indika.tv - Guerra de Streamings - A importância das franquias

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Segunda, 26 Julho 2021 13:19

Guerra de Streamings - A importância das franquias Featured

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Um dos pilares de um bom catálogo de streaming, sem dúvida, é possuir (pelo menos) uma franquia de grande sucesso. Com a chegada de plataformas com IPs mais relevantes (como Disney e Warner), a "expansão de algum universo" ou a busca por "clássicos" que podem gerar sub-produtos, parece ser a única forma de equilibrar uma demanda que está cada vez mais voraz por novidades. Veja como alguns players do mercado enxergam esse movimento:

Costumo dizer que um serviço de streaming precisa investir em três pilares para se tornar competitivo atualmente: o primeiro é a tecnologia e a qualidade da experiência do cliente na sua jornada do "o que vou assistir hoje" até o "play" efetivamente. O segundo, é a qualidade (e quantidade) do seu catálogo - e aqui eu incluo os lançamentos das produções originais que alimentam a plataforma semanalmente. E finalmente o terceiro é ter franquias sucesso - pelo menos uma que seja referência em um segmento, que atraia engajamento e fidelização.

Se tudo isso vier com uma boa estratégia de preço, que chame ainda mais atenção, melhor!

Veja que interessante esses números que colhemos pela Viu Review na semana de lançamento do Disney+ no Brasil: 75% dos nossos usuários pretendiam assinar o HBO Max exclusivamente pelo "Liga da Justiça" (Snyder Cut) -  ainda na época onde seu formato seria uma minissérie de quatro episódios. Porém o HBO Max ainda demoraria para chegar no Brasil, foi quando a própria HBO resolveu contra-atacar com as armas que tinha e impactar, de alguma forma, o lançamento do Disney+ - Na mesma semana ela disponibilizou todos os filmes da saga "Harry Potter" de uma vez no seu streaming (HBO Go).

O impacto disso?

Impressionantes 46% dos nossos usuários afirmaram que prefeririam assinar a HBO Go mesmo na semana de estreia do Disney+.

Agora que a HBO Max chegou por aqui, com uma estratégia de preço bastante agressiva (9,90 até final de julho de 2021), a Disney se viu na obrigação de também contra-atacar, entregando seu serviço por apenas 1,90 no primeiro mês. O objetivo de capturar o assinante com suas produções originais que não saem das redes sociais a cada episódio disponibilizado, parecia ser uma ótima estratégia. Porém, ancorada nas franquias "Star Wars" e "Marvel", o Disney+ não está dando conta de suprir a demanda por novos conteúdos no ritmo que o mercado vem se movendo, mesmo com os lançamentos de episódios semanais, o problema existe - e é sério1

A Prime Video que chegou a surfar com as franquias da Disney/Marvel para ampliar sua base de assinantes antes da chegada do Disney+, agora coloca muito das suas fichas na série do "Senhor dos Anéis" e na recente aquisição do poderoso catálogo da MGM por US$ 8,45 bilhões. Era preciso fazer e rápido!

"O verdadeiro valor financeiro por trás do negócio (aquisição) é o tesouro da propriedade intelectual do catálogo profundo que planejamos reimaginar e desenvolver junto com a talentosa equipe da MGM", afirmou Mike Hopkins, vice-presidente sênior do Prime Video e Amazon Studios.

Dentro da ferramenta de monitoramento da Viu Review, nós testamos uma nova função da nossa tecnologia com o foco em insights criativos para o desenvolvimento de conteúdo original. A partir de uma análise que fizemos recentemente, percebemos que 38% dos nossos usuários se relacionaram com filmes ou séries que tem "nostalgia" como elemento narrativo. Desses, 100% haviam assistido "Lost" (sim, é impressionante!). Com a tendência cada vez mais relevante de reboots como a de "Gossip Girl", alguns revivals como "Sex and City", especiais como "Friends" e até spin-offs como "House of the Dragon" ou "Cobra Kai", sugerimos duas possibilidades para trazer o universo de "Lost" 11 anos depois:

1. Um prequel - uma minissérie que falaria sobre a criação da Iniciativa Dharma - essa ideia teve 63% de aprovação entre nossos usuários;

2. Um spin-off - uma série que mostraria as histórias de novos personagens com alguma ligação importante com os passageiros que estavam desaparecidos no voo 815 da Oceanic. Com isso teríamos um outro ponto de vista de "Lost" (o de quem ficou) e ainda muitas possibilidades de crossover entre as séries que funcionam muito bem com a audiência - essa ideia teve 75% de aprovação na época do teste.

Embora seja apenas uma função Beta e ainda com muito para desenvolver tecnicamente, percebemos que com os dados que já coletamos e alguma capacidade criativa, conseguíamos medir o quanto um conteúdo poderia impactar o público específico se de fato esses projetos fossem produzidos - e com resultados tão relevantes é de se entender que o "clássico" com uma certa roupagem de "novidade" vai sempre gerar muita audiência.

A própria Netflix, depois do seu acordo com a Marvel finalizado, passou a travar uma busca incansável para encontrar uma franquia relevante para chamar de sua - basta lembrar das apostas em "Old Guard", "Power", "The Witcher" e "Army of Death" - isso sem falar na aquisição da Millarworld, em 2017. A empresa, especializada em quadrinhos, fundada pelo roteirista Mark Millar e que rendeu a fracassada adaptação de "O Legado de Júpiter".

Acontece que na última terça (20/07), durante uma conferência com investidores, Spencer Wang, vice-presidente de finanças, desenvolvimento corporativo e relações com investidores na empresa americana, abriu o jogo e apimentou a discussão ao ser questionado sobre a possibilidade de novas aquisições onde o foco seria aquisição de conteúdo:

“Eu diria que, como uma companhia, nós estamos olhando diversas formas que ajudem a acelerar o crescimento do nosso negócio, incluindo fusões e aquisições. Então você deve pressupor que olhamos para muitas, muitas coisas diferentes. E já falamos no passado que estamos abertos a ativos de conteúdo que possam ajudar a acelerar o nosso crescimento, coisas como propriedades intelectuais que possam ser transformadas em séries e novos filmes. Além disso, bibliotecas de filmes e séries podem ser interessantes. Nós também vemos isso no lado dos games (que são adaptados com certa frequência)”, completou Wang.

Até a Apple está em busca de sua franquia: ela está adaptando o romance de ficção científica "Fundação" de Isaac Asimov em 10 episódios, com Lee Pace (de "Um Toque de Vida") e Jared Harris (de "The Terror") liderando um enorme elenco. A série narra a saga épica de um grupo de exilados que descobrem que a única maneira de salvar o Império Galáctico da destruição é desafiá-lo. 

Comandada pelo badalado David Goyer (de "Cavaleiro das Trevas"), "Foundation" estreia ainda em 2021 e, pelo trailer, parece que veio para ficar, confira:

Antes de finalizar, reparem como tudo vai se encaixando: semana passada o Hollywood Reporter confirmou que Zack Snyder vai co-escrever, dirigir e produzir "Rebel Moon", um filme de fantasia épica de ficção científica, outro com enorme potencial de franquia para Netflix para se juntar ao universo "Star Wars" ( da Disney), ao novo "Fundação" (Apple) e até com "Duna" que já sabemos vai ganhar um spin-off na HBO Max. 

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