de filmes, séries ou minisséries, possui um papel social muito importante, pois denuncia o problema, dando voz a essas mulheres, promovendo o debate público e revelando como a questão é muito sensível e traumática para as vítimas.

O tema pode ser visto na excelente minissérie “Inacreditável”e agora nesse filme do Star+, “Acredite em Mim: A História de Lisa McVey”. As duas produções são certeiras ao provocar um sentimento de impotência e desconforto em quem assiste, pois escancara o despreparo da polícia em lidar com crimes de estupro e como isso afeta o psicológico da mulher para o resto da sua vida.

O filme apresenta um aterrorizante caso real de sequestro seguido de estupro ocorrido nos Estados Unidos, em 1984. A trama é dividida em duas partes: na primeira, mostra o rapto da adolescente Lisa McVey (Katie Douglas), e todo o tempo que ela ficou no cativeiro sendo ameaçada e violentada pelo serial killer Bobby Joe Long (Rossif Sutherland). Já na segunda parte, a história foca nos interrogatórios policiais e como a garota foi desacreditada por todos, inclusive pela própria avó (Kim Horsman). A única exceção é o detetive Larry Pinkerton (David James Elliott), que acredita no seu depoimento e decide seguir as pistas que ela deu para capturar o assassino. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido por Jim Donovan, profissional que construiu sua carreira na TV, “Acredite em Mim: A História de Lisa McVey” possui certas limitações, tanto orçamentárias, quanto artísticas, já que foi produzido a toque de caixa e sem o mesmo esmero de uma atração feita para o cinema. No entanto, a produção não decepciona e transmite a sua mensagem de maneira satisfatória - atenção para o trabalho de Katie Douglas.

Por apresentar um caso verídico com o máximo de detalhes e realismo, o roteiro de Christina Welsh provoca nosso envolvimento com a obra de uma maneira bastante intensa. Afinal, tudo que presenciamos, infelizmente, aconteceu… A experiência é de fato impactante e a conclusão que se chega é que a realidade é muito mais chocante que a ficção!

Vale a pena!

Escrito por Lucio Tannure - uma parceria @dicas_pra_maratonar

Assista Agora

Mulheres vítimas de estupro são violentadas duas vezes: uma pelo agressor, e a outra quando precisam provar que foram realmente estupradas. Isso, quando denunciam, pois na maioria dos casos elas não se sentem encorajadas para expor a violência. A ficção, seja no formato de filmes, séries ou minisséries, possui um papel social muito importante, pois denuncia o problema, dando voz a essas mulheres, promovendo o debate público e revelando como a questão é muito sensível e traumática para as vítimas.

O tema pode ser visto na excelente minissérie “Inacreditável”e agora nesse filme do Star+, “Acredite em Mim: A História de Lisa McVey”. As duas produções são certeiras ao provocar um sentimento de impotência e desconforto em quem assiste, pois escancara o despreparo da polícia em lidar com crimes de estupro e como isso afeta o psicológico da mulher para o resto da sua vida.

O filme apresenta um aterrorizante caso real de sequestro seguido de estupro ocorrido nos Estados Unidos, em 1984. A trama é dividida em duas partes: na primeira, mostra o rapto da adolescente Lisa McVey (Katie Douglas), e todo o tempo que ela ficou no cativeiro sendo ameaçada e violentada pelo serial killer Bobby Joe Long (Rossif Sutherland). Já na segunda parte, a história foca nos interrogatórios policiais e como a garota foi desacreditada por todos, inclusive pela própria avó (Kim Horsman). A única exceção é o detetive Larry Pinkerton (David James Elliott), que acredita no seu depoimento e decide seguir as pistas que ela deu para capturar o assassino. Confira o trailer (em inglês):

Dirigido por Jim Donovan, profissional que construiu sua carreira na TV, “Acredite em Mim: A História de Lisa McVey” possui certas limitações, tanto orçamentárias, quanto artísticas, já que foi produzido a toque de caixa e sem o mesmo esmero de uma atração feita para o cinema. No entanto, a produção não decepciona e transmite a sua mensagem de maneira satisfatória - atenção para o trabalho de Katie Douglas.

Por apresentar um caso verídico com o máximo de detalhes e realismo, o roteiro de Christina Welsh provoca nosso envolvimento com a obra de uma maneira bastante intensa. Afinal, tudo que presenciamos, infelizmente, aconteceu… A experiência é de fato impactante e a conclusão que se chega é que a realidade é muito mais chocante que a ficção!

Vale a pena!

Escrito por Lucio Tannure - uma parceria @dicas_pra_maratonar

Assista Agora

The Offer

Essa minissérie é para você que tem uma relação muito particular com o cinema raiz americano em seus anos de ouro e, claro, com um dos melhores filmes de todos os tempos: o inigualável "O Poderoso Chefão". Criada por Leslie Greif (de "Brando") e Michael Tolkin (de "Escape at Dannemora"),"The Offer" mergulha com muita inteligência nos bastidores da produção de um dos filmes mais icônicos da história do cinema a partir de uma visão fascinante, e muitas vezes tumultuada, dos desafios enfrentados pela equipe de produção para trazer à vida a obra-prima de Mario Puzo e Francis Ford Coppola. Com uma narrativa envolvente, cheia de referências divertidas e um elenco dos mais inspirados, "The Offer", eu diria, é uma celebração sobre o cinema ao mesmo tempo que desmistifica a indústria cinematográfica justamente por mostrar as complexidades que é produzir um filme. Imperdível!

A trama é centrada na figura de Albert S. Ruddy (Miles Teller), o produtor que, contra todas as probabilidades, conseguiu navegar pelos inúmeros obstáculos que surgiram durante a produção de "O Poderoso Chefão". A série detalha suas interações com figuras-chave como o chefe do estúdio Robert Evans (Matthew Goode), o autor Mario Puzo (Patrick Gallo), e o próprio Coppola (Dan Fogler). Ao longo dos 10 episódios, "The Offer" explora as batalhas criativas, políticas e pessoais que marcaram a realização do clássico de 1972. Confira o trailer (em inglês):

Obviamente que essa é uma minissérie para quem assistiu "O Poderoso Chefão" - o roteiro de "The Offer" é tão bem construído, que você não vai precisar mais que cinco minutos para entender a proposta de seus criadores. Oferecendo um equilíbrio perfeito entre os desafios práticos de uma produção cinematográfica (sem ser didática demais) e as dinâmicas pessoais entre os personagens icônicos que se envolveram com o projeto, Tolkin e Greif não hesitam em explorar as dificuldades reais enfrentadas pela equipe, desde a resistência inicial dos executivos do estúdio até as ameaças da máfia, que temiam a representação "estereotipada" dos ítalo-americanos no filme. O interessante dessa abordagem escolhida pelos roteiristas é que ela provoca uma certa sensação de autenticidade e urgência, destacando a determinação e a paixão dos envolvidos em fazer de "O Poderoso Chefão" uma realidade, ao melhor estilo "custe o que custar".

Miles Teller oferece uma performance cativante como Albert S. Ruddy, capturando a vontade e o carisma necessários para superar os desafios monumentais da produção. Teller traz uma energia dinâmica ao personagem, tornando convincente sua jornada desde um produtor iniciante até um dos nomes mais respeitados de Hollywood. Já Matthew Goode, como o lendário Robert Evans, brilha com uma atuação cheia de nuances, retratando o chefe do estúdio com uma mistura de charme e intensidade realmente apaixonante. Dan Fogler, como Francis Ford Coppola, e Patrick Gallo, como Mario Puzo, também se destacam, trazendo à vida as personalidades únicas dos criadores do filme em uma jornada repleta de curiosidades - aliás, a química entre esses personagens é tão palpável, e suas interações fornecem insights tão valiosos sobre o processo criativo (e as tensões que permeiam a indústria), que temos a exata sensação de que ambos saíram de um documentário.

A direção é eficaz em capturar a época e o ambiente de Hollywood nos anos 70. A recriação de cenários e a atenção aos detalhes de produção, de fato, nos transportam para aquele universo de uma maneira muito divertida - só não podemos esquecer que a minissérie, em sua tentativa de dramatizar alguns eventos, toma certas liberdades criativas que podem até distorcer a realidade dos acontecimentos em si, afinal estamos falando de entretenimento! No entanto, posso te garantir que "The Offer" é muito bem-sucedida em oferecer uma visão intrigante e cativante do making of de um dos maiores filmes de todos os tempos. Como parte das comemorações dos 50 anos de "O Poderoso Chefão", essa minissérie é sim uma carta de amor ao cinema e merece demais sua atenção!

Assista Agora

Essa minissérie é para você que tem uma relação muito particular com o cinema raiz americano em seus anos de ouro e, claro, com um dos melhores filmes de todos os tempos: o inigualável "O Poderoso Chefão". Criada por Leslie Greif (de "Brando") e Michael Tolkin (de "Escape at Dannemora"),"The Offer" mergulha com muita inteligência nos bastidores da produção de um dos filmes mais icônicos da história do cinema a partir de uma visão fascinante, e muitas vezes tumultuada, dos desafios enfrentados pela equipe de produção para trazer à vida a obra-prima de Mario Puzo e Francis Ford Coppola. Com uma narrativa envolvente, cheia de referências divertidas e um elenco dos mais inspirados, "The Offer", eu diria, é uma celebração sobre o cinema ao mesmo tempo que desmistifica a indústria cinematográfica justamente por mostrar as complexidades que é produzir um filme. Imperdível!

A trama é centrada na figura de Albert S. Ruddy (Miles Teller), o produtor que, contra todas as probabilidades, conseguiu navegar pelos inúmeros obstáculos que surgiram durante a produção de "O Poderoso Chefão". A série detalha suas interações com figuras-chave como o chefe do estúdio Robert Evans (Matthew Goode), o autor Mario Puzo (Patrick Gallo), e o próprio Coppola (Dan Fogler). Ao longo dos 10 episódios, "The Offer" explora as batalhas criativas, políticas e pessoais que marcaram a realização do clássico de 1972. Confira o trailer (em inglês):

Obviamente que essa é uma minissérie para quem assistiu "O Poderoso Chefão" - o roteiro de "The Offer" é tão bem construído, que você não vai precisar mais que cinco minutos para entender a proposta de seus criadores. Oferecendo um equilíbrio perfeito entre os desafios práticos de uma produção cinematográfica (sem ser didática demais) e as dinâmicas pessoais entre os personagens icônicos que se envolveram com o projeto, Tolkin e Greif não hesitam em explorar as dificuldades reais enfrentadas pela equipe, desde a resistência inicial dos executivos do estúdio até as ameaças da máfia, que temiam a representação "estereotipada" dos ítalo-americanos no filme. O interessante dessa abordagem escolhida pelos roteiristas é que ela provoca uma certa sensação de autenticidade e urgência, destacando a determinação e a paixão dos envolvidos em fazer de "O Poderoso Chefão" uma realidade, ao melhor estilo "custe o que custar".

Miles Teller oferece uma performance cativante como Albert S. Ruddy, capturando a vontade e o carisma necessários para superar os desafios monumentais da produção. Teller traz uma energia dinâmica ao personagem, tornando convincente sua jornada desde um produtor iniciante até um dos nomes mais respeitados de Hollywood. Já Matthew Goode, como o lendário Robert Evans, brilha com uma atuação cheia de nuances, retratando o chefe do estúdio com uma mistura de charme e intensidade realmente apaixonante. Dan Fogler, como Francis Ford Coppola, e Patrick Gallo, como Mario Puzo, também se destacam, trazendo à vida as personalidades únicas dos criadores do filme em uma jornada repleta de curiosidades - aliás, a química entre esses personagens é tão palpável, e suas interações fornecem insights tão valiosos sobre o processo criativo (e as tensões que permeiam a indústria), que temos a exata sensação de que ambos saíram de um documentário.

A direção é eficaz em capturar a época e o ambiente de Hollywood nos anos 70. A recriação de cenários e a atenção aos detalhes de produção, de fato, nos transportam para aquele universo de uma maneira muito divertida - só não podemos esquecer que a minissérie, em sua tentativa de dramatizar alguns eventos, toma certas liberdades criativas que podem até distorcer a realidade dos acontecimentos em si, afinal estamos falando de entretenimento! No entanto, posso te garantir que "The Offer" é muito bem-sucedida em oferecer uma visão intrigante e cativante do making of de um dos maiores filmes de todos os tempos. Como parte das comemorações dos 50 anos de "O Poderoso Chefão", essa minissérie é sim uma carta de amor ao cinema e merece demais sua atenção!

Assista Agora

Waco

Se você gostou de "Chernobyl"da HBO, assista "Waco"!

Embora os assuntos sejam completamente diferentes, os elementos dramáticos que nos impactaram na trama que expôs o acidente nuclear que aconteceu na Ucrânia, República da então União Soviética, em 1986, são exatamente os mesmos que colocam um enorme ponto de interrogação nas escolhas táticas da ATF (agência americana de controle de álcool, tabaco e armas) e depois do FBI, durante o processo de negociação para que uma seita religiosa na cidade Waco, no Texas, fosse dissolvida. Você vai se impressionar com o que vai assistir, então prepare o estômago!

A minissérie de seis episódios explora os detalhes da história real sobre os 51 dias de cerco montado pelo governo dos EUA contra a seita religiosa de David Koresh (Taylor Kitsch), os Branch Davidians. Trazendo perspectivas dos dois lados do conflito, "Waco" mostra de uma forma impactante qual o pior jeito de se enfrentar uma crise. Confira o trailer (em inglês):

Em 1993, a compra de armas em uma quantidade bastante suspeita chamou a atenção da ATF.  Quando descoberto que se tratava de uma seita religiosa, informações desencontradas rapidamente aumentaram o clima de tensão na pequena e árida Waco. Nos holofotes, de uma lado estava o intransigente líder religioso David Koresh, alguns homens, mulheres e crianças do Ramo Davidiano (uma seita criada por dissidentes da Igreja Adventista do Sétimo Dia); e de outro, um FBI completamente dividido entre os agentes a favor do uso de força militar como Mitch Decker (Shea Whigham), e os agentes pró-diplomacia, como o negociador-chefe Gary Noesner (Michael Shannon).

Embora o roteiro deixe algumas pontas soltas (que apenas os mais atentos devem perceber), ele tem o grande mérito de construir uma narrativa que explora os dois lados da história e nos provoca muitas reflexões. O fato da minissérie ter sido baseada nos livros, "Stalling for time", de Noesner, e "A place called Waco" de David Thibodeau, um dos sobreviventes da seita, deixa claro a intenção dos produtores John Erick Dowdle (diretor de filmes como "Quarentena" e "Horas de Desespero") e de seu irmão, Drew Dowdle (roteirista e produtor dos mesmos filmes), em levantar a discussão sobre a liberdade religiosa e como as agências do governo lidam com isso internamente.

Muito bem produzida pela Paramount, "Waco" é cuidadosa ao não romantizar a postura radical de Koresh, mesmo pontuando que os vilões da história são mesmo alguns agentes do FBI e da ATF. Em polêmicas revelações que envolveram o personagem, como poligamia e abuso de crianças (e tudo indique que a primeira seja verdadeira e a segunda completamente falsa), o roteiro mais ajuda do que atrapalha - a construção das camadas é tão profunda que nosso julgamento muda a cada episódio. Aliás, todos os episódios, especialmente o terceiro e o último, são de uma precisão narrativa impressionantes - é impossível não ser impactado pelo que assistimos.

"Waco" é o típico exemplo de uma minissérie sensacional, que está escondida no catálogo de uma plataforma de streaming (no caso da Globoplay) e que merecia muito mais destaque em marketing. A história é indigesta, forte, cruel até. Tecnicamente é impecável. Artisticamente uma aula - da direção do próprio John Erick Dowdle com a Dennie Gordon (de "Bloodline") às performances de todo elenco, com destaque para o já citado Kitsch, mas também sem esquecer de Shea Whigham, Michael Shannon, Paul Sparks, Julia Garner, Rory Culkin e o indicado ao Emmy de 2018 pelo papel, John Leguizamo.

Vale muito o seu play!

Assista Agora

Se você gostou de "Chernobyl"da HBO, assista "Waco"!

Embora os assuntos sejam completamente diferentes, os elementos dramáticos que nos impactaram na trama que expôs o acidente nuclear que aconteceu na Ucrânia, República da então União Soviética, em 1986, são exatamente os mesmos que colocam um enorme ponto de interrogação nas escolhas táticas da ATF (agência americana de controle de álcool, tabaco e armas) e depois do FBI, durante o processo de negociação para que uma seita religiosa na cidade Waco, no Texas, fosse dissolvida. Você vai se impressionar com o que vai assistir, então prepare o estômago!

A minissérie de seis episódios explora os detalhes da história real sobre os 51 dias de cerco montado pelo governo dos EUA contra a seita religiosa de David Koresh (Taylor Kitsch), os Branch Davidians. Trazendo perspectivas dos dois lados do conflito, "Waco" mostra de uma forma impactante qual o pior jeito de se enfrentar uma crise. Confira o trailer (em inglês):

Em 1993, a compra de armas em uma quantidade bastante suspeita chamou a atenção da ATF.  Quando descoberto que se tratava de uma seita religiosa, informações desencontradas rapidamente aumentaram o clima de tensão na pequena e árida Waco. Nos holofotes, de uma lado estava o intransigente líder religioso David Koresh, alguns homens, mulheres e crianças do Ramo Davidiano (uma seita criada por dissidentes da Igreja Adventista do Sétimo Dia); e de outro, um FBI completamente dividido entre os agentes a favor do uso de força militar como Mitch Decker (Shea Whigham), e os agentes pró-diplomacia, como o negociador-chefe Gary Noesner (Michael Shannon).

Embora o roteiro deixe algumas pontas soltas (que apenas os mais atentos devem perceber), ele tem o grande mérito de construir uma narrativa que explora os dois lados da história e nos provoca muitas reflexões. O fato da minissérie ter sido baseada nos livros, "Stalling for time", de Noesner, e "A place called Waco" de David Thibodeau, um dos sobreviventes da seita, deixa claro a intenção dos produtores John Erick Dowdle (diretor de filmes como "Quarentena" e "Horas de Desespero") e de seu irmão, Drew Dowdle (roteirista e produtor dos mesmos filmes), em levantar a discussão sobre a liberdade religiosa e como as agências do governo lidam com isso internamente.

Muito bem produzida pela Paramount, "Waco" é cuidadosa ao não romantizar a postura radical de Koresh, mesmo pontuando que os vilões da história são mesmo alguns agentes do FBI e da ATF. Em polêmicas revelações que envolveram o personagem, como poligamia e abuso de crianças (e tudo indique que a primeira seja verdadeira e a segunda completamente falsa), o roteiro mais ajuda do que atrapalha - a construção das camadas é tão profunda que nosso julgamento muda a cada episódio. Aliás, todos os episódios, especialmente o terceiro e o último, são de uma precisão narrativa impressionantes - é impossível não ser impactado pelo que assistimos.

"Waco" é o típico exemplo de uma minissérie sensacional, que está escondida no catálogo de uma plataforma de streaming (no caso da Globoplay) e que merecia muito mais destaque em marketing. A história é indigesta, forte, cruel até. Tecnicamente é impecável. Artisticamente uma aula - da direção do próprio John Erick Dowdle com a Dennie Gordon (de "Bloodline") às performances de todo elenco, com destaque para o já citado Kitsch, mas também sem esquecer de Shea Whigham, Michael Shannon, Paul Sparks, Julia Garner, Rory Culkin e o indicado ao Emmy de 2018 pelo papel, John Leguizamo.

Vale muito o seu play!

Assista Agora